"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
21.2.09
20.2.09
Um livro aberto ao calhas
O que acontece quando pegamos num livro e o abrimos aos calhas:
A menstruação quando na cidade passava
o ar. As raparigas respirando,
comendo figos - e a menstruação quando na cidade
corria o tempo pelo ar.
Eram cravos na neve. As raparigas
riam, gritavam - e as figueiras soprando de dentro
os figos, com os seus pulmões de esponja
branca. E as raparigas
comiam cravos pelo ar.
E elas riam na neve e gritavam: era
o tempo da menstruação
Herberto Hélder - A Menstruação quando na Cidade Passava. In Ofício Cantante - Poesia Completa
A menstruação quando na cidade passava
o ar. As raparigas respirando,
comendo figos - e a menstruação quando na cidade
corria o tempo pelo ar.
Eram cravos na neve. As raparigas
riam, gritavam - e as figueiras soprando de dentro
os figos, com os seus pulmões de esponja
branca. E as raparigas
comiam cravos pelo ar.
E elas riam na neve e gritavam: era
o tempo da menstruação
Herberto Hélder - A Menstruação quando na Cidade Passava. In Ofício Cantante - Poesia Completa
Bella Ciao (tradução mafiada na net)
Acordei de manhã
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
Acordei de manhã
E deparei-me com o invasor
Ó resistente, leva-me embora
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
Ó resistente, leva-me embora
Porque sinto a morte a chegar.
E se eu morrer como resistente
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
E se eu morrer como resistente
Tu deves sepultar-me
E sepultar-me na montanha
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
E sepultar-me na montanha
Sob a sombra de uma linda flor
E as pessoas que passarem
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
E as pessoas que passarem
Irão dizer-me: «Que flor tão linda!»
É esta a flor
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
É esta a flor do homem da Resistência
Que morreu pela liberdade
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
Acordei de manhã
E deparei-me com o invasor
Ó resistente, leva-me embora
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
Ó resistente, leva-me embora
Porque sinto a morte a chegar.
E se eu morrer como resistente
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
E se eu morrer como resistente
Tu deves sepultar-me
E sepultar-me na montanha
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
E sepultar-me na montanha
Sob a sombra de uma linda flor
E as pessoas que passarem
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
E as pessoas que passarem
Irão dizer-me: «Que flor tão linda!»
É esta a flor
Minha querida, adeus, minha querida, adeus, minha querida, adeus! Adeus! Adeus!
É esta a flor do homem da Resistência
Que morreu pela liberdade
Se calhar vão dar que falar
21 Love Hotel é uma banda francesa que se estreou a gravar no final de 2008. O disco, Our hearts belong to the storm, pode ser ouvido na net (o my space tem muitas das canções) e pode ser encomendado na FNAC. Cheira-me que a rapaziada ainda vai dar que falar. O inicío é prometedor.
21 LOVE HOTEL
Mais uma sugestão. Esta versão do clássico italiano (Bella Ciao) é excelente. 21 Love Hotel
Mais uma trapalhada
Mais uma trapalhada - perdão, cabala, é tudo uma cabala - a envolver Sócrates... Segundo o Público de hoje, o valor de escritura do apartamento do amado líder no Heron Castilho é 30% inferior ao preço de venda de apartamentos semelhantes no mesmo edifício. Será que o homem fugiu aos impostos?
Antecipando alguns comentários que surgirão por aí:
- pois, pá, viram que o Freeport não dava em nada e desataram logo a inventar outra coisa. Tá tudo comprado!
Voltando ao texto: primeiro o curso. Depois as casas (aquela que tem a vacaria por baixo e os azuleijos verdes é genial). Depois o Freeport e agora o apartamentozito...
Oh, reles e ingrato povo! Oh, tenebrosos jornaleiros, representantes do poder oculto das trevas! Cruel destino o do amado líder, fustigado por vis cabalas!
Mas o líder sobreviverá, qual canavieira num temporal... Tenho é muitas dúvidas de que o vento deixe o resto de pé.
Antecipando alguns comentários que surgirão por aí:
- pois, pá, viram que o Freeport não dava em nada e desataram logo a inventar outra coisa. Tá tudo comprado!
Voltando ao texto: primeiro o curso. Depois as casas (aquela que tem a vacaria por baixo e os azuleijos verdes é genial). Depois o Freeport e agora o apartamentozito...
Oh, reles e ingrato povo! Oh, tenebrosos jornaleiros, representantes do poder oculto das trevas! Cruel destino o do amado líder, fustigado por vis cabalas!
Mas o líder sobreviverá, qual canavieira num temporal... Tenho é muitas dúvidas de que o vento deixe o resto de pé.
19.2.09
Democracia e socialismo à moda do PS
Hoje ficamos a saber que afinal as tais medidas fantásticas de combate ao trabalho precário, previstas no novo código, vão ficar na gaveta. Devido à crise, dizem eles, mas nós sabemos melhor, não é?
Também hoje tivemos mais duas provas da democracia à moda do PS: o Magalhães que não pode ser alvo de brincadeira - afinal é uma bandeira de José Sócrates - e as convocatórias da Directora Regional da Educação do Norte que, em mais uma prova da sua democraticidade, impõe aos professores que vão para a rua desfilar no Carnaval. Porque é preciso transmitir a ideia de que o país está em festa. Porque é preciso fazer dos professores e dos pilantrinhas dos seus alunos palhaços na grande engrenagem da máquina propagandística do PS. Porque a porra dos caciques socialistas têm que mostrar que nos seus concelhos é que é. Porque a sra. Directora é uma FASCISTA do pior que pode haver.
Mas quanto a isto, as virtuosos socialistas continuam calados que nem ratos.
É assim, a democracia que esta gente defende!
Também hoje tivemos mais duas provas da democracia à moda do PS: o Magalhães que não pode ser alvo de brincadeira - afinal é uma bandeira de José Sócrates - e as convocatórias da Directora Regional da Educação do Norte que, em mais uma prova da sua democraticidade, impõe aos professores que vão para a rua desfilar no Carnaval. Porque é preciso transmitir a ideia de que o país está em festa. Porque é preciso fazer dos professores e dos pilantrinhas dos seus alunos palhaços na grande engrenagem da máquina propagandística do PS. Porque a porra dos caciques socialistas têm que mostrar que nos seus concelhos é que é. Porque a sra. Directora é uma FASCISTA do pior que pode haver.
Mas quanto a isto, as virtuosos socialistas continuam calados que nem ratos.
É assim, a democracia que esta gente defende!
Sobriedade vs demagogia
Parece que a urticária começa a atacar o PS. De repente, qualquer coisa que Manuela Ferreira Leite diga, ou não, é causa de um certo nervoso miudinho entre os socialistas, que acotovelam-se para vir gritar para a praça pública contra a líder do PSD. Aliás, até a própria entrevista de Ângelo Correia, que é elucidativa de que os sectores social-democratas que se opõem à líder estão conscientes de que é cada vez mais possível derrotar José Sócrates (poderá alguém de bom-senso pensar mesmo que Pedro Passos Coelho iria mexer agora se estivesse convencido de que a derrota do PSD é uma inevitabilidade?), foi aproveitada para criticar Manuela Ferreira Leite.
Será que, como há tempos dizia-me um amigo, os socialistas começam mesmo a temer a avozinha? Será que a avozinha pode mesmo vencer José Sócrates? Será que a sobriedade é mais forte do que a demagogia?
Será que, como há tempos dizia-me um amigo, os socialistas começam mesmo a temer a avozinha? Será que a avozinha pode mesmo vencer José Sócrates? Será que a sobriedade é mais forte do que a demagogia?
Como governar Portugal
Receita de Manuel Pinho para governar Portugal: fé (esperança - tinha citado, inicialmente, de cor) e paciência!
É assim que o ministro da Economia descreve a sua governança.
Ah, e chegar tarde às reuniões dos ministros da Economia da Europa, quando se quer aproveitar para reunir bilateralmente com um ministro.
Digam lá se não é mesmo mauzinho...
Digam lá se pinho bom não é mesmo aquele que se queima...
É assim que o ministro da Economia descreve a sua governança.
Ah, e chegar tarde às reuniões dos ministros da Economia da Europa, quando se quer aproveitar para reunir bilateralmente com um ministro.
Digam lá se não é mesmo mauzinho...
Digam lá se pinho bom não é mesmo aquele que se queima...
Say what?
Então parece que o PS-Madeira está em implosão... E são estes senhores que ousam afirmar-se como alternativa?! Alternativa de quê e para quê?
Mas agora mais a sério, o PS-Madeira tem um problema gravíssimo, que é apenas conjuntural mas que ameaça tornar-se estrutural, se não houver uma mudança rápida: as figuras de proa do PS não têm qualquer qualidade. Não percebem nada de política, estão mal preparados intelectualmente, são inábeis comunicadores e têm um deficit cultural óbvio e evidente. Dão uns berros, fazem umas contas e nada mais. E enquanto esta gente não for afastada, não auguro melhores dias para os socialistas madeirenses.
O que é grave, é que são já clientes habituais e não estão dispostos a abdicar dos cargos. Ora por incapacidade de reconhecer a sua própria incompetência, ora porque não querem perder o ordenadozinho, a verdade é que a tal "boa moeda" não terá tarefa fácil.
Existe, contudo, um sinal de esperança, nomeadamente com as pessoas que alegadamente estão a ser convidadas pelo ainda líder, nomeadamente para a liderança do grupo parlamentar. Veremos o que isto dá!
Mas agora mais a sério, o PS-Madeira tem um problema gravíssimo, que é apenas conjuntural mas que ameaça tornar-se estrutural, se não houver uma mudança rápida: as figuras de proa do PS não têm qualquer qualidade. Não percebem nada de política, estão mal preparados intelectualmente, são inábeis comunicadores e têm um deficit cultural óbvio e evidente. Dão uns berros, fazem umas contas e nada mais. E enquanto esta gente não for afastada, não auguro melhores dias para os socialistas madeirenses.
O que é grave, é que são já clientes habituais e não estão dispostos a abdicar dos cargos. Ora por incapacidade de reconhecer a sua própria incompetência, ora porque não querem perder o ordenadozinho, a verdade é que a tal "boa moeda" não terá tarefa fácil.
Existe, contudo, um sinal de esperança, nomeadamente com as pessoas que alegadamente estão a ser convidadas pelo ainda líder, nomeadamente para a liderança do grupo parlamentar. Veremos o que isto dá!
Não está hibernada, está ocupada.
Não caro amigo, a blogosfera pela transparência e que não se resigna à péssima governação socialista não está hibernada. Mas enquanto os socialistas andam todos contentes a apresentar uns ppt de propaganda e ameaçar tudo o que mexe, os outros precisam de trabalhar, para que o país não pare...
A homossexualidade não é normal, não senhor!
Digam o que quiserem, D. Saraiva Martins tem razão quando afirma que a homossexualidade não é normal. Para os mais desatentos, o adjectivo normal provém do substantivo feminino norma que significa: princípio que serve de regra. Ora, que eu saiba, a homossexualidade não é a regra; é a excepção no que toca à sexualidade humana. Assim sendo, só a podemos adjectivar de anormal.
Coisa radicalmente diferente seria afirmar que a homossexualidade é natural. É-o de facto, porque existe na natureza, não se tratando de uma convenção humana. E D. Saraiva Martins não o negou!
Tudo o resto que se tem dito, não passa de lixo demagógico pseudo-intelectual-de-esquerda, contra-informação ou, nos casos mais graves, pura ignorância e patetice.
Assim sendo, não vale a pena argumentar mais o que quer que seja!
Coisa radicalmente diferente seria afirmar que a homossexualidade é natural. É-o de facto, porque existe na natureza, não se tratando de uma convenção humana. E D. Saraiva Martins não o negou!
Tudo o resto que se tem dito, não passa de lixo demagógico pseudo-intelectual-de-esquerda, contra-informação ou, nos casos mais graves, pura ignorância e patetice.
Assim sendo, não vale a pena argumentar mais o que quer que seja!
17.2.09
Futebol domina a informação
O Futebol, o FC Porto e o Benfica ganharam à crise em 2008. Se acha esta frase estapafúrdia e sem sentido, saiba que traduz a principal conclusão de um estudo feito pela Cision sobre as palavras que registaram mais notícias associadas na imprensa nacional durante o ano passado.
Neste "campeonato", a palavra "futebol" ficou em primeiro lugar, seguida das expressões "Sport Lisboa e Benfica" e "Futebol Clube do Porto".
A Cision seleccionou um grupo de palavras-chave consideradas relevantes no contexto dos acontecimentos que marcaram o ano e, numa pesquisa feita na sua base de dados, aos meios de âmbito geral/nacional, económico, desportivo e de entretenimento, conclui que o Futebol e os principais clubes lideram os conteúdos nacionais. Apenas o “Sporting Clube de Portugal” é ultrapassado pela palavra “Crise”, que regista uma diferença de cerca de 57 mil notícias face ao primeiro do pódio, refere a empresa
José Sócrates, primeiro ministro, aparece em sétimo lugar nesta tabela, seguido de Barack Obama que, com 33 mil inserções, coloca-se à frente de Cavaco Silva que se fica, "apenas", pelas 29 mil notícias.
Depois de Sócrates e de Cavaco (com Obama pelo meio) coloca-se o... "Desemprego".
"Jogos Olímpicos" e "Cristiano Ronaldo" aparecem já fora do "top 10". A Selecção Nacional e os campeões Olímpicos Nélson Évora e Vanessa Fernandes surgem em posições muito modestas. Os dois últimos, aliás, ficam-se pelas 1.158 e 2.785 inserções respectivamente, o que demonstra a forma como a imprensa reflecte a ausência de interesse dos portugueses por todos os desportos que não sejam o futebol.
Aliás, um dos dados curiosos do trabalho da Cision é o seguinte: retirados da análise os jornais desportivos, a diferença entre o número de notícias que reportam as palavras "crise" e "futebol" é de apenas 577 favoráveis à primeira, o que revela bem o impacto do "jogo da bola" na sociadede portuguesa.
O mesmo se verifica numa análise por âmbito dos meios: o Futebol regista o maior número de notícias na imprensa geral/nacional e nas publicações de entretenimento, sendo, apenas, ultrapassado pelos clubes SLB e FCP nos jornais desportivos. Nas publicações de âmbito económico o “Investimento” vence a “Crise”, conclui a Cision.
Um bom documento para analisar a imprensa portuguesa, tal como a sociedade que ela reflecte.
Neste "campeonato", a palavra "futebol" ficou em primeiro lugar, seguida das expressões "Sport Lisboa e Benfica" e "Futebol Clube do Porto".
A Cision seleccionou um grupo de palavras-chave consideradas relevantes no contexto dos acontecimentos que marcaram o ano e, numa pesquisa feita na sua base de dados, aos meios de âmbito geral/nacional, económico, desportivo e de entretenimento, conclui que o Futebol e os principais clubes lideram os conteúdos nacionais. Apenas o “Sporting Clube de Portugal” é ultrapassado pela palavra “Crise”, que regista uma diferença de cerca de 57 mil notícias face ao primeiro do pódio, refere a empresa
José Sócrates, primeiro ministro, aparece em sétimo lugar nesta tabela, seguido de Barack Obama que, com 33 mil inserções, coloca-se à frente de Cavaco Silva que se fica, "apenas", pelas 29 mil notícias.
Depois de Sócrates e de Cavaco (com Obama pelo meio) coloca-se o... "Desemprego".
"Jogos Olímpicos" e "Cristiano Ronaldo" aparecem já fora do "top 10". A Selecção Nacional e os campeões Olímpicos Nélson Évora e Vanessa Fernandes surgem em posições muito modestas. Os dois últimos, aliás, ficam-se pelas 1.158 e 2.785 inserções respectivamente, o que demonstra a forma como a imprensa reflecte a ausência de interesse dos portugueses por todos os desportos que não sejam o futebol.
Aliás, um dos dados curiosos do trabalho da Cision é o seguinte: retirados da análise os jornais desportivos, a diferença entre o número de notícias que reportam as palavras "crise" e "futebol" é de apenas 577 favoráveis à primeira, o que revela bem o impacto do "jogo da bola" na sociadede portuguesa.
O mesmo se verifica numa análise por âmbito dos meios: o Futebol regista o maior número de notícias na imprensa geral/nacional e nas publicações de entretenimento, sendo, apenas, ultrapassado pelos clubes SLB e FCP nos jornais desportivos. Nas publicações de âmbito económico o “Investimento” vence a “Crise”, conclui a Cision.
Um bom documento para analisar a imprensa portuguesa, tal como a sociedade que ela reflecte.
16.2.09
Foi bonito!
O concerto foi óptimo, pá. Depois da crise que reduziu a banda a três, os sobreviventes aguentaram-se e pelos vistos estão para durar. O Stuart Staples continua em forma, com uma voz inconfundível. O Coliseu estava cheio, as canções novas funcionaram perfeitamente e os músicos conseguiram construir vários ambientes, desde o mais "jazzy" - recuperando a estupenda "My Sister" - ao mais intimista. Eu saí da sala a traulitar "She's Gone", com "Tiny Tears" a espreitar a oportunidade.
Subscrever:
Mensagens (Atom)