"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
9.1.10
Chamem-me de homófobo...*
* Dá-me igual ao litro.
8.1.10
Esta noite vou dormir num país mais livre!
Depois de um incontável número de debates, propostas, avanços, recuos, propostas de debate, propostas de debate de propostas, avanços-recuantes, recuos avançados, adiamentos, recusas, chumbos e quejandos, a Assembleia da República aprovou ("Finalmente!" como se ouvirá por certo no Príncipe Real), na generalidade, a lei que consagrará o direito ao Casamento (assim mesmo, com maiúscula!) entre pessoas do mesmo sexo.
Peca por ser demasiado apressada e arrojada, dirão alguns...
Peca por ser tardia e acanhada dizem(os) outros...
O que é um facto (sim, com "c", apesar do acordo...) é que o Estado dá claros sinais de que queremos construir, pelo menos oficialmente, um País em que a discriminação baseada na orientação sexual não cabe e não faz, racionalmente, sentido.
O PPD e o CDS já fizeram constar que contam com o Sr. Presidente da República para travar a lei, seja pelo pedido de fiscalização ao Tribunal Constitucional, seja simplesmente pelo veto puro e duro... Dizem até que se o PR não pedir a fiscalização, tomarão eles a iniciativa... Até era capaz de não ser mau, porque, convenhamos, teria alguma piada que o TC decidisse pela inconstitucionalidade daquele resquício discriminatório que veda aos Casais (assim mesmo, com maiúscula!) alguns direitos parentais e a eligibilidade para adoptar, criar e educar criancinhas...
A história não ficará, certamente, por aqui...
A poucos minutos da meia-noite não quis deixar de assinalar o que me parece ser um dia em que demos mais um passo em direcção a mais liberdade, mais direitos mas também mais deveres para mais alguns Cidadãos de Portugal.
Esta noite vamos dormir num país mais livre...
E amanhã vou continuar a querer acordar num país cada vez mais livre!
6.1.10
Leo Ferre - Les Anarchistes
Uma das canções que marcou a obra, marcadamente política, de Léo Ferré. Les Anarchistes.
A letra:
Y'en a pas un sur cent et pourtant ils existent
La plupart Espagnols allez savoir pourquoi
Faut croire qu'en Espagne on ne les comprend pas
Les anarchistesIls ont tout ramassé
Des beignes et des pavésIls ont gueulé si fort
Qu'ils peuv'nt gueuler encoreIls ont le cœur devant
Et leurs rêves au mitan
Et puis l'âme toute rongée
Par des foutues idées
Y'en a pas un sur cent et pourtant ils existent
La plupart fils de rien ou bien fils de si peu
Qu'on ne les voit jamais que lorsqu'on a peur d'eux
Les anarchistesIls sont morts cent dix fois
Pour que dalle et pour quoi?
Avec l'amour au poing
Sur la table ou sur rien
Avec l'air entêté
Qui fait le sang verséIls ont frappé si fort
Qu'ils peuvent frapper encore
Y'en a pas un sur cent et pourtant ils existent
Et s'il faut commencer par les coups d'pied au cul
Faudrait pas oublier qu'ça descend dans la rue
Les anarchistesIls ont un drapeau noir
En berne sur l'Espoir
Et la mélancolie
Pour traîner dans la vie
Des couteaux pour trancher
Le pain de l'Amitié
Et des armes rouillées
Pour ne pas oublier
Qu'y'en a pas un sur cent et pourtant ils existent
Et qu'ils se tiennent bien le bras dessus bras dessous
Joyeux, et c'est pour ça qu'ils sont toujours debout
Les anarchistes
la révolte - chant d'anarchiste
Uma canção anarquista (ou libertária) francesa. interpretada pela banda "4 Barbus".
5.1.10
Casamentos de primeira e segunda
Só que a utilização do termo casamento pressupõe um problema grave:
- a estratégia do Governo, que passa por incluir no Código Civil um artigo que veda a adopção por casais homossexuais poderá estar ferida de inconstitucionalidade, pois cria casamentos de primeira e de segunda categorias;
E que tal chamar outra coisa qualquer?