4.7.08

Contentores com eles

Ultimamente temos assistido, na blogosfera madeirense mais afecta ao PS, elogios à governação de Carlos César nos Açores, sendo feita, diversas vezes, a comparação entre o governo açoriano e o governo da Madeira.
Dou de barato: o governo socialista dos Açores tem feito um bom trabalho.

Mas, atendendo à manifesta incapacidade, falta de competência e de qualidade do PS-Madeira, parece-me que a única solução para os madeirenses será exportar os socialistas do Funchal e ir contratar os socialistas açorianos. Aos contentores e em força!

Estranhezas II

Relativamente a este relatório do Tribunal de Contas sobre a empresa Águas de Portugal, apenas algumas notas:
1.º Naturalmente que a empresa deu lucro durante muito tempo, uma vez que herdou património sem qualquer tipo de investimento próprio e dado ter recebido financiamentos milionários da União Europeia;
2.º os preços e as taxas pagas pelos cidadãos são indecentes e bem superiores aos custos de produção do serviço prestado. Mais uma razão para os grandes lucros;
3.º o negócio da água é tão rentável que, de novo, pairam abutres sedentos pelo desmembramento da empresa pública, com vista a poderem agarrar nos bocados de carniça que dele resultarem;
4.º temo que este relatório sirva apenas para justificar a privatização da água, um bem elementar fundamental;
5.º uma vez mais se comprova que uma gestão "empresarial" da coisa pública não beneficia o cidadão: o serviço não é melhor prestado, nem há aumento de eficácia. Pode, portanto, continuar a ser gerida administração pública;
6.º diga o senhor administrador o que quiser, é indecente andar-se a pagar prémios quando a empresa apenas apresenta prejuízos;
7.º acho estranho que uma empresa que foi criada com o único objectivo de prestar serviço público ande a investir os lucros obtidos através desse serviço em empresas estrangeiras de rentabilidade duvidosa, em vez que investir na melhoria do serviço, por forma a diminuir os custos e baixar os preços. Como já não acredito no pai natal, suspeito que alguém recebeu muito por isto;
8.º sobre isto, o relatório refere que a empresa foi instrumentalizada pelo poder político: quem são, então, os responsáveis (para além das administrações, claro está)?;
9.º contra o argumento de que a sua privatização permitiria maiores eficiência e eficácia já estamos vacinados. Estou já a ver os investidores e a entidade reguladora a jurarem a pés juntos ser fundamental o aumento das tarifas. Obrigado, mas passo!

Para concluir: em Portugal roubar é o que está a dar! Ou então sou eu que começo a me tornar cínico...

2.7.08

Estranhezas....

Não conheço em pormenor o plano de recuperação da zona ribeirinha de Lisboa. Espero, no futuro, escrever mais qualquer coisinha sobre esse conjunto de intenções.
Para já, apenas uma nota: que sentido faz planear uma praia com ondas artificiais para uma cidade como Lisboa, cercada em mais de 50% do seu território por água (Tejo e mar)? Não haveriam outros projectos onde investir melhor o dinheiro?
Por outro lado, não começa a ser ensurdecedor este silêncio a que toda a gente se submeteu relativamente à saída de Júdice da sociedade que será responsável pela intervenção, antes mesmo de tomar posse? O que estará por detrás desta saída?

Fazer a festa com o dinheiro alheio

E como Sócrates é bom a pagar as dívidas com o dinheiro dos outros... Depois de todos pagarmos o déficit, eis que agora o primeiro-ministro prepara-se para pôr as autarquias a pagarem os custos desta nova crise. Nisso, realmente o tipo é bom !

Hino à demagogia

Sócrates anunciou que as novas barragens já anunciadas irão ser totalmente pagas por investimento privado e que esses mesmos investidores ressarcirão o Estado pelo uso do domínio hídrico nacional.
Ora, antes de mais, tenho muitas dúvidas acerca destas promessas de custo zero para os contribuintes. E reconhecerão alguma legitimidade, porque este governo não prima pela honestidade e transparência.
Mas o que mais me espantou foi o ar triunfal com que o primeiro-ministro anunciou que as empresas terão que pagar pela utilização dos recursos hídricos. Ora, é só o que faltava, usurparem assim o domínio público, para vender energia aos cidadãos portugueses, e não pagarem nada. Mas é demonstrativo da forma de pensar deste governo.

Sócrates também anunciou (como ele é bom a anunciar! E como alguns estão dispostos a engolir até ao sufoco todo o isco, linha e cana atirados por ele!) que governar não é ceder aos interesses de alguns sectores. Não reconhece, contudo, que governar também é não deixar a imoralidade determinar os destinos do país, como são os lucros apresentados pelas petrolíferas.

Esta entrevista, se para alguma coisa serviu, foi para mostrar que, na arte da demagogia e de tentar sobressair pelo realce do desconhecimento concreto dos dossiês por parte dos seus interlocutores, Sócrates é efectivamente um ás. Mas não passa disso. De uma bela cauda de pavão, que não serve para absolutamente nada.

1.7.08

Ideias avulsas*

A actual incapacidade dos estados intervirem para conter e combater a crise economico-financeira-social e a falência do sistema liberal na redistribuição da riqueza, aliada à cada vez mais evidente premissa de que o sector privado não satisfaz as necessidades das populações fazem-me acreditar que qualquer dia estaremos todos a gritar: volta Keynes, estás perdoado!

* Adaptado das Cogitações avulsas da minha amiga WOAB e das quais temos saudades.

Saúde para quem?

E o problema não reside só no facto das entidades privadas tomarem decisões nas quais o risco é diminuto; o principal problema é que enquanto o Estado está a financiar o sector privado, está a optar — porque os recursos são escassos — por não investir no sector público. Os custos de oportunidade são enormes. É o futuro do serviço público de saúde que está em jogo.


Pedro Lopes Ferreira, Coordenador do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), no Relatório Primavera 2008.



Num dia em que o primeiro-ministro vem para a RTP fazer propaganda e demagogia política, um bom relatório, que vale a pena ler e sobre o qual vale a pena reflectir.

It's the end of the world as we know it

Mais uma notícia que reforça a minha opinião de que o Tratado de Lisboa não entrará em vigor. Esperemos que o mundo não acabe em janeiro de 2009...

Risível

Sou só eu, ou foi um desvario hilariante que levou Manuel Pinho a uma superfície comercial para assinalar a baixa do IVA em um ponto percentual?
Para além disso, ouvi o senhor dizer: "eu gostaria de descer mais". Ora, o que faz o ministro da Economia falar na primeira pessoa de uma matéria que não é da sua competência?

Ora pois: e qual é a novidade?!

De acordo com o Diário de Notícias da Madeira, Ricardo Freitas, delegado regional da UGT, mostrou-e satisfeito com o novo Código do Trabalho.
Ora, só não é grave porque é patético: o sindicalista - que intermeia esta actividade com a actividade político/partidária militante -, ex-deputado à Assembleia da República eleito pelo PS, que em todas as matérias votadas mostrou a sua subordinação à orientação do seu grupo parlamentar, resolve convocar uma conferência de imprensa para mostrar o seu regozijo pelo acordo alcançado.
Com exemplos destes, não sei onde é que os socialistas ainda conseguem ir buscar alguma coragem(?) para ousar criticar a CGTP. É que se a CGTP é o braço "armado" do PCP, a UGT é a a mais doce das "amantes" do PS.

PS - E já que agora é moda atacar toda a comunicação social da Madeira deixo aqui a minha opinião: se eu fosse editor, não publicava esta notícia porque nem tem relevância informativa nem social. E que me acusassem de censura...

30.6.08

Obrigado, ó Espanha

A vitória de Espanha deu um enorme contributo ao futebol. "La roja" provou que ganhar e jogar bem não são variáveis mutuamente exclusivas. E que os grandes jogadores não se medem pelos centímetros que separam a cabeça das botas, mas sim pela habilidade e pela inteligência. Obrigado, camaradas, por nos relembrarem que o futebol é um jogo bonito. Marcamos encontro na África do Sul (espero eu).