24.2.06

Rod Costa






Algumas fotografias de um dos melhores (e mais criativos) fotógrafos madeirenses da actualidade, Rod Costa.

Aqui há mais.

Tendências

Uma esplanada sobre o mar. Uma tarde de sol. Um bom livro e uma cerveja. Cenário agradável. Destruído repentinamente por Música pimba ao gritos. Ivete não sei das quantas aos berros. Porra às vezes despertam em mim tendências homicidas...

23.2.06

O Gosto Pelo Poder

Todos nós já percebemos que existem certas coisas que vão mal neste terra. O que jamais esperava era a luta pelo “pelo poleiro” na Associação de Mulheres Empresárias.

Porque se será que são raros os que querem deixar o poder?
Porque é que não dão oportunidade às instituições para se reinventarem?

Infelizmente quando instalados, querem perpetuar ideias e métodos, a maioria das vezes ultrapassados, custe o que custar.
Nem sempre os pais génitos são os que melhor desenvolvem os filhos. Julgo que a senhora Vignolo está a cometer idêntico pecado.

A realidade existe

O Comité Central do PCP, de acordo com uma notícia saída ontem no Público, entende que no caso das caricaturas de Maomé o que está em causa “não é a liberdade de imprensa e de expressão, mas acções provocatórias de carácter racista e xenófobo que insultando e identificando o islão com o terrorismo procuram atiçar a tensão, alimentar e explorar acções radicais que possam servir de pretexto para o prosseguimento da estratégia de agressão e guerra imperialista contra países soberanos e a criminalização das forças e povos que lhe resistem”. Mas como delirar não paga imposto e a asneira (liberdade de expressão) é livre, o Comité Central vê ainda “motivações” e uma “ofensiva mais geral do grande capital e do imperialismo”, interessado em propagar e em semear o ódio e a violência. A táctica não é nova. Aliás, está putrefacta de tanto ser utilizada. Daqui a pouco, o camarada Jerónimo dirá que o Presidente americano, himself, é o autor moral dos desenhos porque está interessado no petróleo e na instabilidade na região e que foi ele próprio que financiou o concurso. Pelo meio, os sionistas também entrarão em cena com uma série de métodos pouco ortodoxos e tenebrosos. No fim, surgirá como complemento a globalização predadora. O camarada Jerónimo, como se vê, é mais um caso perdido. Com o fim do comunismo (prática política), o discurso marxista (teoria) virou-se para o cinismo e para a má-fé, numa clara acção de desespero demonstrativa da sua impotência política. No seu discurso seráfico, e saudosista, o Camarada Jerónimo não vê que lá fora a realidade existe.

22.2.06

A sorte é que são socialistas

Mais duas notícias fabulosas, provenientes daquele verdadeiro manicómio socialista a que chamamos governo.

1ª - Todos nós vamos financiar a compra da PT, pela SONAE. Ficamos hoje a saber que o grupo de Belmiro de Azevedo, caso obtenha luz verde para a aquisição a Telecom portuguesa, com certeza não pagará IRC durante muitos aninhos, pois apresentará prejuízos ano após ano. E o mesmo governo que pede ao coitado que ganha 500€/mês para fazer sacrifícios em nome do bem comum, vai fazer este favorzinho ao Sr. Belmiro. Anualmente, a perda de receita ficará à volta dos 3 mil milhões de Euros. Coisa pouca, portanto, mas que era capaz de dar um jeitão ao Fundo de Pensões (aquele que o Sr. Ministro das Finanças teme que venha a falir).
Desde já aviso: também quero a minha quota parte nos lucros da PT e da SONAE, já que estou a financiá-las. E também quero poder apresentar resultados anuais negativos – o que de resto nem é difícil, porque a miséria que ganho chega para as despesas, mas muito à justa –, logo tendo direito à totalidade do que paguei ao IRS.

2ª - O Sr. ministro dos Negócios Estrangeiros, depois de despedir 39 funcionários do Ministério, nomeou amigos para cargos importantes e acima de tudo bem remunerados. Cada um dos amigos vai receber cerca de 13.000,00€. Diz-se que dois deles foram indicados pelo “diamond man”, mais conhecido por “bochechas”. Mas podem apenas as más-línguas e o miserabilismo, tipicamente português, a falar. Gostei foi da explicação para a contratação do conselheiro da UNESCO em Paris: “O dr. Martins Goulart é professor catedrático de Filosofia e corresponde à filosofia da UNESCO”. Bem, com esta explicação, vou que me colocar a jeito. Pode ser que necessitem de mais alguns profs de filosofia. E é verdade que não sou catedrático, mas também sou mais barato (uns quaisquer 4 mil Euros resolviam a questão).

Eis a Casa do ARTISTA


















Por questões técnicas, ( o computador esteve constipado) só agora revelo a casa dos artistas. Levei desta vez a máquina ao Laboratório de Engenharia Regional . Como não há outro laboratório.
Quer dizer,... até existe um pr`os lados do Campo da Barca, mas acho que está como estas imagens ( fora de prazo). No tal Laboratório(o de Engenharia) disseram-me para não me preocupar.
Garantem que não é estripe mais perigosa,... o tal HN1.
Estou, por isso, mais descansado.
Os leitores podem continuar a blogar....

É esta a explicação para a exagerada, demora, mas como qualquer artista, o verdadeiro tem destas coisas, ou esta não fosse a verdadeira casa de que tanto se falou, mas nunca se viu, nas últimas 3 semanas.

21.2.06

Às vezes


Às vezes, ainda acho que a Madeira é bonita...

Mais um

Brevemente, este blog terá mais um conspirador. Agora é que vão ser elas...

Comentar o quê?

Estive ausente por uns dias. Comecei de férias e, francamente, tenho tido muito pouca pachorra para comentar o que quer que seja. Particularmente quando o assunto mais em foco nesta santa terra é o estratégico passo atrás do vice-presidente que, aprecebendo-se da inevitabilidade da continuidade de Jardim, se antecipou inteligentemente àquilo que poderia ser a sua morte política.

De resto, parece reinar a santa concórdia por cá. E até o deputado Gouveia tem aproveitado os "quinze minutos de fama" para dar entrevistas. Souto Moura antecipou-se ao estranho marasmo do Procurador da terra e anunciou que ia processar o socialista. Nada de novo, portanto.

Em Lisboa, o Governo fez um ano. Sócrates atrapalhou-se várias vezes, não cumpriu rigorosamente nada do que prometera na campanha e anunciou uma OTA antes da OPA de Belmiro. Pelo meio, deu um choque no choque tecnológico e recebeu Gates com honras de chefe de estado, pondo vários ministros de cócoras ao mesmo tempo perante o senhor da Microsoft. E perdeu duas eleições, embora uma das derrotas tenha dado tremendo jeito...

E até o campeonato de futebol continua calmo e tranquilo, com o meu Sporting a demonstrar uma capacidade inesperada para dar luta aos do norte.

Enfim, nada de novo a norte deste Equador...

Por isso, comentar o quê?

Bem aparecido

Gosto que o Sancho esteja aqui. Independentemente da sua cor política/ideológica que, de resto, não é chamada para rigorosamente nada.

Já o tinha pensado convidar antes. Desde que o blog apareceu, mais concretamente. Por uma razão ou por outra, que nada têm a ver com a qualidade do que o Sancho escreve, ou com a amizade que sinto por ele, só o convidei agora.

Creio que tornará este espaço mais dinâmico e plural.

Tenho pena é que um ou dois imbecis, sem o conhecerem de lado nenhum, lhe coloquem rótulos à partida.

Saravá, Sancho. Estou á tua espera para tomar um copo na Páscoa.

Altruísmo

Recentemente, li que o dignissímo presidente da Junta de Gaula resolveu fazer uma comissão para comemorar os não sei quantos anos da freguesia. É saudável e salutar. Gostei, particularmente das declarações que fez, anunciando solenemente que "não queria rivalizar com a Comissão dos 500 anos da Cidade do Funchal". Ufa, que alívio, senhor presidente da Junta. A Comissão do V Centenário agradece embevecida o seu gesto altruísta...

Souto Moura: louco ou visionário?

Ainda não percebi o nosso Procurador Geral da República. Estou em dúvida acerca da personalidade do homem. Ou é um esquizofrénico perigoso ou um Robin Hood, que irá fazer revelações estrondosas no final do mandato, que justifiquem toda esta loucura que tem sido o seu reinado. Até lá, continuo na dúvida e não me atrevo a emitir qualquer juízo. Porque como a situação está, é sempre demasiado perigoso...

África

Quando se fala na pobreza em África é importante desmontar duas ideias, ou fantasias, falaciosas: o colonialismo acabou, mas continua responsável por aquilo que acontece em África (primeira ideia); a liberalização do comércio aumentou as desigualdades e, consequentemente, a pobreza em África (segunda ideia).
Entre 1960 e 1997 o continente africano recebeu qualquer coisa como o equivalente a seis planos Marshall. Resultado: um enorme e indescritível desastre. África está hoje muito pior do que estava, há quarenta anos atrás. Um exemplo particular: a esperança de vida no Zimbabwe passou de 56 para 33 anos. Vários outros exemplos gerais: metade da sua população vive com menos de um dólar; a fome mata anualmente milhões; a esperança de vida está nos 46 anos; uma em cada seis crianças morre antes de atingir os 5 anos; há 25 milhões de infectados (projecções simpáticas) com o HIV sendo que dois milhões sucumbiram à pandemia apenas em 2005. Problema central: o mundo perante a catástrofe evidente, alicerçado num forte sentimento de culpa (ocidental, sobretudo), decidiu doar rios de dinheiro que mais não serviram do que para encher os bolsos ou de políticos corruptos ou de senhores da guerra. Em qualquer das hipóteses, tratou-se sempre de gente pouco recomendável, que na maioria larga dos casos dedicou-se afincadamente à destruição física, e maciça, dos recursos disponíveis. Como lamento, a grande massa dos europeus convenceu-se de que doar dinheiro apagava o desconforto das imagens que corriam mundo e eliminava, da sua consciência, os dramas e as tragédias individuais e colectivas que entravam, via televisão, casa adentro. Por isso, nada como puxar do livro de cheques e comprar alguma leveza de consciência. Erro crasso, claro está. A maioria dos fundos disponibilizados acabou em parte incerta. Aliás, 80 cêntimos de cada dólar, para ser mais exacto. E claro que a caridade não desenvolveu as estruturas económicas nem deu azo ao desenvolvimento efectivo de uma classe média empreendedora capaz de solidificar alguma coisa de concreto que pudesse avalizar um qualquer futuro. O dinheiro mandou. Logo, o dinheiro comprou, por exemplo, as armas necessárias para amansar o povo e eliminar os adversários, principalmente os incómodos, em troca do forjar de algo levemente parecido com eleições.
Depois da Guerra Fria, situação complexa que não pode ser avaliada fora do contexto específico da época e dos blocos divididos por um muro, restou um único culpado: a América imperial, mais os falcões da sua administração (do passado e do presente, com especial ressonância na administração Reagan, afinal aquela que fez o muro ruir gerando um ódio evidente), responsáveis pelo arrastar das situações devido à sua política geoestratégica expansionista e predatória dos recursos terrestres ou mesmo devido à falta de interesse da região em questão. Outro grave, e roliço, engano. E explicação demasiado simplista para ser levada a sério. Os primeiros responsáveis da grave situação africana são os seus governantes, mesmo que educados nas melhores universidades americanas, inglesas, russas ou francesas e sob influência do “ocidente”. É preciso dizer as coisas como elas são. Usar o colonialismo, ou mesmo o pós-colonialismo, como justificação e desculpabilização pelo terror instituído e diversificado, não ajuda a resolver a situação porque, é preciso que se diga, boa parte dos líderes africanos são déspotas da pior espécie e, em alguns casos, notórios serial killers. Tudo o resto, é defender o indefensável e ser conivente com quem diariamente trai o seu povo, não criando uma única infra-estrutura que possa fazer crescer um país.
Quanto ao argumento da liberalização do comércio é preciso dizer que este é, e quanto a mim, um não argumento. Porque sucede precisamente o contrário: o problema africano resulta do excessivo proteccionismo de alguns mercados e não da liberalização do comércio ou da globalização em si. Basta ver a vergonha da União Europeia e das suas políticas agrícolas, o proteccionismo alfandegário e aduaneiro de blocos comerciais antagónicos e o recente falhanço da Organização Mundial de Comércio. O problema é estar, e continuar, à margem da globalização. Não é estar na globalização. O problema é que gostamos demasiado do nosso bem-estar e aceitamos que líderes africanos continuem impunes. O problema é que passar o raio do cheque é bem mais fácil. E dá menos chatices.

B. Macedo

19.2.06

O futebol de domingo

Costumo dizer que o futebol em Portugal é demasiado mau. Na verdade, quanto a mim, esta é uma evidência sem necessidade de grande comprovação. Ainda há pouco, o líder da prova entrou em campo com um tal de Ivanildo, um desastroso Alan, um inexistente Adriano, um ridículo Bosingwa e com um central mais conhecido na luta livre do que no futebol. Pelo meio, jogou ainda esse extraordinário Jorginho, candidato a pior jogador da liga das apostas. E o Marítimo, claro, ajudando à festa, conseguiu perder um jogo parecido com um filme de terror: mau demais para ser verdade. Há alguns anos atrás, uma equipa destas seria impossível num clube que lutasse pelo título. Hoje é uma prática recorrente e a fazer escola. Ao contrário do que muitos pensaram (eu inclusive) os holandeses que aterraram em Portugal no último defeso não trouxeram consigo nada de novo ou sequer de inovador. Trouxeram absurdos inexplicáveis disfarçados de tácticas e ilusões escondidas na suposta notoriedade dos seus currículos. Porto e Benfica são consequentemente erros de casting profundos que sobrevivem mais pelo peso das suas camisolas do que propriamente pela qualidade do seu futebol de todo inexistente. O futebol em Portugal piora a olhos vistos. Só não vê quem não quer. Mas continua-se a acreditar em milagres.

B. Macedo
Gosto desta malta.
Nem conhecem as pessoas, mas atribuem-lhes rótulos.

Vivas ao país dos matraquilhos!

Definitivamente cada vez mais me convenço que vivemos num país de matraquilhos. O jornalista do Público que fez a investigação ao caso Eurominas e desencadeou a Comissão Parlamentar fez hoje, de novo, revelações que implicam directamente o ex-ministro António Vitorino no caso. Enquanto ministro, porque como advogado já estava provado que o seu escritório foi responsável pela defesa da empresa canadiana. Ora, temos um ministro que inicia o processo de restituir a uma empresa uns terrenos que tinham sido “emprestados” pelo Estado, enquanto a fábrica laborasse por estas bandas. Isto depois de um antigo Primeiro-Ministro ter decidido, de acordo com a legislação, que os terrenos eram públicos e que não havia direito a qualquer indemnização. Atropela uma antiga decisão do Governo Português e decide salvar a empresa da falência, propondo o pagamento de uns meros milhões por parte da EDP que cometeu o “crime” de cortar a energia eléctrica à empresa, por falta de pagamento da facturinha mensal. Como se não bastasse, vai que também decide resolver o processo fora dos tribunais, alegando interesse nacional (a razão evocada prendia-se com a ínfima possibilidade do Estado ser condenado ao pagamento da indemnização). Como em Portugal a justiça anda a passo de caracol, passam-se uns aninhos e o senhor sai do Governo, voltando, por um período fugaz, à sua actividade de advogado. Por mera coincidência, a empresa em litígio com o Estado, contrata os préstimos do escritório do “D. Sebastião” socialista, para a representar nesse mesmo diferendo. O Dr. António Vitorino não fica com o processo, logo não há qualquer problema. E o Estado paga uma pipa de massa e a empresa fica contente e o antigo Secretário de Estado que tinha negociado com a empresa como governante e que (pasme-se) também era sócio do escritório de advocacia que negoceia com o Estado em nome da empresa, fica satisfeito e o Dr. António Vitorino fica satisfeito. Todos ficam satisfeitos! Passam-se uns anos, tudo isto torna-se público e a classe política, na generalidade, fica calada. Mas como a indignação de uns poucos é um bocadito para o grande, cria-se uma comissão de inquérito, omite-se as incongruências das explicações, aparecem como virgens ofendidas uns senhores que teriam muito que explicar, chega-se à conclusão que não se pode provar nenhuma ilegalidade, manda-se às malvas a ética e ficam as coisas assim. E não há nenhuma revolta e o povo não exige decência e o Presidente da República não diz nada e a vida continua. E é provável que o Dr. Vitorino ainda volte a ocupar uma cadeirinha, bem remunerada, no Estado e os portugueses, amestradinhos como estão e como bons matraquilhos que são, uma vez mais, comem e calam. E é este o quotidiano nacional. E é no meio desta indecência que temos que viver.