Eduarda Maio é jornalista da RDP. Há uns tempos escreveu um livro com o sugestivo título Sócrates: o menino de ouro do PS. Não veio nenhum mal algum ao mundo. Cada um é livre de escrever e publicar as barbaridades que quer, como é óbvio (eu que o diga).
Agora, dá a voz a um anúncio promocional da rádio pública, que passa a mensagem de que as greves são contra quem trabalha e quer chegar a horas ao emprego. Uma mensagem de conteúdo político claro, após as mais recentes manifestações e greves contra a política do menino de ouro do PS (as palavras não são minhas).
A nossa amiga Eduarda tem o direito de dar voz a um anúncio promocional da "sua" estação com uma mensagem pró-governo. Cada um escolhe a forma como gere a sua carreira e essa gestão implica um conjunto de escolhas que devem conduzir a um determinado fim.
Mas nós, simples consumidores, também temos o direito questionar o trabalho da senhora, achando que há uma excessiva colagem ao Governo e à figura do primeiro-ministro, sendo que essa estratégia não abona em nada a favor da insenção que deve pautar a produção jornalística.
Podemos ainda questionar o conteúdo e a grelha informativa de uma estação que cria um spot promocional à imagem do Executivo.
Devemos, finalmente, sugerir que há uma ingerência da tutela (Governo) na gestão de conteúdos informativos da rádio pública e que o spot em questão é apenas a mais recente manifestação dessa ingerência.
Enfim, se fosse na Madeira a blogosfera estava em polvorosa... A de cá e a de lá.