27.1.06

Receitas para o desastre

Infelizmente, continua a abundar por aí, no Dr. Soares e no Dr. Portas por exemplo, mas também em muita outra esquerda esclarecida, uma certa ideia de que é possível negociar com terroristas e com outras espécies de criminosos, monstros e serial killers. Nada mais falso. E perigoso. Porquê? Porque esta ideia parte essencialmente de três argumentos, simples e singelos, que não resistem ao mais ténue abanão. Parte, primeiro, do princípio de que os terroristas são como nós. Parte, segundo, do princípio de que os terroristas não são fanáticos. Parte, finalmente, do princípio de que os terroristas estão dispostos a negociar alguma coisa como gente civilizada. Problema um: eles estão-se marimbando para a nossa liberdade e para a nossa civilização assente no liberalismo económico e na democracia; problema dois: gente que está disposta a fazer-se explodir a meio de um mercado com mulheres e crianças, não é saudável mentalmente, logo não é boa para se sentar à mesa; problema três: para eles só o desaparecimento dos infiéis poderia fazer da terra pecadora a nova terra santa. A receita como se vê não é boa nem é saborosa. E só deixa antever o caminho para um rotundo desastre.

26.1.06

Cabeças de fora

Os críticos do PSD puseram cedo a cabeça de fora. O Dr. Marques Mendes agradece a benesse.

Os partidos

A discussão à volta dos partidos começou. Pacheco Pereira escreve hoje a primeira parte de um artigo que pretende lançar a discussão depois do efeito (furacão?) Alegre (infelizmente sem ligação para não assinantes). Há coisas a mudar? Se a sociedade muda, os partidos também mudam. Parece normal e parece evidente. Mas estaremos preparados para essa mudança de fundo? Que tendências são já perceptíveis no horizonte? Voltaremos aqui porque o tema promete. E muito.

Luciano Amaral

A ler com atenção, aliás como quase sempre, mais um artigo de Luciano Amaral no DN.

Marketing agressivo

Numa publicidade radiofónica, fico a saber que um restaurante medianamente conhecido conta por uns tempos com um chefe de nome Gregório, vindo já não me lembro de onde. Confesso que percebo muito pouco de Marketing e seus derivados, mas julgo haver situações cujos nomes é melhor não publicitar. Principalmente se trabalharmos numa cozinha...

Eleições na Palestina

As últimas notícias apontam para uma maioria do Hamas nas eleições para o parlamento palestiniano. O povo escolheu, faça-se a sua vontade.
O povo quer uma maioria radical, que não reconhece o Estado de Israel e que utiliza o terrorismo como forma de alcançar os seus objectivos.
Que esperar de uma maioria que exulta com mortes inocentes, festeja de pistola em riste, que incute sentimentos de raiva e martírio às suas crianças ?
Em Democracia a vontade da maioria é soberana, o problema é que, de vez em quando, temos destes resultados...para mal de todos nós.

24.1.06

Elefantes

No Público de ontem uma reportagem sintomática: três dos estádios construídos para o Euro 2004 estão em vias de se constituírem como singelos elefantes brancos. A notícia não espanta e não provoca estranheza. Causas: algumas. Variadas e sortidas, como por exemplo a evidente ausência de um estudo de raiz que provocasse a síndroma de Tomé e conseguisse justificar o injustificável. Pelo meio, percebe-se que melhores condições no estádio não levou mais gente a ver os jogos do Beira-Mar ou da União de Leiria, já que no Algarve não há, por agora, nenhuma equipa na primeira liga (nem na segunda, acho eu). O custo é suportado, claro está, pelos contribuintes que não pedindo semelhantes obras arcam com as vetustas despesas. Mas uma causa não foi, por sinal, aflorada: o desespero que é o futebol português. Ou seja, a sua inusitada falta de qualidade. Quem como eu adora futebol (e acreditem, quem me dera conseguir não gostar) percebe o logro em que estamos envolvidos. Basta ver os outros campeonatos e a qualidade de outros jogos, equipas, jogadores, dirigentes e árbitros. Em Portugal, não se joga à bola. Tenta-se jogar, o que é radicalmente diferente e algo que se distancia, e muito, do brilhantismo e da geometria que uma bola de futebol permite num campo de dimensões consideráveis. Aliás, é péssima propaganda para o espectáculo fazer apologia de equipas como o Setúbal (jogos enfadonhos e soporíferos) ou do tipo de futebol de qualquer clube treinado pelo Jaime Pacheco, treinador não propriamente conhecido pelo domínio dos aspectos técnicos do jogo e que devia treinar a equipa de Luta Livre do Imortal de Albufeira. Por isso, não vale a pena chover no molhado. Enquanto a qualidade não melhorar (Menos clubes? Menos jornais? Menos presidentes? Menos árbitros?) é impossível levar mais gente aos estádios porque pura e simplesmente não há pachorra. Só mesmo com requintes de sadismo me peçam para trocar o sofá e todas as suas comodidades (incluindo o controlo remoto e a cozinha ao lado da sala) pelas cadeiras frias de um estádio para assistir a um jogo sem predicado, sem protagonistas e com raras razões de interesse. Quem vê os jogos de futebol, mesmo os dos denominados grandes, assiste a obras-primas de mau futebol onde só o fanatismo consegue descortinar jogadas de perigo e controvérsias com o árbitro. No fim, ganhe quem ganhar, tudo continua na mesma, seja com a mão, com o ombro, de penalti ou em fora de jogo. Porque em Portugal, infelizmente, o que interessa é o resultado independentemente dos atropelos necessários para o atingir maquiavelicamente. Não irão muito longe.

Contratações de inverno

O Benfica arriscou forte em novas contratações para a segunda parte do campeonato, empenhado que está em renovar o título de futebol. Mas como ainda ao almoço me dizia um amigo meu, a sua melhor contratação [do Benfica] aconteceu no início, e não no meio, da época. Chama-se Co Adriaanse e treina o FC Porto. Um inventor por excelência.

Teorização

Anda por aí muita teoria da conspiração. Mas eu cá acho que Cavaco vai fazer um primeiro mandato calmo e tranquilo, deixando Sócrates "à vontade" para fazer o que bem entender na governação.

Em 2008, pode tentar fragilizar o Governo, procurando evitar nova maioria absoluta dos socialistas em 2009. Mas sem nunca pôr em causa a vitória socialista nas "Legislativas Nacionais".

Após o acto eleitoral, livra-se de Marques Mendes, põe o putativo António Borges na liderança "laranja", recandidata-se e, se não lhe suceder nenhuma fatalidade, ganha em 2011. Aí sim, começarão os verdadeiros tormentos de Sócrates, pois Cavaco quererá levar o seu "triunvirato" (Borges, Ferreira Leite e Dias Loureiro) de volta ao... poleiro.

É a minha teoria. Também tenho direito a ter uma.

Talvez

A votação de Louçã na Madeira não quererá apenas dizer que o "pessoal não vai há bola" com Violantes e outros que tais?

23.1.06

Nazaré





Na Nazaré, há erva em vez de relva nos jardins. E os parques infantis estão, sem excepção, inutilizáveis. Na Nazaré, os espaços comuns encheram-se de lixo. E ninguém os frequenta. Na Nazaré, os túneis entre os prédios não têm luz. E há ruas com quase todos os lampiões cegos. Na Nazaré, há prédios onde só resta o esqueleto das janelas.

Na “baixa”, o IHM nada vê. Já que o sistema "não aconselha" a criação de uma associações de moradores, competia à Junta de Freguesia de São Martinho alertar para o problema. Ou não?

O dia depois.

Em primeiro lugar, uma palavra de agradecimento ao Bruno porque sei que é um cumprimento sentido. Esta foi uma vitória importante, incontornável quando se olham os desafios que o país enfrenta.

Em segundo, espero que após este período tenha mais tempo para contribuir mais activamente neste nosso espaço.

Conto regressar em breve.

Silêncio (que se vai cantar um fado)

Foi curiosa a forma como p Dr. Sócrates tentou "silenciar" o Dr. Alegre, decidindo falar ao mesmo tempo que o candidato-poeta (ou poeta-candidato. Ou as duas coisas, que tanto faz)...

Quase

Na Madeira, o Dr. Louçã obteve sete por cento. Foi uma grande vitória... Por pouco não ia a uma segunda volta...

Dias de tempestade

O Dr. Serrão e o Sr. Vítor, que se empenharam furiosamente na campanha do Dr. Soares, terão de explicar o resultado obtido. Parece-me a a nau socialista enfrentará dias de borrasca. Mas não faz mal. Como diria o outro, o que interessa é controlar o aperelho...

22.1.06

Queridos inimigos

Jardim é um homem rendido ao desempenho político de Mário Soares.

Ao longo desta campanha foi evidente.

São cada vez mais iguais. Atiram-se contra a comunicação Social. Por outro lado, batem todos os recordes na política activa do país.

Ironias

A suprema ironia de tudo isto seria daqui a cinco anos o PS apoiar Manuel Alegre contra Cavaco Silva...

Parabéns

Ao Carlos Rodrigues. Pelo modo como encarou o desafio e, claro, pelo resultado retumbante obtido na Madeira.

À distância

Cheira-me que o PS poderá ter um problema sério para resolver devido ao resultado (estrondoso) de Alegre. Mas também não sei porquê, acho que este é um dia feliz para o Eng. Sócrates. Muito feliz mesmo.

Pergunta de algibeira

Como teriam sido estas eleições se a coligação PSD/PP ainda governasse o país?

Marx tinha razão

A história repete-se: primeiro como comédia, depois como tragédia. Para dois dos candidatos esta é, infelizmente para eles e para nós, uma triste realidade.

Duras realidades

A esquerda perdeu estrondosamente as eleições. O problema é que a direita também.