"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
18.3.05
Contra os ingleses marchar, marchar
Ainda por cima a final joga-se em Alvalade. E o Barbosa até corre (grande capitão)! Se não fossem os frangos do Ricardo arriscar-me-ia a dizer que o "caneco" estava no papo!
Estou a imaginar o jogo da final. As fintas de Douala. Liedson mais traiçoeiro que Judas (para o adversário). Rochemback e Enakarhire de pedra. A arte de Viana e de Barbosa. O rigor de Custódio. A explosão de Martins. E o Nélson na baliza!
Até parece que estou a ver a Avenida da Liberdade pintada de verde e branco! O Marquês com um cachecol de leão ao pescoço! E uma turba eufórica a colorir o país todo!
Creio, contudo, que a maioria dos leitores da "conspiração" não partilha da minha devoção leonina. Só por isso é que o inquérito colocado ontem on-line tem mais do que uma possibilidade de resposta!
Post-Scriptum: O título deste post não nada a ver com os artigos de opinião de Alberto João Jardim no JM. Os leões marcharão contra os ingleses, mas ingleses do Newcastle, não façam lá confusões!
17.3.05
Asneira proletária
Após desfiar um chorrilho de manifestas tonterias (apenas para justificar o preço da passagem) e lugares comuns demagógicos, brindou-nos com esta ode à idiotice: o desemprego na Madeira só não é muito elevado porque as estatísticas não contam com os trabalhadores que vêm de fora e, findos os projectos em que estavam a laborar, regressam sem trabalho aos seus locais de origem.
O que quererá este senhor ?
Pelo menos, no tempo que aqui trabalharam não engrossaram as fileiras de beneficiários do subsídio de desemprego.
Pelo menos, no tempo que aqui estiveram contribuiram para o aumento da produtividade do país.
Pelo menos, no tempo que aqui passaram foi-lhes possível alimentar as suas famílias.
Talvez fosse importante perguntar o que é que esses trabalhadores estavam a fazer antes de para cá virem ? Acaso estariam a trabalhar, acaso estariam a produzir, acaso estariam a evitar a fome dos seus filhos ?
Tomara ao país ter mais regiões ou locais que gerassem a quantidade de trabalho que aqui gerámos e estamos a gerar (só a título de exemplo, vejam-se os níveis de execução dos fundos comunitários).
São estas atitudes que, às vezes (cada vez mais), cansam. Mas, vindas de onde vêm, compreende-se. Vêm de alguém que não soube sair, de alguém que pouco contribuiu para o desenvolvimento do país, de alguém que, como se diz por aí, fala, fala, mas nada faz.
BIdeputado
PS: Quanto ao BIdoutor da Terça de Baixo e ao contrário daquilo que muita gente pensa do homem, é uma pessoa que considero muito e que acho extrememente competente.
SSFranco
16.3.05
Curtas VIII
Era giro se a França fomentasse a entrada do Senegal. E se a Espanha apoiasse a adesão do Shara Ocidental. E se a Inglaterra apostasse na Nigéria. E a Itália na Etiópia...
Era giro...
Começámos bem...
Depois do ministro das Finanças, ainda antes de ter tomado posse, anunciar a inevitabilidade do aumento dos impostos, o presidente do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, assumiu hoje uma posição que legitima aquilo que o Governo se prepara para fazer. Defendeu o aumento do imposto sobre os combustíveis e do imposto automóvel.
Resumidamente: para evitar ter de cobrar portagens nas SCUTS, penalizando só os utilizadores das mesmas (e perdendo o estado de graça, porque a medida atingiria como um tiro milhões de consumidores), vai penalizar todos os portugueses. Mesmo os que não têem carro. É curioso... Caso para dizer que começámos bem...
15.3.05
Entre o bom e o péssimo
Apesar de tudo, são mais as opiniões positivas do que as negativas. É que 20% dos leitores da"conspiração" acham o novo Governo excelente.
Em resumo, a esquerda ganhou com maioria absoluta. Só 8% dos votantes disseram que o grupo de ministros e secretários de estado escolhido por Sócrates era mau. A mesma percentagem fica-se pelas "meias tintas", ou seja, votou num simpático "razoável".
Brevemente, outro inquérito estará on-line.
14.3.05
A asneira
Alguém acredita que os portugueses olharão para a Proposta de Constituição Europeia enquando estiverem em estridente discussão os problemas da malha urbana de Freixo-de-Espada-à-Cinta? O "vais ou ficas" de Santana em Lisboa? A eleição de Avelino em Amarante? O duelo Pinto-Rio no Porto?
Alguém acredita?
A receita do massacre
Post-Scriptum1: A ideia de oferecer música erudita a um público que vota maioritariamente em grupos de música popular é genial! É preciso educar as massas, é o que é! Só que as massas não estão p'rái viradas (incultos, ignorantes, ingratos) e ao fim de 10 minutos mudam de canal.
Post-Scriptum2: É feio ignorar três pessoas. Se há uma categoria com cinco nomeados, e só um ganha o prémio, são quatro os derrotados. Mesmo que na corrida esteja um engenheiro.
13.3.05
O referendo
Com esta proposta o primeiro-ministro resolve dois problemas de uma assentada: primeiro, o problema da participação (seguramente acima dos 50%) e segundo, o problema da data (na realidade, os portugueses andam um pouco fartos de assembleias de votos e seus derivados e nada como despachar tudo muito rapidamente de preferência num 2-em-1). Mas pelo meio arranja outros dois: primeiro, mantém os portugueses na ignorância relativamente à questão europeia omitindo confortavelmente a questão (porque os autarcas vão querer é ganhar votos e não explicar “a Europa”) e, segundo, faz com que muitos portugueses, sem saberem muito bem sobre o quê, sejam "obrigados", a emitir uma opinião que é decisiva para o nosso futuro sem estarem na posse de informação suficiente. No fundo, no fundo, ninguém parece estar muito preocupado com o assunto nem assume responsabilidade sobre o mesmo já que a Europa é, há muito, tabu instituído. O mais importante é que votem mais de 50% dos portugueses no sim. Tudo o resto é mero acessório de cosmética. E não interessa a ninguém
A posse
Frisk
Anders Frisk tomou uma decisão radical: abandonar o mundo da bola e aquilo que ele representa. A decisão foi tomada depois do simpático Anders, de 42 anos, ter recebido várias ameaças de morte, vindas de adeptos, nada simpáticos, do Chelsea. A polémica teve origem no célebre jogo de Camp Nou em que Frisk expulsou injustamente um jogador do Chelsea provocando, assim, a reviravolta do Barcelona no resultado do jogo. Compreende-se o susto. Compreende-se a excitação. Compreende-se até a decisão. Não se compreende a precipitação. Nem o benefício que se quer dar ao infractor fazendo-o cantar vitória. Alguém que explique ao senhor Frisk que ainda não estamos na América latina e que há uma grande diferença entre civilização e barbárie.