26.5.06

Anúncio do Governo ou Governo do anúncio?

Este Governo da República anunciou - no ano passado -, em grande estilo, a criação de um novo fundo florestal, que representaria um investimento de milhões. Ontem soubemos que - mais um! - este investimento parece estar condenado à gaveta. E mais uma vez confirma-se que o Governo liderado pelo Eng.º Sócrates gosta mesmo é de anunciar. O que demonstra uma enorme falta de responsabilidade, porque desta forma vai delapidando a pouca credibilidade de que ainda goza.

Num post anterior, uns comentadores escreviam que é preferível este discurso ao da tanga. A diferença é que o discurso da tanga era realista. Este discurso não passa de uma tentativa patética de conferir credibilidade ao Eng.º Sócrates. A sorte disto é que a máscara começa a cair. É a diferença entre o ser e o parecer. O Primeiro-Ministro bem tentou, mas a sua óbvia falta de capacidade governativa não resiste muito mais a golpes publicitários e a retoques de cosmética.
Começa a tornar-se mais fácil ao PSD fazer oposição! Espero é que efectivamente comece a fazê-lo!

Bom fim-de-semana!

25.5.06

Grande Rosa

Ontem à noite, a música de Rosa encheu o Teatro. Um concerto soberbo. Parabéns a quem o organizou.

Olha a minha aldeia


Veio no suplemento Fugas do Público de sábado 20 de Maio. «Já não é um paraíso romântico, mas ainda não é uma estância de turismo internacional.»

Wim Mertens para certos


Vale a pena ouvir isto. É Wim Mertens em "Strategie de la Rupture". Se não conhecerem podem lembrar-se do genérico do programa “Por Outro Lado” da 2:

24.5.06

Albergue espanhol

O Bloco de Esquerda, esse alegre albergue espanhol, tem destas... coerências. A rapaziada está mesmo apostada em tornar-se um verdadeiro arco irís. Não pela diversidade, mas sim pelo facto de ser absolutamente fugaz.
E porque também os Depeche Mode vêm cá (e porque também espero estar no Estádio de Alvalade nesse dia), deixo aqui a letra do Somebody.


I want somebody to share
Share the rest of my life
Share my innermost thoughts
Know my intimate details
Someone wholl stand by my side
And give me support
And in returnShell get my support
She will listen to me
When I want to speak
About the world we live in
And life in general
Though my views may be wrong
They may even be perverted
Shell hear me out
And wont easily be converted
To my way of thinking
In fact shell often disagree
But at the end of it all
She will understand me
Aaaahhhhh....

I want somebody who cares
For me passionately
With every thought and with every breath
Someone wholl help me see things
In a different light
All the things I detest, I will almost like
I dont want to be tied
To anyones strings
Im carefully trying to steer clear of those things
But when Im asleep
I want somebody
Who will put their arms around me
And kiss me tenderly
Though things like this
Make me sick
In a case like this
Ill get away with it

Aaaahhhhh....

Marillion em Portugal

O vocalista dos Marillion vem a Portugal em Julho (29), para um concerto único na Praia de Mira. Deixo aqui o meu tributo e a garantia de que estarei lá!


She Chameleon

Sheltering her ego on the edge of a floodlit arc
She'll contemplate seduction, she'll calculate the catch
When she moved, her presence speared me
When she spoke, her words ensnared me
Watch the lizard, watch the lizard, watch the lizard with the crimson veil
Distinctly a casual affair
She crucified my heart in the depth of a satin grave
As I lay in sweating monologue I sensed the lovelight fade
Within the spiral of the cigarette, you betrayed your bedside etiquette
I saw the lizard, touch, I saw the lizard, touch
I touched the lizard with the crimson veil
I've seen a different doorway shut a million times before
The smiling she chameleon, the smiling vinyl whores
Distinctly a casual affair
They know what they want, they sing your name
And glide between the sheets
I never say no, in chemical glow we'll let our bodies meet
So was it just a fuck, was it just a fuck, just another fuck I said
Loving just for laughs, carnal autograph, lying on a lizard's bed
So was it just a fuck, was it just a fuck, just another fuck I bled
Degraded and alone, raped and still forlorn
Betrayed on a lizard's bed, on a lizards bed
We chameleon, we chameleon, we [oui!] chameleon.

O pateta alegre

O nosso Primeiro-Ministro não pára de nos surpreender. Ou melhor, surpreende pelo facto de afirmar sempre as mesmas coisas. É mais um daqueles casos em que se plagia a si próprio (áh, se o George estivesse atento!). Não sei se lhe terão dado uma cartilha com palavras-chave que inspirem confiança, mas a verdade é que o homem utiliza as palavras esperança, optimismo, rigor, ultrapassar, crença, afirmação, sempre que lhe é solicitado um esclarecimento ou uma opinião, sobre o que quer que seja. E é vê-lo afirmar alegremente que acredita, com confiança e esperança, que Portugal vai ultrapassar esta fase, que vai afirmar-se com optimismo e rigor, seja lá em que circunstância for.

Não sei se o homem é um optimista racional por natureza, ou se se trata apenas de um pateta alegre (apesar de me sentir mais inclinado para a segunda hipótese), mas a verdade é que sempre que ele fala, fico desesperado, porque consegue emprestar uma enorme futilidade a conceitos que, se bem interiorizados, seriam fundamentais ao desenvolvimento do país.

Ontem, depois da copiosa derrota da Selecção Portuguesa de sub-21 fiquei estupefacto com as declarações do Eng. Sócrates, que manifestou o seu optimismo e confiança no sucesso de Portugal. Não esperava vê-lo versado em futebol, nem mesmo que fizesse uma análise rigorosa. Só não estava à espera que repetisse as mesmas balelas de sempre. Puro engano ! As afirmações que fez, poderiam muito bem serem empregues em relação à economia ou ao desenvolvimento ou à educação ou a qualquer outra área governativa. Muda o tema, mas mantêm-se as patacoadas. E assim vai desgastando um capital enorme de confiança e esperança. E assim vai desiludindo cada vez mais os portugueses. E assim começa a fazer-nos crer que ainda não é desta que vamos lá. Nem no futebol, nem em mais nada!

Porque às vezes gostaríamos de ser imortais

Immortality
Pearl Jam

Vacate is the word...vengeance has no place so near to her
Cannot find the comfort in this world
Artificial tear...vessel stabbed...next up, volunteers
Vulnerable, wisdom cant adhere...A truant finds home...and I wish to hold on...
But theres a trapdoor in the sun...immortality...
As privileged as a whore...victims in demand for public show
Swept out through the cracks beneath the door
Holier than thou, how?
Surrendered...executed anyhow
Scrawl dissolved, cigar box on the floor...
A truant finds home...and I wish to hold on, too...But saw the trapdoor in the sun...
Immortality...
I cannot stop the thought...
Im running in the dark...
Coming up a which way sign...
all good truants must decide...
Oh, stripped and sold, mom...auctioned forearm...
And whiskers in the sink...Truants move on...cannot stay long
Some die just to live... ohh...

Até tu, BBC!

É que já nem na BBC se pode confiar...

Já vos tinha falado aqui do tipo que estava à espera de uma entrevista para empregado de limpeza quando, por engano da produtora do Telejornal, foi metido em estúdio para, em directo, responder como se fora um executivo da Apple especializado em novas tecnologias para downlods.

O homem desenrascou-se como pôde, mas as respostas que deu poderiam ter sido dadas pelos políticos portugueses, tal a insuficiência revelada.

Ora vejam o vídeo.

http://img.dailymail.co.uk/video/cabbie.wmv

23.5.06

Davinci


Não quero fazer nenhuma tese sobre o Código Da Vinci.

No entanto, eu, criminoso, confesso-me.

Gostei de ir ao cinema, e não do filme. Gostei de, na sessão da meia-noite, ver a sala quase cheia (330 lugares) e não das duas horas e tal de fita. Gostei da malta com sacos de pipocas, sala adentro. O mesmo já não posso dizer sobre as imagens projectadas no ecrã.

Quero com isto deixar claro que, o filme foi o menos bom.

É um trabalho com falhas várias. Cenas mal pensadas, filmadas. Além disso, falta-lhes conteúdo cinematográfico.

Tudo porque o Código Da Vinci é uma cópia demasiado fiel do livro. Não houve um trabalho de, transformação do livro, em conteúdo cinematográfico. Os maus exemplos começam com o início da projecção. Da Vinci é um produto banal. falta-lhe arte. O primeiro mau sinal é a paupérrima sequência de imagens sobre o assassínio de Saumiére. Tal como são vulgares um outro conjunto de cenas. Uma delas é a passagem pelo banco suíço.As filmagens do Louvre também não escapam, tal como o susposto encontro dos membros da Opus Dei. Mais parecem um bando de figurantes, sem alma, atirados para dentro de uma sala, do que uma " congregação". É esta a sensação com que fica o espectador.

Existe uma nítida ausência de soluções artísticas. Uma delas é a errada opção por personagens/narrador. Uma vez mais, ganhou o trabalho literário, perdeu o cinema.
O Código Da Vinci é demasiado básico, para a quantidade de público que está ter. Infelizmente é quase sempre assim. Uma vez mais há uma espécie de esteria colectiva, à volta de um mau produto.


Está de parabéns o autor do Livro. Dan Brown transformou uma árdua escrita, numa das obras mais lidas. É o que está a acontecer ao filme. Parabéns ao Marketing e à Igreja Católica que também são responsáveis pelo sucesso. É quase uma obra de culto.

Apesar de tudo, eu, criminoso, confesso-me.

O livro é mais interessante do que o filme. É um trabalhomais completo do que a obra cinematográfica. O importante é que vá ver o filme. Bom ou mau não interessa. O que importa é que goste.

PS: - A teoria do meu professor é a prova, de que o homem estava coberto de razão. Ele Repetia nas aulas de história do cinema - "se os primeiros três planos de um filme forem bons; o filme é bom. Se o contrário acontecer, o filme é mau."

Communication City


By eboy.

eCuaderno

Um dos melhores blogs para quem quer perceber melhor a blogosfera ou as novas tecnologias. Da responsabilidade do professor universitário espanhol José Luis Orihuela, eCuaderno 3.0 é já uma referência em Espanha, e não só.

22.5.06

Prós e Contras

A esta hora a lavagem de roupa suja está no auge. A coisa promete.

Especial Informação

Os gangs andaram à solta este fim-de-semana

É uma informação que nos chegou há instantes. OS gangs não param.

As últimas notícias dão conta que o “Gang de Lisboa” (é o que mais assaltos tem realizado a partir da capital ao país) esteve reunido no Largo do Rato.

Na saída de mais uma reunião alargada com o líder, as palavras foram contidas e uma vez mais, a comunicação social foi desprezada. Quando J.S. foi questionado sobre o assalto à Procuradoria-geral da República, negou as acusações. Disse que era mais uma invenção dos média. Não confirmou se Proença de Carvalho será o responsável pela continuidade do descontrolo da justiça em Portugal.


Noutro ponto do País (Póvoa do Varzim) o “Gang laranja” juntou as cúpulas para engendrar uma estratégia para derrubar o “Gang de Lisboa”. O encontro foi aberto à Comunicação Social. Persistem as divisões internas. Será este, aliás, o maior inimigo, do próprio, “Gang Laranja”(vive nos arredores de Lisboa) e aguarda uma oportunidade, para tomar de assalto, os pontos estratégicos que estão nas mãos do rival (“Gang de Lisboa”).


Por cá, outros pequenos gangs não fizeram estragos, mas também aproveitaram o fim-de-semana para fazer o trabalho de casa.

O ganguezinho da Rua da Carreira (tem reminiscências na antiga Ex-União Soviética) e o da Rua do Castanheiro (faz parte de um sub-ganguezito de uma minúscula burguesia lisboeta), aproveitaram o sol para ver e criticar a paisagem.

Na rua do surdo a ordem foi para descansar.

Noutro quartel da Rua dos Netos com o homem forte fora de casa, (faz agora parte da célula que vai minar o “Gang de Lisboa” a partir da Madeira) nada de anormal aconteceu região.


O problema são os outros gangs não identificados. A célula mais activa de um deles, organizou um jantar. Há mesa, o prato principal foram as acções populares, e os efeitos colaterais
na economia.

Muito se disse durante esta ceia. O objectivo número um, deste gang, é minar o terreno de quem controla o poder.

São as notícias da intensa actividade dos gangs, este fim-de-semana.

Até ao próximo assalto.

Tito

Josip Broz nasceu em 1892, quando o império austro-húngaro mandava no centro da Europa. Em Kumrovec, actual Croácia. Filho de um croata e de uma eslovena. Deixou a escola sem completar a instrução primária.

Foi aprendiz de metalúrgico. Em 1910, associou-se à União dos Metalúrgicos e ao Partido Social Democrata da Croácia e Eslovénia. Lutou entre 1913 e 1914 pelo Império. Mas no primeiro ano da Grande Guerra acabou sendo feito prisioneiro em Petrovaradin. Acusação: propalação de propaganda anti-guerra.

Mesmo assim, em 1915 voltou a ser enviado para a frente de combate, tendo sido ferido, e aprisionado, pelo Exército Russo em Bukovina. Viveu num campo de concentração nos Urais. Fugiu. Foi capturado na Finlândia. Voltou a fugir. Em 1918, alistou-se no Exército Vermelho e pediu autorização para filiar-se no Partido Comunista Soviético. Viveu entre a União Soviética e os Balcãs até 1936, ano em que voltou à Sérvia para reorganizar o Partido Comunista Jugoslavo (no qual militava desde 1920 e do qual era membro do Comite Central desde 1934). Um ano depois, reinava no partido. Sob a alcunha de Tito, que há quem diga provir da admiração que nutria pelo romântico croata Titus Brezovakci, escritor de renome por aqueles lados.

Liderou a resistência sévia à ocupação nazi, à frente dos famosos partizans (creio que muitos dos nossos leitores só se lembrarão do Partizan de Belgrado, mas enfim...) , organizando um verdadeiro governo-sombra (Comité Anti Fascista de Libertação da Jugoslávia). Em 1943, mesmo com parte substâncial do território ainda ocupado por tropas alemães, proclamou a criação do primeiro Governo Democrático da Jugoslávia.

Em 1945, com os apoios de Stalin e dos líderes aliados, os seus partizans massacraram os fascistas croatas do Ustasa e os realistas do Cetnikc. Libertando-se da oposição, cria a Federação Jugoslava nesse mesmo ano.

Tito foi o primeiro líder comunista a libertar-se de Stalin. Em 1948. Hábil diplomata, soube defender-se de eventuais represálias soviéticas através dos bons contactos que foi establecendo com os líderes ocidentais.

Criou uma nova via para o comunismo, baseada no famoso samoupravljanje, repartição de lucros nas empresas e unidades agrícolas estatais com os trabalhadores (uma espécie de socialismo, ou comunismo de mercado).

Em 1961, fundou, com o lider egipcío Gamal Abder Nasser e com o indiano Nehru o Movimento dos Países não Alinhados, que pretendia dar voz aos países do Terceiro Mundo no tempo dos dois blocos.

Fundamentalmente, Tito conseguiu juntar, durante quase cinquenta anos, as peças do puzle que historicamente formam os balcãs - autêntico repositório dos velhos impérios. Fê-lo utilizando a força. E tentando forjar uma identidade histórica e cultural. Fez deslocar populações em massa. Comandou purgas. Só não percebeu que as vitórias que ia conseguindo não paravam o devir histórico. Se calhar, nem o abrandavam.

Tito morreu em 1980, corria o mês de Março. O seu funeral foi um dos mais concorridos de sempre. E ainda hoje, a Kucka cveca (Casa das Flores), o monumento fúnebre em sua honra, em Belgrado, recebe milhares de visitantes por ano.

O número tenderá a aumentar, já que o saudosismo da antiga Jugoslávia, entre os sérvios, cresce à medida em que se degradam as condições de vida.

Eis Tito. O homem que sonhou a Jugoslávia.

Requiem for a dream


Tito e Alexandre. Enquanto construiam a Jugoslávia

Fim da Jugoslávia

A Jugoslávia acabou. O Montenegro decidiu-se pela independência. Não o fez por questões nacionalistas. Fê-lo porque percebeu que ficando livre da Sérvia caminhava mais facilmente para a UE.

21.5.06

Quem tramou Carrilho?

Não gosto de Manuel Maria Carrilho, não pelo que fez, mas pelo seu estilo e modos. É arrogante, altivo, vaidoso, sonso, inflexível e enfatuado. Estas “qualidades” todos lhe apontam, em maior ou menor dose. Todavia, isto não me impede de ver as coisas com clareza.

Sucede que Carrilho, depois de ter perdido as eleições para a Câmara de Lisboa, resolveu pôr em livro um rol de justificações que, na sua opinião, foram a causa da sua derrota. Aliás, este é um exercício de catarse pós-eleitoral comum nos EUA, como foi o exemplo de Al Gore, mas estranho em Portugal. Só por isso já não é mau.

Somando tudo, até o que ele se esqueceu de escrever no livro, Manuel Maria Carrilho foi, de facto, muito maltratado pela comunicação social, que o “cozinhou” todos os dias com aspectos exteriores ao seu progaminha político, o qual, no que me lembro, não era sequer inferior ao de Carmona Rodrigues, este último endeusado ainda não sei por que méritos.

Mas o que é que esta “estória” revela na verdade? Revela que um indivíduo está totalmente nas mãos da comunicação social, coisa que já sabia, embora nunca a tivesse visto tão abusada.

Carrilho, por erro táctico, meteu-se de facto com as pessoas erradas. Não foi só vídeo da mulher e do pequeno (coisa normal noutros países, sobretudo para quem não tem uma mulher feia), nem o “aperto de mão” passado até à exaustão que o atolaram. Foi não ter percebido a tempo que na política portuguesa a “impressão” que se tem de alguém vale bem mais do que a acção. Em síntese, não é aconselhável fazer ondas. Sorriso pronto, modos simples, bailaricos, lugares-cumuns, ideias vagas e frases começadas por “não só mas também” chegam para ganhar uma eleição.

Ainda assim, fica dito, eu não votaria nele.