6.5.06

O Bem versus O Mal


Caro colega,

Compreendo as tuas palavras, mas não as percebo.

Esperava uma outra atitude. Infelizmente, enganei-me. No entanto, é a tua opinião. Respeito-a, mas não concordo com ela, por diversos motivos:

O Edifício 2000 tem apenas 5 pisos. O Funchal Centrum, depois de pronto, vai ficar com 7. (Não há nenhum prédio voltado para o Funchal Centrum com tamanha volumetria) Além disso, existem outras grosseiras violações da lei. Se há um responsável, o primeiro é a Câmara do Funchal. Foi ela quem aprovou o projecto. Em segundo lugar, os arquitectos. Reivindicam a assinatura exclusiva de projectos, mas o discurso não coincide com a prática

Concluo por isso, das duas uma : - Ou ainda não apreenderam a ler um PDM de um município; - ou são autênticos violadores das leis.

Parece-me que é a segunda hipótese, a mais correcta. Infelizmente existe uma Ordem dos Arquitectos , mas a Ordem só serve para manter o “status quo” da classe. Não pune quem não cumpre as regras. Organiza umas conferências, mobiliza uma malta, quando é necessário dar nas vistas. O resto é conversa fiada.

Quanto aos denominados “ayatolas” estão apenas e tão só, a exercer um direito que a lei lhes confere. Já que os eleitos não salvaguardam os interesses dos eleitores, alguém está fazê-lo.

Já agora, que o Funchal Centrum sirva de exemplo, aos nossos autarcas e governantes de Portugal.

Mas o que é que tem o “Funchal Centrum”?

À parte pequenos negócios e favores, que os há em tudo, o que é que afinal está mal no “Funchal Centrum”? Não está nada. O que está mal são alguns madeirenses. Segundo eles, bem melhor ficariam as casinhas e os prédios irregulares, degradados e inestéticos que lá estavam antes. Depois, aquela zona já tem o Edifício 2000, que não é nenhuma beleza da arquitectura, mas que já estava lá, e por isso não provoca choque algum.

Esses tipos, sempre os mesmos, divertem-se a embargar obras através de manigâncias jurídicas. Vendo-os de perto, esses mesmos tipos, pelo menos os que conheço, de bom gosto não têm nada. Têm casas horríveis, vestem-se mal, falam mal, têm hábitos saloios, possuem carros feios e barulhentos. Depois, nos jornais e na televisaozinha que deus nos deu, ainda os temos que ouvir.

E não me contem histórias, porque também sei muitas. A do “Hinton”, por exemplo, funciona ao contrário.

Já sei que vão chover comentários a dizer que há ali negociatas, esquemas, violações grosseiras do PDM e tudo mais, e que eu devia era estar calado. Não quero saber, prossigam a obra se faz favor.

Magno Velosa

4.5.06

The Constant Gardner

Ainda não tinha visto “O Fiel Jardineiro”. Vi ontem. É um filme absolutamente fantástico que fez com que o nó que persiste na garganta sempre que penso em África, aumentasse ao ponto de quase me asfixiar.

Não entro em discussões estéticas cinéfilas, sobre as técnicas elipsistas (perdoem-me o neologismo), a “sujidade” da imagem ou os benefícios da câmara ao ombro, pois apesar de gostar muito de cinema, não sou grande especialista.

O que me comoveu foi a sensação gritante – que, de resto, acompanhou-me ao longo de todo o filme – que a história poderia perfeitamente ser verídica. O que me revoltou foi saber que existem muitas empresas farmacêuticas que se aproveitam da miséria daquela gente para testar drogas. O que me indignou é que somos – todos, sem excepção! – coniventes com a barbaridade cometida pelos chefes tribais e senhores da guerra, que se auto-denominam de classe política, que por meia dúzia de dólares vendem o povo à voracidade de multinacionais menos escrupulosas. O que me chocou foi a confirmação de que um africano vale infinitamente menos do que eu e que consequentemente é dispensável. O que me enojou foi a comprovação (silly me!) que empresas farmacêuticas e outras que tais, recebem milhões em benesses fiscais, ao abrigos das leis do mecenato, para enviarem para África produtos com validades ultrapassadas.
Afinal, as pessoas africanas não são bem pessoas, são assim como uns elos perdidos e que, portanto, a sua pobreza é normal. Afinal, ainda são sociedades tribais, não é?
O problema de África é o de ainda existirem demasiados africanos que clamam pela nossa ajuda. São ainda demasiadas bocas que gritam. Portanto, se diminuírem, não faz mal!


Há uns tempos, o Bruno Macedo escreveu aqui um post, de que resto, concordo na generalidade, sobre África e os regimes militares, autoritários, corruptos e criminosos que grassam por aquele continente. Disse que este era o seu maior problema (não tive tempo para pesquisar, portanto é possível que as afirmações não estejam precisas). É verdade. Como também é verdade que apaziguamos a nossa consciência enviando para lá meia dúzia de patacas e uns saquinhos de arroz e chamamos-lhe de ajuda. Não tenho qualquer trauma colonialista. Mas sinceramente acho que podemos e devemos fazer algo por aquele continente. Acredito piamente que alguma coisa de boa aconteceria se apenas olhássemos as pessoas que lá vivem de outra forma. Se todos nós, que vivemos num continente civilizado, reivindicássemos que os nossos governos e as nossas empresas agissem lá, como exigimos que ajam cá.

2.5.06

Pergunta (II)

O que dirá a esquerda anti-imperialista-admiradora-do-índio-que-chegou-a-presidente (nunca percebi porque é que não gostavam do Walesa), agora que sabemos que os militares bolivianos irão tomar posse dos campos ora privatizados?

Não sei responder, mas arriscaria prognosticar que a boa da esquerda culta e intelectual europeia irá justificar estas evoluções com a necessidade da Bolívia proteger os seus recursos naturais das sôfregas garras da rapina nortenha. Aliás, como já o tinha feito com o ditador Chàvez!

Pergunta (I)

Em Janeiro deste ano, o Brasil estendeu a passadeira vermelha a Evo Morales. Será que o comunista Lula manterá as boas relações com o Chefe da Nação Índia depois da privatização de campos de gás natural, atendendo aos interesses
brasileiros neste sector na Bolívia?

Koeman

Koeman foi um excelente jogador de futebol. Qualquer guarda-redes que prezasse pela vida tremia quando o via partir para a bola, tal a violência com que rematava. Como treinador, porém, o bendito holandês ainda não provou nada a ninguém. E a julgar por aquilo que tem feito à frente do Benfica, não será um caso sério de competência.

Agora, esqueceu o desportivismo que demonstrara durante uma data de tempo e veio questionar o profissionalismo dos jogadores do Rio Ave, essa brilhante equipa de bola, por terem sofrido três golos esquisitos contra o Sporting.

Parece que na selectiva memória do bendito holandês imagens como as de Valnei a atrasar a bola a Mantorras, do guarda-redes do Gil Vicente a dar a bola a um avançado lampião, deixando a baliza completamente escancarada, ou de um defesa a marcar um belíssimo golo no último minuto de um "zero-zero" inevitável na Luz não aparecem. Foram apagadas. Penso que pelo desespero de quem conduziu o plantel mais caro da Liga à actual situação.

De facto, ninguém quer as desculps do homem da Holanda (terra que de bom só produziu girassóis, Van Gogh e os coffeeshops). O que todos queremos é que o bom do Koeman fique na Luz por mais uns anos. Olarila!

I Encontro de Blogs de Vila Viçosa

O Sancho, nosso representante no Alentejo, terá facilidade em dar com o sítio. Cá fica o anúncio (publicidade gratuita, é o que é...).

I Encontro de Blogues de Vila Viçosa

Dia 22 de Julho venha até Vila Viçosa conviver com os seus amigos, traga a sua família, tenha a oportunidade de se maravilhar com a beleza de Vila Viçosa, passe um dia diferente no I Encontro de Blogues de Vila Viçosa!

Blogs Aderentes (até agora):

O Restaurador da Independência

Emprego Alentejo

Taberna dos Inconformados

Cidadela dos Incultos

Abatá Afefê

Quinto Império

No país das maravilhas

Isto tá lindo...

O blog dos leitores

Não existe grandeza quando a simplicidade, bondade e a verdade estão ausentes...

Quando li esta frase, lembrei-me de uma rapaz mal intencionado, que num célebre dia decidiu (não se sabe a mando de quem) ocultar factos sobre uma pesquisa que elaborou com o fundamento de montar uma peça jornalística.

Esse rapaz com “Ar de leviano” abusou da boa vontade dos elementos de um órgão de poder local, roubando-lhes tempo para ajudar os que mais precisam, e acima de tudo adulterando tudo o que lhe foi dito.

Na verdade não lhe foi pedido para escrever o que quer que fosse, na verdade as pessoas deveriam por respeito mútuo para com todos os habitantes da cidade do Funchal, limpar a porta das suas casas e não esperar que fosse uma Junta de Freguesia a fazê-lo, na verdade deveriam ter afirmado que o seu rendimento era superior a dois salários mínimos nacionais logo, a Junta de Freguesia deveria canalizar subsídios aos mais carênciados.

Tudo foi dito a este senhor, mas a verdade não interessou.

Luís Filipe Santos