Conspiração às sete
"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
8.6.11
30.3.11
Ternura
25.3.11
1º Festival Literário da Madeira
23.2.11
Até sempre.
Ao Gonçalo, um obrigado especial por um dia me ter endereçado o convite. Espero de alguma maneira ter correspondido às suas expectativas.
Aos que ficam, deixo votos de muitas felicidades e que consigam manter o projecto dentro de uma qualidade aceitável e com uma maior regularidade que é, no fundo, o que dá vida a isto.
Eu vou continuar por estas andanças, mas agora apenas por outras bandas.
Mantenho-me na Liga Bolo do Caco e no meu novo projecto a solo: O Homem do Castelo Alto.
Até sempre.
Bruno Macedo
21.2.11
Idiossincrasias
A abertura ao próximo, porque ferida no meu corpo, é um ousado ataque ético "ao imperialismo do mesmo".
Teria sido Levinas um cristão?
Diz-me com quem andas...
19.2.11
Aterro do Funchal
Nem sequer sei se é um bom ou mau projecto.
Se me perguntarem, não me parece lá muito boa ideia transformar toda a baía do Funchal num gigantesco porto. O Funchal e a sua baía são infinitamente mais, apesar da importância do mercado de cruzeiros.
Mas isto, é apenas um ponto de vista estético. O que me preocupa, contudo, não é o meu gosto. Ou o mau gosto! O que me preocupa é o histórico de obras feitas na orla costeira madeirense. E de novo, não é o mau gosto de algumas intervenções (Ponta Gorda, por exemplo). É o desgosto que algumas obras nos provocam, como a Marina do Lugar de Baixo. Quem projecta uma obra tão mal feita, não merece crédito para outras obras com esta magnitude. Ainda para mais, quando não se assacou qualquer responsabilidade técnica e/ou política.
Posto isto, tenho muito receio que a obra projectada para o aterro (ou pelo menos anunciada) não venha a ser muito bem estudada de num ponto de vista técnico e científico. É que está muito em jogo, a começar pela vida dos munícipes funchalenses.
Não, não acho que se deva fazer referendos. O que a sociedade e as plataformas de cidadãos devem fazer é exigir à administração o cumprimento rigoroso de legislação, garantindo todos os estudos necessários a uma infra-estrutura com esta dimensão.
Se for para construir, é de mau gosto, mas estou disposto a aceitar. Mas ao menos que se faça bem feito!
17.2.11
Louçã amigo de Sócrates ou o início do partido da bicicleta?
Como já disse, qualquer oportunidade para fazer esse exercício de higiene pública que seria atirar com Sócrates para o debaixo da pedra de onde nunca deveria ter rastejado, é de aproveitar.
Por isso, a moção do BE é uma oportunidade perdida para os que verdadeiramente gostariam de ver na liderança do país mais do que um bando de indivíduos pouco recomendáveis.
Não é esse, contudo, o desejo de Louçã. Com a estultícia justificação da moção, Louçã provou que pretende ver Sócrates mais uns anos no poder, fazendo-nos duvidar da veracidade da indignação com que se nos aparece diariamente, quando fala nas trafulhices dos poderes político e económico.
Em primeiro lugar, porque convidou o PSD a votar contra quando afirmou que censurava também este partido e depois e, talvez, mais grave, porque pôs o país a falar de tontices, desviando a atenção das greves e contestação social que marcam a semana (ninguém fala na greve da CP, por exemplo). Prestou um péssimo serviço à esquerda de que se diz paladino e não sei se não iniciou a decadência do BE. Porque a verdade é que ninguém acredita que Louçã tivesse sido apenas ingénuo ou voluntarioso.
PS - Estou certo que a esquerda de luta não perdoará Louçã. Teremos partido da bicicleta?
11.2.11
Estabilidade para quê?
Os socialistas anunciam pragas terríveis para Portugal caso a estabilidade política seja posta em causa, como se a sacrossanta estabilidade fosse um valor em si mesmo (lembrem-se de Salazar, de Mubarak, de Fidel, de Chávez, entre tantos outros que se perpetuariam no poder).
Ora, a estabilidade política só é benéfica se houver um governo credível e competente, liderado por alguém cuja probidade não seja questionável.
Não é, manifestamente o caso do governo socialista e muito menos de José Sócrates.
Por isso, o que os socialistas chamam de estabilidade, mais não é do que o banho-maria que vai cozinhando Portugal e o futuro dos portugueses. Esta estabilidade que nos apodrece não é necessária nem nos faz bem.
É, portanto, necessário que haja instabilidade que faça ruir este governo.
Em meu entender, o único motivo que deverá fazer recuar o PSD na censura o governo poderá ser a possibilidade de não se conseguir eliminar do espectro político essa figurinha miserável que dá pelo nome de Sócrates. Em qualquer outro cenário, seria fundamental a aprovação da moção, mesmo que impregnada de máximas ideológicas.
10.2.11
Como mudando é possível mantermo-nos fiéis.
José Eduardo Agualusa, Milagrário Pessoal
Oponho-me ao Acordo Ortográfico desde o início.
O meu entendimento é que havia uma submissão aos interesses do Brasil e da indústria livreira brasileira, sem que tivesse havido um acautelamento dos interesses do português falado na Europa.
Não obstante, entendia então, como entendo agora, que é fundamental uma aproximação dos vários “português”, de modo a evitar o aparecimento de uma nova língua (ou mais) com base no português (com riscos geopolíticos inerentes, como alguns dos países da CPLP deixarem de falar português ou da nossa língua deixar de ser idioma oficial da ONU, substituído por uma eventual língua “brasileira”).
Contudo, a minha opinião tem vindo a evoluir e quer me parecer que a minha resistência tinha a haver com questões estéticas e até (porque não assumi-lo?) xenófobas.
Sim, é verdade que ato, ação, fato, ator, espetáculo, para (de pára) são grafias que continuam a incomodar-me. Contudo, não me parece que a língua portuguesa (falada na Europa) perca assim tanto com esta evolução, ou que, de repente, deixemos de nos entender devido às alterações introduzidas.
Qualquer evolução de uma língua provoca resistências. Porque a língua, como a conhecemos desde sempre, embala-nos, é a nossa zona de conforto. Mas não é menos verdade que as mudanças que as línguas sofrem têm vindo, quase sempre, a constituir-se como progressos.
O caso do português é paradigmático. Imagine-se o assombro com que o erudito português terá olhado para o fim dos ph.
Ou pior, com a entrada na língua portuguesa de palavras como pitanga, ou maracujá, caipira, caboclo, jacarandá, Ipiranga – do grito, meu Deus! - (provenientes do tupi), ou abacate (castelhano), manga (índia), oxalá (árabe), batuque, cachimbo, cacimba, pipoca – a minha! – ,caçula, (africano)…
É que gosto demasiado destas palavras para não reconhecer o enriquecimento que elas vieram trazer ao português da Europa. Foram contributos dos diversos povos que falam o português que enriqueceram a nossa língua.
Por isso, parece-me de elementar justiça e até natural e normal que devamos aceitar também as evoluções que o português sofreu nesses países, por esses povos falantes e amantes da língua portuguesa.
Não é justo que a evolução de uma língua seja determinada por uns míseros 10 milhões de pessoas, quando o universo de falantes é de 220 milhões (menos de 5%), ou por apenas um país. Porque a verdade é que a língua portuguesa não é apenas património de Portugal, mas de todos os países e povos que a assumiram como sua. Não é mais dono da língua um minhoto, ou um portuense, ou um conimbricense, ou um alentejano, ou um madeirense, do que um cabo-verdiano, ou um moçambicano ou um brasileiro. É um património de todos, mas não é prerrogativa de qualquer um.
Por outro lado, há algumas curiosidades que podem ser atestadas por qualquer linguista e que até são engraçadas: por norma, são mais conservadores os que estão na periferia do que os que estão no centro, o que significa que o português que se fala em Portugal tem sofrido mais alterações do que aquele que se fala fora de Portugal. Exemplos? O gerúndio, que praticamente não é utilizado na Europa, mas continua a ser uma forma verbal corrente fora do Velho Continente.
Ora, isto levou a situações engraçadas: os portugueses enchem a boa para afirmarem-se herdeiros da língua de Camões, quando o pronúncia do português que se falava à época do poeta talvez fosse mais próxima do português brasileiro do que do português actual. Tomemos por exemplo a palavra esperança: somente no português do Brasil é que conseguimos pronunciar a palavra correctamente (em Portugal pronuncia-se esp’rança). Já viram as complicações da métrica para os sonetos de Camões?
4.2.11
Voarei sobre as vossas cabeças, como uma águia...
Zorrinho: roubar aos pobres para dar aos políticos
Ou seja, a pessoa aceita encontrar menos deputados nos Passos Perdidos, desde que a verba poupada seja utilizada em tachos locais e com mais mordomias para os senhores eleitos.
Ora, a ideia de Zorrinho não só revela uma chico-espertice saloia, como é absolutamente imoral, num momento que que o governo que integra aplica o garrote ao povo português que dá pelo nome de "medidas de austeridade".
Tenha vergonha, homem(zinho)...
2.2.11
A propósito da candidatura de Braz da Silva
25.1.11
O "partido do Coelho"
- A ideia de que quem “vota no Coelho nunca votaria no PSD” caiu por terra com estrondo, já que muitos dos mais de 45.000 votos no candidato apoiado pelo PND não resultaram apenas da transferência de eleitores que tradicionalmente votam na oposição. A votação parece, de facto, indicar algum descontentamento que atinge eleitores que habitualmente votam PSD, o que deverá levar a que as mudanças propostas por Jardim sejam mais rápidas do que aquilo que o próprio líder estaria a prever. Neste momento, o PSD sente uma ameaça nova, diferente de todas aquelas que já enfrentou porque não utiliza os canais e instrumentos convencionais e tem um discurso muito mais agressivo, muitas vezes semelhante ao da própria maioria. Terá de ser capaz de percebê-lo e encontrar respostas que não se devem ficar por meras operações cosméticas, devendo antes traduzir novos compromissos e mudanças efectivas nas áreas política e económica. Poderá ainda ter de enfrentar um desafio inesperado: para sobreviver, BE e PCP virarão baterias para o PND, mas poderão igualmente endurecer o discurso contra o Governo, procurando de alguma forma seguir as “pisadas de Coelho”.
- Os tradicionais partidos da oposição correm o sério risco de serem “engolidos por um Coelho”. Desde logo o BE e o PCP, mas também o PS. Nunca, em mais de 30 anos de democracia, a esquerda conseguiu congregar tantos votos quantos o candidato apoiado pelo PND . Os socialistas tentarão, como é óbvio, estabelecer “pontes” com o Partido da Nova Democracia, algo que oficiosamente alguns adversários da actual direcção socialista já faziam, mas o grande problema é de legitimidade, ou seja, Jacinto Serrão “ganhou” um partido dividido, provocou rupturas em vez de entendimentos à entrada, não podendo por isso esperar colher grande solidariedade das diversas facções. Não sei até que ponto terá o PS tempo e energia para evitar mais uma catástrofe eleitoral. Quanto ao PCP e ao BE a luta é dramática, pois está em risco a própria sobrevivência dos dois partidos. Se por um lado o PCP tem uma base de apoio que embora pequena poderá ser um conforto numa situação de crise extrema, o BE delapidou, nos últimos anos, a sua pequena falange e dificilmente sobreviverá nas próximas regionais. Deverá endurecer o discurso, tal como o PS e o PCP (que já o fez nas presidenciais, virando baterias, com muito poucos resultados, para Coelho), cercando de alguma forma o PND, mas terá pela frente um ano muito duro. Para já, o BE começou mal, dizendo que a votação no candidato presidencial do PND devia-se simplesmente ao facto de ele ser madeirense…
- Já o “partido de Coelho” tem um desafio que também não será fácil: as expectativas estão mais altas do que nunca e, muitas vezes, chegar ao topo não é difícil, a maior dificuldade consiste em manter-se. Estará no centro do debate político o que, para uma estrutura pequena, pode ter efeitos nefastos. Deverá ser alvo da oposição, que o encarava como “dor de cabeça para o PSD” e que agora o começa a encarar como “enxaqueca” para ela própria. É óbvio que o PND não terá, nas “regionais”, o número de votos que teve Coelho nas presidenciais. É claro que não é, nem nunca será, um projecto de poder. Mas pode fazer mossa e ser parte importante no novo cenário político regional que agora se parece começar a desenhar. Para isso, terá de entender cabalmente o seu papel.
8.1.11
Os clubes e a política
28.12.10
É, matem o mensageiro. E depois queixem-se do abandono do eleitorado...
Então, em vez de enfrentar os verdadeiros problemas denunciados pelo geógrafo, andam a querer matar o mensageiro (que, de resto, nisto de ordenamento do território e questões ambientais percebe mais a dormir do que todos os senhores secretários regionais e seu séquito de “especialistas”).
Sugestão ao governo regional para o ano novo: em vez de perderem tempo com tontices que apenas prejudicam a Madeira (sim, porque muitas das sugestões de Raimundo Quintal enriqueceriam, e de que maneira, a Região), oiçam o que ele tem para dizer. Pode ser que aprendam alguma coisa!
Erro histórico de Jardim
PS - Com isto, o PSD-Madeira não vai ser limpo dos cancros que por lá abundam (essa limpeza apenas será feita num processo eleitoral pós-Jardim, quando os lacraus tiverem de assumir uma posição em vez do típico beija-mão submisso, parasita e viperino), ao contrário do que afirma Jardim. Com isto, os cancros continuarão a disseminar as suas metástases, em tudo o que é carne sã.. .
Sobre uns e outros
PS – não, esta não é uma provocação ao Carlos Pereira devido à agressão de que foi alvo. Em primeiro lugar porque o ataque foi cobarde (ao menos o energúmeno que o perpetrou dissesse porque razão agredia o deputado. A cobardia nauseia-me e muito provavelmente foi cobarde o autor como um eventual mandante…), mas essencialmente porque, independentemente da discordância que mantenho da maior parte das posições que assume, tenho o Carlos Pereira por um tipo corajoso, competente e sério.
PS – Num manual de agressão a socialistas, deveria constar a obrigatoriedade de enumerar 5 razões para o acto. Sem repetições de argumentos, daria para surrar centenas…
16.12.10
O estado da nação
11.12.10
Cavaco tem razão
10.12.10
Socialistas muito neoliberais
Contudo, acrescentaria que também seria "racional" o Estado criar legislação que permitisse a tributação destes dividendos ainda em 2010. É uma mudança das regras do jogo? E daí? Que eu saiba, as regras ainda são criadas e as Democracias também têm legitimidade para repor a moral onde esta parece querer escapar.
PS - Daqui a nada estou a vê-los a defender a estapafúrdia ideia de Passos Coelho dos despedimentos por causa atendível…
CORRUPTOS? NÃM…
PS – Já para não falar daquele deputado socialista que é apanhado a fanar uns gravadores e ainda diz-se vítima (e o partidinho a protegê-lo).
UAU, UAU…!*
Reconheço que apesar desta melhoria apenas representar a entrada na média de resultados dos países da OCDE, ainda assim é uma melhoria, o que é de salutar. E também não vou cometer a injustiça de deixar de atribuir algum deste sucesso à equipa de Maria de Lurdes Rodrigues. Só não percebo como é que alguns relacionam os jogos matemáticos com estes resultados. Que eu saiba, os frutos da competição derivam dos méritos individuais e não de políticas educativas. Ou estou errado?
*Menos histeria, se faz favor.
3.12.10
"Cartita" à TMN
28.11.10
Quem é que diz que "Disco" é retro?
19.11.10
The Walkmen - Lisbon
Uma canção dificilmente traduz uma cidade. Uma cidade não é uma cidade, é um corpo vivo, maior do que o somatório do conjunto de cidades de quem nela habita. Para simplificar, é um ser maior do que o somatório dos percursos e das vivências diárias de cada um dos seus cidadãos, de cada um dos c...orpos que percorre as suas ruas, becos e avenidas, que ama e detesta e ri e chora e canta e nasce e morre em cada um dos seus prédios. É um ser que se transforma diariamente na medida em que é transformado todos os dias. Um ser que condiciona e é condicionado, que devora e é devorado, que nasce e morre em todas as horas. Uma canção dificilmente traduz uma cidade. Mas não custa tentar. Os The Walkmen tentaram e dedicaram uma canção, e um disco, à mãe de todas as cidades portuguesas: Lisboa. Vale a pena ouvir.
28.10.10
A tragédia de Portugal
Presidenciais, mas pouco...
PS - E foi um mau presidente, a exemplo dos seus antecessores.
26.10.10
Nota-se
22.10.10
Uma idiotia
Sair de fininho
20.10.10
Não há que enganar
O problema estrutural
A geração do pós-25 de Abril, ainda não interiorizou que vai viver pior do que a geração que a antecedeu. Será assim urgente que o país, para além do equilíbrio orçamental e do restabelecimento da credibilidade no exterior, se transforme radicalmente e se adapte a um mundo complexo onde as regras rígidas do século XXI são letra morta em muitas partes do mundo.
O país precisa nestas condições, e para além destas medidas draconianas impostas por um governo autista e que mentiu deliberadamente aos portugueses durante demasiado tempo (o que se devia configurar como um caso de polícia, uma vez que agravou consideravelmente o preço da factura), de políticos corajosos e destemidos. De políticos que coloquem o país nos eixos ao mesmo tempo que as contas públicas se equilibram. Nunca como hoje foi urgente mexer na lei fundamental do país (que não deve ser em circunstância nenhuma um documento ideológico igual a um programa de governo, hermeticamente fechado e inacessível à maioria dos cidadãos) e repensar o que queremos para a educação, saúde e justiça nacionais.
O país só será viável se tiver uma educação que eduque e prepare (sem estas maleitas progressistas e idiotas que apenas criam analfabetos e uma nova estirpe de coitadinhos e incapazes), uma saúde justa (onde quem pode, paga) e uma justiça que funcione dentro de prazos mínimos razoáveis e que seja de confiança (independentemente de se meter na ordem juízes, advogados e restantes agentes judiciais). É apenas um começo depois de tanto tempo passado a assobiar para o lado e a fazer de conta que se mexia em alguma coisa.
Ao cuidado do SIS
18.10.10
As eleições no Brasil
Numa parte final que se quer digna de um filme de suspense, as tricas eleitorais pendem agora para a questão do aborto e as convicções religiosas dos candidatos, aspectos em que ou a D. Dilma mergulha num oceano de incongruências ou não tem lá grande opinião. Ou seja: quando a D. Dilma precisa de pensar pela própria cabeça, independentemente do que pense, mete os pés pelas mãos ou a cabeça na areia, factos que também beneficiam aparentemente o Sr. Serra. Pelo meio as denúncias de corrupção que de um e outro lado, deviam envergonhar e não ser motivo de arremesso.
Nesta confusão generalizada não se julgue que no Brasil estes assuntos são menores. Pelo contrário. Mas a lição importante a tirar desta história tem a ver com outra coisa. O jornalismo que antes nos vendia uma eleição sem história anda agora preso por arames. A D. Dilma até pode ganhar e até pode vir a ser presidente. Mas na política democrática não há vencedores antecipados. Nem dinastias sucessórias. O jornalismo militante pode fazer campanha disfarçada, mas no final o povo soberano é quem decide. Mesmo que a comunicação social pense o contrário e se julgue, curiosamente, no direito de puxar por quem mais, nos últimos anos, lhe tentou coarctar a liberdade de expressão. O que, convenhamos, não deixa de ser uma suave ironia. Ou, se preferirem, um agradável mistério.
Haja decoro
Estranha-se que haja interesse em ouvir a opinião de um senhor que um belo dia metido no pântano nos abandonou de fininho para parte incerta. Depois dele, da fuga igual do Dr. Barroso e do golpe de estado promovido pelo Dr. Sampaio, o país foi entregue a este conjunto degradante de políticos que fez do engodo, da publicidade enganosa e do delírio contagiante um estilo de governação cuja principal consequência está à vista de todos.
Como bem sabemos, falar de fora é fácil. Apelar à confiança quando se está longe e não nos chega ao bolso, é igualmente facílimo. Mas estar cá dentro, enterrado e amarrado no manicómio, é algo completamente diferente, e roça o mais puro absurdo. No caos que aí vem, seria de bom-tom que esta gente, que se destacou por fugir das responsabilidades, se limitasse ao silêncio anónimo do mais comum dos mortais. É que estas falinhas mansas para enganar simplórios são grotescas e patéticas, ainda para mais quando as mesmas até parecem uma paga de favores. Haja decoro.
Venha o FMI
Quo Vadis, PS?
Ideias políticas, estratégia de governação: nada! Mas uma poderosa máquina de comunicação...