6.8.05

O Costa

Um aparecido Costa veio ontem garantir que Portugal tem meios aéreos suficientes para combater os incêndios florestais. Já o Secretário de Estado da Administração Interna disse que urgia comprar... meios aéreos!

Já no que respeita à prevenção, o bom do Costa abriu a boca para dizer que a funcionalidade do Sistema Nacional está em fase de estudo. E que a "ideia de que os terrenos devem ser limpos antes do Verão está errada".

Indiferente às opiniões do Costa o país continua a arder...

Expurgação de Portugal

Ao princípio ainda me fazia “espécie” ver “aquele sítio”, como chamava Eça de Queirós a Portugal, a arder de Norte a Sul. Mas agora acho que isto só vai lá com a redução do que existe a cinzas. Só deste modo será possível a nossa salvação.

PS: Já sei que vai haver um tolo qualquer que não compreende linguagem figurada e me vai dizer que por causa dos incêndios morrem inocentes, que aldeias ficam dizimadas entre outras pieguices.

5.8.05

Procura-se

País ardido procura Ministro da Administração Interna.

Oferece recompensa (quando conseguir receber os apoios prometidos em 2004).

Post-Scriptum: Em 2004, o silêncio contribuía para queimar ministros em praça pública. É curioso que um ano depois ninguém dê pela falta de uma palavrinha amiga...

Como diria o português da anedota, "nem uma cartinha, nem um postal, nada...".

Estranho

Gostava, francamente, de perceber o que se passou com os posts do Bruno. Mas não consigo.

O único tipo que aqui poderia apagar o que quer que fosse era eu. E escrevi "poderia" porque nunca tal me passou pela cabeça, em circunstância alguma.

Mas que é estranho é. Particularmente porque os ditos nem nos arquivos estão, ou seja, desapareceram do mapa. Literalmente.

Um fenómeno. Comparável às aberrações produzidas no Entroncamento e nas reuniões do Conselho de Ministros. Comparável, mesmo, à hipotética candidatura de Soares. Estranho...

4.8.05

Sem camisola

Se alguém muda de partido e usa, maliciosamente, informação privilegiada para favorecer o "adversário", na verdade o que é que está a pedir?

Não tenho nada contra o rapaz nem sequer contra a sua “carreira” de treinador que desconheço inteiramente. Mas se, só a título de exemplo, a "traição" acontecesse no PCP, não tenho dúvidas que as represálias seriam bem maiores e seriam de toda a espécie, embora, como se sabe, com menos alarido e comprazimento.

Agora, alguns bem intencionados parolos deram para ver totalitarismo em tudo, como se eles próprios não fossem capazes das maiores irracionalidades perante o facto da traição. Seja ela qual for.

Os meus posts continuam desaparecidos. Falei com o administrador deste blogue que me disse não saber de nada. Sendo assim, o mistério continua. Se todos os mistérios da vida fossem estes...

Relendo Hayek

Quando a autoridade se apresenta disfarçada de organização exibe atractivos suficientemente fascinantes para transformar comunidades de pessoas livres em Estados totalitários."

The Times, in “O Caminho para a Servidão”, Frederico Hayek, Teoremas, Lisboa, 1977, Capítulo XIII, p. 279.

Assim de repente, lembrei-me da União Europeia. Mas não sei porquê.

3.8.05

O dia do táxi

A AITRAM (Associação dos Industriais de Táxi da Região Autónoma da Madeira) está em polvorosa. E a cabeça do presidente foi a primeira a rolar. Motivo singelo: pediu maior fiscalização por parte da polícia para que certos colegas deixem de abusar da sorte. Claro que a coisa não caiu bem entre os associados, habituados a outro tipo de mordomia e consideração, que não perdoaram a traição e a denúncia. Transparência para quê? Dignidade para que serve? Rigor? Disciplina? Coisas de outro mundo certamente.
Entretanto as listas para a eleição da nova direcção da AITRAM já mexem. A RTP/Madeira foi à caça dos candidatos a presidente das três listas já existentes e conseguiu entrevistar dois deles que rapidamente prometeram o céu na terra enquanto lavavam as mãos dos erros anteriores.
Uma das listas aposta, por exemplo, numa mudança estatutária por forma a prever situações que “não estão previstas”. Não sei se aqui se prevê alguma nova regra que impeça o futuro presidente de exigir maior fiscalização por exemplo.
Mas verdadeiramente inédita foi a ideia apresentada pelo ex-Vice-Presidente da anterior direcção que agora também é candidato a presidente. A ideia é, nada mais nada menos, do que o dia do Táxi associado a uma festa. Razão argumentada (por favor, não rir e ler até ao fim): se o PSD/Madeira tem o dia da sua festa, o táxi também pode ter a sua. Se o ridículo matasse...
Desconheço que tipo de gente vota em senhores com estas ideias, mas o que mais me preocupa nesta eleição é o prenúncio. O prenúncio para onde caminha a democracia.

Posts desaparecidos

Desapareceram cinco posts meus. Dão-se alvíssaras.

Chamar os bois pelos nomes

Uma alemã matou, ao longo dos anos, nada mais nada menos, do que nove filhos recém-nascidos. O crime é hediondo e abjecto. E não merece qualquer perdão ou tolerância, como é bom elucidar.
Geralmente nestas coisas várias justificações saltam à vista. Ou é consequência da nossa indiferença ou é problema nítido de distúrbio mental ou é ainda resultado da sociedade desigual que construímos. Muita gente adora este tipo de retórica. Sabe bem, cai bem e, sobretudo, iliba-nos confortavelmente dos crimes praticados por outros, criando à volta uma espécie de legitimação. Mas outro tipo de explicação existe ou tem fundamento. Trata-se da maldade humana; ou do mal que o homem pode fazer aos seus semelhantes. Claro que a esquerda, e muitos positivistas, abominam esta ideia radical e fundamentalista (sem cabimento no pós-modernismo e no actual relativismo), crentes que são que a sociedade perfeita gera homens perfeitos.
Talvez fosse bom parar para pensar e dizer as coisas tal como elas são. No fundo, em qualquer sociedade, em qualquer lugar, há gente má que faz e pratica o mal gratuitamente e sem precisar de nenhuma legitimação mental ou social. O caso desta alemã é um exemplo nítido. Não tenhamos medo de chamar os bois pelos nomes.

31.7.05

O velho gágá

Depois de algumas semanas de silêncio voltei. Voltei justamente para vomitar num velho gágá que querem fazer presidente da República. Um ancião que não tem uma só ideia que condiga com um país moderno.

É anti-globalização, é anti-americano (primário), é anti-militar, é anti-capitalista e, pior do que tudo, é adepto praticante do estado-previdência.

Depois, na personalidade, tem tudo o que não gosto de ver num governante. É bajulador (no estrangeiro e com as senhoras), é subserviente (aos franceses e aos negros e a todas as imensas minorias), é altivo (no andar) e é “esperto” (de esperteza saloia).

Depois ainda, tem a “estória” do seu suposto grande prestígio fora de Portugal. Quem já fez pelo menos duas viagens além dos Pirinéus conclui facilmente que isso é uma anedota e que de facto o seu prestígio (ou aquele que dizem ter) não é maior do que o de um chefe de estado da Bulgária ou da Hungria, de quem geralmente não se conhece o nome nem o rosto.

Juro por Deus que se o velho for eleito vou para Jersey vender cerveja.

Magno Velosa