"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
17.2.07
Notícia do SOL one-line
Jardim já comunicou ao PSD que se vai demitir
Está tudo a postos. Jardim vai anunciar aos sociais-democratas que se demite de Presidente do Governo Regional da Madeira e formalizará a saída a meio da próxima semana. O PSD não indicará substituto forçando Cavaco a convocar eleições antecipadas. E o sucessor de Jardim será o próprio Jardim
Alberto João Jardim vai mesmo anunciar a sua demissão esta segunda-feira. O SOL soube junto de fonte social-democrata que o Presidente do Governo Regional da Madeira já informou a direcção nacional do PSD do que se irá passar na próxima semana. Confirma-se que a reunião de segunda-feira com os sociais-democratas madeirenses servirá a Jardim para informar a sua estratégia política. O objectivo é a sua reeleição, para um novo mandato, com maioria reforçada. ..............
o blogue www.ultraperiferias.blogspot.com foi mais rápido. Dá como certa a demissão de Jardim.
16.2.07
A banda que veio do frio
Vulgarização do aborto já começou!
A argumentação desta gente miserável é a de que o objecto do referendo estaria a ser subvertido e acenam logo com um alegado condicionalismo ao poder de decisão da mulher, esquecendo que nenhum aconselhamento é vinculativo. No final, haja ou não tentativa de dissuasão, a decisão última será sempre da mulher. Portanto, deixem-se lá de retóricas idiotas e assumam que nesta questão, apenas é equacionada a liberdade da mulher. Que não existe mais nenhum elemento que deva ser ponderado. Que o aborto é uma coisa normal e vulgar e que deve ser entendido como tal.
O que sinto hoje é uma revolta do tamanho do mundo! Portanto, não me venham pedir que seja racional, perante esta total e absurda irracionalidade. Definitivamente vivemos numa cultura decadente!
Musical Hair.
A palhaçada continua
Esta campanha não só é idiota e imbecil, como também demonstra bem o que pensam os socialistas portugueses do seu país e o querem para o seu povo.
Definitivamente, estes gajos que estão no Governo estão pouco se lixando para as aparências. Não são sérios e agora já nem sequer querem parecer.
Coisas Inconvenientes
Uma semana depois, a capital continua entretida com outras fitas. Pior, só as escolas. Os programadores já disponibilizaram o filme para os alunos, mas o pouco flexível sistema de ensino, não se interessou.
Já vi o trabalho de Al Gore e não tenho dúvidas. Merece o Óscar de melhor documentário. Além do filme estar muito bem executado, é didáctico
Recomendo-o a dois políticos. Aos Senhores Secretários da Educação e do Ambiente.
Quer um quer outro gastam fortunas em campanhas. Fazem, inclusive, produções caseiras de medíocre qualidade científica e de imagem, para mostrar aos nossos alunos. Convidam oradores que não enxergam um palmo de terra além do nariz. Ou falam da colónia de lobos-marinhos ou da freira da Madeira. Agora existe um brilhante trabalho sobre o ambiente e não incentivam as escolas a vê-lo.
O outro senhor é Alberto João Jardim. Ganhou o referendo sobre o aborto na Madeira, perdeu-o no país. Ameaça pedir a inconstitucionalidade da Lei. Depois diz que ninguém o leva a sério. Pudera.
13.2.07
Zero(s)
12.2.07
Non Sense
Ontem vi o Dr. Louçã agradecer aos católicos terem votado Sim no referendo. Não me espantaria que qualquer dia o homem fosse pregar os disparates do costume para o átrio das Igrejas.
Resolvida que está esta questão, estou sinceramente curioso para ver qual será a grande bandeira que o Bloco de Esquerda irá desfraldar, mas deixo já aqui umas sugestões:
1. Liberalização das drogas;
2. Criação, em força, de salas de chuto;
3. Casamentos de homossexuais;
4. Casamentos católicos de homossexuais;
5. Adopção de crianças por casais homossexuais;
6. Despenalização da eutanásia;
7. Proibição de Cultos Religiosos em locais públicos (como em Fátima, por exemplo), que o Estado é laico e não se quer cá atrasados mentais que têm fé em divindades;
8. Extinção da propriedade privada;
9. Expulsão da Embaixada dos Estados Unidos.
Salvador Dali, Crucificação Hipercúbica
Efeitos colaterais do fim-de-semana
Por momentos só me ouvia. Tinha conseguido eliminar o barulho do oceano. Mas foi por pouco tempo. Assim que levantei a vista do jornal estava um homem a olhar para mim. Estava incrédulo. Fiz questão de acalmá-lo. Disse-lhe que poderia ficar para ouvir as notícias. O homem não ligou. Bateu duas vezes numa cerca de madeira. Bateu a segunda vez. Abriu uma pequena passagem. Estive quase a lhe dizer que seria mais fácil saltar. Enganei-me. O estranho era eu.
Passeava pela “Madeira nova”, quando decidi tomar café à beira mar e aquecer-me ao sol. O café estava encerrado. Ainda por cima quando lá cheguei não havia uma única alma por perto. As mesas faziam companhia às cadeiras. Não resisti. Puxei uma, sacudia-a. Ainda vi caírem uns grãos…imaginei que fosse sal. Sentei-me. Abri o jornal e mergulhei a vista nele. De 10 em 10 segundos levantava a cabeça para ter a certeza que continuava só.
Nunca mais perdi o rasto do homem. Passou de novo por mim, só que desta vez com um carro de mão carregado de “paletes salgadas”. Do nada surgiu um segundo indivíduo. Mais velho. Tinha à volta de 45 anos. Foi para junto do primeiro. Meia hora depois juntou-se a eles um rapaz. O primeiro trabalhava, os outros faziam-lhe companhia. Continuei a minha imperturbável leitura. É óbvio que deitava o olho para observá-los. Numa das vezes apanhei-os a beber “Coral”. A porta do balneário estava entreaberta. Fiz que não vi. Não queria perturbá-los. Era o mínimo que podia fazer.
Continuei a leitura. Já tinha lido os argumentos do SIM e do NÃO. Era o primeiro dia da campanha do referendo sobre o aborto.
Àquela hora o Primeiro-ministro já tinha chegado à China. O País tem mais de 1 bilião de habitantes. Muita gente. Faltava o mais importante. O Presidente da República para recebe-lo.
Foi no mesmo dia que se soube que tinha falecido a mulher mais velha do mundo. Tinha 114 anos. Era norte-americana. Fiquei contente. Não pela morte da senhora, mas pela data do aniversário. Nasceu no mesmo mês em que vi a luz do dia.
Uma hora depois já tinha lido o Calvin & companhia. Altura em que os homens abandonaram o local. O primeiro ficou de propósito para trás. Ao passar perguntou:
-Porque é que lê em voz alta?
-Por causa do trabalho
-Do tribunal.?
-Não! Pronuncia-se melhor as palavras.
Fez-me sinal com os olhos que tinha percebido, mas percebi que não tinha.
Tirei-lhe as dúvidas. Disse a verdade. Ele foi embora.
11.2.07
A dieta do Dr. Cavaco
O voto obrigatório
Votar é um direito e, simultaneamente, um dever. Ou seja: eu tenho o direito de voto, logo tenho o dever de ir votar. Mas esse direito ou dever não devem ser impostos como meios de aumentar a participação dos portugueses nos processos eleitorais apenas para satisfazer o capricho de políticos totalmente incapazes de mobilizar um eleitorado desiludido e amargurado com o quotidiano. Nem neste assunto nem noutro qualquer.
O problema da abstenção no país, aliás um problema generalizado em boa parte da Europa civilizada, é mais vasto e implica o combate efectivo às suas causas para que o guião não seja menosprezado. O que é preciso saber é porque não vão os portugueses votar. O que é preciso saber é porque preferem (os portugueses) passar os domingos de eleições em todo o lado menos numa fila ou numa mesa de voto. O que é preciso saber é porque desprezam (os portugueses), de ano para ano e cada vez mais, os políticos que se apresentam a eleições. O que é preciso saber é por que é que a imagem dos políticos está sempre conotada negativamente no espaço público. O que é preciso saber é por que razão o aborto não mobiliza [mobilizou] ninguém. Talvez muita gente se surpreendesse com as respostas.
O referendo
Infelizmente, para uns e outros, a coisa veio liminarmente mostrar que muitas vezes os políticos estão a mais no processo, que as pessoas estão fartas desta intromissão e deste visível descaramento que apenas procura um protagonismo fácil e mediático que renda votos. Quem viu o Dr. Louçã a cantar vitória percebe bem o desprezo que ele gera e o mal que ele faz à nossa jovem democracia. A mesma democracia que ele abomina, combatendo-a inapelavelmente, mas que o admite no seu seio, recebendo-o de braços abertos. Como, e muito bem, escreveu alguém um destes dias, curiosamente a democracia está cheia de pequeninos candidatos a ditadores. Disfarçados de cordeirinhos e de democratas, acrescento eu. Mandassem eles cinco minutos nas nossa vidas e o mundo nada teria de cinzento.