28.8.08

JO, Rosa Mota e o governo

Sejamos realistas: a participação portuguesa nos Jogos Olímpicos de Pequim foi, no mínimo, embaraçosa. Todos os portugueses esperavam, com legitimidade, por melhores resultados.
A verdade é que Vicente Moura nem sequer foi ambicioso ao "prometer" 4 medalhas e 60 pontos. Se tudo tivesse corrido "naturalmente", 4 medalhas era o mínimo exigível: Vanessa Fernandes, Nelson Évora, Naíde Gomes e Telma Monteiro davam-nos garantias de medalhas. E havia ainda outros perfeitamente medalháveis, como Francis Obikwelu ou João Rodrigues.
Portanto, a meta traçada por Vicente Moura era até demasiado humilde, para as reais potencialidades da comitiva portuguesa.
Quer isto dizer que estaria o Comité Olímpico Português (COP) obrigado a trazer medalhas? De modo algum! O desporto é assim mesmo e - perdoem o cliché - não existem vitórias antecipadas. O facto de ser perfeitamente plausível que esperássemos que viessem 5 ou 6 medalhas e a frustração que as prestações de alguns atletas nos trouxeram não põe em causa o trabalho do Comité Olímpico, seja ele bom ou mau. Mostra-nos apenas - e de novo - que para se fazer campeões é necessário muito trabalho sério e árduo, haver bons momentos de forma e um momento de "magia", misturado com uma ponta de sorte (que, manifestamente faltou à Naíde e sobrou a Phelps, por exemplo).
Também não quero com isto dizer que não devam ser acicatadas responsabilidades ao COP. Foi estabelecido um contrato-programa com o governo, com metas quantificáveis (e, insisto, nem sequer eram ambiciosas) que não foram atingidas. Assim, essa responsabilidade deve ser imputada ao COP e ao seu responsável máximo. Não pode Vicente Moura vir agora assobiar e fingir que nada se passou, "apenas" porque a miúda e o super-homem (leia-se Vanessa e Nélson) trouxeram medalhas. A atitude mais decente a ser tomada seria a demissão imediata, sem recandidatura.
Mas se é indecente este aproveitamento de Vicente Moura (já parece o Madaíl), não me enoja menos atitude do governo para com o COP, ou mesmo a atitude de Rosa Mota. Aliás, se do governo este tipo de atitude é expectável, apanhou-me de surpresa este "fazer-se ao piso" de Rosa Mota. Ela não precisava de nada disto e mancha um capital de credibilidade que vinha a acumular há anos.
Neste momento, com as declarações de Laurentino Dias, já todos percebemos que o governo tentará pintar um quadro extremamente negro da participação portuguesa em Pequim, com vista ao lançamento da ex-atleta do Porto, que tantos favores tem feito ao PS, para a liderança do COP. Ora, deste PS nada nos espanta, porque sabemo-los quererem minar e dominar todos os sectores da sociedade. Agora, da Rosa Mota esperava mais. Mais alguma elevação, mais alguma honestidade e menos perfídia (ora enaltece Vicente Moura, ora passa-lhe as mais abjectas rasteiras). Mas se esperava uma atitude mais digna da ex-atleta que tantas alegrias me deu, talvez não tenha sido uma surpresa tão grande: a omnipresença de Rosa Mota em tudo o que eram eventos olímpicos já indiciava o que vinha a caminho.
Para concluir, isto tudo que se está a passar resume-se numa palavra: nojento!

25.8.08

Adenda à treta do post anterior

Só para acrescentar um livrinho: nada de pornografia. A escolha também não recai no Horácio Bento de Gouveia, apenas ao alcance de funcionários da Universidade da Madeira.
O vencedor é... O estranho caso da boazona que me entrou pelo escritório adentro, do advogado portuense José Pinto Carneiro. E apesar do título, este é a sério, porque o livro ainda que brejeiro, é bastante divertido (não será propriamente um Jaime Bunda do Pepetela, mas é bastante aproveitável...)

Silly season, mas nem tanto.

Ora, mais uma vez a minha amiga WOAB lança-me um repto (não confundir com réptil!):
- Se, durante vinte e quatro horas em férias, pudesse assistir aos seguintes eventos, qual a ordem cronológica que escolheria para fazê-lo: dança/bailado; peça de teatro; exposição; cinema.

Antes de mais, a cidade, que isto da cultura também tem geografia delimitada. Londres, porque em mais nenhuma cidade se poderia assistir num mesmo dia a tantos espectáculos de qualidade.

Poderíamos começar com dança. Estive na dúvida entre uma lap dance e uma dança no varão, mas a ameaça do chapadão que viria caso optasse pela primeira escolha dissiparam-nas: a opção é mesmo dança do varão. Regalo para o olhos, mas longe das mãos.

Depois, uma exposição para relaxar: uma vez que nada do Tate´s interessa-me para já, visita ao mais recente museu londrino: Museu do Sexo Amora. Ainda para mais, a exposição é interactiva e parece que é possível um spankingzinho numa boneca que, no entanto, avisa se ultrapassarmos os limites do tolerável.

Após exercício físico intenso (a palmadinha pode não doer na boneca mas e o que faz às mãos?... - um tapinha não dói, o tanas!), sentava-me confortavelmente a ver um outro espectáculo. Desta vez, teatro. Pensei no musical Dirty Dancing, mas não me parece ousado o suficiente. Uma vez em Londres, escolheria uma pequena sala para ver a Cozinha Canibal, de Roland Topor. Uma bela história com gajas nuas e pornografia a rodos.

Para terminar, um cineminha (curiosa esta palavra!). Como ando um bocado farto de clássicos, nada de Garganta Funda. Sejamos modernos: Traseiros húmidos e suculentos seria uma boa escolha.

Vá WOAB, espero que as minhas escolhas tenham sido do teu agrado (sabes o quanto gosto de responder a este tipo de repto). Quem sabe e até passaríamos juntos um dia de tão intensa actividade cultural???

PS - Qualquer semelhança com taradice sexual não é mera coincidência!

PS1 - Uma vez que mo passaram, desafio o João e o Miguel a avançarem com as suas preferências.