19.10.06

Patriotas (e cegos)

Quase 50% dos espanhóis querem uma união ibérica. "Deste" lado da fronteira, são pouco mais de 25% aqueles que defendem tal cenário. É a nossa tradicional cegueira a vir ao de cima!

Regresso

Depois de duas semanas de férias, uma delas passadas na melhor das cidades que conheço - Barcelona - voltar à realidade insular é um martírio. Brevemente, prometo escrever qualquer coisa sobre o assunto. Ah, e sobre a Lei das Finanças Regionais, o Estádio do Marítimo, o PS e o PSD e a CDU e o BÊEE. E sobre a crise, sobre os comboios que perdem carruagens em Cascais, sobre as novelas da TVI, sobre o Prof. Marcelo e sobre todos os assuntos que interessam à pátria lusa. Mas por agora, vou tomar qualquer coisa que me permita enfrentar o mundo como ele é.

Finalmente

Finalmente, a polícia fez o que lhe competia, ou seja, expulsou os ocupantes do Rivoli. O espectáculo já era deprimente!

Blog do BTT

Mais um blog. Para BTT (que bem merece).

16.10.06

Descobertas

O Público descobriu, através de um estudo encomendado pelo Ministério da Administração Interna destinado à reestruturação das polícias, que a larga maioria dos elementos da GNR não é dada ao uso das novas tecnologias. Diz o mesmo estudo que num total de aproximadamente 25 mil efectivos, apenas 300 têm correio electrónico, um número, pelos vistos, muito aquém do desejado e que manifestamente traduz o arcaísmo da instituição e dos seus elementos. A coisa não escandaliza, nem deve sobressaltar ninguém. O retrato do Portugal profundo está aqui e pedir mais é como pedir o impossível.
Num país onde navegar na net pode custar 35€ ao mês, muito me espanta a quantidade de gente que se predispõe a fazer um sacrifício enorme para ter um serviço péssimo, caríssimo e onde a velocidade de acesso não passa de uma mentira consentida e consagrada.
Quanto aos elementos da GNR, pelos vistos às vezes mais ligeiros no gatilho do que no botão do rato, nada a dizer. Se hoje estes elementos pertencem a uma força obsoleta, a culpa única é do Estado, incapaz de reformar e de requalificar as suas pessoas e de voltar a torná-las válidas para as funções nobres que exercem.
Para terminar apenas um aviso: não estendam estes estudos e estas preocupações aos professores, aos médicos, aos enfermeiros, aos juízes, aos advogados ou a outros largos sectores da função pública. Nunca se sabe quando pode surgir uma verdadeira, e desagradável, surpresa. É que não basta falar muito em tecnologia...

Dúvidas existenciais III

Não era o Dr. Dias Loureiro que queria fazer de Portugal uma imensa Madeira?

Negócios

O Google comprou o YouTube num negócio avaliado em largas centenas de milhões de dólares. Num mundo enlouquecido pelos grandes negócios – não apenas entre gigantes tecnológicos – este é apenas mais um exemplo de aparente sucesso. Mas o negócio, de contornos inimagináveis, tem algumas particularidades interessantes que valem a pena revelar. Por exemplo: ambas as empresas nasceram em garagens; ambas as empresas têm donos com idades inferiores a 35 anos; e ambas as empresas são fruto de verdadeiro capital semente oriundo de uma mesma empresa vocacionada para o capital de risco.
A ignorância leva-nos a que muitas vezes olhemos para a América como um monstro liberal de excessos em que a doutrina se resume ao dinheiro e à competição desenfreada entre pessoas que não olham a meios. Mas ao contrário desta Europa emperrada, onde quase tudo depende dos governos e consequentemente dos nossos impostos, na América o risco é um negócio que não é exclusivo dos bancos e dos seus inusitados e despropositados juros. Por isso, há verdadeiros mecenas dispostos a arriscar, no escuro, em gente nova e com ideias que aproveitam assim a deixa para mostrar o seu valor. Eis uma lição que alguns podiam aprender.

Dúvidas existenciais II

Se o jantar com o candidato a secretário-geral era apenas para destacados militantes, o que faziam na mesa de honra destacados independentes?

Dúvidas existenciais

O novo Sr. Loureiro não tinha prometido abandonar o cargo de deputado se fosse eleito presidente da Liga?

A verdadeira selecção

Eis uma verdadeira selecção dos grandes portugueses. Este, este, esta, este e ainda este. Delicioso, no mínimo. Neste país onde um povo ligeiramente ignorante e fantasioso se prepara para eleger o maior português de todos os tempos, há uma lição que todos temos que aprender: no humor, na tragédia e no suportar deste triste fado e destino ninguém nos bate. Só me espanta que ninguém se tenha lembrado da Teresa Guilherme, do Avô Cantigas, do Badaró, das Doce ou do Vítor Espadinha.