13.3.09

CR7 "vale" 63 milhões

Segundo a Cision, Cristiano Ronaldo tem um potêncial mediático equivalente a 63 milhões de euros só no período compreendido entre Janeiro e Outubro de 2008.

O valor foi avaliado em função do espaço editorial ocupado pelo atleta na imprensa e televisão, que permite ter uma dimensão da sua notoriedade através da sua capacidade de penetração no espaço mediático, servindo de referência para calcular o seu potencial enquanto veículo de comunicação e publicidade.

No entanto, o potencial mediático não representa o valor a pagar por uma marca ao utilizar a imagem do internacional português para comunicação, mas sim o valor que a sua presença nos media gera para ele próprio enquanto marca.

Para além do potencial tangível, medido com base na sua capacidade de despertar a atenção dos media, Cristiano Ronaldo capitaliza um forte valor intangível, na medida em que ele é embaixador de uma forma de estar, um estereótipo de sucesso com grande impacto nas classes etárias mais jovens, pelo que é um veículo privilegiado para comunicar com este target.

Tradutor precisa-se

Uma das explicações possíveis para a estrondosa goleada sofrida em Munique descreve uma ponte sobre o plano técnico-táctico e assenta pilares nos riscos inerentes ao "modelo de sustentabilidade" em que se apoia e fundamenta a estratégia de gestão do futebol profissional do Sporting.

É assim que Filipe Soares Franco explica a calamidade em que se transformou a equipa do Sporting.

Alguém me traduz esta merda e me explica o que quer dizer?

Vale sem fronteiras

Há alguém que não tenha sido burlado pelo Vale e Azevedo? Vejam a notícia do CM de hoje:

Vale burla aristocrata alemão e filhos

Um dos quatro enviados por Vale e Azevedo a Angola, a bordo do jacto particular à custa da UNITA, era Hans Georg Von Doernberg. Que pensou estar mesmo à procura de terreno para produção de biocombustíveis. "Vale apresentou-me como potencial investidor a Isaias Samakuva, servindo-se do meu bom nome para conseguir burlar o presidente do partido", conclui hoje o barão alemão. E isto porque, enquanto desviava um milhão à UNITA, no Verão passado, Vale também sacava "1,3 milhões de euros, sem retorno", à família do aristocrata.

O homem é acusado de ter surripado sócios, amigos, o estado, o Benfica, a Unita, o desgraçado que lhe alugou a primeira casa em Londres e até, pelos vistos, a aristocracia alemã. Um profissional sem fronteiras!

Here comes the sun

Irra que távamos todos fartos deste Inverno!

11.3.09

Uma jogatana

O Manchester - Inter foi uma bela jogatana, com o CR7 em grande. Passou a melhor equipa.

Les enfants de l'éclipse

Muito bom.

Kadish - Armand Amar

Graças ao Scherzan.

Confesso que não conhecia este músico, mas fiquei a gostar imenso.

Piscinas do Atlântico

Um belo levantamento fotográfico, da autoria de Fernando Guerra, do complexo Piscinas do Atlântico, nas Salinas, em Câmara de Lobos.

Projectado por Paulo David, o complexo é magnifíco mas neste momento está claramente sub- aproveitado, correndo o risco de degradar-se irreversivelmente. À atenção dos senhores da Sociedade Metropolitana de Desenvolvimento.

Uma pena, de facto!

Post-Scriptum: A música que acompanha o slide-show é deslumbrante. Se alguém souber de que grupo ou compositor se trata, fazendo o favor de me informar, terá a minha eterna gratidão. WOAB, tu que percebes de música, não consegues descobrir?

Vergonha

Ontem, pela primeira vez na vida, envergonhei-me por ser do Sporting.

Só posso concordar em absoluto com aquilo que a Marca escrevera em editorial depois do jogo da primeira volta:

- O Sporting é uma equipa indigna de estar presente nos oitavos de final da Liga dos Campeões. Ponto final parágrafo.

Post-Scriptum: Espanta-me como é que ninguém tira conclusões do desastre. Um pedido de desculpas já não é suficiente para lavar a face depois da maior humilhação da História do clube.


Porque há imagens que nos marcam.

10.3.09

Pinhead Society

Pinhead Society ou the next big thing

Para quem não tiver pachorra de ler até ao fim

Estávamos em 96 ou 97, nem me lembro bem, e eu fazia parte da Associação de Estudantes do ISCTE, um verdadeiro albergue espanhol onde a JCP e a JSD domiam na mesma cama, acompanhados por gente que saira da Política XXI e do PSR, de uma menina queque da JP e de alguns indefinidos (políticamente falando) como o Mourinho, um dos tipos mais divertidos que alguma vez conheci.

Setubalense de gema, o Mourinho era sobrinho de um tal José que naqueles tempos ainda não era o "special one". Completamente inapto para o futebol, ao contário do resto da familia, destacou-se como organizador de concertos e arraiais, convertendo-se na maior dor de cabeça do Nuno Mendes, o homem das contas, que transpirava sempre que lhe eram apresentados orçamentos para PA's decentes porque o ISCTE iria receber the next big thing.

Muitas das big things do Mourinho eram bandas de garagem sem préstimo algum, que lhe eram impingidas nas noites do Bairro. Mas no meio do caos e da chinfrineira apareceram algumas coisas interessantes.

Já vos falei várias vezes dos Raindogs, na altura liderados por Roland Popp e com um violino tocado magistralmente por um senhor que dá pelo nome de Matt Howden. Pois bem, não foram the next big thing mas ainda editaram três discos (pelo menos), dois deles absolutamente deliciosos.

Nunca vos falei, contudo, de Pinhead Society.

Cá vai:

- Tás maluco... vais pôr uma banda de miúdos de 16 anos a tocar aqui?

Dizia toda a direcção da AE. Com excepção do Mourinho, que argumentava:

- Épa, vocês não tão a ver bem a cena, meu. Os putos são... são do melhor.

Em verdade vos digo que o argumento do Mourinho foi aceite, com a abstenção do Mendes, e lá se organizou o bendito concerto.

No dia marcado os miúdos chegaram, fizeram o teste de som de forma muito profissional, desamparam a loja e apareceram à hora do espectáculo. Subiram ao palco e ao fim de duas canções tinham ganho a plateia.

Quando acabou, o Mourinho exultava:

- Eu tinha dito. Devem-me cerveja. Todos.

De facto, após aquele concerto muitos de nós ficámos convencidos que desta vez o Mourinho acertara e aqueles putos iriam ser, de facto, the next big thing.

Naquele tempo, os Pinhead Society editaram um belissímo disco, Kings of Our Size, que surgiu no mercado com o selo da Candy Factory, a mesma editora dos Raindogs.

Tocaram por Lisboa inteira, no circuito alternativo, foram a algumas estações de rádio, chegaram ao palco principal do Sudoeste (com Sonic Youth) a Vilar de Mouros e ao Coliseu e desapareceram de cena com a mesma velocidade com que surgiram, deixando boas canções e uma pergunta: que ráio correu mal?

Pois bem, há anos que não oiço falar do Mourinho. E já nem me lembrava dos Pinhead. Mas há bocado, dando uma volta pelo myspace, dei de caras com a página da banda. E pus-me a ouvir, descobrindo que o tempo não estragou as canções.

Não sei se o disco se vende (é provável que esteja esgotado). Mas a Mariana ainda canta (myspace.)

The Next Big Thing.

9.3.09

Bilhetes de Colares

Os Bilhetes de Colares, de José Cutileiro, assinados com o pseudónimo A.B. Kotter, começaram a publicar-se em A Tarde, em 1982. Passaram depois para o Espaço T, fixando-se no Semanário até 1991. Reapareceram na Visão em 1993 e, entre 1997 e 1998 publicaram-se na revista de O Independente.

Em 2007 foram editadas em livro pela Assirio e Alvim. Um volume organizado por Fernando Venâncio.

Na minha opinião, alguns dos "bilhetes" estão entre o que de melhor se escreveu na imprensa portuguesa do pós 25 de Abril. Cutileiro, aliás, o Dr. Kotter, utiliza a mais fina ironia para caracterizar o Portugal saído da revolução. Uma ironia queiroziana.

Crónicas curtas, com forte pendor antropológico, como bem salientou Maria Filomena Mónica (o diplomata José Cutileiro era antropólogo de formação), e que foram minorizadas por duas razões essênciais:

- Ilustravam a visão de um conservador;
- Não falavam de futebol, política ou da "vida do outro";

De qualquer forma estão aí, em qualquer livraria decente, prontas a ser "recuperadas".

Um livro aberto ao calhas

Ao fim da tarde, o senhor J. Fonseca perguntou-me:
-Ó Senhor Dr., se o Pina tem razão, o que acontece aos nossos... aos Bilhetes de Vossa Excelência?
- O que é que acontece como?
- No século XXI, se ninguém já souber ler?
- Se ninguém já souber ler no século XXI, ninguém saberá da Beldroega, nem do Dr. Kotter, nem do meu querido ex comando...
- O Pina não tem razão, pois não?
- Não sei, Fonseca. Não faço a mínima ideia

In Bilhetes de Colares - 1982-1998. Kotter, A.B.

I've heard of a man

I've heard of a man
who says words so beautifully
that if he only speaks their name
women give themselves to him.

If I am dumb beside your body
while silence blossoms like tumors on our lips.
it is because I hear a man climb stairs and clear his throat outside the door.

Leonard Cohen

8.3.09

If it be your will

Uma canção ou uma prece?

De qualquer maneira, é uma das melhores coisas escritas e cantadas por Leonard Cohen. De Various Positions. If it be your will.