19.9.08

ERSE a tabelar os combustíveis? Não, obrigado!

O ministro Manuel Pinho quer a ERSE a tabelar os preços dos combustíveis. A ideia até nem seria má, se a ERSE fosse uma entidade reguladora independente. Mas pelo que nos tem sido dado a ver , não me admiraria que a primeira medida fosse propor o aumento dos combustíveis, a contento das gasolineiras. Porque a ERSE já nos mostrou que gosta de fazer favorzinhos às empresas do mercado que deveria regular.

É a economia, estúpido! II

Quando se ousou solicitar a intervenção do(s) governo(s) para a resolução de problemas sociais que resultam da avareza (como muito bem classificou o Comissário Europeu da Economia, Joaquim Almunia) do mercado financeiro - mas que se aplica a qualquer sector empresarial porque o móbil das empresas é a produção de valor e não outro qualquer - apareceram uns puristas liberais a gritar que não podia ser, porque o mercado regula-se se for livre e outros que se escudavam nas directivas europeias para jurarem a pés juntos que o governo português não poderia intervir (como se o risco fosse para aí uma invasão bárbara - sim, por favor, grito eu). Agora, vemos bancos centrais a intervirem descaradamente nos mercados e empresas públicas a adquirirem monopólios (sim, porque a GALP tinha de ser privatizada, mas o capital pode ser da Sonangol, que é um fundo controlado pelo estado angolano) e parece que não há problema nenhum.
Então, se for o estado português o detentor de empresas, não pode ser, mas se essas mesmas empresas forem adquiridas por empresas estatais angolanas, chinesas e do raio-que-os-parta, já não há problema? Que raio de directivas são estas, alguém me pode explicar?

É a economia, estúpido!

Com o fim do mito do Jurista como derradeiro Político, apareceram o Economista e o Gestor em sua substituição, pois traziam as respostas para as preocupações da população, que não eram legalistas (ó blasfémia!) mas financeiras.
Com a actual crise e a mais que previsível queda do Rei-Economista, que classe emergirá?

PS - Preocupação social: o que farão tantos comentadores economistas desempregados?

17.9.08

Magalhães, imposturas e blogosfera

Não sei se o post sobre o computador Magalhães me era dedicado, mas acuso o toque.

Para além da confusão que o blogger faz entre projectos distintos - um de Nicholas Negroponte, que tem objectivos humanistas, uma vez que pretende democratizar o acesso às TIC e outro da Intel, que apenas tem objectivos mercantilistas -, o que me revolta é o governo dos camaradas socialistas tentar deliberadamente enganar a população portuguesa, reclamando para Portugal uma autoria que não é sua.
Os amiguinhos do PS chegaram mesmo a afirmar que o PC era de concepção portuguesa, desenvolvido no âmbito do Plano Tecnológico.
Ora, isso é um embuste, é uma farsa e é uma intrujice: quem quiser - e a quem não incomodar ser enganado - poderá chamá-la de outra coisa qualquer.
Para além disso, convém distinguir os conceitos de fazer e montar. O computador não será feito em Portugal, será montado. O que faz com que ele seja de origem tão portuguesa como qualquer outra máquina de marca branca, montado às peças.
É que nem a Intel, extremamente interessada na impostura porque permitirá a venda de 500 mil máquinas, reconhece qualquer autoria lusitana.
Por outro lado, não se assuma tão depressa que o projecto e a aquisição de 500 mil PC's estão já garantidos. Porque este governo já nos mostrou que nem tudo o que anuncia corresponde à verdade. E o que hoje o sr. primeiro-ministro propagandeia com tanta solenidade, amanhã poderá ser desmentido e objecto dos mais profundos silêncios.

Mas parece que ao companheiro da blogosfera Tino não incomoda um governo impostor . A mim, ofende-me... E sem histerias!

15.9.08

Wish you were here

Morreu o Pink Floyd Richard Wright, teclista da banda.
Como certa vez dedicaram a Syd Barret, aqui deixo a minha homenagem.

Teleférico no Rabaçal? Obrigado, mas dispenso.

Não vou ao ponto de adjectivar tão negativamente, como o faz o Nélio de Sousa, mas lá que a ideia de fazer um teleférico no Rabaçal é revoltante, lá isso é.
Nem sempre acontece, mas desta vez apoio a causa da Quercus, subscrita pelo Nélio e por outro qualquer madeirense que queira ver preservado aquele bocadito de paraíso.

Governo da República não é demagogo: é mentiroso!


"Magalhães - o mais escandaloso golpe de propaganda do ano

Os noticiários abriram há dias, com pompa e circunstância, anunciando o lançamento do 'Primeiro computador portátil português', o 'Magalhães'.A RTP refere que é 'um projecto português produzido em Portugal'A SIC refere que 'um produto desenvolvido por empresas nacionais e pela Intel' e que a 'concepção é portuguesa e foi desenvolvida no âmbito do Plano Tecnologico.'Na realidade, só com muito boa vontade é que o que foi dito e escrito é verdadeiro. O projecto não teve origem em Portugal, já existe desde 2006 e é da responsabilidade da Intel. Chama-se Classmate PC e é um laptop de baixo custo destinado ao terceiro mundo e já é vendido há muito tempo através da Amazon.As notícias foram cuidadosamente feitas de forma a dar ideia que o 'Magalhães' é algo de completamente novo e com origem em Portugal. Não é verdade. Felizmente, existem alguns blogues atentos. Na imprensa escrita salvou-se, que se tenha dado conta, a notícia do Portugal Diário: 'Tirando o nome, o logótipo e a capa exterior, tudo o resto é idêntico ao produto que a Intel tem estado a vender em várias partes do mundo desde 2006. Aliás, esta é já a segunda versão do produto.'Pelos vistos, o jornalista Filipe Caetano foi o único a fazer um trabalhinho de investigação em vez de reproduzir o comunicado de imprensa do Governo.A ideia é destruir os esforços de Negroponte para o OLPC. O criador do MIT Media Lab criou esta inovação, o portátil de 100 dólares...A Intel foi um dos parcceiros até ver o seu concorrente AND ser escolhida como fornecedor. Saiu do consórcio e criou o Classmate, que está a tentar impor aos países em desenvolvimento. Sócrates acaba de aliar-se, SEM CONCURSO, à Intel, para destruir o projecto de Negroponte. A JP Sá Couto, que ja fazia os Tsumanis, tem assim, SEM CONCURSO, todo o mercado nacional do primeiro ciclo.Tudo se justifica em nome de um número de propaganda política terceiro-mundista.Para os pivots (ex-jornalistas?) Rodrigues dos Santos ou José Alberto Carvalho, o importante é debitar chavões propagandísticos em vez de fazer perguntas. Se não fosse a blogosfera - que o ministro Santos Silva ainda não controla - esta propaganda não seria desmascarada. Os jornalistas da imprensa tradicional têm vindo a revelar-se de uma ignorância, seguidismo e preguiça atroz. "

Recebi este mail e fui fazer uma pequena pesquisa. E não é que descobri que a http://www.businessweek.com/ anunciou que a Intel prevê vender 500.000 Classmate PC em Portugal?!

A que ponto se rabaixará mais este governo? E a comunicação social? Até onde estará disposta a vender a sua idoneidade e isenção?