10.9.05

Ainda Existem Estórias com Piada.

O candidato da campanha “Funchal para todos” ainda não foi eleito. Não passa, portanto, de candidato a candidato e já está em “bico de pés”. Tal como o povo gosta de lhe chamar.

Escreveu para o presidente do concelho de administração da RTP, como se fosse Almerindo Marques, a decidir se vai ou não haver debates na RTP-Madeira, e o modelo do eventual programa.


São estes pequenos, pormenores, que estragam muitas vezes, o esforço de quem quer fazer política nesta terra. Falam, falam e acabam por cometer os mesmos pecados dos que estão no governo. Como se os governantes, presidentes de câmara e por aí fora, tivessem legitimidade para interferir no serviço de informação da RTP ou de qualquer outro meio de comunicação social.

É óbvio que podem e devem discordar de algumas notícias, ou da forma como foram feitas. Agora querer mandar é ilegítimo.

Se ainda existem oásis na terra, o jornalismo é um deles, apesar dos ataques de que tem sido alvo, no mundo, e de uma forma particular, na Madeira e em Portugal.

A queixa do candidato Carlos Pereira deveria ser para a Alta Autoridade para a Comunicação Social. Só este órgão, regulador, é que pode fazer recomendações à RTP. Coitado do Almerindo Marques. Interferir num assunto da direcção de informação da RTP-Madeira. Muito antes dele tem, a direcção de informação da RTP (Lisboa), como já disse, o Conselho de redacção, a direcção da RTP-Madeira e o chefe do Departamento de Informação do canal público regional

As voltas que o assunto terá que dar, para chegar ao homem a quem foi dirigida a carta.
Tal como diz uma firuga pública: - "vejam só, a que isto já chegou!"

Esperança


Se o Peseiro não inventar, pode ser que a coisa corra bem...

Semelhanças


Um avançado semelhante ao Nuno Gomes: não acerta uma!

9.9.05

Como explicar o inexplicável?

É engraçado.

Quando foram reveladas as eventuais irregularidades na Câmara de Machico, ouvi várias vozes sugerirem que era um assunto para ser tratado na barra dos tribunais. Não teve a menor dúvida. De imediato concordei com a proposta. Se alguém errou deve ser punido pelo actos que cometeu.

Quatro dias depois, e perante a denúncia de um “caso idêntico” na Câmara do Funchal, ninguém veio a público pedir cabeças. Até agora não ouvi uma única voz solicitar que sejam apuradas as alegadas irrregularidades ou a falsa notícia.

É óbvio que o suposto crime já prescreveu, mas no meio disto tudo, onde fica a ética e a moral de quem pediu e de quem concedeu os favorezitos? Com que cara o senhor presidente olha para o resto dos munícepes?

É uma boa reflexão para o fim-de-semana. Especialmente agora que, o Verão está a terminar.

Angelino Mata Câmara

É pena

Na Quadratura do Círculo, Jorge Coelho cumpre na perfeição o papel de porta-voz oficioso do triste Governo de Sócrates. Fica-lhe bem. Mas fica mal ao programa que, se bem me recordo, era feito por gente que não deixava que o quadro exlusivo da luta partidária limitasse as suas intervenções.

8.9.05

Outono

Acordei esta manhã e fiquei contente.
Já cheira a Outono.



Senti pela primeira vez este ano, a frescura bafejar-me a alma.
Deve ser por causa de uma chuvinha muito miudinha, que caiu na minha aldeia.

Angelino Mata Câmara

Sábias palavras.

"A Madeira precisa tomar posições de defesa e resistência dentro da vida política portuguesa para manter os seus direitos e atingir aquele grau de civilização e progresso, a que obriga a roda da fortuna. A sus situação geográfica e incremento da sua riqueza, as suas condições de isolamento no Atlântico, a idiossincrasia do seu povo, a confluência de linhas de interesses que centraliza e põe em contacto com o mundo, marcam-lhe uma finalidade própria, diversa da continental, que lhe definem horizontes dentro dos quais cabe uma larga autonomia administrativa. Desviar a Madeira das engrenagens da política portuguesa, é uma obra de salvação." (Manuel Pestana Reis, "Palavras que o vento leva...", Correio da Madeira, 19.08.1922).

"A aspiração máxima regionalista dos que me acompanham e animam nesta campanha, é a conquista do governo completo da nossa casa, das nossas cousas, dos nossos interesses, dos nossos negócios, das nossas riquezas privativas, dentro de um sistema de descentralização administrativa, que nos liberte dos tentáculos absorventes, atrofiadores, eloquentes do Terreiro do Paço, sem quebra dos laços nacionais. Somos portugueses e portugueses queremos viver e perpetuarmo-nos com a imortalidade da Pátria comum. Mas dentro dessa Pátria, como madeirenses, queremos ar, vida própria, liberdade para criar o nosso lar à nossa semelhança, segundo o meio, a fortuna, as possibilidades de querer e poder de povo que esmagou a rocha, domou o mar, criou relações fortes, relações morais, de sangue e de comércio e uma finalidade, um destino, maneiras de ser inconfundíveis. Atingimos a maioridade. Não precisamos que nos dêem a emancipação." (Manuel Pestana Reis, "Regionalismo/A Autonomia da Madeira/Falou já o sentimento; fala agora a razão", Correio da Madeira, 07.11.1922).

"Autonomia, quer dizer descentralização, ou melhor, descentralização política e administrativa, apenas. Isto significa que à sombra da bandeira de todos os portugueses se levantará a bandeira regional, particular dos madeirenses, com seu escudo e brasão d'armas. Não é um grito de revolta, mas simples petição de justiça. Adquirimos direitos, exigimos que os reconheçam e nos garantam o seu livre gozo e exercício." (Manuel Pestana Reis, "Regionalismo. A autonomia da Madeira", in Quinto Centenário do Descobrimento da Madeira, Publicação comemorativa, Funchal, Dezembro de 1922).

(Extractos retirados de: Vieira, Alberto (coordenação), História e Autonomia da madeira, Funchal, SRE, 2001)

Verdadeiras peças doutrinárias, fragmentos de um pensamento refrescante que nos deve a todos orientar.

Pergunta pertinente

Sobre a candidatura de Soares.

« Como é que a candidatura é de união e para todos os portugueses, e tem como objectivo nº 1 "derrotar a direita"?»

Pergunta pertinente. Roubada ao Abrupto (www.abrupto.blogspot.com). E que, como diz Pacheco Pereira, nunca ninguém fará...

7.9.05

O Jogo de Cristiano Ronaldo

Cristiano Ronaldo optou por jogar, numa hora difícil, do que se juntar ao resto da família.

Pessoalmente respeito a decisão do jogador.

Agora espero que a estrela da selecção portuguesa esteja preparado, para também suportar as ferozes críticas.

Angelino Mata Câmara

Nota de roda-pé: sem golos a selecção deu mais um decisivo passo, rumo ao Mundial 2006. O tão esperado golo de Cristiano Ronaldo, não aconteceu. O tamanho da dor deve ser agora muito maior.

6.9.05

Pérolas autárquicas II

«Não convém [dar ideias], mesmo porque eu não quero dar mais ideias , porque quando se dá ideias, elas vão para outros concelhos, e não ficam em Machico», disse ao Diário (www.dnoticias.pt), o candidato do CDS-PP à Câmara de Machico.

Não se dando por satisfeito, o bom do José Luís Franco jurou a pés juntos que nunca mais daria uma ideia. Ora vejam:

«Dar ideias assim, verbalmente, ao público, eu não volto a fazê-lo. Portanto, abstenho-me de dar ideias».

Ai ideias, essas malvadas! A gente liberta-as numa campanha e elas vão-se embora. E o pior é que nunca mais se sabe delas. Nem uma carta, nem um postal... Nada! Ai ideias, ideias!

(Caso para dizer que candidatos destes é que são úteis. Quebram a monotonia das campanhas, não são sisudos como os outros. A sério, se vivesse em Machico, pensava seriamente em votar CDS-PP. Ideias, puf! Para quê tê-las?) E quando se tem, nem pensar em dá-las!)

Pérolas autárquicas I

«Eles vão oferecer cuecas de ouro», disse ontem, numa cerimónia pública, Alberto João Jardim. O presidente do Governo referia-se (esperemos nós!) às promessas da oposição.

Pois é, há quem assuma usar cuecas de folha, por isso, porquê estranhar...

Evidências que os furacões não apagam

Mais um estudo (que se pode ler aqui), a mesma conclusão: no top ten das universidades do mundo, estão oito universidades norte-americanas (Harvard em primeiro e o MIT em quinto, por exemplo). O ramalhete fica completo com duas universidades inglesas também célebres por uma regata que as une: Cambridge (2º) e Oxford (10º). Confirmação aterradora de como se trabalha nestes países. E humilhação vergonhosa para todos aqueles que olham para a América com desprezo e com a fulgurante ideia-feita de que é povoada de atrasados mentais e liderada por perfeitos mentecaptos. Nós europeus, gostamos muito de olhar para o nosso umbigo e julgarmo-nos os senhores absolutos da verdade, do conhecimento e de outras patacoadas do género. No fundo, somos todos bons rapazes. Mas o pragmatismo mais uma vez vence a fábula de quem prefere ficar de braços cruzados a ver a banda passar. Eles vão à frente. Bem lá à frente. E não há furacão que mude ou apague essa evidência.

5.9.05

Maravilhosa Cuba

O camarada Jerónimo, personagem que está a colocar dificuldades à burguesia do Dr. Louçã, decidiu comparar Bush a Hitler ao mesmo tempo que glorificava o regime cubano. O discurso morno, feito ontem em apoteose mediana no encerramento da Festa do Avante na Quinta da Atalaia, não primou pela originalidade (nada disto é novo, como o Dr. Freitas do Amaral pode testemunhar), mas teve o condão de assinalar a reentrada no ano político do PC depois da morte do seu líder histórico e espiritual, Álvaro Cunhal (Manuel Tiago para os íntimos).
Eu entendo perfeitamente que o camarada Jerónimo prefira a “democracia” cubana à “ditadura” americana. Ele (o camarada Jerónimo) afinal é livre, é maior de idade e neste país qualquer um pode dizer o que muito bem lhe apetecer, incluindo asneiras graves, anedotas picantes e acusações coloridas e divertidas. Não paga imposto e, pasme-se, não vai preso. Mas uma pergunta, uma singela e pequena pergunta ao camarada Jerónimo: se tudo em Cuba é maravilhoso, porque é que os cubanos querem fugir de lá?

Santana

Santana assume que pode ser candidato presidencial. E lembra que pode concorrer até 30 dias antes das eleições. Tinha graça se avançasse. A vingança, às vezes, serve-se fria...

Acusações

As acusações feitas ontem pelo candidato socialista à Câmara de Machico devem ser investigadas. Bernardo Martins afirmou que o actual presidente da autarquia, e recandidato pelo PSD, utilizou o poder de que dispõe para beneficiar familiares.

As acusações foram feitas numa cerimónia pública. E os crimes de que Bernardo Martins acusa Emanuel Gomes são crimes públicos, portanto, quem de direito deve investigar.

E, das duas umas, ou se prova o que disse Bernardo, e Emanuel Gomes deve sofrer as consequências, ou não se prova e o candidato do PS deve pagar por ter incorrido no crime de calúnia.

Creio ser tempo de haver mais responsabilidade no debate político nesta terra. De um lado e do outro. E creio que deveria ser tempo de se entender que o exercício de um cargo publico não é, por si só, um passaporte para a fortuna.

Para rir um pouco. E recordar as asneiras.


Retirado daqui.

Revistas que valem a pena

E que também é um blogue muito bom...

Amarante já perdeu

A Sic Notícias promove um debate com os três principais candidatos à Câmara de Amarante. De um lado e de outro, a baixaria é tanta que quase não consigo identificar e separar Avelino Ferreira Torres dos restantes. Perante a tragédia e aquele cenário de horror (confesso que recortada com alguns momentos brilhantes de humor very british e ameaças sortidas) os três putativos candidatos dão e são tristes exemplos. Pela amostra ali deixada e como é óbvio, ninguém ganhou o debate. Amarante é que já perdeu. Isso de certeza absoluta.

Estética

Se o conceito estético de cidade do PC for sequer parecido à ideia de cartaz que anuncia a candidatura de Edgar Silva e Artur Andrade à Câmara do Funchal, estamos conversados.

Mais uma conspiração

Pelo preço a que já vai a gasolina, qualquer dia andar de carro é mais um luxo burguês.

Gasolina

Num jantar com amigos, um deles avança: a gasolina não pára de subir e o mais impressionante é que os lucros das petrolíferas também não, facto que não deixa de ser estranho dado o contexto de profunda recessão em que vivemos. Pergunta: até quando vão os Estados continuar a permitir esta pouca-vergonha? Eis um evidente caso de como a liberalização económica, neste caso dos combustíveis, pode ser perniciosa e altamente lesiva para todos.