16.11.07

Olha o nariz...

Lá diz a sabedoria popular que a mentira tem pernas curtas. O governo, com a ansiedade de encobrir as mentiras de Sócrates na Assembleia emitiu uma Resolução que, de acordo com juristas contactados pelo Semanário Económico, é ilegal, uma vez que se sobrepõem a um Decreto-Lei.
Chiça, é que nem mentir estes senhores sabem...

Um blog

O blog da Babuska.

A Valsa do adeus

"As suas unhas sujas e a sua camisola esburacada não são coisa nova debaixo do sol - disse Bertelef. - Havia outrora um filósofo cínico que se exibia nas ruas de Atenas vestido com uma túnica esburacada, para que todos o admirassem, vendo-o ostentar o seu desprezo pelas convenções. Um dia Sócrates encontra-o e diz-lhe: Vejo a tua vaidade pelo buraco da tua túnica. Também a sua porcaria, senhor, é uma vaidade, e a sua vaidade uma porcaria."

Milan Kundera, A Valsa do Adeus

Jorge Palma - Encosta-te a Mim

Uma das canções mais "comerciais" - detesto o termo, mas não me ocorreu outro - de Jorge Palma. Mesmo assim, é muito boa

15.11.07

Bate, mas devagarinho, tá bem?

So descobri esta pérola hoje. Através desta janela.

Two Tea to 222

Tá genial, de facto.

Na sua recente visita aos Estados Unidos, José Sócrates e a sua comitiva hospedaram-se num luxuoso hotel. Cerca das 17h00 Sócrates, pegando telefone, liga ao serviço de quartos e diz:

- "TU TI TU TU TU TU"

A recepcionista não compreende o que quer dizer o Primeiro-Ministro e, pensando que se trata de uma mensagem cifrada, avisa o FBI.

Num ápice, apresentam-se dois agentes que, postos ao corrente de tudo, mas não conseguindo desencriptar a mensagem, decidem chamar a CIA. Os serviços secretos mandam mais dois agentes ao hotel, os quais começam logo a investigar e a tentar decifrar a mensagem, mas sem qualquer resultado. Entretanto, José Sócrates volta a telefonar e todos o ouvem repetir:

- "TU TI TU TU TU TU"

Desesperados, CIA e FBI resolvem recorrer ao tradutor oficial da Embaixada dos Estados Unidos em Portugal. Um caça supersónico do Pentágono desloca-se ao Aeródromo de Figo Maduro e o tradutor é conduzido, sem mais delongas, aos Estados Unidos.


Chegado ao hotel, e posto ao corrente da situação, o tradutor disfarça-se de criado, vai aos aposentos de José Sócrates e... descobre o mistério: - O Primeiro-ministro português queria dizer, no seu inglês técnico (da Universidade Independente): " two tea to 222 "»

Sobre corrupção (e sobre outras coisas)

É bom que se separem as águas. Aqueles que comprovadamente tenham prevaricado devem “apanhar pela medida grande”. É bom que se investigue e que se vá até ao fundo. E que se olhe para todos os lados. Só assim quem trabalha honestamente (a esmagadora maioria) livrar-se-á de rótulos, deixará de ser alvo de suspeitas lançadas, muitas vezes, por quem não conseguiu entrar no sistema. Só assim acabarão os vergonhosos julgamentos em praça pública. E só assim os argumentos políticos ganharão o debate, tal como acontece em qualquer sociedade normal, pondo fim a este período nitidamente esquizofrénico. A sociedade madeirense precisa libertar-se de fantasmas. Porque estamos todos fartos dos fantasmas, mas também daqueles que os agitam. Porra, que provem a merda que dizem ou que vão à borda merda!

Pergunta II

Cartazes gigantes onde se incluem citações retiradas do contexto de modo a que pareçam acusações, cartazes esses que se traduzem num julgamento em praça pública são "informação". Perfeitamente desnecessária, de resto, uma vez que as próprias citações são retiradas de órgãos de comunicação social. Mas quando a resposta é dada na mesma moeda tranforma-se em "calúnias" e "ofensas". Porquê?

Pergunta

Porque será que não vejo, em nenhum dos blogs "amantes da liberdade", uma referência à indecorosa posição da Direcção Nacional da RTP face a José Rodrigues dos Santos. Pois, quando nos toca a nós...

Memórias que não se apagam




Parece ser um bom filme, com argumento e realização de Dinarte Freitas e produção de Eduardo Costa. Para já, gostei muito dos arranjos musicais, do tom sépia e da fotografia (especialmente das paisagens). Parece que as interpretações também estão boas. O argumento não é genial ou original, mas pode estar bem trabalhado (não conheço o guião). Aguardo por poder vê-lo e desejo os maiores sucessos à equipa. Parabéns, por mais que não seja, pelo arrojo e coragem!
Fica, ainda, aqui uma entrevista ao realizador e ao produtor.

PS - Já estreou, ou não? De acordo com o Jornal da Madeira já, mas de acordo com a entrevista apenas estreou o trailer. Alguém pode me esclarecer?

14.11.07

Ad argumentandum tantum

A reboque da suposta necessidade de aprovação do Tratado Europeu, apareceram a terreiro uns doutos defensores da democracia representativa que, entre outras patacoadas, defendem a subscrição do documento sem a sua submissão a um referendo nacional.
Querem fazer-nos crer que ouvir a voz do povo é desnecessário, uma vez que o povo elegeu os seus representantes para que tomassem estas decisões em seu nome.
Ora, sem colocar a bondade e os méritos da democracia representativa, uma vez que não existe ainda melhor regime democrático, existem algumas questões que deixo aqui à reflexão dos leitores deste blog:

1. A democracia representativa não pode, de modo nenhum, inviabilizar esforços para reforçar a democracia participativa. O caminho é lento e com alguns retrocessos, é verdade, mas os insucessos não podem ser motivo para se abandonar o desbravamento deste terreno da participação. O cidadão deve ser chamado a participar e cabe às instituições democráticas criarem condições para tal. Ou a construção europeia não deverá ser alicerçada cada vez mais na participação?;

2. Nunca a adesão portuguesa à União Europeia foi referendada pelo povo português, como se não fosse importante ouvir os cidadãos sobre a integração num processo político que ruma ao federalismo. Esta seria uma óptima oportunidade. Ou não?;

3. Em qualquer país da UE (excepto, por razões óbvias, os países com adesões recentes), as legislativas europeias são as eleições com maior nível de abstenção. Isto demonstra que aos cidadãos pouco interessa o que os burocratas de Bruxelas e Estrasburgo andam a fazer. É fundamental envolver mais os cidadãos no processo de construção europeia. Porque o desinteresse das populações pode fazer abortar o processo;

4. No caso português, nas últimas legislativas todos os partidos concordaram com a necessidade de um referendo. Os governantes não podem continuar a fazer promessas sem qualquer respeito pelo seu cumprimento.

Apesar de tudo isto, e também ao contrário do que afirmam os pseudo-arautos da democracia representativa, eu sou a favor da ractificação do Tratado Europeu. Querem passar a ideia de que só defende o referendo os que estão contra o documento, quando na verdade o que não querem é o "incómodo" dessa "chatice" que dá pelo nome de sufrágio universal.

Sobre a necessidade da dignificação da ALR

Parece que recentemente ocorreu mais um espectáculo deprimente nesse autêntico circo que dá pelo nome de Assembleia Legislativa Regional (ALR). Desta feita, opôs os deputados Baltasar Aguiar e Jaime Ramos, este último já veterano nestas coisas de falta de civilidade e urbanidade na relação que mantém com os seus colegas deputados.
Este foi mais um episódio anedótico que em nada contribui para a dignificação da instituição-símbolo da Autonomia madeirense. Na minha opinião pessoal, deveria ser caso para perda de mandato. Porque o povo não vota nestes senhores para se comportarem como garotos de calhau. Se não têm qualquer respeito pelas suas imagens, problema deles, mas quando põem em causa a dignidade da Assembleia Legislativa Regional, o problema é também nosso, eleitores.
Se houvesse um regimento ético sério, estas lamentáveis cenas não se repetiriam, com certeza, com a frequência habitual.

Por outro lado, acho que começa a ser fundamental reflectir-se sobre o estatuto de deputado à ALR. Porque em nada contribui para a dignificação da ALR haver esta quantidade brutal de deputados que paralelamente exercem inúmeras outras actividades. Que rigor, que competência, que entrega, que honestidade – porque não? – pode-se esperar de um deputado que passa duas horas na Assembleia e sete no seu escritório? Porque a verdade é que muitos deputados são mais conhecidos pelas suas actividades empresariais ou de advocacia durante os seus mandatos do que pela sua actividade política. E não se pense que chegaram a deputados devido a esse prestígio profissional. Não, muitas vezes ganham prestígio, apenas porque são deputados.
Vai sendo tempo de dizer basta!
A Assembleia Legislativa Regional precisa de ser libertada, rapidamente, dos abutres que dela se alimentam. Porque não sendo ainda cadáver, está já demasiado depenicada. Temo que qualquer dia, sem que se dê por isso, esteja irremediavelmente ferida de morte. Para prejuízo da Madeira e dos madeirenses.

Porque o original já tinha sido pedido


The Blower's Daughter, by Damien Rice

Quedas no Azul

"O Sol deixara de estar no meio do céu. A luz incidia na terra de forma oblíqua. Aqui, era a vez de um cantinho de nuvem se incendiar, de pronto se transformando numa ilha incandescente onde nenhum pé seria capaz de poisar. Aos poucos, todas as nuvens se deixavam apanhar pela luz, o que fazia com que as ondas se iluminassem com setas enfeitadas de penas, as quais caíam de forma desordenada no azul."

Virgínia Woolf, in As Ondas

Regresso

Um problema de saúde um bocado chato manteve-me arredado do computador durante uns tempos. Daí o meu silêncio.
Parece, contudo, que se não completamente debelado, a recuperação desse problemazito está a ser positiva pelo que me autorizei a regressar à blogosfera.