13.1.06

Encontro de weblogs

Interessante. Via Ponto Media.

Vencedores

Medeiros Ferreira diz, aqui, que não será fácil desembaraçar-se de Soares nestas eleições. Creio que se engana. Se há vencedores nestas presidênciais são aqueles que, mesmo no interior do PS, queriam "matar" definitivamente Soares e 0 "soarismo". A ala liderada por Sócrates está, assim, na primeira linha dos vencedores de 22 de Janeiro.

Ah ganda Portugal!

"Portugal já não é o único Estado-Membro da União Europeia que não tem um centro de recursos e divulgação da música nacional".

No sítio do Instituto Camões a notícia do lançamento do Centro de Informação da Música Portuguesa começava assim.

Eu também

Aproveitando a confusão que por aí anda, eu anuncio que também quero um campo de golfe. Com relva e buracos. E arranjo uns terrenos e tudo. Tenhos uns amigos na área, e isso...

11.1.06

Escolha

A vingança merecida ou o regresso da má moeda? O fim ou o inicío? Escolha você.

A cidade é bonita


A cidade é bonita. Fotografias recebidas por e-mail e assinadas por Tomás Coelho.

Vicente

Não gosto de Vicente Jorge Silva e isso é ponto assente. Mas de vez em quando o homem tem boas tiradas. Hoje, no Diário, afirma que era impossível, em 2006, na Madeira, fazer um jornal como o Comércio do Funchal. E mesmo que alguém avançasse com o projecto, o períodico jamais teria 4.000 leitores, números atingidos nos primeiros anos da década de 1970, em plena ditadura.

Jornalísticamente, era possível dar andamento a um jornal com as características do CM. Estou radicalmente em desacordo com Vicente Jorge Silva quando ele diz que actualmente existem mais constrangimentos que na década de 1970. Mas concordo com ele quando afirma que um "novo" Comércio não conseguiria ter 4.000 mil leitores. Não por falta de qualidade ou de interesse. Mas sim pela falta de público motivada pela modorra em que vimos caindo.

10.1.06

Inovar às Nove

Recentemente, a RTP-M inovou. E no Jornal das Nove colocou uma apresentadora de programas a fazer um directo, como se de uma jornalista se tratasse. Não consta que o Sindicato do sector tenha tomado uma posição em relação ao ocorrido. O que seria de esperar face a posturas assumidas pela organização sindical há poucos dias em situações que, na minha opinião, são de menor gravidade

Eu percebo a falta de meios humanos e técnicos da televisão da Madeira. Nada me move contra esta, ou contra direcções anteriores. E reconheço até o esforço que vem a ser feito para melhorar o produto oferecido aos telespectadores. Mesmo assim, entendo que há confusões que devem ser evitadas. E que tudo deve ser feito para manter perceptível a fronteira entre jornalismo e entretenimento.

Entendo também que é importante assumir uma postura mais firme face às imposições dos centros de decisão em Lisboa e Porto. É que os poucos meios que terão com certeza servido para justificar o inovador directo, justificariam também uma tomada de posição forte em relação à duplicação de equipas de reportagem em certos acontecimentos.

As visitas dos candidatos presidenciais são, normalmente, acompanhadas por jornalistas da Madeira e de Lisboa ou Porto. E, curiosamente, muitas vezes as equipas que vêem do continente limitam-se aos directos da praxe para o Telejornal, deixando a elaboração das peças que serão apresentadas nos blocos seguintes (24 horas, Jornal da Tarde do dia posterior) aos pobres "correspondentes" de cá (aconteceu, por exemplo, na visita de Manuel Alegre).

A RTP esquece-se de que os profissionais que estão na Madeira são jornalistas de corpo inteiro. Com capacidade mais do que suficiente para cobrir qualquer acontecimento que ocorra na Região ou até mesmo fora dela. Seria importante que a direcção da RTP-M "lembrasse" isso mesmo em Lisboa, contribuindo para motivar uma redacção pequena, com excelentes profissionais, tantas vezes maltratados de forma injusta.

De chorar a rir

Pelas asneiras que nelas se escrevem, as cartas do leitor do Diário põe-me, quase sempre, de bom humor. Hoje, uma senhora revoltada protesta contra os gatos e contra quem gosta de gatos. É de chorar a rir...

9.1.06

Mr. Morales

O novo presidente da Bolívia já anda por aí em faustosas visitas de Estado. Depois da Espanha, segue-se a China, pátria (ele próprio o confessou) de um dos seus ídolos de infância e da idade adulta: Mao Tsé-tung (ou Mao Zedong para os íntimos). Desconheço se Morales desembarcará com a t-shirt do Che, um conhecido assassino, e se fará pelos seus lados o mesmo que Mao fez pelos dele: ou seja, uma revolução cultural. Mas espero, já que se afirma adepto de tão insigne e luminoso líder político, que à saída peça desculpa às famílias dos 40 milhões de mortos que o Sr. Mao deixou na história. Não lhe ficava mal.

António Barreto

No artigo de ontem (sem ligação para não pagantes), um belo exemplo de como a promiscuidade entre política e negócios continua a minar a credibilidade (já de si mínima) dos políticos.

Piada do dia

As contas da Diocesse do Funchal são transparentes, diz D. Teodoro de Faria.

Centralismo e centralistas

O presidente da Câmara da Calheta veio recentemente falar sobre a Casa das Mudas. Para dizer, basicamente, que os críticos da localização do Centro das Artes são uns "centralistas".

Os argumentos foram os clássicos:

- a Calheta fica a 20 minutos do Funchal (e já agora, de autocarro a quantos horas fica?)

- Os "intelectuais d0 Café do Teatro" (a designação não é má, é repetitiva) são centralistas.

- O número médio de pessoas que visitam as exposições na Casa das Mudas é mais alto do que o número médio de visitantes das exposições que se realizam no Funchal.

- Por último, deu o exemplo de Bilbau. O mais óbvio quando se discute estas coisas, esquecendo-se de que Bilbau é a capital de uma província espanhola e que tem cerca de 500 mil habitantes e que fica na "encruzilhada" de dois países, França e Espanha (três, se quisermos contar com Andorra) e que tem um Aeroporto Internacional maior que o da Madeira.

Pois é. A Calheta fica a "20" minutos do Funchal. Mas será que o Funchal não fica a "20" minutos da Calheta? As vias-rápidas só estão abertas num sentido?

Centralismo e centralistas? Falar em centralismo numa terra com 200 e tal mil almas e com meia dúzia de quilómetros quadrados e com boas acessibilidades é, no mínimo, rídiculo!

O número médio de visitantes é superior. Isto é factual ou faccioso? Há estudos que o comprovem ou é o "olhómetro" a funcionar?

É inegável que a Casa das Mudas tem qualidade. Mas é também inegável que está no sítio errado. Porque a esmagadora maioria da população da Madeira vive, essêncialmente, em quatro concelhos, Funchal, Santa Cruz, Machico e Câmara de Lobos. E porque 90% da população flutuante (leiam-se turistas) da Região está nesses mesmos concelhos. E numa época em que, em todo o lado, se fala em facilitar o acesso à cultura, aqui colocam-se obstáculos.

Nem se pensou, por exemplo, em criar uma linha de "shutle-bus" para a Calheta. Em facilitar a vida a milhares de madeirenses que não têm transporte próprio (exemplo máximo são os estudantes do secundário, que se vêem privados de ver as exposições e os espectáculos, a não ser que as escolas organizem "passeatas", o que a a acontecer, acontece uma vez por ano).

A questão da localização não é de somenos importância. É fundamental quando se pensa na implantação de bens culturais. Particularmente numa ilha onde é fundamental (a repetição é propositada) promover o acesso à Cultura.

Por último, ninguém duvida que o arquitecto Ricardo Velosa tem competência mais do que suficiente para liderar o aprojecto. É um homem sério e profissional. Que tem imprimido alguma dinâmica ao (s) espaço (s), faltando apenas, na minha opinião, investimento na área de comunicação. Ninguém questiona a capacidade de "sonhar" de Luís Guilherme, um homem admirável. Por isso, colocar as coisas nos termos em que, por vezes, são colocadas, é mandar areia para os olhos das pessoas. Questiona-se a localização da infraestrutura. Só isso. E já não é pouco.

Ninguém quer que a "coisa" venha abaixo. O centro de artes foi aberto na Calheta e por lá deve ficar. Mas dizer que está tudo bem é persistir no erro. É necessário "aproximar" o Casa das Mudas dos maiores centros urbanos. E isso só é possível com alguma criatividade. Que não tem estado patente nos últimos discursos sobre o assunto. Já agora, era bom que se tentasse não reduzir a Cultura a uma qualquer "guerra" de protagonismos.