"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
23.12.05
Já é Natal
Poderia falar de muita coisa.
Do trágico acidente do autocarro, com cerca de 50 turistas em São Vicente. Da crise que já mora em Portugal. Do fim de mais um ano económico, fraco para a economia nacional. Do aumento do número dos desempregados. Há muito que já é meio milhão, mas só agora o Governo admite.
Poderia abordar a questão dos vendedores de banha de cobra, que percorrem o país com os olhos postos em Belém. Não vão ver o menino Jesus, mas se for necessário, também o fazem, para serem eleitos.
Enfim…é mais do mesmo. No entanto, existe uma coisa especial.
Faltam 48 horas para o NATAL. Motivo mais que suficiente para esquecer os problemas da nação, e viver intensamente a festa.
A todos os que nos lêem e aos que nos visitam,….um FELIZ NATAL.
Coisas que me irritam
Se há uma coisa que não suporto são “SMS’s de boas festas”.
Um gajo escreve uma patetice qualquer com boas festas e felicidades pelo meio, carrega na merda de uns botões e pumba, envia a bendita mensagem para a lista toda. E metade do país recebe um texto da treta. E o pior é que depois reencaminha-o para a outra metade, entupindo as caixas todas.
Todos os anos aparecem mensagens novas, “criativas”, “engraçadas” ou o “raio que os parta”. Metem preferencialmente o Pai Natal (velho imbecil da Coca Cola) e as renas (incluindo o Rodolfo, nome manifestamente gay). E chegam aos magotes, vindas das mais diversas proveniências.
“Que as renas não falhem e te tragam felicidade e alegria neste Natal!”. Ontem, recebi três destas. Porra, vocês conseguem imaginar frase pior? Renas? Saúde e felicidade trazidas por essas animálias cornudas e mal-cheirosas? Poupem-me.
Esta manhã, de cinco em cinco minutos a merda do telemóvel apitava a anunciar bostas deste género. Será que ninguém percebe que ainda há gente a trabalhar, apesar de ser 23 de Dezembro, dia que não está consagrado como sendo feriado, tolerância de ponto ou uma merda qualquer, a menos que eu não saiba? E que ainda por cima tem o azar de ter uma caixa de mensagens pequena? E pouca pachorra para aturar chatos?
É preferível ser atropelado por um camião, ou ver uma vitória do Benfica, a receber tretas destas. Seria melhor jantar com o Eusébio tendo um discurso de Jorge Sampaio como música ambiente do que ser massacrado com “SMS’s de boas festas”. Se não fosse exagero, eu diria até que, para manter a saúde mental, seria mais sensato ouvir o Louçã e a Violante tardes inteiras do que ler coisas como “Que as renas não falhem e te tragam felicidade e alegria neste Natal”! Porra, renas…
Aproveito então para fazer um apelo lacinante: não me mandem SMS’s de Natal. Se quiserem telefonem. Se eu gostar do número e de quem aparece atrás dele atendo. Juro.
Post-Sriptum: Menos desagradáveis, mas igualmente chatos, são os postais de Natal enviados pela Internet, com pai natais aos saltos, sapos a desejar Boas Festas e outras tretas dessas. Fazem-me ter saudades dos velhos e feios postais da UNICEF…
Um gajo escreve uma patetice qualquer com boas festas e felicidades pelo meio, carrega na merda de uns botões e pumba, envia a bendita mensagem para a lista toda. E metade do país recebe um texto da treta. E o pior é que depois reencaminha-o para a outra metade, entupindo as caixas todas.
Todos os anos aparecem mensagens novas, “criativas”, “engraçadas” ou o “raio que os parta”. Metem preferencialmente o Pai Natal (velho imbecil da Coca Cola) e as renas (incluindo o Rodolfo, nome manifestamente gay). E chegam aos magotes, vindas das mais diversas proveniências.
“Que as renas não falhem e te tragam felicidade e alegria neste Natal!”. Ontem, recebi três destas. Porra, vocês conseguem imaginar frase pior? Renas? Saúde e felicidade trazidas por essas animálias cornudas e mal-cheirosas? Poupem-me.
Esta manhã, de cinco em cinco minutos a merda do telemóvel apitava a anunciar bostas deste género. Será que ninguém percebe que ainda há gente a trabalhar, apesar de ser 23 de Dezembro, dia que não está consagrado como sendo feriado, tolerância de ponto ou uma merda qualquer, a menos que eu não saiba? E que ainda por cima tem o azar de ter uma caixa de mensagens pequena? E pouca pachorra para aturar chatos?
É preferível ser atropelado por um camião, ou ver uma vitória do Benfica, a receber tretas destas. Seria melhor jantar com o Eusébio tendo um discurso de Jorge Sampaio como música ambiente do que ser massacrado com “SMS’s de boas festas”. Se não fosse exagero, eu diria até que, para manter a saúde mental, seria mais sensato ouvir o Louçã e a Violante tardes inteiras do que ler coisas como “Que as renas não falhem e te tragam felicidade e alegria neste Natal”! Porra, renas…
Aproveito então para fazer um apelo lacinante: não me mandem SMS’s de Natal. Se quiserem telefonem. Se eu gostar do número e de quem aparece atrás dele atendo. Juro.
Post-Sriptum: Menos desagradáveis, mas igualmente chatos, são os postais de Natal enviados pela Internet, com pai natais aos saltos, sapos a desejar Boas Festas e outras tretas dessas. Fazem-me ter saudades dos velhos e feios postais da UNICEF…
Maradona
Maradona brilha na Festa de Despedida de Zico. Maradona detido por desacatos no Aeroporto.
Eis um resumo da vida de Maradona. Num dia só.
Post-Scriptum: Será temor dos deuses, porque Maradona viverá mais do que eles, será mais celebrado que eles, é mais hábil do que eles?
Queridos inimigos
A "guerra" entre o Diário e a Quinta Vigia - que voltou a ser levantada há uns dias pr Alberto João Jardim e hoje pelo matutino, num editorial dispensável - dá tanto jeito a ambas a partes... Caso para dizer que "queridos inimigos"!
21.12.05
Debate
No debate de ontem, viu-se um Soares em desespero, tendo como único propósito desmistificar a candidatura de Cavaco, o que é muito pouco.
Parece-me claro que desta vez Soares perdeu. Mas é bom que se diga que Cavaco não me conseguiu convencer a votar nele.
Parece-me claro que desta vez Soares perdeu. Mas é bom que se diga que Cavaco não me conseguiu convencer a votar nele.
19.12.05
Fotografia do Ano
CINEMA
Descobri um filme bastante interessante.
Chama-se CRÓNICAS e está a ser exibido no cinemaMax.
O argumento é simples. É a história de um jornalista que procura casos sensacionais para exibir no programa: - “Uma Hora Com a Verdade”.
Nesta deambulação atrás do crime Manolo Bonilla interpretado por John Leguizamo, persegue o rasto de um serial Killer a quem são atribuídas a violação e a morte de várias crianças.
O filme acaba por ser uma espécie de documentário. A televisão dá a veracidade que são negadas às imagens cinematográficas. Além disso, o argumento foi construído com base em factos reais. Algures na década de 70/80, Pedro Alonso, foi acusado de matar mais de 300 raparigas em três países. Colômbia, Peru e Equador. Foi precisamente um destes países que o realizador escolheu para palco da rodagem do filme.
Tudo começa por causa de um banal incidente. As imagens são de uma realidade brutal. Atiram o telespectador para uma dimensão ultra-humana.
Por outro lado, Crónicas questiona a lógica dos média. A forma como tratam a realidade e como devoram o mundo para apresentarem novidades.
Crónicas tem algumas falhas típicas de um jovem realizador. Conseguiu construir uma boa história, mas falta-lhe alguma sustentabilidade. Principalmente na parte final do filme. De resto Sebastián Cordero (realizador e argumentista) promete.
Quanto à parte moral deste trabalho, considero-o um bom exercício para quem se preocupa com a mediatização da actualidade.
Sondagens
Para quem tinha dúvidas de como funcionam os aparelhos partidários, a sondagem deste fim-de-semana do Expresso deixa tudo esclarecido: Alegre está derrotado. Pior que o cego só mesmo aquele que não quer ver. Prova-se assim que na política não há lugar para poetas. Apenas para realistas e outros nomes feios.
Abertura de novo período de transferências
O Miguel Sousa Tavares deixa o Público para ingressar no Expresso.
O Arquitecto Saraiva, o cronista com mais piada e imaginação do Reino, abandona o Expresso para ingressar, jornalisticamente, em parte incerta.
A segunda volta promete.
O Arquitecto Saraiva, o cronista com mais piada e imaginação do Reino, abandona o Expresso para ingressar, jornalisticamente, em parte incerta.
A segunda volta promete.
Com tanto general..
O Real Madrid só consegui empatar com o Osassuna (um jogo quase inteiro com 10 unidades) com um golo dum jogador da equipa B: Soldado, de seu nome.
Factos curiosos e que nada têm a ver com coincidências
Curiosamente, o Setúbal não fez greve contra o Marítimo.
Curiosamente, o Sr. Norton de Matos meteu a demissão a dois dias de defrontar o Benfica.
Ficamos sem saber se o Sr. Vieira se ofereceu para pagar novamente os ordenados em atraso. Mas não me venham dizer que o futebol em Portugal não é estranho.
Curiosamente, o Sr. Norton de Matos meteu a demissão a dois dias de defrontar o Benfica.
Ficamos sem saber se o Sr. Vieira se ofereceu para pagar novamente os ordenados em atraso. Mas não me venham dizer que o futebol em Portugal não é estranho.
Suplementos úteis
No “mil folhas” de sábado uma deliciosa conversa com aquele que é provavelmente o melhor escritor americano da actualidade. Philip Roth, pois claro. A não perder.
18.12.05
ENCONTRO DE INIMIGOS
Alberto João Jardim aceitou o convite de Soares.
Deslocou-se, inclusive, ao hotel onde estava hospedado o seu inimigo político número, um em Lisboa, - (ou já não se recordam do famoso défice democrático) - para um momento a sós.
Se não visse através da televisão, o mediático encontro, diria que estava perante sósias. Se alguém dissesse, alguns meses atrás, que Jardim visitaria/receberia Soares em plena campanha para as presidenciais, diria que estavam todos loucos.
Curiosamente a “real politik” tem destas coisas. Obriga a que de vez enquanto, alguns animais da política, se verguem perante os inimigos. Cumprem assim, as missões que lhes foram confiadas pelo povo, em sufrágio universal.
Não foi um encontro inocente. Jardim sabe que pode precisar de Soares. Soares sabe que precisa de Jardim, para arrancar alguns votos, num terreno hostil ao Partido Socialista. Principalmente numa altura em que a passagem à segunda volta, é uma luz ao fundo do túnel. Por outro lado, Soares também sabe que, ao deslocar-se às regiões autónomas e não ser recebido pelos respectivos presidentes dos governos regionais, é como ir a Roma e não ver o Papa. Além disso, fica bem para quem aspira ser o presidente de todos os portugueses.
Por inacreditável que possa parecer, Jardim também pode precisar de Soares. Se falhar a eleição de Cavaco, Alberto João, sabe que através do gesto, abriu uma porta em Belém.
Agora pergunto. Era necessário?
Não!
Jardim visitou-o na qualidade de quê?
De Presidente do Governo Regional, de cidadão, ou de líder do PSD-M?
Foto: DN-M
Deslocou-se, inclusive, ao hotel onde estava hospedado o seu inimigo político número, um em Lisboa, - (ou já não se recordam do famoso défice democrático) - para um momento a sós.
Se não visse através da televisão, o mediático encontro, diria que estava perante sósias. Se alguém dissesse, alguns meses atrás, que Jardim visitaria/receberia Soares em plena campanha para as presidenciais, diria que estavam todos loucos.
Curiosamente a “real politik” tem destas coisas. Obriga a que de vez enquanto, alguns animais da política, se verguem perante os inimigos. Cumprem assim, as missões que lhes foram confiadas pelo povo, em sufrágio universal.
Não foi um encontro inocente. Jardim sabe que pode precisar de Soares. Soares sabe que precisa de Jardim, para arrancar alguns votos, num terreno hostil ao Partido Socialista. Principalmente numa altura em que a passagem à segunda volta, é uma luz ao fundo do túnel. Por outro lado, Soares também sabe que, ao deslocar-se às regiões autónomas e não ser recebido pelos respectivos presidentes dos governos regionais, é como ir a Roma e não ver o Papa. Além disso, fica bem para quem aspira ser o presidente de todos os portugueses.
Por inacreditável que possa parecer, Jardim também pode precisar de Soares. Se falhar a eleição de Cavaco, Alberto João, sabe que através do gesto, abriu uma porta em Belém.
Agora pergunto. Era necessário?
Não!
Jardim visitou-o na qualidade de quê?
De Presidente do Governo Regional, de cidadão, ou de líder do PSD-M?
Foto: DN-M
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