30.6.06

O campeonato

Os quartos-de-final do Campeonato do Mundo de Futebol, provam que o Mundial não é mais do que um Campeonato da Europa alargado à Argentina e ao Brasil.

Um serial killer lusitano

Santa Comba Dão, terra pacata do ditador, produziu recentemente o nosso mais novíssimo serial killer. Absorvidos e hipnotizados pelas séries televisivas, os portugueses seguiram com alguma atenção e consideração os meandros dos crimes e o seu respectivo deslindamento. O empreendimento prometia. E assegurava algum desvio de atenções numa época de hipnose futebolística que ultrapassa os próprios limites do jogo: as suas quatro linhas. Talvez inspirados pelo CSI ou por uma qualquer série americana, muita gente se desfez em explicações e em considerações que avançavam, em algumas situações, com as teorias mais abstrusas. Contudo, o método seguido pela Polícia revelou-se acertado e trouxe frutos: ou seja, capturou o serial killer. Mas reconheçamos que o serial killer nem era nada de especial. Nem muito original, o que fará dele uma espécie de imitador barato. Já o John Doe (Kevin Spacey) do David Fincher (Seven) tornou-se conhecido por virar o pecado contra o pecador, executando-o de seguida com alguns requintes de malvadez. Mas o que mais espanta é a dificuldade em se lidar com o problema e a evidência da maldade humana, arranjando mil e um subterfúgios para ignorá-la ou simplesmente jogá-la para debaixo do tapete. Muita gente crê no positivismo de Comte. E acredita que a sociedade perfeita gerará homens perfeitos, limpos e puros, incapazes de qualquer atrocidade. Isto pressupõe que os crimes hediondos que por aí pululam só podem ter uma de duas explicações: ou são resultado de uma origem social de miséria ou são resultado de uma manifesta insanidade mental, momentânea ou permanente, o que é indiferente. Como é notório, qualquer uma das explicações tenta desresponsabilizar o acto do suposto “pecador”, passando o ónus da culpa para a sociedade que nos acolhe ou para o cérebro recalcado. Ou seja, desresponsabiliza-se individualmente para, em parte, responsabilizar-se colectivamente. Mas estas explicações são simplistas porque procuram precisamente... simplificar. A maldade humana infelizmente existe e existe muitas vezes bem perto de nós. Lembrem-se de monstros conhecidos como Estaline, Mao ou Hitler e percebam que o género humano não é propriamente conhecido pelo seu amor ao próximo. E que ainda há sessenta anos atrás um povo tido como culto ouvia música clássica de manhã e exterminava gente à noite. E que o vizinho alcoólico que bate diariamente na mulher não passa muitas vezes de uma besta que usa a violência apenas para magoar os outros. Ou será que já não acreditamos que as pessoas não sabem distinguir o bem do mal?

Terminou




Muitos meses e muitas trapalhadas depois, Freitas do Amaral saiu do Governo. Por motivos de saúde, é certo. Como também é certo que tinha a saida marcada para a primeira remodelação.

Terminado o "sonho"

(utopia)

presidencial, o homem que saltou para o Governo do PS por achar que poderia ser útil numa fase dificil do país

(foi esta a justificação que deu, mas poderia ter sido outra qualquer!)

saiu sem que tivesse tido qualquer utilidade enquanto ministro

(embora, políticamente, tenha contribuído de alguma forma para credibilizar o Governo, o que, se calhar, abona pouco em favor do mesmo!)

Chegou assim ao fim a carreira política de um homem de direita que um dia resolveu voltar-se para a esquerda. E que, por isso, é visto com antipatia por quase todos os sectores da vida política portuguesa.

Deve reconhecer-se que Freitas do Amaral foi uma figura maior da democracia. E que, por isso mesmo conseguiu, há 20 anos, cativar a simpatia

(e os votos)

de mais de um milhão de portugueses.

Mas tudo tem o seu tempo. E o tempo de Freitas enquanto agente político de relevância chegou ao fim.

Poder ser que enquanto "comentador"

(está na moda)

ainda faça alguma mossa. Pode ser...

Mais um

Mais um blog. De uma velha amiga que não está cá. A ler.

Unfortunately, they are british (II)




Unfortunately, they are british (I)




Nem um tostão para Timor


Como não fiz parte da histeria nacional em torno da independência de Timor Leste, não sinto nenhuma comoção especial pelo caos que lá se vive. Até porque, bastava saber alguma coisa da história daquela metade de ilha para se perceber que qualquer plano civilizador não daria em nada.
Lembro-me até do boicote que se fazia a tudo quanto era made in Indonésia, como se, por serem feitos na Indonésia, eu (e muitos outros) deixasse de comprar gadgets ou calçado desportivo de qualidade. Lembro-me ainda da deprimente propaganda musical cantada pelos infelizes Trovante de mãos dadas com o palavroso Jorge Sampaio, que ainda se orgulha não se sabe bem de quê.

E hoje, como era inteiramente previsível, Timor é um saco de gatos. Ainda para mais infortúnio, os timorenses preferem os portugueses aos australianos. Se fizessem bem as contas, coisa de que duvido, o povo maubere ficaria bem melhor na companhia dos australianos, que certamente lhes extorquiria o petróleo, mas deixaria lá mais dignidade de vida do que Portugal deixou em três séculos.
Com pena fico é do meu amigo Paulo Rodrigues, que se viu forçado sem mais a zarpar daquela “floresta”. Já minha amiga Madalena Dias, que por lá andou “degredada” quatro anos a ensinar português, farei tudo para que esta boa mulher não volte a pôr lá os pés. Por isso, nem um tostão para Timor, da minha parte pelo menos.

28.6.06

Porque será?

O Sr. enviado especial do Governo português garantiu que a situação estava bem mais calma e estabilizada. Porque será que tenho a impressão de que não devemos confiar na personagem?

Diálogo surreal

- Fernando Ruas esteve na Madeira durante a Festa da Flor, não foi?

- Sim, porquê?

- Ah, agora já entendo isto... Deve ter sido aqui que veio buscar a inspiração!

Sorte

Ontem, dizia-me alguém com piada: A sorte dos média portugueses é que, acabada a época de futebol, começa a época dos incêndios!

O Olegário lá do sítio

Após ter lido e ouvido as declarações do Sr. Ivanov, um árbitro ao nível dos melhores da Superliga - Olegário Benquerença incluído -, começo a achar que o homem estava era mesmo feito com os ingleses. Nestes "novos russos" não se pode confiar!

Lucky us

O Cowboy que dispara mais rápido que a própria sombra juntou-se ao Público. Caso para dizer que, finalmente, há um colecção de jeito! Todas as quartas-feiras.

27.6.06

Coisas de que gosto I

Aeroportos

Houve tempo em que morei ao lado do Aeroporto de Lisboa. E ia frequentemente à plataforma de partidas sentar-me num café, com um jornal, só para deixar o tempo voar. Sentia-me bem por lá. Porque tinha a sensação perfeita da fugacidade de todas as coisas.

Num Aeroporto, até as noções de tempo e de espaço são inexactas. Todas as emoções são breves.

(por exemplo, conheci gente fantástica em aeroportos ou em viagens de avião. Gente com quem, durante breves momentos, estableci ligações tangíveis. E que nunca mais vi)

Nada há de sólido numa plataforma de um aeroporto. Que por isso mesmo é a mais perfeita tradução da vida.

25.6.06

Bandeira sem cruz

Sem a cruz “devota” da Ordem de Cristo a bandeira da Região Autónoma da Madeira ficaria esteticamente bem mais aceitável. Por arrasto, até faria lembrar a próspera Suécia, cuja bandeira também tem uma cruz, mas uma cruz com origens históricas muito menos fanáticas.