12.6.09

Esclarecimento

Respondendo a algumas questões: as canções revolucionárias (e agora também fascistas) aqui postadas não correspondem, como me parece óbvio, a uma escolha política. São apenas resultado de um levantamento que vou fazendo quando mais nada de útil me prende a este admirável mundo. São, se quiserem, uma proposta estética. Esclarecedor?

Post-Scriptum: será que as mesmas perguntam foram feitas a esse "perigoso comunista" de nome Pacheco Pereira, biógrafo de Cunhal e mentor de um blog sobre a História do Comunismo?

Canções Fascistas I

Canção emitida pela primeira vez na Emissora Nacional (EN) um em 1961, ano do embarque das tropas para Angola. Esta versão é cantada pelo Coro da FNAT (Federação Nacional para a Alegria no Trabalho), acrual INATEL

11.6.09

O que eles, fazem por elas

Elas queixam-se deles.
Eles, delas, mas creio que existem pormenores que marcam a diferença.

É o caso deste. Tenho um amigo que, imaginem - decidiu adoptar um gatinho.
Acho que existem poucos homens com uma atitude tão carinhosa. Eu, confesso, não tenho feitio para adoptar um gatinho. Ele ligou para onde oferecem os gatos, e, no mesmo dia, foi vê-los.

Há anos, conheci uma outra pessoa, cuja paixão eram “gatas”.
O desejo era de tal forma, intenso, que se matriculou na Cambridge para aprender inglês. Queria através da língua de Shakespeare, chegar mais perto de uma gatinha.

Ela estava de passagem por Lisboa. Era dançarina numa casa nocturna. Não me lembro o nome da casa, mas recordo-me do local. Ficava a meio da Avenida da Liberdade. Mais precisamente, na Praça da Alegria. Passei por lá, numa noite. Na verdade, foram 5 casas que visitei, na companhia desse meu amigo. Na verdade, só agora descobri que ele me convidou para ver a tal gata.

Considero os dois gestos: – o de adoptar um gato e o de aprender inglês para comunicar com uma gata altruístas. Diria, de verdadeiros cavalheiros. Talvez como já não existem, e se existiram, de certeza que são personagens de livros.

Não é fácil juntá-los nesta crónica. Estão separados pelo tempo. São 10 anos de diferença. O amigo que quer adoptar um gato, ainda não o fez e quem queria “comer” a gata inglesa, nunca cheguei a saber se a felina simpatizou com o macho.

Oxalá o gato, nunca descubra a verdade.
Imagino que a médica veterinária esteja vacinada.

10.6.09

Mack The Knife (original)

Original de 'Die Moritat von Mackie Messer', cantado por Bertolt Brecht em pessoa (e garganta).

Ou onde se prova que o bom do Bertold fez muito bem em dedicar-se às letras. Como cantor não se safaria com toda a certeza!

Muller outra vez

Gosto da dramaturgia e da literatura alemã da segunda metade do século XX. Da carga política dos textos de Günter Wallraff e Peter Weiss. Do intimismo de Peter Handke – A angústia do guarda-redes antes do penálti foi um dos meus livros de juventude – do burlesco dos textos teatrais e da poesia de um dos mais profícuos herdeiros de Brecht, Heiner Müller.

Em 2008 descobri, através de uma peça que trouxe ao Funchal Beatriz Batarda (De Homem para Homem), Manfred Karge (por falar nisso, ainda espero, ó camarada Bernardo, a cópia da tradução que me is arranjar).

Gostava de conseguir ler em alemão. E falar alemão, uma língua que a maioria de nós, latinos, não acha minimamente atractiva.

Tudo isto para justificar a postagem de mais um poema de Heiner Muller.

Ei-lo:

O pai

1

Um pai morto talvez tivesse

sido um pai melhor. Melhor ainda

é um pai nado-morto.

Volta sempre a crescer erva sobre a fronteira

tem de ser arrancada a erva

sempre sempre a erva que cresce sobre a fronteira.

2

Gostava que o meu pai tivesse sido um tubarão

e despedaçado quarenta pescadores de baleias

(e eu aprendido a nadar no seu sangue)

a minha mãe uma baleia azul de nome Lautréamont

Falecido em Paris

Incógnito em 1871

9.6.09

Canções revolucionárias II

Si Me Quieres Escribir. Esta é a versão dos The Weavers de uma das melhores canções da guerra civil espanhola. Cantada pelo exercito republicano. Cá está a letra:

Si me quieres escribir, ya sabes mi paradero,
Si me quieres escribir, ya sabes mi paradero,
En el frente de Gandesa primera linea de fuego.
En el frente de Gandesa primera linea de fuego.
Si tu quieres comer bien, barato y de buena forma.
En el frente de Gandesa, alli tienen una fonda
En la entrada de la fonda, Hay un moro Mojama
Que te dice, "Pasa, pasa que quieres pata comer."
El primer plato que dan, son grenadas rompedoras
El segundo de matralla para recordar memorias


Canções revolucionárias I

El Quinto Regimiento. Original cantado pelos republicanos durante a Guerra Civil Espanhola. Em honra do V Regimento das Milícias Populares, corpo de elite das tropas republicanas criado pelo Partido Comunista Comunista de Espanha e pelas Juventudes Socialistas Unificadas.

Esta é uma versão da Banda Bassoti

Patti Smith - Horses

Já não ouvia há anos... xiça, tinha saudades...

tom zé fala sobre rita lee

Absolutamente genial

Cidadezinha Qualquer, Drummond, Tom Zé

Poema de Carlos Drumond de Andrade

8.6.09

O que mudou na noite de ontem? A percepção dos eleitores. Agora, sabem que é possível o PS perder. E entendem que é possível Manuela ganhar. O mito da invencibilidade de Sócrates transformou-se em pó.

Madrugada

Levantei-me de madrugada. A minha gata brincava com uma borboleta. Lembrei-me de um poema de Adília Lopes: Os meus gatos brincam com as minhas baratas. Só isto.

Eleições ao pequeno almoço

Na Madeira, mais uma vez, AJJ ganhou. Impôs um candidato e provou que por enquanto é maior do que o próprio partido. Vai preparar, calmamente, a não-sucessão.

Na Madeira, mais uma vez, o PS perdeu. Obteve uma votação mediocre e JCG não percebeu nada. O PS é uma caricatura de um partido. Vai arrastar-se assim até às autarquicas. Já conheço os passos dessa estrada, sei que não vai dar em nada, cantavam Jobim e Vinicius. Mas JCG não tem tempo para ouvir música. Vai preparar, calmamente, o próximo descalabro.

Na Madeira, o CDS aproximou-se, em termos de votação, do PS. José Manuel Rodrigues decidiu jogar uma cartada forte e candidatar-se à AR, liderando a lista popular. Poderá ser um momento de afirmação, mas poderá ser o fim político do Zé Manel. No CDS prepara-se, calmamente, a próxima conferência de imprensa.

Na Madeira, a CDU continua a crescer devagar. Ontem, Edgar Silva congratulou-se com o facto de ter ultrapassado o PS em várias mesas. Agora vai preparar, calmamente, a próxima reevindicação em Santo António.

Na Madeira, o Bloco continua longe do fulgor da UDP. Não ata nem desata e agora prepara, calmamente, o próximo post num blog qualquer.

Na Madeira tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é fado. Eu preparo-me, calmamente, para tomar o pequeno almoço.