15.12.06

APF - Associação para a promoção do quê?

As senhoras e senhores dirigentes da APF, que ao longo de quase 3 décadas tem formado dezenas de socialistas e reclama-se, pomposa e presunçosamente, como Associação para o Planeamento da Família – como se este planeamento fosse uma prerrogativa sua! – entendem que a prática de aborto não deixa sequelas psíquicas nas mulheres que o praticam. E são estas e estes senhores (para ser minimamente educado) que querem promover a Educação para a Sexualidade nas escolas. É esta gente que quer ser (e, infelizmente, tem sido) parceiro privilegiado do Estado para a promoção de uma cultura de planificação familiar, de educação para a sexualidade e os afectos e educação para a saúde. Estas pessoas que querem ter um papel determinante da formação das nossas crianças. Eu por mim, sou claro: jamais submeteria um meu educando às mãos desta gente. Mil vezes o radical oposto!

13.12.06

Sócrates: play dead!

O Governo de Sócrates surpreendeu-nos a todos, esta semana, com o anúncio de uma tal Empresa de Serviços Partilhados da Administração Pública (ESPAP), que terá como objecto a reforma da Administração Pública e futuramente será responsável pela gestão dos recursos humanos e aquisição de bens e serviços.
Para além de algumas dúvidas que se me colocam em relação à legalidade desta empresa, não posso deixar de estranhar que num momento em que se pretende diminuir a máquina no Estado e os seus custos, se crie uma empresa que irá cobrar ao Estado pelos serviços prestados. A mim parece-me que esta é apenas uma medida sub-reptícia para poder pagar os ordenados milionários aos seus administradores que serão, com certeza, homenzinhos do PS. É a economia outsourcing no seu melhor: o Estado poupa em despesas com recursos humanos, enquanto o dinheiro dos contribuintes portugueses é habilmente utilizado para pagar fortunas a meia dúzia de abutres.
E por falar em outsourcing, já repararam que o Estado português, que deveria garantir a moralidade no sistema laboral, cada vez mais promove o sub-emprego e recorre a empresas para prestação de serviços, cujos funcionários ocupam vagas e lugares imprescindíveis ao bom funcionamento da máquina? Dir-me-ão: “é a economia, estúpido”. Pois que seja, mas não me agrada viver num país em que o Estado é a principal entidade que viola a moralidade, na sua relação com os cidadãos. E não me venham argumentar que é legal, porque não deixa de ser imoral. A título de exemplo: neste momento as Actividades de Enriquecimento Curricular, que devido aos horários implicam a contratação de 10% da média de funcionários das Autarquias, são quase exclusivamente leccionadas por professores com contratos de prestação de serviços ou por empresas que pagam miseravelmente aos seus docentes. Outro exemplo: tenho um amigo, licenciado, que durante 5 anos foi gestor de Edifícios da PT, colocado por uma destas empresas, a receber a maravilhosa quantia de 700€. São, efectivamente, estes os maravilhosos benefícios prestados pelos especialistas portugueses! E o nosso PM ainda nos vem acenar com a flexisegurança. Já só apetece mesmo dizer: “Sócrates: play dead!”