Há dias que desaTino. Ultimamente, então, acontece com frequência.
Sei que isto da blogosfera não passa de uma massagem ao ego de todos nós - em que nos julgamos muito lidos, muito queridos, muito odiados, muito comentados. Razão que me faz, constatemente, recordar que o que por aqui se escreve não passa de meia dúzia de opiniões passageiras, por vezes nem bem pensadas e, frequentemente, parcas de argumentação e fundamentação. "A espuma dos dias"... (para citar tipo da Erva Vermelha (?!), um tal de Boris Vian - para introduzir aqui um laivo intelectualóide).
Por isso, contra o meu narcisismo e vaidade, que me gritam elogios, impõe-se a razão e o discernimento: tudo isto são balelas, que se perdem na infinitude do ciberespaço.
Contudo, se tento não me levar a sério, por vezes não consigo evitar levar os outros com seriedade (sim, eu sei, é um defeito que tenho). Mesmo quando escrevem tontices mais tontas do que aquelas tontices que eu escrevo (perdoem-me a redundância, que não passa de uma tentativa falhada de criar um pleonasmo). E perco ainda mais o Tino, quando vejo o dito sem ele. Que é o que tem acontecido com muita frequência nos últimos tempos quando leio as tiradas dasaustinadas e desaTinadas, superficiais e balofas, acerca da educação, de democracia, de política (mas quem é que disse que havia Tino para a política? Quem criou essa fantasia, sem qualquer Tino?).
Hoje, voaram farpas da Madeira, que me acusaram de falar do que não sei. Frequentemente o faço. E, não obstante a tal louca e vã vaidade, tenho disso consciência. O que já é bem mais do que se pode gabar o Tino (que o tem sequestrado, pois não se vê), que para além de não saber, escreve acerca disso, como se isso desconhecesse.
Mas, apesar do meu desaTino, e porque quero manter algum (ou, pelo menos, continuar iludido de que não sendo, tenho - ser ou ter?, eis a questão), deixo aqui uma sugestão com (penso eu) algum Tino: ousarmos ler aquilo que se comenta (e nem sequer é preciso hermenêutica) ajudaria a não pensarmos ou escrevermos as tais tontices, das quais não conseguimos fugir. Que é como quem aconselha: volta lá atrás e lê o que escrevi. Repara agora nas interrogações do terceiro parágrafo. E, se não achares muito cansativo, lê mais qualquer coisinha lá para a frente. Agora, relê o que escreveste. Percebes o que tento insinuar, ou é preciso um desenho?
Posto isto, uma pergunta: porque raio isso apenas aconteceu com o PS?
"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
10.9.09
9.9.09
Primas-donas, democracia, atrasos ou o que vale o nosso voto!|
Vejo, infelizmente sem surpresa, o histerismo dos socialistas relativamente a pequenos “fait-divers” da campanha eleitoral.
A rapaziada acotovela-se para denunciar a “infâmia” dos demais membros de uma junta de freguesia não fazerem o favor de esperar que um (alto) representante socialista se dignasse a aparecer na reunião agendada para as 18h00. Esta mesma reunião que agora parece fundamental ao sistema democrático, mas que para o tal representante não deveria ser assim tão importante, atendendo ao atraso.
Neste caso, onde falta muito a esclarecer (quando é que o senhor chegou? a que horas terminou a reunião? poderia a reunião ter-se realizado sem a presença de todos?), também não fica bem o DN-Madeira. A notícia fala em juntas, no plural, mas o único caso relatado é o do Estreito da Calheta. O resto, é pura especulação (“ao que tudo indica”; “não foi possível confirmar”). Por outro lado, também não deixa de ter alguma piada a acusação de fraude eleitoral, feita ao PSD. Admito que a atitude, a ser legal, pode até ser demasiado intransigente. Mas daí até se achar que os autarcas do PSD fizeram-no para manipular os resultados eleitorais, vai uma longa distância. É que tenham lá um pouco de paciência e não se exponham, assim, a este ridículo. Que medo poderá ter o PSD de um partido que, eleitoralmente, vale 15%?
A rapaziada também anda histérica com a boleia que Manuela Ferreira Leite recebeu do presidente do Governo Regional, para uma inauguração que seria feita pelo presidente do Governo Regional, onde iria participar a convite do presidente do Governo Regional. Parece óbvio, não é? Mas deixo, ainda, mais uma pergunta: quantas vezes já não terá andado a jornalista do DN, que corajosamente denunciou esta ignomínia, à boleia de veículos oficiais?
O terceiro motivo para o histerismo é o “fuck them” de Alberto João Jardim. Este sim, desproporcionado, despropositado e desnecessário.
A curiosidade disto tudo é que as damas que ora se mostram ofendidas, são as mesmas que não vêem problema nenhum na ingerência do PS na informação de uma televisão; a quem não incomoda que o primeiro-ministro inaugure hospitais de onde as camas são retiradas; que empreenda negócios ruinosos para o país, a favor de amigos, como o caso das autoestradas; ou do ajuste directo para o Porto de Lisboa; ou da Galp, ou o do BPN. A estas prima-donas, não lhes incomoda que o candidato a PM seja suspeito de corrupção; ou que não consiga explicar que raio de curso, afinal tem (provar as habilitações literárias deveria ser a coisa mais simples do mundo mas, curiosamente, Sócrates não o consegue fazer); ou que esteja envolvido em licenciamentos manhosos e outros processos muito pouco transparentes; ou que, pateticamente, afirme que nem sabia que Pina Moura já tinha saído da Prisa; que mentiu e fez promessas vãs nas últimas eleições e que se prepara para fazer o mesmo agora.
As mesmas damas, que estiveram caladinhas ao longo de 4 anos, perante as atitudes mais prepotentes e anti-democráticas assumidas pelos dos caciques e capitães locais que o PS espalhou pelo país, eriçam-se todas, agora, por uma boleia no carro do presidente do Governo Regional e esse parece ser o tema mais importante da campanha.
É assim, meus amigos, que se vê a coerência desta gente. Assim é que se vê o que esta gente vale e o que vale o nosso voto, nas suas mãos.
A rapaziada acotovela-se para denunciar a “infâmia” dos demais membros de uma junta de freguesia não fazerem o favor de esperar que um (alto) representante socialista se dignasse a aparecer na reunião agendada para as 18h00. Esta mesma reunião que agora parece fundamental ao sistema democrático, mas que para o tal representante não deveria ser assim tão importante, atendendo ao atraso.
Neste caso, onde falta muito a esclarecer (quando é que o senhor chegou? a que horas terminou a reunião? poderia a reunião ter-se realizado sem a presença de todos?), também não fica bem o DN-Madeira. A notícia fala em juntas, no plural, mas o único caso relatado é o do Estreito da Calheta. O resto, é pura especulação (“ao que tudo indica”; “não foi possível confirmar”). Por outro lado, também não deixa de ter alguma piada a acusação de fraude eleitoral, feita ao PSD. Admito que a atitude, a ser legal, pode até ser demasiado intransigente. Mas daí até se achar que os autarcas do PSD fizeram-no para manipular os resultados eleitorais, vai uma longa distância. É que tenham lá um pouco de paciência e não se exponham, assim, a este ridículo. Que medo poderá ter o PSD de um partido que, eleitoralmente, vale 15%?
A rapaziada também anda histérica com a boleia que Manuela Ferreira Leite recebeu do presidente do Governo Regional, para uma inauguração que seria feita pelo presidente do Governo Regional, onde iria participar a convite do presidente do Governo Regional. Parece óbvio, não é? Mas deixo, ainda, mais uma pergunta: quantas vezes já não terá andado a jornalista do DN, que corajosamente denunciou esta ignomínia, à boleia de veículos oficiais?
O terceiro motivo para o histerismo é o “fuck them” de Alberto João Jardim. Este sim, desproporcionado, despropositado e desnecessário.
A curiosidade disto tudo é que as damas que ora se mostram ofendidas, são as mesmas que não vêem problema nenhum na ingerência do PS na informação de uma televisão; a quem não incomoda que o primeiro-ministro inaugure hospitais de onde as camas são retiradas; que empreenda negócios ruinosos para o país, a favor de amigos, como o caso das autoestradas; ou do ajuste directo para o Porto de Lisboa; ou da Galp, ou o do BPN. A estas prima-donas, não lhes incomoda que o candidato a PM seja suspeito de corrupção; ou que não consiga explicar que raio de curso, afinal tem (provar as habilitações literárias deveria ser a coisa mais simples do mundo mas, curiosamente, Sócrates não o consegue fazer); ou que esteja envolvido em licenciamentos manhosos e outros processos muito pouco transparentes; ou que, pateticamente, afirme que nem sabia que Pina Moura já tinha saído da Prisa; que mentiu e fez promessas vãs nas últimas eleições e que se prepara para fazer o mesmo agora.
As mesmas damas, que estiveram caladinhas ao longo de 4 anos, perante as atitudes mais prepotentes e anti-democráticas assumidas pelos dos caciques e capitães locais que o PS espalhou pelo país, eriçam-se todas, agora, por uma boleia no carro do presidente do Governo Regional e esse parece ser o tema mais importante da campanha.
É assim, meus amigos, que se vê a coerência desta gente. Assim é que se vê o que esta gente vale e o que vale o nosso voto, nas suas mãos.
6.9.09
A minha observação mantem-se
Bem, o senhor diz que não é membro da Comissão Política do PS. Só da Comissão Política do PS de Santa Cruz. Fica feita a correcção. Quanto ao resto, meu caro, no essêncial a minha observação mantem-se. Você confunde o fim abrupto e inexplicável de um telejornal (será que assim fica mais claro?) de dimensão nacional (o mais visto, aliás) com a suspensão, em período eleitoral, de um programa de opinião numa televisão regional. Programa, aliás, que você criticou várias vezes, tendo-lhe até dedicado muitos posts seguidos. Em resumo, confunde o inconfundível. O problema não é um dos conteúdos ser nacional e outro regional. O problema é que um deles é informação, quer você queira quer não, e o outro é opinião. Quanto às suas mudanças de posição, creio que os seus camaradas do Farpas poderão, como o fizeram há uns tempos, expô-las. E dou por fim a minha participação nesta troca de argumentos.
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