7.11.08

Sem-vergonhice com rosto socialista

Estranho o silêncio do blogosfera socialista - sempre tão célere na defesa da dignidade e transparência da vida pública quando em causa estão atitudes de dirigentes de outros partidos - relativamente à sem-vergonhice que o governo quer para o porto de Lisboa, com a coincidência de um dos principais interessados ser a Mota-Engil, gerida por Jorge Coelho.
Então, está tudo normal? O processo é limpo, transparente?

Mas seria esperar muito, quando a verticalidade não é uma característica.

Inqualificável!

É esta a coerência do PS. É este o corajoso governo que a canalha quer reeleger!

Felgueiras afinal não é corrupta!

Como se , a palhaçada e a filha-da-putice não é exclusiva da Madeira.
Neste país, efectivamente a culpa morre sempre solteira!

MEDO.... !

Estamos perante factos! Mas este entendimento não é comum na sociedade madeirense.
Ao lermos hoje a imprensa regional, parece que tudo não passou de um equívoco, e que o palco deste espectáculo não foi a Assembelia Legislativa Regional da Madeira. A RTP-M, também negligenciou esta realidade fáctica. O "caso Madeira" teve mais tempo de antena no quadro nacional, quer na sua exposição, análise e comentário do que no seu espaço natural...
Como é possível, com a gravidade de toda esta situação, por um lado de desrespeito pelas regras e convivência democrática, branqueamento de ilegalidades e inconstitucionalidades, que os agentes sociais madeirenses, adoptem uma atitude de incumbentes?
Neste momento a blogosfera madeirense sobrepoem-se a qualquer veículo de informação regional, com credibilidade e seriedade na inferência dos factos (causas e efeitos). Mais um "promenor" que merece reflexão!

6.11.08

Basta!

Incrível como o PSD-M caiu na esparrela imbecil do PND!
Como também são incríveis as imagens de televisão em que ouvimos os gritos histéricos não apenas de Baltazar Aguiar e do Coelho, mas também de Jaime Ramos!

O que os meninos ricos se devem ter rido à custa da palhaçada criada pela medida completamente desproporcionada de impedir a entrada desse inominável Coelho na Assembleia Legislativa Regional (ALRAM). Para todos os efeitos e para mal dos pecados dos que votaram no PND, o tipo é deputado!
Sei bem que pode ser difícil ter de aturar com as piadinhas idiotas dos meninos mimados. Mas a maioria parlamentar (e o presidente da ALRAM), exactamente por ser maioria, tem a obrigação de garantir o mínimo de dignidade no funcionamento do órgão máximo da Autonomia madeirense. Para alinhar nas brincadeiras, existem outros locais: que vão todos beber uns copos e mandem umas piadas uns aos outros. Mas que se comportem com alguma dignidade na casa da Autonomia.
Porque esta, se ontem foi achincalhada pelo deputado do PND, hoje foi-o pelo PSD-M.

É tempo de pôr ordem na casa. E só não sou favorável a uma dissolução da Assembleia porque acho que a última coisa que a Madeira precisa é de mais instabilidade política.
Todavia, parece-me fundamental que o PSD reflicta bem acerca da sua actividade parlamentar e se quer perpetuar o circo que a Assembleia se tem vindo a transformar. E nem é preciso muito: basta não reagir às provocações. Porque o PSD não precisa, porque ao PSD exige-se mais, porque, em última análise, respostas deste género envergonham a Madeira, os madeirenses, os órgãos de governo regional e a própria Autonomia.

E aborrece-me ainda mais porque com estas atitudes o PSD-M vai dando razão aos seus opositores internos e externos. Como me irritou ver esse propagandista socialista que é o Augusto Santos Silva dar-se ares de gente séria e sair em "defesa" da dignificação da ALRAM!

Não: é tempo de dizer basta! E alguém tem de pôr ordem na casa. Não podem continuar estas atitudes disparatadas por parte dos deputados do PSD. Não pode todo um conjunto de deputados alinhar com este tipo de metodologia. Não posso crer e estou certo que houve alguém com bom-senso que se insurgiu contra a ideia absurda de impedir a entrada a um deputado na Assembleia. Lamento é que as vozes discordantes da liderança de Jaime Ramos, que permite e promove este tipo de palhaçada, não se façam ouvir com mais regularidade e soundbites. Porque começa a ser necessário. O PSD tem capital eleitoral suficiente para absorver algumas divisões internas, se necessário for. Porque a verdade é que existe "tralha" que não é necessária, que não faz falta e que apenas prejudica o PSD-M.
E lamento que não seja Jardim a encabeçar um movimento que acabe com o gang que tomou conta da actividade parlamentar do PSD-M! Lamento-o profundamente!

O nosso Primeiro orgão de governo próprio - a ALRAM!

Hoje assistimos a mais um episódio lamentável na Assembleia Legislativa Regional da Madeira, primeiro órgão de governo próprio da Região.
A questão de fundo centra-se no respeito e dignificação dos direitos da Oposição e protecção das minorias representadas no parlamento regional. É este o grande desígnio, e o propósito subjacente a estas "tristes figuras", protagonizadas pelo parlamentar do PND,José Manuel Coelho, e a maioria dos deputados do PSD.
Desde o inicio da IX Legislatura (2007) têm sido visíveis os esforços da Oposição, no exercício das suas competências, quer no âmbito da produção legislativa quer ao nível da insistente (tentativa) de fiscalização da acção do executivo. Os instrumentos disponíveis para a sua execução, são os chamados direitos potestativos, que funcionam como um garante da prática democrática das Oposições parlamentares, consagrados na Constituição da República Portuguesa (1976), no Estatuto Político-Administrativo (1999); e no próprio Regimento da Assembleia Legislativa Regional. É este o documento da discórdia. Nesta Legislatura, já é o terceiro projecto, objecto de revisões regimentais. Isto é, em menos de um ano e meio três alterações ao regimento. Com que objectivo?
Neste momento não existem razões que justifiquem este desenfreado investimento na alteração das regras do jogo parlamentar. As questões de governabilidade estão asseguradas (com as sucessivas maiorias absolutas do PSD); a proporcionalidade é o motivo?
Desde a génese do nosso sistema democrático e com a conquista da autonomia que os tempos de intervenção, quer no Período da ordem do Dia (PAOD), quer no Período da Ordem do Dia dos trabalhos plenários da ALRAM, no que respeita aos partidos da Oposição, têm sido sucessivamente reduzidos. Desde a apresentação da declaração política semanal, ao tratamento de assuntos relevantes; à apresentação de projectos de decreto legislativo, de resolução ou de alteração. O uso da palavra por parte dos parlamentares da Oposição é insistentemente quartado nas sucessivas alterações ao Regimento da Assembleia Legislativa Regional da Madeira (veja-se o Resolução nº1/93/M; Resolução nº1/2000/M; Resolução nº19-A/2005/M;Resolução nº17/2007/M).
No quadro das Comissões Especializadas a atribuição das presidências das comissões é quase exclusiva da bancada da maioria. A fiscalização do governo fica marcada pelos requerimentos, pelas tentativas de agendamento e pelo "esquecimento" de cumprimento dos prazos( por parte da Mesa da ALRAM) aquando da solicitação para a audição dos membros do executivo.
Como é possível com três décadas de democracia que a actividade parlamentar de qualquer assembleia legislativa esteja à mercê da discricionariedade e vontade da maioria parlamentar?
Em tese, as revisões regimentais, e em analogia à Assembleia da República foram realizadas com o intuito de inovar a organização e flexibilizar o seu funcionamento de modo a garantir uma maior expressão pública das diferentes forças políticas; no reforço dos meios de controle e participação das Oposições, clarificando as regras de cumprimento dos deveres do Governo para com os deputados, agilizando os seus procedimentos e reforçando os meios de acompanhamento da acção do poder executivo. Na ALRAM, o processo não passou de mais uma revisão, de mais alguns minutos retirados à Oposição para a vocalização e expressão das suas posições políticas e ideológicas, na tentativa de criar as condições necessárias à alternância no poder, que é em ultima instância o desígnio de qualquer força política que se encontra, num determinado momento, na Oposição.
Este momento protagonizado na ALRAM deveria levar-nos, como cidadãos, eleitores, portugueses e principalmente madeirenses, a reflectirmos, sobre o andamento e exercício do poder político na Região. Avaliar o sistema político regional tem sido um exercício constantemente adiado, mas acho que hoje foi "a gota de água" para todos, num consciente momento de cidadania darmos o nosso contributo!

5.11.08

Diz-me que história tens, dir-te-ei quem és!

Não seria já tempo de se começar a meter uns freios nas mãos dos manipuladores do boneco coelho?
É que começam a fartar as brincadeirinhas imbecis dos meninos ricos mimados do Garajau, afinal eminências pardas do PND-Madeira.
E tenho alguma curiosidade para saber o que pensariam verdadeiramente os papás sobre a bandeira desfraldada hoje na Assembleia Legislativa Regional. Quer me parecer que não gostariam de ver esta simbologia ser utilizada em vão!

The day after, ou como a cor de pele não determina a lealdade

Depois da vitória, apenas lamento a frustração que reinará por África e entre os africanos, verdadeiras vítimas da campanha mundial montada para fazer de Obama o libertador do povos. E lamento por África porque os povos africanos são aqueles que mais verdadeiras esperanças depositaram em Barack Obama e aqueles que mais necessitariam de uma real política norte-americana que visasse o combate às desigualdades que este modelo de globalização criou.
É um logro consciente, pelo menos para os europeus mais atentos ou para aqueles que não querem se deixar enganar. Será uma frustração para África, porque os negros compreenderão uma vez mais que a cor de pele não determina a lealdade.

4.11.08

Quando falta tão pouco

Quando falta tão pouco para sabermos quem será o próximo presidente dos Estados Unidos, quero apenas dizer que, por muito que me esforçasse, nunca McCain conseguiu me convencer.
Por isso e atendendo à simbologia de um negro (abomino a expressão afro-americano, como se isso fizesse dos pretos menos pretos - e esta é apenas uma constatação de facto que não pressupõe qualquer valor ético) chegar à Casa Branca, até acho que Obama poderá ser uma boa escolha.
Mas também enojou-me profundamente a campanha democrática e dos europeus contra a Sarah Palin. Quiseram apenas vender-nos um boneco que não corresponde, de todo, à governadora do Alaska. Mas o ajuste de contas será para outras nupcias...

E o índio sou eu?, terá perguntado Evo Morales

A acreditar que o Magalhães é indicado para crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 10 anos (vá lá, até aos 12), a declaração de Sócrates de que todo o seu gabinete usa o portentoso computador leva-me que concluir que a idade mental do seu staff não é superior a de crianças que frequentam o 2º ciclo. O que eu já desconfiava, mas nada como obtermos a prova pelo próprio.

Agora a sério, numa escala de 1 a 10 o quão palermas foram as declarações de Sócrates? É que mesmo eu senti-me profundamente envergonhado com as patéticas palavras do primeiro-ministro português. E sou capaz de jurar que, durante o discurso, até vilsumbrei um ar de incredulidade seguido de um sorrisinho deliciado do índio Morales. Cheira-me que Evo terá pensado: e o índio sou eu? O provinciano sou eu? O que vem da floresta sou eu! Hãaaaa ...

Em defesa do património natural madeirense

Eu também já assinei a petição contra a construção de um teleférico no Rabaçal.

3.11.08

Carta

M:

Insensível à poesia?

Como, se poemas são as seringas contaminadas que vês todos os dias e a luz branca à beira do teu rio e as fotografias velhas que guardas e arquivas de forma quase esquizofrénica? a própria esquizofrenia é poética, vê lá tu!

Não serão figuras poéticas - poetas do novo, edificados com a massa decadente da tua cidade - os náufragos e as putas do Cais do Sodré? As meninas bonitas que enfeitam as noites do teu Lux(o) semanal? Os panascas do Bairro e as suas súplicas histeriónicas em esquinas cor de rosa? Os chulecos e os dealers que vendem farinha como se fosse coca - bons sonhos, camone!

As lágrimas são poesia pura! Como o riso, o sono, o despertar. Morrer é poético. Como nascer. E viver e aprender que há poesia em todos os gestos, no premir de um gatilho embriagado pela revolta suburbana e no sangue que jorra da ferida aberta no coração da cidade e numa mão que extende flores e numa língua que ajuda a soletrar

- g o s t o d e t i
- f i c o
- q u e r o
- s o u
- t e m o
- v i v o

e no primeiro passo de uma criança e no movimento do coveiro e no baque seco da terra sobre o caixão.

As ocorrências dos jornais não serão textos poéticos? Que serão os maus livros senão a mais clara e poética tradução da vida? Não serão os tratados médicos poemas em estado puro? Soletra:

D o r n o c i c e p t i v a
F a c t o r n e u t r ó f i c o d e r i v a d o d o c é r e b r o (BDNF)
M e c a n o r e c e p t o r
M e s e n c é f a l o
M e t e n c é f a l o
P a l i d e z
P a l p i t a ç õ e s
P a r e s t e s i a
P a r o x i s m o
P e r c e p ç ã o

A palidez poderá ser indício de palpitações que conduzirão a uma parestesia seguida de um paroxismo sem que a sensação seja revelada ao consciente através da percepção.

Não será poética a verdade revelada?

Insensível à poesia?

Gonçalo