11.2.11

Estabilidade para quê?

Tenho acompanhado divertido a forma mais ou menos esganiçada com que os comentadores do costume, mais a blogosfera socialista, têm analisado o anúncio da moção de censura feito por Louçã.

Os socialistas anunciam pragas terríveis para Portugal caso a estabilidade política seja posta em causa, como se a sacrossanta estabilidade fosse um valor em si mesmo (lembrem-se de Salazar, de Mubarak, de Fidel, de Chávez, entre tantos outros que se perpetuariam no poder).
Ora, a estabilidade política só é benéfica se houver um governo credível e competente, liderado por alguém cuja probidade não seja questionável.
Não é, manifestamente o caso do governo socialista e muito menos de José Sócrates.
Por isso, o que os socialistas chamam de estabilidade, mais não é do que o banho-maria que vai cozinhando Portugal e o futuro dos portugueses. Esta estabilidade que nos apodrece não é necessária nem nos faz bem.
É, portanto, necessário que haja instabilidade que faça ruir este governo.
Em meu entender, o único motivo que deverá fazer recuar o PSD na censura o governo poderá ser a possibilidade de não se conseguir eliminar do espectro político essa figurinha miserável que dá pelo nome de Sócrates. Em qualquer outro cenário, seria fundamental a aprovação da moção, mesmo que impregnada de máximas ideológicas.

1 comentário:

Tino disse...

Sancho,
Caso não tenhas reparado, o governo actualmente em funções foi eleito pelos portugueses, em eleições livres e justas.
Não gostaste do resultado?! Paciência.
Caso não tenhas reparado, nada te habilita a decretar quem é mais competente e quem é mais credível.
Perante as diferentes opções, os portugueses escolheram estes e não os teus.

O banho-maria de que falas é apenas resultado do desenho do nosso sistema politico. Se o nosso sistema favorecesse maiorias ou obrigasse a um apoio parlamentar maioritário para formar governo, teríamos outra coisa diferente do que temos neste momento.

Com eleições neste momento, muito provavelmente voltaríamos ao mesmo banho-maria, mas com outros intervenientes.

Percebo que tenhas preferência por essa opção, mas não me parece que isso vá acontecer tão cedo.