28.10.05

Festival Internacional de Cinema

O Festival Internacional de Cinema do Funchal tem o mérito de fazer com que, durante quase duas semanas, se fale de cinema, se veja cinema, se viva cinema.

Concentrando as actividades na Sala de Espectáculos do Teatro, no Café do Teatro e no Auditório do Jardim Municipal e aliando a 7ª a outras artes como a música, contribuirá para criar momentos únicos na baixa da cidade.

Trará, até ao Funchal, bons filmes, entre os quais se destaca, logo na sessão de abertura, "In To The Blue", película que muitos críticos apontam como forte candidata a finalista na corrida ao Óscar para o melhor filme estrangeiro.

Apostará na cinematografia espanhola, através da "Festa do Cinema Espanhol", projectando algumas obras clássicas do cinema de "nuestros hermanos".

No espaço Animarte, destinado a um público jovem, apresentará filmes como "A Floresta Mágica", primeira película de animação a 3D feita na Europa, pela produtora galega Dygra Films, como "Dragon Hill", de Ángel Izquierdo, ou "El Cid", fitas premiadas com os prémios Goya para os melhores filmes espanhóis de animação, respectivamente em 2003 e 2004. Ou como "Back To Gaya", escrito pelos argumentistas de "Bug's Live" e "Hércules".

Finalmente homenageará Cunha Telles, um dos mais importantes produtores (e realizadores) portugueses, nascido na Madeira. Uma figura relevante. Como o são Virgílio Pereira, o actor. Ou José Maria da Silva, o entusiasta, fundador do Cine Fórum do Funchal e homem de cultura. Creio, contudo, que nas próximas edições estes nomes estarão, seguramente, entre os homenageados pela organização.

Não se pode esperar é que de um momento para outro o Funchal se transforme numa espécie de Hollywood a meio do Atlântico. Que Brad Pit, Tom Cruise, De Niro, Di Caprio, Angelina, Mônica ou outros desembarquem no Aeroporto da Madeira de mala às costas. É perfeitamente patético pensar que isso poderia acontecer. É não ter sequer a noção da nossa realidade.

O Festival Internacional de Cinema do Funchal estrear-se-á este ano. Certamente, as próximas edições serão maiores. Mas há que ter a noção das coisas. Para já, é importante que se fale de cinema, que se veja cinema e que se viva o cinema. E se isso acontecer, estaremos já perante um sucesso.

Post-Scriptum: A programação completa do evento que, como já foi anunciado, decorrerá entre 5 e 13 de Novembro, já está disponível nos sítios do Funchal 500 Anos e do Festival. A consultar.

27.10.05

Blogs que se vão descobrindo

Rocha dos Bordões é o curioso blog do Fórum Ilha das Flores.

Dave Matthews

Um dia, alguém passou por mim e deixou-me Dave Matthews Band. Estávamos em 1994 ou 1995 e a banda vivia a ressaca de "Under The Table And Dreaming" e do sucesso em que se convertera o single "What Would You Say".

Francamente, não me recordo quem me ofereceu, como presente de passagem, DMB. Pouco importa, porque no caso em apreço a música foi mais importante do que tudo o resto. A prova é que sobreviveu.

Depois de "Under The Table And Dreaming" viajei por "Before These Crowded Streets", "Live at The Red Rocks" ou Busted Stuff". Parei breves períodos em "Listener Supported" e em "Some Devil". Agora, aterrei num álbum ao vivo, gravado em 1999 no Central Park.

Hoje, após anos de trabalho, DMB é um verdadeiro sucesso nos EUA, vendendo merchandising na mesma proporção que vende música. Vendendo até cruzeiros "Dave Matthews Band and Frieds Cruise" . Na Europa, particularmente em Portugal, a banda safa-se bem (apesar de ter tocado muito poucas vezes no velho continente). E na Internet corre uma petição "portuguesa" para a trazer ao Rock In Rio 2006. É a ordem natural das coisas.

Se quiser assine a petição. Eu fico com "Dancing Nancies". E dou a garantia de que se DMB vier ao "Rock In Rio" tentarei lá estar.

Dancing Nancies
(Under The Table And Dreaming, RCA Records, 1994 )

Could I have been
A parking lot attendant
Could I have been
A millionaire in bel air
Could I have been
Lost somewhere in paris
Could I have been
Your little brother
Could I have been anyone other than me
Could I have been oh, anyone other than me
Could I have been anyone
He stands touch his hair his shoes untied Tongue gaping stare
Could I have been a magnet for money
Could I have been anyone other than me
Twenty three
I’m so tired of life
Such a shame to throw it all away
The images grow darker still
Could I have been anyone other then me?
Then i Look up at the sky
My mouth is open wide, like and taste
What’s the use in worrying, what’s the use in hurrying
Turn turn we almost become dizzy
I am who I am who I am well who am i
Requesting some enlightenment
Could I have been anyone other than me?
And then i’ll
Sing and dance and
I’ll play for you tonight
The thrill of it all
Dark clouds may hang on me sometimes
But I’ll work it ou
tAnd then i Falling out of a world of lies
Could I have been dancing nancy
Dancing nancy
Could I have been anyone other than me?

Para reflectir

Ainda a propósito do famoso ranking das escolas, preocupa-me como cidadão, alguns aspectos do nosso sistema de ensino:

- Numa das escolas que frequentei, o conselho directivo é 15 anos depois, ocupado pelas mesmas pessoas.

- A maioria dos professores do continente que vêm para a Madeira dar aulas, só o faz, porque não consegue colocação no resto do país. São os estudantes que têm as notas mais baixas quando saem das universidades. Caso contrário, davam aulas na santa terrinha..

- Curiosamente são os mesmos docentes que, após três anos de trabalho na Madeira, conseguem a desejada vinculação ao Ministério. Era pelo menos o que acontecia até há bem pouco tempo. Não sei se ainda assim é?

Mal obtêm o vínculo, agradecem e vão embora.

Quero com isto dizer, em primeiro lugar, que estamos perante um corpo docente instável. É mau para as escolas, péssimo para os alunos. Não podem desenvolver programas a médio e longo prazo. Em segundo lugar, existe uma nítida falta de rotatividade dos conselhos directivos das escolas. Se alguns são bons, outros existem que perdem o folgo com os anos.

É necessário injectar sangue novo nas direcções das nossas escolas, para criar novas dinâmicas. Basta estar atento ao que se passa no resto da sociedade. No entanto, alguns conselhos directivos julgam que a direcção das escolas é uma herança que lhes foi entregue. É necessário e urgente, colocar um ponto final nestas situações. São propícias a amizades, indesejáveis, para uma vida saudável, nos estabelecimentos de ensino.

De certeza que não é a solução, que vai acabar com as más notas, mas alguma coisa, terá que mudar.

26.10.05

Assinalando a efeméride

Desde ontem que um órgão de soberania anda a brincar às greves. Já estamos assim. Já falta pouco.

A presidencialização

De repente, a questão da presidencialização do regime passou a ser a grande preocupação da esquerda em Portugal. O Dr. Cavaco, como é óbvio, tem qualquer coisa a ver com o assunto e com este medo súbito que invadiu algumas crânios, que se desdobram em artigos de jornais medíocres e com cheiro a mofo. O medo da omnipresença da criatura (do Dr. Cavaco) e o medo de pôr o Eng. Sócrates a correr porta fora (que já o merecia pelas mentiras descaradas), tal como o Dr. Sampaio fez com a anterior maioria, para lá colocar a direita e os seus apaniguados, é para muitos razão mais do que suficiente para temer o novo D. Sebastião português. Mas descansem os mais incautos e ansiosos: o Dr. Cavaco não é de direita (é qualquer coisa de indefinível) e antes preferia perder um braço do que demitir um primeiro-ministro, por muito mau que este fosse. O Dr. Cavaco não se chama Sampaio e não faz favores ao actual PSD. Basta olhar para os seus comentários mais recentes.

Direito ao contraditório

Muita gente já está incomodada com a história do Público de hoje. Ver aqui. Este Bichos-Carpinteiros é também um dos blogues "não oficiais" da campanha do Dr. Soares. Pelo menos, até às aleições presidenciais.

Hadera




Há pouco mais de duas horas cairam mais cinco vítimas CIVIS em Eretz Israel. Cinco vítimas INOCENTES que se passeavam no mercado da cidade mediterrânica de Hadera.
Este ignóbil atentado foi reinvindicado pela Jihad Islâmica como forma de retaliação pela morte do seu líder militar Luay Sa'adi (notícias afirmam que o suicida tinha acabado de ser libertado de uma prisão israelita, no âmbito de uma troca de prisioneiros). Na prática a eliminação de um terrorista, inimigo militar e facínora deverá ser compensada pela eliminação de cinco vítimas CIVIS e INOCENTES, conta mais do justa dirão os anónimos que aqui costumam pastar.
Confirmo o Bento, sou Pró-semita (em face destes factos, que outra coisa poderia ser ?), quanto ao "Monstro", "Belo", "Jarbas" ou "Operacional", serão contas de outro rosário ..... dizer essas coisas é um estilo, uma forma de estar na vida, quem sou eu para contariá-lo.

E a confusão, perdão, a procissão ainda vai no adro

"Confusões do candidato
Mário Soares fez evidentes confusões nalgumas respostas dadas, ontem, no salão nobre do Hotel Ritz, na conferência de imprensa que se seguiu à apresentação do manifesto.
Uma delas, e porventura aquela em que maior desconhecimento o candidato revelou sobre a actualidade, surgiu a propósito da questão relativa ao referendo à despenalização do aborto - actualmente dependente de uma iminente decisão do Tribunal Constitucional.
Soares afirmou que "a questão está neste momento a ser discutida na Assembleia da República" - o que não acontece - e que "não se sabe se o Presidente da República manda ou não manda [o diploma] para o Tribunal Constitucional" - quando, de facto, Jorge Sampaio enviou há mais de quinze dias o diploma para o TC, cujo acórdão está para muito breve.
Numa outra situação, ficou por perceber se afinal Mário Soares tem ou não o cartão de militante do PS. O candidato a Presidente da República começou por dizer que tinha entregue o seu cartão de militante ao presidente do PS, na altura em que este partido era dirigido por António Macedo [há cerca de 20 anos] e que mais tarde, quando regressou à vida civil e António Guterres, numa cerimónia pública, lho quis entregar de novo, não o aceitara.
"Eu não aceitei. Não vale a pena, disse", recordou Soares, para logo a seguir afirmar: "Não voltei à militância, mas conservo o cartão que me deram, que é agora o de militante número um [por falecimento de António Macedo]. E se vier a ser eleito, como espero, nessa altura devolverei o cartão."
Também o tempo que permaneceu à frente do Partido Socialista ficou por esclarecer. Se numa primeira intervenção Soares disse ter sido secretário-geral do PS durante onze anos, mais adiante esse período estendeu-se a 13 anos.
Alguma dificuldade de concentração ficou patente, quando uma jornalista colocou ao candidato duas questões diversas. A primeira foi se iria suspender a militância no PS e a segunda por que razão pensava que os portugueses iriam desta vez pôr todos os ovos no mesmo cesto, retomando aliás uma expressão que em tempos foi usada pelo próprio Soares. Por três vezes, o candidato pediu: "Pode repetir a pergunta?"
Por lapso, o candidato confundiu as funções de Nuno Severiano Teixeira, chamando-lhe mandatário, quando o ex-ministro da Administração Interna é, na realidade, seu porta-voz de campanha. O seu mandatário é Vasco Vieira de Almeida, que estava sentado um pouco atrás." in Público, 26-10-2005 (sem ligação disponível)

Diálogo

O Irão diz que Israel deveria ser banido do mapa. Israel diz que o Irão é uma ameaça real.

Não se espera nada de bom deste diálogo.

Procurações Irrevogáveis

Sempre me fez confusão certas fortunas.

Gente remediada, que num dia para o outro enriqueceu. Empresários mais ou menos bem sucedidos, que deram passos maiores do que as pernas. Enfim, confesso que tenho assistido nos últimos anos, a uma série de fenómenos económicos inexplicáveis.

Até já comprei alguns manuais de alguns gurus da economia como, Joseph Stiglitz, Adam Smith ou John Keynes. (Este último é o ideólogo do modelo económico seguido por Alberto João Jardim).

Inclusive, cheguei a pensar que o problema era meu, que nunca fiz nada na vida, para ganhar dinheiro fácil.

Vivi assim até uns largos dias atrás. Altura em que alguém me perguntou se já tinha ouvido falar em, Procurações Irrevogáveis?

Empresários que para sobreviveram nesta micro economia, foram obrigados a passar procurações irrevogáveis a pessoas influentes, das respectivas empresas. Alguns desses documentos dão plenos poderes aos procuradores. Quem os passou são os chamados “testas de ferro”. São os homens que dão a cara. Os outros são os denominados “patrões sombra”. Não podem aparecer porque é eticamente e moralmente condenável, devido aos cargos públicos, que ocupam.

Apesar deste raciocínio parecer-me lógico, não acredito de ânimo leve, em tudo o que me sopram aos ouvidos. Daí que solicite, a vossa preciosa ajuda. Quem são os “patrões sombra” das nossas empresas?

25.10.05

Citação

"Um bom argumento a favor de Soares

Já todos sabemos como é Mário Soares na Presidência da República. Em contrapartida, se Cavaco for eleito, ninguém sabe com o que poderá contar."

Isto (esta máxima brilhante, de uma inteligência acutilante, reveladora de um cérebro fascinante e, quem sabe, de uma diarreia lacinante) foi tirada daqui. Não sendo cavaquista (já somos dois neste blog), cada vez que leio o que estes senhores escrevem convenço-me mais de que é necessário votar Cavaco. Nem que para isso seja necessário tapar os olhos com a mão esquerda...

Post-Scriptum: Boa sorte, caro amigo Carlos.

Fotografia



Uma das melhores fotografias que vi nos últimos tempos. É do Paulo Jardim, e foi subtraída daqui.

Lisboa



Confesso-vos que a gloriosa decadencia de Lisboa (e do Bairro) já me fazia falta.

Ninguém quer saber

Mais uma vez, as escolas da Madeira ficaram entre as piores do país. A situação repete-se anualmente. Particularmente em disciplinas nucleares como Português ou Matemática. E mais uma vez, ninguém parece interessado em saber porquê. Quando questionado sobre a situação, o Secretário da tutela limitou-se a afirmar não conhecer oficialmente os resultados.

Se eu fosse jornalista, garanto-vos que tentaria saber, junto da Secretaria e das Escolas, se havia algum grupo de trabalho a estudar a situação. E garanto-vos que a resposta seria NÃO. Um belo, redondo, e taxativo não. O que explicaria alguns dos contornos do problema.

Mais uma vez, ninguém quer saber...

Festival de Cinema

O Festival Internacional de Cinema do Funchal está prestes a arrancar. Quem quiser saber novidades pode consultar o sítio oficial, www.funchalfilmfest.com.

A não Perder



A ver no cineMax enquanto o Festival de Cinema, está a ser preparado nos bastidores.


URSO DE PRATA - Festival de Berlim
MELHOR MÚSICA
um filme de JACQUES AUDIARD
com ROMAIN DURIS

24.10.05

Os sósias

O que têm em comum Cavaco, Soares, Alegre, Louçã ou Jerónimo? São todos conservadores. De direita ou de esquerda, são todos conservadores.

Esclarecimento

Apesar do Carlos Rodrigues ser o director regional de campanha do Dr. Cavaco (boa sorte, Carlos), convém esclarecer que este blogue não é cavaquista. Eu pelo menos não sou.

23.10.05

Texto em Construção


Nunca foi nem nunca será fácil escrever.
Ontem tinha esta ideia, hoje vivo com uma certeza.

É precisamente a partir deste terreno vazio, que quero fazer um post.
Quero, mas nem tudo o que quis fazer ao longo desta passagem, demasiado, atlântica, consegui. Aliás, deixei para trás muita coisa por fazer, enquanto outras coisas , acabei por fazê-las, mas não como queria.

Optei por começar a escrever assim, como poderia “vomitar” (que os leitores mais sensíveis não se impressionem) ideias. Não costumo ser nojento. Às vezes saem-me da boca palavras bonitas. Tão bonitas que, alguém alerta-me para o que digo. Já houve quem chegasse ao cúmulo de repeti-las. Coisas do género: - foda-se, cabrão, filho-da-puta. Sinceramente, se é para não dizer, para quê repeti-las?