28.7.05

... os 13 magníficos

Um manifesto publicado por 13 economistas de renome levantou celeuma porque desmontou a impraticabilidade e a inutilidade das mais recentes grandes obras anunciadas pelo Governo de Sócrates. O Governo, por seu turno, tremeu, meteu os pés pelas mãos e respondeu timidamente à provocação lançada garantindo que não era bem assim e que as coisas estavam devidamente pensadas e planeadas. Perante a trapalhada, a desconfiança naturalmente disparou.

Pergunta: porque raio não consegue um governo justificar politicamente as decisões que toma? Resposta simples: por nítida e manifesta incompetência, ademais aprofundadas pela falta de preparação de muitos dos seus quadros e pela cobardia de um primeiro-ministro incapaz de dar a cara pelos projectos que aparentemente apadrinha nos conselhos de governo. O problema por isso, meus caros, não é financeiro. É antes de tudo, político.

Os 12 magníficos + ...

De acordo com notícia saída no DN, 12 notáveis do PS/Madeira subscreveram uma petição a apoiar a candidatura de Mário Soares. Fazem-no totalmente “desalinhados” da actual direcção, na qual não se revêem e da qual não gostam. Percebo-os perfeitamente: o Dr. Serrão não inspira confiança e a primeira linha daquela bancada é de duvidosa capacidade e educação.
Mas o Dr. Soares não vale o esforço. Aliás, nem o Dr. Cavaco, homem austero com fama de mastigar com a boca aberta. Para quê o drama, então? Para nada. Por nada. Apenas por protagonismo fácil e demagogia barata. Ganhe quem ganhar, o sistema está falido e o país também. A única vantagem do Dr. Soares relativamente ao Dr. Cavaco é que o primeiro acelera o processo, enquanto que o segundo, adia-o. Seja como for, o circo assentou arraiais na silly season. A luta promete? Não. A luta continua.

PS: já estou a imaginar o Dr. Soares, algures montado numa tartaruga gigante negociando com Bin Laden de AK-47 na mão.

PS2: Tenho de pedir desculpa: uma manchete do Expresso afinal parece que se vai concretizar...

PS3: Socorro!

27.7.05

Independência

Uma colectânea independente de ideias absurdas:

- Colocar portagens à entrada do Funchal para controlar excesso de tráfego.

- Criar um corpo de Polícia Municipal com 32 elementos a pagar com o orçamento camarário.

- Fazer um Parque de estacionamento subterrâneo no Largo do Colégio.

E viva a independência...

Drama Box

Estive de férias. E mudei de emprego (nada de especial). E marco o regresso com uma sugestão.

"Drama Box", assim se chama o novo disco de Mísia. Boleros, tangos e fados. Canções escritas por Vasco Graça Moura (poeta magnífico e romancista desastrado), José Saramago (romancista magnífico e poeta desastrado), Natália Correia, José Luís Peixoto, Armando Manzanero, entre outros.

Só para abrir o apetite deixo-vos um excerto de "Fogo Preso", de Graça Moura:

"Quando se ateia em nós um fogo preso
o corpo a corpo em que ele vai girando
faz o meu corpo arder no teu acesso
e nos calcina e assim nos vai matando"

Digam lá se não foi um bom regresso...

Boa notícia

A candidatura de Soares é um sinal de desespero de uma esquerda que apesar de ser poder não se consegue renovar. E provavelmente, o último acto da comédia em que se transformou este regime.

Só por isso é uma boa notícia.

26.7.05

A campanha independente, dita socialista.

Recordo-me, aquando do aparecimento do candidato independente à Câmara do do Funchal, que foi enviada uma carta ao actual Presidente da CMF, apelando ao civismo, à elevação do debate, à focagem na mensagem, à luta de ideias e ao esgrimir de projectos.
Estas eram as intenções. Assim se quedaram, intenções. Todos os dias assistimos ao candidato independente a subir o nível da ofensa e a surpreender pelo incipiente e fraco produto. Confesso que esperava um outro tipo de prestação, a imagem vendida ao longo destes anos correspondia a um diferente grau de desenvolvimento e qualidades pessoais. Nem mesmo o esforço abnegado do Diário de Notícias (que tanto preza a sua equidistância, desde sempre mal disfarçada) consegue esconder a sensaboria desta candidatura independente.
Convenhamos, apresentar uma ideia por dia, durante 120 dias, constitui uma tarefa hercúlea. Só está ao alcance de poucos, daí a profusão de rabiscos pouco pensados, atirados sobre o anfiteatro, quais asas delta que, impreterivelmente, terminam o seu voo na praia.

Rescaldo

A festa foi bonita, pá!

Normas, provérbios e aforismos de Woody Allen

O leão e a gazela poderão jazer juntos, mas a gazela não há-de dormir muito bem.

Aquele que não perecer pela espada ou pela fome perecerá pela peste. Porquê fazer a barba?

É impossível experimentar objectivamente a própria morte e continuar a assobiar uma musiquinha.

Não só Deus não existe, mas tentem lá arranjar um canalizador num fim-de-semana.

I want to be immortal by not dying.

E se tudo for uma ilusão e nada existir? Nesse caso, não há dúvida que paguei demais por aquela carpete.