"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
19.1.08
Augusto Santos Silva, ou ...
BTL!
16.1.08
Bem prega frei Tomás...
PS - Mas atentem à notícia. O homem saía apenas se fosse eleito. Que é como quem diz, se não há uma mama, há outra! Este gajo tem mérito? Não brinquem comigo...
Menos pobres?! Ninguém diria!
E o burro sou eu?!
Redundância
Nove anos
Pelo nono ano consecutivo os funcionários públicos do país perderão poder de compra. Depois dos anunciados milagres económicos, financeiros e tecnológicos, eis a realidade crua que nos aguarda depois do governo falhar clamorosamente mais uma previsão relacionada com a inflação.
Os prognósticos governamentais continuam pelos vistos no domínio do totoloto: lançam-se uns números e fica-se à espera que a sorte nos saia, sem grande trabalho e com a confiança vã que ninguém dê pelo assunto. Claro está que quem sofre com as sucessivas imprecisões são os do costume, cada vez mais habituados a contar os tostões para pagar prestações sem fim à vista. Permanecemos assim no domínio do paranormal. Há anos que ouvimos falar de crise, de sacrifícios, de reformas, de medidas, de projectos, de desejos, do agora é que é. Passam-se os anos, passam-se os ministros e os primeiros-ministros, passam-se as políticas e tudo continua igual ao de sempre: muito longe da União Europeia, saturados pelas medidas de cosmética que não nos auguram nada de novo para o futuro, mas com a inusitada esperança que algo nos vai segurar e remediar. Continuar assim não é apenas uma triste sina: é um traço pronunciado de que não aprendemos nada. Nem queremos aprender.
Silêncios comprometedores
Há silêncios que revelam bem a disposição das pessoas e a cumplicidade instituída nas cúpulas do dinheiro que depois traz poder, que depois traz dinheiro e que depois traz mais poder (e assim sucessivamente, não se sabendo bem se nasce primeiro o ovo ou a galinha). Na mais mediática eleição bancária de sempre, a lista vencedora nem se deu ao trabalho de explicar à arraia-miúda (um evidente incómodo) as linhas gerais que preconiza e que defende para o futuro do BCP. Santos Ferreira não apareceu (não era preciso), e um tal de Vara não se atreveu explicar coisas que muito provavelmente desconhece (não vá a montanha parir um rato).
No final da peça, o governo lá conseguiu o que queria: influenciar, e ganhar, as eleições num banco privado, ao mesmo tempo que mantém toda a sua omnipresença no banco público. As regras do jogo democrático encontram-se outra vez subvertidas graças a esta mentalidade mesquinha que prolifera pelo nosso país e que coloca o papel do Estado no centro da nossa vidinha mundana. No fundo, a ideia que passa é que tudo deve sempre depender do Estado, da sua anuência e da sua boa-vontade. Não há vida sem Estado. Lamentavelmente, o triste espectáculo que por agora termina, mais não é do que (mais uma) imagem fiel do nosso triste e endémico atraso.
Talvez seja Mentira
Depois de ouvir cobras e lagartos sobre o homem. (É quase sempre assim quando alguém cai em desgraça nesta terra), disseram-me que almoçou no restaurante Clássico - Duas Torres - a semana passada.
Nada de mais, caso não partilhasse a mesa com João Carlos Gouveia – Presidente do PS-Madeira.
Roque Martins nunca negou as ligações ao Partido Socialista nacional. Dizia-se próximo de António Guterres.
Imagino o teor da conversa. Talvez passou pelos polémicos números da pobreza e pela atribulada demissão.
Roque Martins talvez tenha confessado a João Carlos Gouveia que apenas 800 idosos estavam até ao final de 2007, a receber o “Complemento Solidário para o Idoso”. As estimativas da Segurança Social liderada pelo próprio Roque apontavam para um universo bem maior de potenciais beneficiários. Estavam em condições de auferir da ajuda do Estado 30 mil madeirenses.
Caso o almoço não tenha sido regado de vinho, João Carlos Gouveia também terá sido informado que, a Madeira é das regiões do país, com a mais baixa taxa do Rendimento Social de Inserção. Nos Açores, há por exemplo, o dobro dos habitantes a receber o vulgarmente chamado rendimento mínimo garantido, apesar dos índices de pobreza, por concelho, serem idênticos nos dois arquipélagos.
A mesma pessoa que os viu disse que o líder socialista estava com um ar estupefacto. De certeza que Roque aproveitou o momento, a sós, para impressionar Gouveia. Terá dito algo do género - que a taxa de requerimentos para o Rendimento Social de Inserção não acompanhava o número de deferimentos das pessoas que pediam ajuda à segurança social.
É óbvio que os números são manipuláveis. Talvez nunca tenha existido o dito almoço. Talvez nunca se saiba o teor da conversa a dois.
A Caça ao Subsídio
Chama-se AICA – Associação de Investigação Científica do Atlântico.
Para meu espanto, possui um quadro científico tecnicamente fraco. 99% dos membros fundadores estão ligados ao ensino, mas não basta dar aulas para fazer investigação, muito menos, boa investigação.
Estes senhores, em troca de alguns milhares de euros da União Europeia, (IV quadro de apoio 2007-2013) vão apresentar estudos nas áreas do turismo, dos transportes, da saúde, do ambiente, das novas tecnologias da Informação, etc., etc.
O resultado dos trabalhos é para o poder político encetar o tal novo ciclo, na economia da Madeira.
Suspeito dos seus nobres objectivos. Mais me parecem um bando de esfomeados de euros, à procura de uma esmola, para melhorarem a qualidade económica de vida.
Estavam lá os agentes do costume. Os doutores que narraram os 588 anos da história da Madeira e um bando de novos carreiristas.
Não me parece que seja este o caminho.
À boa maneira portuguesa, vamos gastar o dinheiro e não vamos ver resultados.
14.1.08
Referendos e promessas
O Eng. (?) Sócrates quebrou mais uma promessa. Com o argumento singelo de que se trata de um documento de natureza diferente, que não colide com o compromisso, primeiro, pré-eleitoral e, depois, governativo, já não vai haver referendo ao tratado europeu aprovado pelas cabecinhas europeias (cujo topo é o Dr. Barroso, interessado aparentemente num regresso à pátria) pela porta do cavalo, como o povo muito gosta de dizer. A coisa fica assim para a Assembleia da República e fica nas mãos dos principais situacionistas do regime que acham que o povo é um incómodo sem solução.
Quem ainda gesticula contra a criatura perde tempo. Na realidade, se observarem bem, estamos entregues a dois seres que, num ambiente muito propício, tratam da sua vidinha por uma questão de interesse mútuo, ao mesmo tempo que dão um ar e pose de estado conveniente e de aparente desconcertação concertada. Ao Dr. Cavaco interessa manter o Eng. (?) Sócrates e ao Eng. (?) Sócrates interessa manter o Dr. Cavaco: será isso que lhes garantirá uma reeleição calma, sem nada a atrapalhar. Neste regime de terceira república, cada vez mais convertido num regime de bufaria, de perseguição, de polícias dos costumes e de higienização popular e populista, não tenho dúvidas que estão muito bem um para o outro. E vão ver que ambos vão continuar os seus passeios na avenida perfeitamente incólumes e serenos, sem o pastel de nata, sem o arroz de cabidela, sem referendo, sem Ota, mas muito magrinhos e saudáveis.
Um quinto canal
A celeuma levantada pelo anúncio de um quinto canal generalista é a habitual. Para alguns não há necessidade, para outros não há mercado, para outros ainda vai gerar desemprego. Para mim, nada disto será absoluto e não passa de uma simples e boa notícia. Como sabem, sou muito liberal no que ao mercado diz respeito e assim entendo que cabe aos anunciantes decidir e ao público escolher o que vale ou não vale a pena. O que não faz sentido é manter negócios protegidos nas mãos dos suspeitos do costume. O cerne do problema cabe então à gestão dos canais, às receitas publicitárias, às audiências e à própria qualidade dos conteúdos e das emissões. Não cabe ao Estado e ao seu papel omnipresente decidir quem deve e quem não deve abrir um canal de televisão. Tudo o resto me é indiferente: cinco canais, dez canais, duzentos canais, nenhum canal, tanto me faz. Na verdade, não vejo praticamente nenhum. A televisão generalista portuguesa, pública e privada, é verdadeiramente insuportável. E desconfio eu que isso nada tem a ver com o número de emissões e de licenças.
Uma incoerência
Nunca percebi os princípios liberais e democráticos de alguma gente. Se por um lado, são contra o facto do governo regional manter um jornal subsidiado, não percebo então a razão de se ser a favor da manutenção pública de televisões e rádios com os mesmos princípios e orientações. Ou se é contra tudo, ou se é contra nada. Se aos governos não cabe interferir nem ser donos de jornais, o mesmo se aplica às rádios e às televisões.
Voltando...
E aos poucos, regresso. Com mais disponibilidade e com maior atenção. Como boa notícia registo o facto de haver mais uma participação neste blogue, que alguns trataram logo de apelidar de feminina, como se isto, por cá, precisasse de adornos e de cosmética. Para mim, o mais importante é que a Teresa (que eu não conheço) participe, uma vez que não terá tratamento privilegiado por causa disso. Pelo menos da minha parte, isso de certeza absoluta. Problemas com quotas e coisas politicamente correctas, é noutros lados, noutras funções, noutras agremiações. Comigo isso não pega. Bem-vinda.