19.2.11

Aterro do Funchal

Não sei se há negociata no projecto de arquitectura e engenharia para o aterro.
Nem sequer sei se é um bom ou mau projecto.
Se me perguntarem, não me parece lá muito boa ideia transformar toda a baía do Funchal num gigantesco porto. O Funchal e a sua baía são infinitamente mais, apesar da importância do mercado de cruzeiros.
Mas isto, é apenas um ponto de vista estético. O que me preocupa, contudo, não é o meu gosto. Ou o mau gosto! O que me preocupa é o histórico de obras feitas na orla costeira madeirense. E de novo, não é o mau gosto de algumas intervenções (Ponta Gorda, por exemplo). É o desgosto que algumas obras nos provocam, como a Marina do Lugar de Baixo. Quem projecta uma obra tão mal feita, não merece crédito para outras obras com esta magnitude. Ainda para mais, quando não se assacou qualquer responsabilidade técnica e/ou política.
Posto isto, tenho muito receio que a obra projectada para o aterro (ou pelo menos anunciada) não venha a ser muito bem estudada de num ponto de vista técnico e científico. É que está muito em jogo, a começar pela vida dos munícipes funchalenses.
Não, não acho que se deva fazer referendos. O que a sociedade e as plataformas de cidadãos devem fazer é exigir à administração o cumprimento rigoroso de legislação, garantindo todos os estudos necessários a uma infra-estrutura com esta dimensão.
Se for para construir, é de mau gosto, mas estou disposto a aceitar. Mas ao menos que se faça bem feito!

17.2.11

Louçã amigo de Sócrates ou o início do partido da bicicleta?

Como já disse, qualquer oportunidade para fazer esse exercício de higiene pública que seria atirar com Sócrates para o debaixo da pedra de onde nunca deveria ter rastejado, é de aproveitar.

Por isso, a moção do BE é uma oportunidade perdida para os que verdadeiramente gostariam de ver na liderança do país mais do que um bando de indivíduos pouco recomendáveis.

Não é esse, contudo, o desejo de Louçã. Com a estultícia justificação da moção, Louçã provou que pretende ver Sócrates mais uns anos no poder, fazendo-nos duvidar da veracidade da indignação com que se nos aparece diariamente, quando fala nas trafulhices dos poderes político e económico.

Em primeiro lugar, porque convidou o PSD a votar contra quando afirmou que censurava também este partido e depois e, talvez, mais grave, porque pôs o país a falar de tontices, desviando a atenção das greves e contestação social que marcam a semana (ninguém fala na greve da CP, por exemplo). Prestou um péssimo serviço à esquerda de que se diz paladino e não sei se não iniciou a decadência do BE. Porque a verdade é que ninguém acredita que Louçã tivesse sido apenas ingénuo ou voluntarioso.

PS - Estou certo que a esquerda de luta não perdoará Louçã. Teremos partido da bicicleta?