16.6.07

País de matraquilhos (2)

António Balbino Caldeira, do blogue Portugal Profundo foi constituído arguido num processo relacionado com a (falta de) licenciatura do bacharel Sócrates.

Depois do caso da DREN, depois do caso da Associação de Professores de Matemática, depois do receio demonstrado por alguns empresários, depois das tentativas do gabinete do PM tentar controlar os media, este é mais um sinal de que todos os democratas terão qu estar muito atentos. Porque esta gente não é só incompetente e oportunista. É perigosa!

Escolhas difíceis


Muito difícil escolher uma delas.
Esta, ou esta?

Pronto, fico com as duas!

15.6.07

Relax!

Só para relaxar!

Graçolas

Afinal o Baltasar tem ideias. Más, como se pode ver pela sua tomada de posição relativamente à doação de sangue, mas tem ideias.

É caso para dizer que a graçola do PND não se ficou pela campanha. Está para durar!

Coerência ou falta dela

Não percebo os socialistas da Madeira. Tão zelosos que são na denúncia dos atentados à democracia madeirense, mas continuam calados que nem ratos relativamente à prepotência da camarada de partido directora da DREN. Coerências!

O Mundo de Lady Arwen

Outro blog de cá. Da Joana Martins. Chama-se "O Mundo de Lady Arwen" e já está nos links ao lado.

O apito

O Sr. Pinto da Costa foi indiciado por corrupção desportiva. Há mais de 20 anos que os rumores sobre as conquistas do FC Porto são abundantes e enredos divertidos para alucinações variadas que resumem bem uma certa mesquinhez e a inveja pátria pelo sucesso alcançado, ou pelas águas agitadas, que destronaram da ribalta as antigas elites subjugadas para os lugares secundários. Mas todo este processo é curioso: depois de se nomear uma super-equipa, liderada por uma super-procuradora, os resultados começam a dar finalmente, e literalmente, à Costa. Entre as milhares de escutas telefónicas e outras bagatelas, conseguiu-se este surpreendente feito – indiciar Pinto da Costa – num jogo que meteu o Estrela da Amadora em casa, numa época em que este desceu de divisão e o Porto, treinado por José Mourinho, passeava na aldeia ao mesmo tempo que conquistava a Europa. Como se percebe, não é difícil prever o resultado final desta fantasia. À força de se querer mostrar trabalho, muitas vezes se cai no ridículo e na falta de bom-senso. É presumido que um apito crie estrondo. Não que ingloriamente se silencie.

Uma campanha alegre

Sorridente, o Dr. Costa tem palmilhado quilómetros pelas ruas de Lisboa à caça do voto do transeunte mais distraído. O homem, com vitória praticamente assegurada, não apresenta nada de transcendentalmente novo com a notória excepção de uma obsessão desmedida pelos carros nas ruas de Lisboa que agita como bandeira eleitoral. O Dr. Costa promete, quanto a este assunto, muita firmeza: acabar com o trânsito em algumas artérias, fechar ruas, impedir a circulação (penso que também de galinhas e burros), distribuir a torto e a direito bloqueadores pelos infractores. Em resumo, disciplinar os bárbaros, fazer avançar a civilização.


Aqui há uns anos o Dr. Costa promoveu uma célebre corrida entre um burro e um Ferrari (na calçada de Carriche, se não estou em erro), numa versão moderna da lebre e da tartaruga, embora com objectivos ligeiramente diferentes. O Dr. Costa sempre foi muito modernaço e radical. E giro nestas suas estrondosas ideias, feitas muitas vezes para aparecer na comunicação social. Ele agora sonha colocar toda a gente a andar de transportes públicos, tornando a cidade mais respirável, mais ordenada e livre dessa chatice automóvel. Eu nada tenho contra o assunto, se bem que usar ou não usar carro seja um problema que só a mim diga respeito e, pormenor, nem sequer more em Lisboa. No entanto, espero que o Dr. Costa, quando não estiver a andar de burro, que pelo menos abandone as mordomias do carro e do motorista. E que ande, se não for muito incómodo, nas carruagens do metro apinhado, com gente que desconhece o desodorizante. Vai ver que é uma experiência inesquecível.

Sem cerimónia

O Prof. Cavaco ficou irritado com a transmissão das cerimónias do 10 de Junho por parte da RTP. Em carta dirigida à administração, o nosso chefe de Estado, fez saber que aquele comportamento – uma transmissão não integral de um dia comemorativo – não tinha cabimento nem justificação. A RTP, obediente, recebeu a queixa e apressou-se a pedir desculpa como lhe convinha.

Entretanto, o remédio milagroso encontrado para corrigir a asneira, passa por transmitir as partes não transmitidas já no próximo domingo, tentando assim contentar o Presidente da República e sossegar a sua fúria.

Como é evidente, eu nem tinha dado pelo assunto. Passar um feriado agarrado à televisão a ver cerimónias decorativas não faz parte das minhas prioridades e no próximo domingo, aviso já, tenciono dar nova falta de comparência. Mas ainda assim, este histerismo faz-me lembrar uma história velhinha que se calhar se enquadra aqui. Dois compadres, gastos pela vida, estão sentados numa praça, no Alentejo. Discutem entre si os casamentos duradoiros que ainda mantêm. De repente, um pergunta ao outro: “Compadre, você que há tantos anos está casado, continua casado por amor ou por interesse?” Responde o outro, depois de muito pensar: “Deve ser por amor, que interesse eu não tenho nenhum”. Nem mais.

Berardo lança OPA sobre o Benfica

Esta é, definitivamente, a noticia do dia. Não sei se Berardo está a servir de intermediário (comprando agora para vender com mais valias a um grupo estrangeiro), ou se, como me dizia um amigo, tem tanto dinheiro que quer cumprir o sonho de ser presidente do Benfica. Mas uma coisa é certa: o comendador marcou pontos na esfera mediática. Será, com toda a certeza, o centro das atenções nas próximas semanas. E Berardo sabe melhor do que ninguém que a expressão "o segredo é a alma do negócio" começa, de facto, a estar desactualizada...

De qualquer maneira, não acredito que a OPA sobre o Benfica chegue a bom porto. Porque no futebol, muitas vezes a paixão fala mais alto que o negócio.

Lol


-
- Então, tudo bem?
- que faxes?
- Trabalho. Não percebi o la...
- ah! poix falxeou... enganeim em fes d por ola pos la. lol. cm estax?
- Bem, um bocado atrapalhado com o trabalho, mas de resto está tudo bem...
- lol. tou ferias. Prontox, já te eskecex t. lol. ta e cause a acabar. ye n segunda volto a base
- E que fazes, nas férias?
- vou sair daki a pouco. vou ate ao fx c amiga e dps praia. inda n s ke praia. sei k tenho k ir ao fx e dps venho a casa pa pensar onde vou
- Ok, fica bem, vamos falando.
- Poix. lol. Bj.


Excerto de uma conversa no msn. Alguém percebeu alguma coisa? Lol (laughing out loud)

14.6.07

Breves

Canalhas!
Os socialistas da FESAP lá fizeram o jeitinho ao Governo e deram o seu aval subserviente ao sistema de vínculos, carreiras e remunerações dos servidores do Estado.
Numa palavra: canalhas!

Perguntar não ofende
Depois do nobre líder anunciar que as reformas aprovadas irão aproximar Portugal dos países mais desenvolvidos da Europa, apenas uma perguntinha: quando é que irão aproximar os ordenados aos praticados nesses mesmos países?

A Sombra do Vento

Tinha-o na estante há algum tempo. Foi oferecido à minha namorada e ainda não o tinha sequer folheado, como costumo fazer com qualquer livro que nos entre porta adentro. Apesar do título ser sugestivo. Mas não conhecia o autor e o sucesso de vendas não abonava em seu favor. Por isso, foi ficando. Haviam outras prioridades. Até que certo dia, ao passar os olhos pela estante, procurando um novo companheiro de viagem, fui atraído pela sua lombada. Retirei-o. Meio contrafeito, pensei que já ia sendo tempo de me dedicar a ele. Nem que fosse para depois o voltar a enterrar no lugar que ocupava, próximo de Voltaire e de Júlio Verne (que, aliás, achava um crime, mas na ala de ficção da minha biblioteca não tenho outro autor cujo apelido se inicie por Z).
O primeiro parágrafo aprisionou-me. Sabia que dali já não voltaria a querer sair.

"A Sombra do Vento" é uma daquelas histórias fantásticas, contada por uma voz igualmente fantástica. Não existem muitos livros assim: boas histórias, bem contadas. Carlos Ruiz Zafón consegue esta simbiose perfeita que faz com que todos os minutos passados na sua companhia sejam de puro deleite.

E, como Daniel Sampere - protagonista da história que procura, incessantemente, descobrir Julián Carax, autor da Sombra do Vento -, também eu tentarei descobrir outras histórias do autor. Porque a descoberta deste primeiro livro assim mo impõe.

Ilustração de João Cóias, que representa Julián Carax, ou Laín Coulbert. Roubada daqui.

Seremos assim tão diferentes?

Entendo a defesa da vida por parte da Igreja Católica. Mas posições como esta, que revelam a intransigência própria de um qualquer ayathola iraniano, são absolutamente indefensáveis. Às vezes, pergunto-me se somos tão assim tão diferentes daqueles a quem condenamos...

13.6.07

Gulag Orkestar



A minha nova aquisição discográfica. Gulag Orkestar, dos beirute.

(eu sei, ando atrasado, o disco já saiu em 2006...)

Mas podem crer que vale mesmo a pena.

Para desfazer dúvidas, dirijam-se aqui.

Sorte

Mais uma vez, Bush mostrou o pouco que conhece do mundo. Entusiasmado com o único banho de multidão que teve nos últimos anos - sem que a multidão estivesse lá para o apedrejar, como é óbvio - resolveu misturar-se com aqueles que o aplaudiam. Esqueceu-se de um pequeno detalhe: estava na Albânia, sítio parecido ao Casal Ventoso, mas para pior. Resumido: "gamaram-lhe o relógio". Uma mísera máquina, é verdade. Uma reles imitação que custa 50 dólares, também é verdade. Mas quem, no seu perfeito juízo, se mistura com uma multidão de albaneses? Já ter ficado com os sapatos foi uma sorte do caraças...

12 compromissos

Os 12 compromissos de Giuliani:

1. Manter a América na liderança da Guerra contra o terrorismo;

2. Acabar com a imigração ilegar, garantir a segurança das fronteiras e identificar todos os ilegais;

3. Restaurar a disciplina fiscal e cortar nos gastos desnecessário da Administração Federal;

4. Cortar impostos e reformular o sistema fiscal;

5. Impor discilina financeira na Administração Federal;

6. Liderar a América rumo à independência energética;

7. Garantir aos americanos maior controlo sobre os sistemas privados de segurança social;

8. Aumentar o número de adopções, diminuir o número de abortos e proteger a qualidade de vida das crianças;

9. Reformar i sistema legal;

10. Garantir que todas as comunidades nos EUA estão preparadas para lidar com catástrofres naturais ou motivadas por ataques terroristas;

11. Garantir a todos os jovens americanos o acesso a um ensino de qualidade;

12. Aumentar o envolvimento dos EUA na Economia global;

12.6.07

A cara do Rudy

O meu amigo Sancho perguntou, e bem, o que fazia o Rudy por cá. Pois bem, meu caro, é fácil responder. Hoje, o presidente dos EUA tem enorme influência na vida diária de todos nós. De resto, acontece o mesmo com o presidente do Banco Central Europeu e com o Presidente da Comissão Europeia. Ou com os directores da Google ou da Microsoft. Se calhar, as decisões de qualquer um destes senhores pesam mais na nossa carteira que as prelecções do Dr. Cavaco. Sendo assim, e naquilo que pudermos, acho que devemos tomar uma posição, mesmo que para o universo isso "seja igual ao litro". Parece-me, por aquilo que já ouvi e li, que o Giuliani é o melhor de todos os candidatos às presidênciais americanas. Bem melhor que a senhora Clinton ou que o senhor Obama. Bem melhor que John McCain e ou do que o inacreditável Mitt Romney. O facto de Rudy aparecer por aqui, no canto superior direito, é discutível. Porque pode confundir-se com uma posição do blog (coisa que, aliás, não existe, para bem dos nossos pecados!). E até aceito que os restantes conspiradores não o queiram ver onde está. Se for esse o caso, retiro-o imediatamente, sem lhe dar direito a recurso. Mas se outro membro da tripulação desta "nau sem rumo" tiver outra opção "presidencial" - mesmo que seja ele próprio o candidato, ou o Manuel da Bexiga - pode, sem qualquer problema, afixar a carantonha que apoia. E se quiser pôr gajas boas só porque sim, também tá à vontade. Até porque esteticamente o Rudy não é grande ajuda para aumentar o número de visitas.

Abraço, caro amigo Sancho.

Gonçalo

11.6.07

O futebol às vezes também é arte

Já falta pouco. 90 minutos para ser exacto, para celebrar mais um título.

Mas espero que este homem não consiga roubar a bota de ouro a este, que para mim é simplesmente o melhor jogador do mundo. E ele merece-a.

O dia da raça

Comemorou-se ontem o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Não sei bem o que há para comemorar, mas o dia é repetitivo até dizer chega. Há uns discursos, há umas paradas, há uns recados a seguir às paradas, há uns comentários aos discursos e há umas análises políticas geralmente mais ricas e imaginativas que o cinzento dos discursos em si. E há sempre alguém que não desiste ou não se resigna, o que é quase a mesma coisa.

Este ano, o Prof. Cavaco apostou em voltar à circularidade discursiva: não há ali uma única ideia que um político normal não defenda nem nenhuma ruptura que um político normal não proponha. Mas as entrelinhas do vazio são sempre utilizadas para ver ali uns recados e uns conselhos ao governo, num papel que assenta que nem uma luva ao Chefe de Estado, mas que desafia as mais elementares leis de Lavoisier.

Este ano, o Prof. Cavaco, à semelhança de outros momentos, propõe-se não se resignar perante o baixo crescimento económico ou as elevadas taxas de abandono escolar, coisas, que como todos nós sabemos, nunca ninguém se lembrou de combater.

Não sei em que país o Prof. Cavaco tem vivido, mas com certeza dista umas boas milhas deste Portugal, cuja margem sul, a título de espectáculo de variedades, foi recentemente equiparada por um ministro a um deserto para gargalhada geral da fauna pátria.

Viver neste ambiente é na realidade complexo. Por um lado, toda a gente gosta de ouvir e concordar com os recados, sempre muito propositados e influentes no momento, mas que meia dúzia de dias depois já foram convenientemente esquecidos e embolsados. Por outro lado, toda a gente sabe que ninguém fará absolutamente nada para mudar coisa alguma e que para o ano nova não resignação tomará forma e corpo para substituir a anterior sem ninguém dar pelo assunto nem pela demora.

É por isso que celebrar o Dia de Portugal quando nada há para celebrar não me parece apenas contraproducente: é também ingénuo, despropositado e, temo eu, cada vez mais vazio.

País velho, armas novas

O primeiro-ministro veio anunciar, recentemente, um conjunto de pomposas medidas destinadas a promover o uso das novas tecnologias por parte dos portugueses, em geral, e dos nossos alunos, em particular. Distribuir computadores e prometer banda larga faz parte da demagogia tecnológica, muito em voga desde que um célebre plano ganhou forma e expressão.

Não muito longe dali, descobriu-se que a prova de aferição de português, por exemplo, não contabilizava os erros ortográficos e gramaticais dos alunos, porque não era isso que importava para a avaliação dos nossos petizes. Não se espante caro leitor, porque não é o único a se sentir desactualizado no tempo e com estes revolucionários métodos. Eu próprio todos os dias duvido se não estarei a viver na quinta dimensão e tento me lembrar se alguma vez deixei de ser avaliado sem qualquer sucesso.

Entretanto, para resolver esta manifesta chatice que é estudar, optou-se por distribuir computadores, o que é bem mais popular que ensinar a compreender ou a escrever um texto nessa curiosidade que se chama língua portuguesa. Os alunos, cada vez mais preguiçosos e menos estudiosos (para não lhes chamar o simpático nome de estúpidos), limitam-se a seguir a onda que há muito tempo nos legou a cauda da Europa. Fica a atitude e uma quase convicção: com a distribuição de computadores, com toda a certeza, que o país tecnológico acordará já amanhã pronto para os desafios do futuro, mesmo que ninguém pesque nada de português, de matemática, de filosofia e de outras disciplinas que aparentemente estão há demasiado tempo a mais na nossa esquálida educação.

O computador não é apenas o instrumento/ferramenta: é também o paradigma que nos trará, garantem, a felicidade suprema. Na realidade, com os computadores ligados com “banda larga” (será isto uma estratégia?), pode-se entrementes copiar quase tudo, incluindo as asneiras, e a Wikipedia, um género de projecto, pode-se assumir como um complemento a um saber gratuito e medido ao pacote, sem direito a grande refutação e verificação, mas também sem direito a grande nota. O próprio computador traz ainda, recorde-se, a máquina de calcular incorporada (que evita saber a arcaica tabuada), dicionário para mudar as palavras repetidas (que sempre é melhor que ler os Maias ou outra obra chata qualquer) e joguinhos em rede (úteis para as horas mortas ou para ajudar a descomprimir do fastidioso estudo). Com tanta potencialidade nesta máquina sagrada, não se pode estranhar a inutilidade do saber tradicional, ultrapassado pela direita pelo rato do computador, esteticamente mais interessante que a Bic Cristal ou o lápis da Faber de antigamente.

Perante tanta facilidade e sublimes vantagens, resta-nos esperar que os jovens lusitanos, quando não estiverem a navegar na internet, no msn a desenvolver as novas palavras da língua portuguesa ou a brincar à batalha naval, se lembrem de participar no second life, um jogo virtual que como o próprio nome indica, permite-nos viver uma segunda vida, desta feita, virtual.

Quem sabe, os petizes não tentam experimentar viver uma vida perfeita, onde as dificuldades são ultrapassadas sem grande esforço, onde não há provas de português, de matemática ou de qualquer coisa parecida com a filosofia e onde toda a gente é muito feliz e contente para gáudio dos indígenas? Como é evidente, qualquer semelhança entre a realidade e as vidas por eles escolhidas, será sempre pura coincidência. Quem vos disse que a vida não é fácil?

A chibadela

Um professor, talvez por acaso ex-deputado do PSD, a título particular, teceu um comentário jocoso relativamente à licenciatura inexistente do primeiro-ministro. A piada, inocente nos dias que correm e dita em off, foi entretanto utilizada por quem a ouviu, para denegrir e penalizar o referido professor, através de uma queixa à chefe do serviço, uma senhora pouco mais que idiota, curiosamente promovida muito recentemente por bom comportamento.

A política da chibadela começa a dar infelizmente os seus frutos. Desde que se prometeu fazer de 700 mil funcionários públicos os pilares do combate à corrupção através da denúncia (que muitas vezes é um outro nome para inveja, má língua e outros adjectivos de igual calibre) que este país se apressou a entrar na moda pidesca, de que a futura caça aos fumadores e a actual aos jornalistas (patrocinada por um ministro sinistro e muito perigoso) são apenas dois outros pequeninos exemplos. É por estas alturas que me lembro sempre daquela história muito velhinha: primeiro vieram buscar o meu vizinho, mas eu não liguei porque não era nada comigo.

Por mim, antes que a praga alastre, faço aqui uma singela sugestão: apliquem o processo disciplinar ao contrário, ou seja, condenem já o delator e a sua subserviente directora, aplicando-lhes 50 chibatadas que sirvam de exemplo e de travão a outros oportunistas e engraçadinhos. Acham demasiado? Por favor: substituam o chicote por um bom vime. Faz menos mossa, mas a marca, no lombo, permanecerá inesquecível.

Sífilis censurada

O que falta dizer sobre o imenso Portugal, o império colonial:

"Sabe, no fundo eu sou um sentimental
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo
(além da sífilis, é claro!)
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar
Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora..."

Fado Tropical
Composição: Chico Buarque/ Ruy Guerra, para a peça CALABAR

What a hell..


Se me permitem, apenas uma perguntinha (ou duas): que raio está a fazer o Giuliani na Conspiração? Terá sido a mais recente aquisição?

O voo entre a Ota e a Margem sul

Não sei se a intenção do Governo, ao solicitar um parecer ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) é séria - é legítimo pôr em causa a seriedade deste governo, depois de todo o enredo que tem sido o processo do novo aeroporto. Nem sequer tenho opinião formada sobre a sua localização (se bem que dava-me mais jeito que ficasse situado na margem sul). Alcochete, Poceirão, Ota, Terreiro do Paço: dá-me igual ao litro. Podem colocá-lo onde quiserem, até sobre o Palácio de São Bento, se essa for a localização mais indicada.
Saúdo, contudo, a decisão do Governo em solicitar o estudo ao LNEC. Acho que é uma decisão sensata e ponderada, depois de uma gestão tão desajeitada deste processo, como tem sido a de Mário Lino.
Pensar-se-ia: bem, agora é que o processo pode começar a andar de forma transparente. Nã, nã, nã, não!! Não basta.
Existem demasiadas suspeitas sobre o processo, demasiadas incoerências, que fazem abanar o sininho contra aldrabices que temos cá dentro. E levantam-se-nos algumas questões.

1ª Se Alcochete é uma tão boa localização, a ponto do Sr. ministro mandar estudar a possibilidade, mal a CIP a propõe, porque raio é que o Sr. ministro insistia em garantir que não havia alternativa à Ota? Porque é que não foi equacionada esta possibilidade?

2ª Há duas semanas, o sr. ministro afirmava ser um suicídio construir um aeroporto na margem sul: o que é que mudou deste então? Houve uma debandada das terras do norte que não tenhamos dado conta? De repente, surgiram oásis no meio do deserto que justifiquem o investimento? Será que a Lusoponte deixou de ter interesses, conforme afirmava descarado Vital Moreira? Será que já não corremos o risco de atentados terroristas, como muito bem alertava o Sr. Presidente da Assembleia?

3ª Que dignidade confere este sr. ministro à Assembleia da República, uma vez que escolhe um colóquio para fazer tão importante anúncio, em detrimento do local que seria mais adequado, isto é, em plenário? (Se bem que é delicioso: a continuar desta forma, qualquer dia o governo começa a tomar decisões na esplanada.)

4ª Se para além de Alcochete, existem outras alternativas, porque não estudá-las todas? Porquê só estas duas?

Claro que estas são questões, à clientela socialista e à populaça embevecida com o "nobre líder" (não sei porquê, mas lembrei-me agora do "nobre corcel" do Shrek), parecerão de lana caprina. Com certeza aparecerão os defensores de Sócrates e sus muchachos com explicações extremamente elaboradas para explicar o inexplicável (passe a redundância). Mas, apesar da desconfiança com que aguardo o esclarecimento destas e de outras questões, estou sempre aberto ao diálogo. Para que o descrédito não seja total, ainda aguardo ser convencido. Mas já sem grandes expectativas.

PS - Vá lá, pela primeira vez o Presidente da República fez o que já devia ter feito há muito: pôr aqueles srs. do Governo (para tentar ser educado) em sentido! Já ia sendo tempo.

Recuo

Mário Lino é, neste momento, o mais fragilizado dos ministros deste (des)governo socialista. E hoje, na Asembleia da República, foi obrigado a recuar, anunciando o adiamento, por seis meses, do concurso público para o novo aeroporto.

Após ter gritado que não havia tempo, nem necessidade, para mais estudos, após ter esbracejado e insultado, "meteu o rabinho entre as pernas" e lá cedeu, levando o Governo por arrasto.

Creio, no entanto, que se tratou de um recuo estratégico. Os "superiores interesses" da máquina socialista e daqueles que a alimentam obrigarão Sócrates a "optar" pela OTA. Para já, surgiu no terreno o aliado esperado, a Quercus. "A opção do Alcochete "é practicamente inviável"

(vá lá saber-se o que significa practicamente inviável! Ou é viável, ou não é, meus caros...)

Aliás, quando Almeida Santos veio a público, recentemente, utilizar o mais estapafúrdio dos argumentos para defender Lino e o Governo, defendendo também a construção do aeroporto na margem norte, mostrou claramente qual seria o caminho a seguir: para a OTA rapidamente e em força, porque é isso que a máquina quer.

De qualquer maneira há, por enquanto, uma pequena vitória de Marques Mendes e do PSD. Os "social-democratas" marcaram a agenda, contaram com o apoio de Cavaco e obrigaram o Governo a recuar. O tempo poderá, contudo, transforma-lá numa "vitória de Pirro"...

10.6.07

Tenho um amigo que já viajou por meio mundo. Já passou pela Índia, China, Japão…… e por vários países da América latina. A Europa é a sua casa.
O caso vem a propósito do 10 de Junho, dia da “valente nação”.
O curioso é que ele não fala inglês.
Um destes dias perguntei-lhe o que é que ele achava do nosso país, em relação aos outros por onde já passou? A resposta foi bem portuguesa. “Dizemos mal disto, mas não é dos piores. Temos coisas muito boas.”

Num outro dia ouvi uma senhora dizer com muita piada que gostou muito da Alemanha. Dizia ela que aquilo estava tudo impecável. Muito limpo, as casas eram um encanto, que existia segurança e que ninguém roubava nada. Serviu-se do exemplo dos jornais que deixam pela manhã à porta de casa…. No entanto, irritava-a o pragmatismo germânico. Na Alemanha ninguém fala alto, faz um chi-chi na rua como aqui, dizia a simpática senhora. Acontece que começava a ficar farta daquilo. Sentia falta de uma boa zaragata. Ainda por cima, ela já tinha vivido em Espanha. Já estava irritada com tanta seriedade. Dizia que caso pudesse furava o “protocolo alemão”.

Como vêem nem tudo é mau por cá.

Dia de Portugal

Reconheço: pertenço a essa espécie em vias de extinção que ainda comemora e se emociona no Dia de Portugal! Tolo patriota, dirão alguns. Mas não me importa: porque apesar de todos os defeitos do meu Povo e da minha Nação; apesar das minhas constantes críticas a esta estranha forma de estar na vida e no mundo; apesar de por vezes não o demonstrar, tenho um enorme orgulho em ser português.
PS-tentei encontrar o hino de Portugal no You tube, mas não encontrei nenhuma interpretação fora de um estádio de futebol. Em substituição...