"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
8.7.06
Praga
Pormenores da capital da República Checa. É umas das cidades mais interessantes da Europa. Uma boa parte da história do velho continente atravessou Praha. A outra metade, aconteceu ao lado.
6.7.06
A angústia do guarda-redes antes do penalty
Precisamos de si
Desde já apelamos à boa vontade de todos. E fazemo-lo por uma nobre causa. Pelas Crianças.
A ASSOCIAÇÃO ABRAÇO precisa de nós. Tem um edifício velho na Rua da Carreira (nº 107), oferecido em Janeiro deste ano, pelo Governo Regional.
A recuperação do imóvel custa 375 mil euros. É muito dinheiro, dirão vocês. É uma pipa digo, eu, mas é possível. Depois de pronta a casa é para dar apoio às crianças marcadas pela doença do século XX e que escala o XXI. (Pelo menos no nosso país).
Já existem alguns mecenas. Acontece que não chegam. É necessário mais. O curioso é que algumas empresas até estão disponíveis para ajudar, mas não querem associar o nome à Associação. Ou seja, à sida.
Pedem-se explicações.
PS – na “inauguração da velha casa” compareceram várias personalidades. A mais mediática foi a mulher do Presidente da Câmara do Funchal. Elisabete Albuquerque ofereceu o projecto de arquitectura.
Um dos outros possíveis beneméritos era Eduardo Welsh. Era porque não chegou a entrar. Deitou a cabeça à porta. Não sei o que viu. Só sei que o homem vinha todo acelerado para entrar na casa, mas com a mesma velocidade que se encaminhava para a porta, voltou as costas.
Será que foi por causa da presença da “primeira dama”?
Portugal
Só não consigo esquecer uma frase do Scolari. Somos um país pequeno!
Ele sabe porque é que disse isto e eu também imagino que sei.
5.7.06
Mudança de política
A demissão/remodelação (riscar o que não interessa) do ministro Freitas foi uma das raras boas notícias, extra futebol, dos últimos tempos. Julgo que Luís Amado, o novo ministro, é uma pessoa academicamente e moralmente mais próxima dos Estados Unidos, o que deve pressupor uma inflexão de algumas das políticas desastrosas seguidas por Portugal nos últimos tempos. Ao contrário daquilo que muitos pensam, o futuro de Portugal não passa por fechar-se sobre a União Europeia, renegando o outro lado do Atlântico. Aqui as águas dividem-se claramente: prefiro mil vezes a influência americana e o seu modo de vida (mesmo com todos os seus defeitos) do que viver alcandorado na arrogância francesa ou complexo alemão. E nem precisei do Mundial para perceber isto.
A paridade
À procura da sociedade perfeita, por decreto como é costume, anda o partido socialista. Bom exemplo da coisa é a recente lei da paridade que pretende impor aos partidos políticos quotas sexuais para as suas listas eleitorais. Confesso que já pouco me espanta. O modo como o Estado pretende se imiscuir na vida interna dos partidos não é nada de original nem de novo. Os resquícios de um outro tipo de autoritarismo, infelizmente, não foram varridos da memória e aos poucos regressam sobre a forma de leis e decretos-lei. Não há muito tempo, por exemplo, fizeram uma lei específica contra o PCP que era o único partido político que tinha votações por braço no ar quando estava em causa a eleição de pessoas. Como tal fenómeno parecia incomodar muita gente, que é o mesmo que dizer que poucos gostavam, nada como legislar sobre o assunto e meter a colher na sopa alheia.
Mas não vale a pena esconder o problema. A participação das mulheres na vida política é fraca talvez, e porque não?, por vontade própria ou por simples desinteresse. Contudo, nunca vi escrito em lado nenhum que mulher não entra e, curiosamente, os únicos partidos que aprovam este princípio são aqueles que nos seus estatutos lhes garantem e dão em papel específico dentro de um subgrupo. Quem não se lembra da mais ou menos recente eleição para as Mulheres Socialistas que foi motivo de forte chacota nacional? Entretanto, a lei que havia voltado para trás porque o presidente, esse perigoso homem da direita, não concordou com ela, ganhou nova forma: pretende agora penalizar os partidos políticos não cumpridores através do corte, sempre oportuno, das subvenções estatais. Como diria o povo, “para grandes males, grandes remédios”. Pena que não seja um remédio democrático e que não respeite a vida interna das organizações. Ainda hoje no Público, um artigo interessante mostra bem os meandros deste fascismo que quer nivelar sexualmente tudo e mais alguma coisa (e cada vez mais parecido – espantem-se!!! – com a América que muitos abominam): em Espanha, as empresas, públicas ou privadas, com mais de 50 trabalhadores “devem procurar incluir mo seu conselho de administração um número crescente de mulheres até alcançar os 40 por cento em oito anos. Em troca, podem ter vantagens nas adjudicações públicas quando compitam com empresas com uma oferta similar mas com menor nível da igualdade”. Mais: “(...) os acordos colectivos de empresas com mais de 250 trabalhadores têm de negociar planos de igualdade, dando preferência à contratação e às promoções do sexo menos representado. Os incentivos para as empresas são similares aos previstos nos conselhos de administração.” A meio disto tudo, desconheço como se resolverá o problema da construção civil, por exemplo. Ou mesmo do futebol. E desconfio que haverá muita mulher contratada apenas para que alguém possa ganhar concursos públicos. Já nada espanta. Ou pouco espanto. Ver um Estado, cada vez mais de cariz omnipresente, meter-se na vida das empresas privadas, acenando-lhe com benesses e vantagens estapafúrdias a troco de uma quimera, é como ver um porco a andar de bicicleta.
3.7.06
Vamos fugir
Vamos fugir
Desse lugar, baby
Vamos fugir
Tô cansado de esperar
Que você me carregue
Vamos fugir
Pra outro lugar, baby
Vamos fugir
Pra onde quer que você vá
Que você me carregue
Pois diga que irá,
Irajá, Irajá
Pra onde eu só veja você,
Você veja-me só
Marajó, Marajó
Qualquer outro lugar comum
Outro lugar qualquer
Guaporé, Guaporé
Qualquer outro lugar ao sol,
Outro lugar ao sul,
Céu azul, céu azul
Onde haja só meu corpo nu
Junto ao seu corpo nu
Vamos fugir
Pra outro lugar, baby
Vamos fugir
Para onde haja um tobogã
Onde a gente escorregue
Vamos fugir
Desse lugar, baby
Vamos fugir
Tô cansado de esperar
Que você me carregue
Pois diga que irá,Irajá, Irajá
Pra onde eu só veja você,
Você veja-me só
Marajó, Marajó
Qualquer outro lugar comum
Outro lugar qualquer
Guaporé, Guaporé
Qualquer outro lugar ao sol,
Outro lugar ao sul,
Céu azul, céu azul
Onde haja só meu corpo nu
Junto ao teu corpo nu
Vamos fugir
Pra outro lugar, baby
Vamos fugir
Pra onde haja um tobogã
Onde a gente escorregue
Todo dia de manhã
Flores que a gente regue
Uma banda de maçã
Outra banda de reggae
To cansado de esperar
Que você me carregue
Todo dia de manhã
Flores que a gente regue
Uma banda de maçã
Outra banda de reggae
Ainda não descobri como é que se mete música nesta merda (também, diga-se em abono da verdade, não procurei muito). Vou deixar a caixa de comentários aberta, desta vez. Pode ser que no meio dos insultos habituais alguém me explique como se faz isso. E passe a ouvir os Skank de vez em quando (entre outros).
Ganhar o Campeonato do Mundo faz bem a quê?
Mesmo que Portugal ganhe o “torneio” (que é como se deveria chamar), no dia seguinte nada se irá alterar. Não haverá nenhum surto de criatividade ou de produtividade que nos faça passar de medíocres a bons. O Brasil e a Argentina, escusado seria referir, confirmam esta regra à muitas décadas.
O que haverá, feitas as contas aos meses de Junho e Julho, é mais baldas ao trabalho, menos eficiência e mais bebedeiras e, como agora se sabe, mais dívidas, porque, mesmo tesos, os portugueses em massa compraram a tv plasma para ver o Mundial.
Depois da anestesia do Mundial vem o país real. Com reformas miseráveis, com uma educação deplorável, com uma saúde autofágica, com uma justiça para os ricos e com políticos de segunda linha.
Em suma, as vitórias da selecção, e a sua suposta indução de auto-estima, não irão acrescentar valorativamente um só átomo à nossa vidinha. Disto podemos estar certos.