15.6.07

O apito

O Sr. Pinto da Costa foi indiciado por corrupção desportiva. Há mais de 20 anos que os rumores sobre as conquistas do FC Porto são abundantes e enredos divertidos para alucinações variadas que resumem bem uma certa mesquinhez e a inveja pátria pelo sucesso alcançado, ou pelas águas agitadas, que destronaram da ribalta as antigas elites subjugadas para os lugares secundários. Mas todo este processo é curioso: depois de se nomear uma super-equipa, liderada por uma super-procuradora, os resultados começam a dar finalmente, e literalmente, à Costa. Entre as milhares de escutas telefónicas e outras bagatelas, conseguiu-se este surpreendente feito – indiciar Pinto da Costa – num jogo que meteu o Estrela da Amadora em casa, numa época em que este desceu de divisão e o Porto, treinado por José Mourinho, passeava na aldeia ao mesmo tempo que conquistava a Europa. Como se percebe, não é difícil prever o resultado final desta fantasia. À força de se querer mostrar trabalho, muitas vezes se cai no ridículo e na falta de bom-senso. É presumido que um apito crie estrondo. Não que ingloriamente se silencie.