6.9.08

A ouvir, muitas vezes

Um som de fim-de-semana.
Enjoy!

E já agora, outro!

Coisas a não ouvir

Adoro Metallica. Adoro Dire Straits.
Mas isto não, por favor... É que chega a doer!

Diga lá outra vez!

Lido hoje no Diário de Notícias:

PS acusa governante de fazer política partidária
" PS não se conforma com o facto de Manuel António Correia ter ocultado que, afinal, o IFAP já não vai fechar na Região. Victor Freitas não tem dúvidas: "Foi por razões político-partidárias". O líder parlamentar dos socialistas ainda assim dá como que um benefício da dúvida ao secretário e, por isso, exige que o governante se explique perante o Parlamento.É o segundo pedido de audição parlamentar a Manuel António Correia sobre o assunto. Primeiro os socialistas simplesmente queriam saber o que ia acontecer e o que estava a ser feito. Depois foram surpreendidos com o anúncio do secretário a dizer que afinal o assunto estava resolvido desde o dia 25 de Agosto e a acusar o PS de assumir uma "posição politicamente hipócrita". No pedido de agora, os socialistas interrogam por que é que "o secretário fez segredo da resolução do problema durante dias e só veio a público depois de o PS e outras forças políticas tomarem posição".Victor Freitas vai mais longe e acusa Manuel António de usar as suas funções institucionais "para fazer política partidária, alimentando a central de intoxicação que o PSD está a montar contra o Governo da República, fazendo impender sobre o mesmo o ónus do receio de despedimento. Ou seja, o secretário não se preocupou com a angústia dos filhos e das famílias daqueles funcionários, procurando atingir o Governo da República". "

Comentário: ah, ah, ah, ah...

PS - Mas será que este tipo (leia-se o líder do grupo parlamentar do PS-Madeira) leva-se mesmo a sério?

Hipocrisia do PS-Madeira

Lido hoje no Diário de Notícias da Madeira:
"Manifestamente indecorosa".
É desta forma que o Grupo Parlamentar do PS define a Portaria da Secretaria Regional da Educação que regula os escalões da Acção Social Educativa. Referindo-se à notícia do DIÁRIO de que metade dos alunos matriculados na RAM beneficia de apoio público para alimentação, transportes e manuais, o PS refere que este número explica a dimensão do fenómeno da pobreza, "e a necessidade de políticas integradas de família que não podem se esgotar num apoio de natureza caritativa". Até porque nestes 47%, que beneficiam de apoio escolar, não estão contemplados os agregados familiares com um rendimento 'per capita' igual ou superior a 261 euros. Valor que, à luz do actual custo de vida das famílias, significa "um evidente estado de pobreza". Com estes indicadores, o PS considera que o governo mostra-se cego à realidade económica e social, preferindo distribuir umas migalhas aos pobres e excluídos. "O governo aposta na obra física, em estádios, naquilo que não é socialmente relevante, e deixa de lado a obra educativa que é a base do futuro da Região", salientam os socialistas. "
Ora, perante isto só me apetece dizer: vão lá ser hipócritas para o raio que vos parta!

Declaração de interesses: 261EUR per capita é mesmo um valor miserável.

5.9.08

Cartas a um amigo comunista I

Hoje, que é inaugurada a edição deste ano da Festa do Avante (este ano, que planeava confraternizar com os meus amigos comunistas naquela que é a sua festa, sou impedido por um evento bem mais burguês!), vou dar início a uma rubrica nova, que se chamará Cartas a um amigo comunista.
O título, como é evidente, não é da minha autoria, mas é uma adaptação das Cartas a um amigo alemão, que Albert Camus escreveu a partir de 1943.
Tentarei manter alguma frequência nestas missivas.

Caro amigo,

hoje para ti é dia de festa pelo que não te maçarei com questões demasiado doutrinárias ou discussões sobre práxis política.
Para começar este conjunto de missivas, apenas uma nota prévia sobre algo que venho vindo a observar e que nos distingue: eu prefiro a pior das democracias à melhor das ditaduras. Não estou tão certo que partilhes desta minha premissa.
Sei bem que a dicotomia que estabeleço é simplista, mas a ideologia subjacente é real: eu defendo o direito inalienável da liberdade individual, enquanto tu estás disposto a abdicar desse direito em prol de um bem comum que entendes poder ser garantido por um regime de partido único. Acho que aqui, jamais estaremos em acordo!
Um abraço,

Queimem o Pinho II

Parece que este foi o pior Agosto de sempre para o turismo algarvio.
Irão dizer: ah e tal que é a crise internacional, mas não deixa de ser curioso que tal aconteça quando se substituiu a marca Algarve por aquela imbecilidade e completamente estapafúrdia que dá pelo nome de Allgarve.
E aos empresários e gentes algarvias nem sequer valeram as poses mais idiotas do Pinho (insisto: a única forma de ser bem aproveitado é queimando-o), como aquela ao lado do Phelps.

Desemprego e irresponsabilidade

Quando ouvimos os socialistas ou os comentadores mais próximos (lacaios?) do governo da República falarem sobre o desemprego, parece que não há problema nenhum, visto que a diferença entre a percentagem de desempregados apenas aumentou 0,1% em três anos (passou de 7,2% para 7,3%). Chegam mesmo a falar de criação de emprego. Porque para estes senhores a demagogia não tem fim e o que importa é vender a ideia de que vivemos no melhor dos mundos, mesmo que isso seja feito à custa da miséria de 450 mil famílias.
Gritem o que quiserem mas a verdade é só uma: em três anos, a taxa de desemprego e o número de desempregados cresceu. Repito: cresceu! Tudo o resto são tretas demagógicas e irresponsáveis.

Comunicação institucional, ou mera propaganda?

Quando Santana Lopes falou em criar uma central de comunicação do Estado, parecia que o mundo iria acabar, como se o que se pretendesse fosse contratar o próprio Goebbels. Agora, o governo socialista cria um gabinete de comunicação (gab.comunicacao@me.gov.pt) e a inteligentsia aplaude, porque é preciso comunicar.
Assim se vê quem beneficia quem!

4.9.08

"Não entres tão depressa nessa noite escura"*, ou a política do embuste animada com palminhas babadas

Não haja dúvidas que a central de comunicação do governo socialista é uma máquina bem oleada. Conseguem criar manchetes e aberturas de telejornais não apenas com aquilo que fazem, como também com mentiras, embustes e demagogia, querendo fazer-nos acreditar que estamos perante o melhor governo do mundo (ideia que alguns estão dispostos a engolir sem qualquer tipo de crivo crítico sustentado).
Desta feita, apenas duas medidas "anunciadas" pelo governo e ambas relacionadas com a educação.
A primeira tem a ver com o denominado passe escolar «4_18@escola.tp», que visa a redução para metade do preço do passe de transportes públicos (120 transportadoras, segundo anunciam). Ora, vejamos o embuste: desde 1984 (decreto-lei 299/84) que qualquer criança que frequente a escolaridade obrigatória e que resida a mais de 3 km da escola da sua área de residência tem direito a transporte escolar gratuito, garantido pelas autarquias. Para os alunos do secundário (pelo menos até aos 18 anos, portanto), os transportes são comparticipados em pelo menos 50%, desde que os alunos não fiquem retidos mais do que 2 anos. Estão de fora: as crianças que frequentam a estabelecimentos de educação pré-escolar (entre os 4 e os 6 anos). Todavia, quase todos os municípios, ao prepararem os seus mapas de transportes escolares, integram também o transporte para estas crianças (com níveis de apoio que vai do gratuito até 50% de comparticipação), até porque crianças de 4 anos não vão para os jardins de infância sozinhas, numa qualquer linha da Carris ou do Metro de Lisboa.
Por outro lado, muitas autarquias já criaram outros apoios, como passes jovens e passes sociais, cujos benefícios ultrapassam os previstos para esta nova medida.
Medida embusteira, portanto. Mas é mais grave: o governo lança a medida, mas quer que as autarquias, que já asseguram os custos inerentes ao transporte escolar, assegurem, igualmente, os custos com esta nova medida, que irá apenas beneficiar alunos que frequentam estabelecimentos de ensino a menos de 3 km da sua residência (medida ecológica, como se vê, que promove o pedestrianismo). Ora, não é apenas um embuste: é uma aldrabice que o governo quer ver paga pelas autarquias; que não tem qualquer pertinência socio-educativa; e que não promove hábitos saudáveis, bem pelo contrário.
Segundo: acção social escolar (ASE) que, de acordo com a central de comunicação (leia-se governo), irá triplicar o número de crianças subsidiadas. Antes de mais, outra aldrabice a ser paga pelas autarquias, uma vez que de acordo com o decreto-lei 144/2008, a acção social escolar para os 1º, 2º e 3º ciclos (a quem se destina esta medida) passa a ser uma competência das autarquias (apenas o 1º ciclo estava já descentralizado). Ou seja, o governo apresenta esta como se fosse um custo social por si assumido, quando o que pretende é recolher dividendos políticos de um custo que será assumido integralmente pelas autarquias. Mais: esta alteração de paradigma não foi negociada e passaram este presente envenenado, dado que a verba inscrita em orçamento de estado previsto para esta descentralização de competências não cobre estas alterações.
Por outro lado, também anunciam que o número de beneficiários irá triplicar. Não sei se é verdade (porque não conheço o número de beneficiários de abono familiar), mas o que sei é que o valor do Indexante de Apoio Sociais (IAS) que serve de referência à fórmula faz subir em cerca de 150€ o rendimento familiar para atribuição do apoio (por exemplo: uma família com dois filhos para receber ASE a 100% não poderia ter um rendimento mensal superior a 856€, passando, com as novas regras, a 1021€), o que é efectivamente uma boa notícia mas não é, de todo, uma revolução ao nível de apoio social, conforme nos quiseram vender. Repare-se que para que uma criança receba ASE a família não poderá ter um rendimento per capita superior a 255€, o que não deixa de ser um valor miserável.

Esta é a política deste governo: embusteira, trapaceira e mentirosa, que visa apenas obter dividendos políticos, sem que contribua efectivamente para a qualidade de vida das pessoas.

PS – Curioso que não se veja qualquer socialista madeirense a vociferar contra os órgãos de comunicação social do continente - que se dispõem a vender este “peixe” conforme lhes fazem chegar através do notas de imprensa, criando embustes e falácias -, conforme os vemos gritar na Madeira. É o conceito de “democracia...mas pouco!” (se forem do meu partido, acrescento eu).
* Título roubado a António Lobo Antunes

3.9.08

It's all about it

O Sr. Lori Sandri, treinador do Marítimo, quando questionado sobre o adversário que coube em sorte à sua equipa na Taça UEFA respondeu desta forma: O pior possível.

Pois bem, do ponto de vista desportivo o Sr. Sandri até tem razão: É tão dificil ao Marítimo eliminar o Valência como a mim equilibrar-me nuns patins em linha. O drama é que, sem culpa, o Sr. Sandri não sabia que o mesmo Valência era, presumivelmente, o melhor adversário possível.

Baralhados? Então passo a explicar: A política desportiva do Governo Regional é justificada pela necessidade de promoção externa da Madeira. O argumento é, na minha opinião, discutível, embora a utilização do desporto enquanto veículo de comunicação de uma região ou de um país seja mais frequente que os assaltos a bombas de gasolina no continente. Basta ver, a outra dimensão, o esforço que a China fez para ganhar mais medalhas de ouro do que todos os outros em Pequim.

Partindo do pressuposto aqui enunciado, uma eliminatória disputada em Valência será sempre uma excelente oportunidade para promover o destino Madeira. Senão vejamos: Valência é a terceira cidade espanhola em número de habitantes. Valência é, logo depois de Barcelona e Madrid, a mais rica, mais dinâmica e mais pujante urbe do reino de “nuestros hermanos”. Espanha é, neste momento, um dos mais importantes mercados emissores de turismo para a Região. Juntando as variáveis desta equação é fácil perceber que a presença do Marítimo na cidade que roubou descaradamente a America’s Cup a Santana Lopes e a Lisboa-Cscais, aliada à criatividade necessária nestas situações, seria uma espécie de tiro na mouche – para o Turismo cá do burgo.

Aqui vão, de borla, algumas sugestões. Que obviamente não serão postas em práctica:

- Entrar em contacto imediato com o Dep. de Comunicação do Valência Club e sugerir-lhes que um vídeo da Madeira seja passado nos ecrãs gigantes do estádio antes do jogo e durante o intervalo. Caso não existam confiltos com patrocinadores do clube da casa, os espanhóis cederão sem grandes dramas.

(atenção: nos contactos como Valência existem palavras proíbidas: Quique Flores, Koeman ou Sarapandiquipiti são três delas. Só para evitar que chatisses!)

- Sugerir a inserção de material de comunicação da Madeira – texto, imagem - no Guia do Jogo, instrumento que, nos estádios decentes, chega à maioria dos espectadores;

- Contratar uma empresa local para deixar um flyer ou outro material de comunicação da Madeira em cada uma das cadeiras do estádio do Valência;

- Desenvolver acções de charme na zona vip e na sala de imprensa do Estádio, com distribuição de material informativo.

(sim senhor, o bolo de mel e o vinho podem entrar... Mas evitem o brinquinho, o despique e a poncha. São acções de... charme, não sei se me faço entender!)

- Colocar, nas imediações do recinto desportivo (estações de metro e de autocarros, por exemplo), algumas promotoras contratadas localmente para a distribuição de material informativo sobre a Madeira;

- Definir espaços na cidade (nas imediações do estádio) para a colocação de material de grande formato a promover o jogo e a Madeira. Para tal será necessário contactar uma das muitas empresas que, em Valência, fazem a gestão comercial dos espaços de comunicação;

(pois, não sei se um cartaz cor de laranja com a Madeira em marcha é o mais adequado, mas enfim...)

- O Gabinete de Imprensa da Secretaria do Turismo deveria, imediatamente após o sorteio, ter entrado em contacto com órgãos de informação locais para tentar colocar entrevistas de responsáveis locais pelo Turismo, que assim apanhariam a boleia da bola.

(por boleia entenda-se táxi, porque a viagem há muito que está paga!)

Seria fácil fazer isto:

- Sim! Se existisse uma estrutura capaze de responder com eficácia e rapidamente às oportunidades que os desporto subsidiado proporciona.

E esse é o drama – e o cerne desta questão: Quem gere os dinheiros do desporto é o IDRAM. Faz sentido. Mas ninguém gere a marca desportiva da Região. Pura e simplesmente porque ela não existe e, como toda a gente sabe – ou devia saber –, ninguém gere o inexistente.

(até Deus, por horror ao vazio, nos criou a nós!)

Em resumo: temos um desporto fortemente subsidiado com o objectivo de promover a Região. Mas não temos instrumentos para maximizar o retorno do investimento feito pelo erário público. Faz sentido?

(as canções do Tony também não mas vendem p’ra caraças! Xiiii, foi-se a minha teoria...)

Não fará mais sentido criar uma marca que corporize a actividade, sendo esta gerdida pela Secretaria Regional do Tursimo? Serão os professores de Educação Física do IDRAM – com todo o respeito – especialistas em Comunicação, ou antes em Desporto?

(esqueçam a anedota de nome Madeira Sabor a Desporto. A sério, pá. Vá lá, isso foi a brincar. Não era a valer. Vá, vamos começar de novo... Um, dois...).

Não faz sentido maximizar recursos, trabalhando em conjunto com os clubes tendo por objectivo observar janelas de oportunidade para promoção nos calendários desportivos?

Não faz sentido estudar o Desporto, os seus públicos, e desenvolver acções específicas junto dos clubes ou atletas que representam a Madeira lá fora?

Tem lógica deixar esse tipo de responsabilidade aos dirigentes, sabendo que a maioria das simpáticas agremiações da terra – todas com excepção de Marítimo e Nacional - não têm dimensão para sonhar com um departamento de Marketing e de Comunicação.

Esta ausência de Comunicação em torno do fenómeno desportivo faz algum sentido?

Pois é, seu Sandri... Ocê, quando botou discurso, esqueceu o principau! Sei que no peito dos desafinado também báte um coração. Mais báte pela promoção, né.. Ou devia!