14.10.06

Professores e Sindicatos

Em boa parte, a proliferação de sindicatos e sindicatozinhos de professores chega para explicar a falta de qualidade da nossa Educação. E isto foi só uma pequena listagem compilada à pressa.

FENPROF – Federação Nacional dos Professores
FNE – Federação Nacional dos Sindicatos da Educação
SPLIU – Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades
SNPL – Sindicato Nacional dos Professores Licenciados
SEPLEU – Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados pelas Escolas Superiores de Educação e Universidades
FENEI – Federação Nacional do Ensino e Investigação
ASPL – Associação Sindical de Professores Licenciados
PRÓ-ORDEM – Associação Sindical dos Professores Pró-Ordem
FEPECI – Federação Portuguesa dos Profissionais da Educação, Ensino, Cultura e Investigação
SIPPEB – Sindicato dos Professores do Pré-Escolar e do Ensino Básico
SIPE – Sindicato Independente dos Professores e Educadores
USPROF – União Sindical dos Professores
SINPROFE – Sindicato Nacional dos Professores e Educadores
SNPES – Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Secundário

10.10.06

O ciclo das Obras

A história da Madeira é rica em ciclos. Primeiro foi o ciclo dos cereais. Encerrado o capítulo, foi criado o ciclo do vinho, o ciclo da cana-de-açucar. Depois, veio o do vinho
versus turismo. Turismo versus vinho e banana. Por último. Banana, versus vinho, turismo e obras.

Entre 1995 e 2005. Muitas Obras versus turismo; menos vinho e muito menos banana.

Futuro 2007 - 2010. A região procura uma nova saída. Precisa de fazer face ao fim de mais um ciclo. Nos últimos 4 séculos, tem sido esta a sina da Madeira.

Será que vai conseguir dar novamente a volta?


E já agora. Onde está a “Madeira nova”? Hoje percorri metade da ilha e só encontrei obra para inglês ver.

Os novos espaços balneários estão às moscas. Todos juntos, não sei se empregam 70 pessoas. Pergunto. Como vão viver os madeirenses? Vão voltar a emigrar? Vão regressar à agricultura? À pesca, etc,…

É verdade que a paisagem mudou, e muito, o resto está igual. A obra só dura enquanto há máquinas no terreno. Concluídos os trabalhos, ficam as estradas, os novos edifícios, mas para que servem, se não geram riqueza?

A Zona Franca está mais de que provado, que não passou de mais balão de ensaio. O projecto, entretanto, fraquejou

É esta a encruzilhada da Madeira nova. Uma obra inacabada. Mas pior do que isso, uma obra sem fim à vista, dadas as circunstâncias.

60 mil bípedes

60 mil bípedes docentes em escolas portuguesas desceram a Avenida da Liberdade para protestarem contra o quê? Contra o que justamente já deveria ter sido feito há 40 anos: a progressão na carreira pelo mérito.

Pelo que quer que seja, e com pouca ou nenhuma razão, não deixa de ser uma imagem triste ver uma imensa corporação (com qualificações de quadros superiores) bater em latas e agitar varapaus.

A verdade é que não vejo outros grupos laborais (advogados, médicos ou engenheiros) fazerem estas figuras. Em regra, estas corporações dão-se ao respeitinho, porque, o que explica quase tudo, não se deixaram disseminar por 1001 sindicatos. Daí o seu poder negocial e a sua maior dignidade.

Sócrates na Madeira

José Sócrates veio à Madeira. Veio na qualidade de secretário-geral do PS mas com mensagens do Primeiro-Ministro. Até aqui nada de estranho. Estranho foi o “brilhozinho” nos olhos dos seus confrades locais, talvez porque já sentem o cheiro do poder. Por mim, espero que se fiquem só pelo cheiro.

Mas o mais patético foi, no jantar, se terem atropelado mutuamente para estarem ao lado de Sócrates que, pelo que sei, é uma companhia bem desagradável. Fora da televisão, e já antes de ser Primeiro-Ministro, Sócrates era agressivo e empertigado. Todos o diziam e dizem, de uma ponta a outra do parlamento nacional.

Ora, este embevecimento com o sotaque e os modos continentais explica, em boa parte, o insucesso endémico do PS-Madeira. Sócrates veio dizer que haverá menos dinheiro para a região e estes bípedes ainda aplaudem, esquecendo que, no orçamento geral do Estado, a Madeira conta uns irrelevantes 0,38%. Depois o que é que querem que os madeirenses lhes digam?

9.10.06

É no mínimo estranho. O Primeiro Ministro de Portugal deslocou-se à Madeira para reafirmar os cortes de dinheiro à região e foi para meu espanto aplaudido por um punhado de madeirenses.

Basta inverter o ónus da prova para perceber a falsa cruzada de José Sócrates: - Portugal também furou e continua a ultrapassar os limites do pacto de estabilidade da União Europeia, mas nunca foi crucificado. A Madeira fê-lo e é imediatamente penalizada. É justo?

É a questão que deixo esta segunda-feira aos homens e mulheres que aplaudiram as rigorosas medidas anunciadas pelo Secretário Geral do Partido Socialista.

Se eu sei que o produto interno bruto da Madeira está empolado, (por causa da Zona Franca) se o Governo Regional já reconheceu que ainda existem carências na região, se o próprio PS-M afirma que não somos uma região rica….como é que os madeirenses podem ser solidários com o resto do país? No entanto, ouviram a justificação do Primeiro Ministro, mas calaram-se.

Eu considero que fui assaltado pelo Primeiro Ministro. Não posso aceitar que no meu país as regras só sejam cumpridas por alguns.
Que de manhã ninguém faça caso delas e que à tarde a lei seja para cumprir.

Preocupa-me os madeirenses. Os que vão ficar sem trabalho, os que ainda precisam da ajuda “região” para viver. É esta a minha indignação face ao que ainda está para acontecer.