É absolutamente patético que o PS atribua a responsabilidade ao PCP pelas agressões a Vital Moreira. Como é ridículo que os socialistas queiram um pedido de desculpas por parte dos comunistas. Mas esta atitude do PS demonstra bem o seu autismo político, tentando constantemente encontrar inimigos externos para as suas próprias trapalhadas. Se o senhor foi agredido, a culpa não é dos comunistas, é do estado de desespero a que este governo levou muitas pessoas. Estavam à espera de beijinhos e abracinhos ao representante deste governo que tanto mal tem feito ao país?
Sinceramente, acho mesmo que a presença de Vital Moreira foi uma afronta e um insulto às comemorações do 1º de Maio. E quem deve um pedido de desculpas é o PS: àquelas pessoas que lá estavam ontem e ao resto do país!
"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
2.5.09
30.4.09
Oportunidade para reflectir sobre a cidade
Na próxima semana, Évora recebe o III Congresso Nacional das Cidades Educadoras.
Como os frequentadores deste blog sabem, raramente falo de eventos que acontecem em Évora e muito menos daqueles com os quais, de alguma maneira, estou relacionado.
Todavia, num ano em que vão acontecer três actos eleitorais, a importância deste evento e da sua temática, bem como o movimento que os sustentam, são razões de sobra para o divulgar.
Comecemos, então, pelo movimento das Cidades Educadoras, que deu lugar à Associação Internacional das Cidades Educadoras e que reúne hoje, passados 19 anos desde o seu nascimento, mais de 500 cidades dos 5 continentes, entre as quais 35 são portuguesas.
Este movimento nasce do reconhecimento de que a cidade é um sistema complexo e poliédrico, com inúmeras potencialidades educadoras. Todas as suas dimensões (espacial, de organização, de comunicação, de educação, de apoio social, de cidadania, política, etc.) são passíveis de serem catalisadores de uma atitude educadora, entendida de um ponto de vista formal, não formal e informal.
Todavia, como o conceito grego phármakon elucida, essas potencialidades facilmente podem resvalar para veneno, tornando-se deseducadoras. Importa, portanto, optimizar essa característica inerente às cidades, construindo-as como espaços de vivência social, democracia e pluralismo, reconhecendo que a cidade é, antes de mais, o espaço da Cidadania.
Neste contexto, a questão do património assume-se como elemento fundamental.
Se a cidade tradicionalmente - entenda-se como "tradicional" a cidade nascida após a Revolução Industrial -, tinha como único sujeito o cidadão, a cidade de hoje reúne no seu seio múltiplos sujeitos, como os agentes económicos, os imigrantes ilegais (uma vez que os legais são cidadãos de pleno direito), os turistas, os movimentos associativos, os hotspots wireless, etc., que, frequentemente, concorrem para a perda de identidade, provocando uma tensão permanente.
O património surge-nos, então, como um referencial, um factor de enraizamento e valorização da identidade local, mas também, pela sua dimensão ética, como um importante elemento de abertura à diferença e à alteridade (porque o património não é apenas uma qualidade do que é meu) que contribui para a cidadania plena.
O património é, portanto, tudo o que constitui a cidade: cultura, tradição (oral, etc.), arte, arquitectura, simbologia, ética, costumes e religião, paisagem, natureza, enfim, todos aqueles valores designados de primeira, segunda e terceira geração.
Deste modo, o património é percebido (e bebido, porque não?), através de todos os nossos sentidos, identificando-se com a própria cidade.
Como os frequentadores deste blog sabem, raramente falo de eventos que acontecem em Évora e muito menos daqueles com os quais, de alguma maneira, estou relacionado.
Todavia, num ano em que vão acontecer três actos eleitorais, a importância deste evento e da sua temática, bem como o movimento que os sustentam, são razões de sobra para o divulgar.
Comecemos, então, pelo movimento das Cidades Educadoras, que deu lugar à Associação Internacional das Cidades Educadoras e que reúne hoje, passados 19 anos desde o seu nascimento, mais de 500 cidades dos 5 continentes, entre as quais 35 são portuguesas.
Este movimento nasce do reconhecimento de que a cidade é um sistema complexo e poliédrico, com inúmeras potencialidades educadoras. Todas as suas dimensões (espacial, de organização, de comunicação, de educação, de apoio social, de cidadania, política, etc.) são passíveis de serem catalisadores de uma atitude educadora, entendida de um ponto de vista formal, não formal e informal.
Todavia, como o conceito grego phármakon elucida, essas potencialidades facilmente podem resvalar para veneno, tornando-se deseducadoras. Importa, portanto, optimizar essa característica inerente às cidades, construindo-as como espaços de vivência social, democracia e pluralismo, reconhecendo que a cidade é, antes de mais, o espaço da Cidadania.
Neste contexto, a questão do património assume-se como elemento fundamental.
Se a cidade tradicionalmente - entenda-se como "tradicional" a cidade nascida após a Revolução Industrial -, tinha como único sujeito o cidadão, a cidade de hoje reúne no seu seio múltiplos sujeitos, como os agentes económicos, os imigrantes ilegais (uma vez que os legais são cidadãos de pleno direito), os turistas, os movimentos associativos, os hotspots wireless, etc., que, frequentemente, concorrem para a perda de identidade, provocando uma tensão permanente.
O património surge-nos, então, como um referencial, um factor de enraizamento e valorização da identidade local, mas também, pela sua dimensão ética, como um importante elemento de abertura à diferença e à alteridade (porque o património não é apenas uma qualidade do que é meu) que contribui para a cidadania plena.
O património é, portanto, tudo o que constitui a cidade: cultura, tradição (oral, etc.), arte, arquitectura, simbologia, ética, costumes e religião, paisagem, natureza, enfim, todos aqueles valores designados de primeira, segunda e terceira geração.
Deste modo, o património é percebido (e bebido, porque não?), através de todos os nossos sentidos, identificando-se com a própria cidade.
É por isso que este me parece um evento de extrema importância, onde técnicos, políticos e intelectuais irão reflectir sobre a construção de uma cidade nova, suportada na valorização da cultura e património locais, sem provincianismos bacocos, mas que se pretende, simultaneamente, aberta ao mundo e à alteridade.
Uma óptima oportunidade para criar uma nova atitude de gestão da pólis.
27.4.09
Um puto de 16 anos
Aos 16 anos, acreditava plenamente que cometia um pecado quando, secretamente, ouvia o Fernando Tordo cantar Ary dos Santos. Era um segredo só meu. O meu tio, que estudara em Lisboa e que conhecera o Ary e o Tordo, arranjara-me uma k7 que eu ouvia até à exaustão num walkman branco da Sony, cheio de botões para amplificar e para alterar o som inqualificável daquela gravação feita às três pancadas.
Era um pecado privado. Um segredo meu e do meu walkman Sony. No meu grupo de amigos passava-se dos "velhinhos" Pink Floyd para os Pixies, transitava-se pelos Sonic Youth, depois pelos Nirvana, pelos Pearl Jam e pela música electrónica rasca daqueles tempos, com os Tecnotronic e o seu Pump The Jam à cabeça. Eu ouvia tudo, mas era o Tordo, o Cohen e mais tarde o Tom Waits e o Jacques Brel que não me saiam da cabeça.
Quando cheguei à faculdade, logo no primeiro ano, apanhei um concerto do Fernando Tordo. Na reitoria da "clássica", creio eu. Discretamente, comprei o bilhete e lá fui sozinho misturar-me com uma plateia mais velha do que eu (salvo honrosas excepções. O pecado não era só meu, como descobri nessa noite) e ver, ao vivo, um dos melhores cantores que conhecia. E que conheço. E ouvir coisas como esta:
Minha laranja amarga e doce
Meu poema feito de gomos de saudade
Minha pena pesada e leve
Secreta e pura
Minha passagem para o breve
Breve instante da loucura
Minha ousadia, meu galope, minha rédia,
Meu potro doido, minha chama,
Minha réstia de luz intensa, de voz aberta
Minha denúncia do que pensa
Do que sente a gente certa
Em ti respiro, em ti eu provo
Por ti consigo esta força que de novo
Em ti persigo, em ti percorro
Cavalo à solta pela margem do teu corpo
Minha alegria, minha amargura,
Minha coragem de correr contra a ternura
Minha laranja amarga e doce
Minha espada, meu poema feito de dois gumes
Tudo ou nada
Por ti renego, por ti aceito
Este corcel que não sossego
À desfilada no meu peito
Por isso digo canção castigo
Amêndoa, travo, corpo, alma
Amante, amigo
Por isso canto, por isso digo
Alpendre, casa, cama, arca do meu trigo
Minha alegria, minha amargura
Minha coragem de correr contra a ternura
Minha ousadia, minha aventura
Minha coragem de correr contra a ternura
Cantei refrões a plenos pulmões, desafinando como o Zé Cabra. Acabei o concerto feliz da vida e ganhei coragem de confessar o pecado aos amigos mais próximos, correndo o risco de ser apelidado de "ultrapassado!
Tudo isto vem a propósito da forma como Portugal trata alguns dos seus melhores. Na ânsia da "modernidade", na aventura de querer parecer como "os outros", como os ingleses ou como os americanos, varremos para baixo do tapete aquilo que nos parece "ultrapassado". Somos uma espécie de puto idiota de 16 anos, que não quer correr o risco de ficar mal visto pelos amigos e esconde assim aquilo que, na verdade, é a sua mais valia, ou seja, a diferença.
Nas rádios e nas televisões tocam bandas atrás de bandas que repetem até à exaustão fórmulas saidas de um laboratório qualquer no "estrangeiro". Essa programação musical é, claramente, a máxima ilustração do nosso provincianismo e atraso cultural.
Pode argumentar-se que "essas coisas" não vendem. Mas não é verdade. Basta olhar para França, por exemplo, onde os discos do Brel, do Aznavour, da Edith Piaf continuam a vender-se a bom ritmo, sendo reeditados ano após ano. Onde os canais televisivos têm uma programação mais variada, não se limitando aos êxitos do momento. Onde existem milhares de estações de rádio, abrangendo todos os públicos. Onde se inova, sem deixar de olhar para trás, para as raízes da musica popular francesa ou francófona.
Em Portual, felizmente redescobriu-se o fado. Mas a música portuguesa não se limita ao dedilhar da guitarra clamando por Alfama e pela Madragoa. É bem mais do que isso. Tem compositores e cantores de imensa qualidade, que são constantemente desvalorizados pelo nosso medo de parecer mal.
Querem exemplos:
Fernando Tordo, Sérgio Godinho, Pedro Barroso, Fausto, José Mário Branco, etc...
Qual destes viu na televisão recentemente?
Nós somos, repito, uma espécie de "puto de 16 anos", com medo das críticas dos amigos. E é pena
Era um pecado privado. Um segredo meu e do meu walkman Sony. No meu grupo de amigos passava-se dos "velhinhos" Pink Floyd para os Pixies, transitava-se pelos Sonic Youth, depois pelos Nirvana, pelos Pearl Jam e pela música electrónica rasca daqueles tempos, com os Tecnotronic e o seu Pump The Jam à cabeça. Eu ouvia tudo, mas era o Tordo, o Cohen e mais tarde o Tom Waits e o Jacques Brel que não me saiam da cabeça.
Quando cheguei à faculdade, logo no primeiro ano, apanhei um concerto do Fernando Tordo. Na reitoria da "clássica", creio eu. Discretamente, comprei o bilhete e lá fui sozinho misturar-me com uma plateia mais velha do que eu (salvo honrosas excepções. O pecado não era só meu, como descobri nessa noite) e ver, ao vivo, um dos melhores cantores que conhecia. E que conheço. E ouvir coisas como esta:
Minha laranja amarga e doce
Meu poema feito de gomos de saudade
Minha pena pesada e leve
Secreta e pura
Minha passagem para o breve
Breve instante da loucura
Minha ousadia, meu galope, minha rédia,
Meu potro doido, minha chama,
Minha réstia de luz intensa, de voz aberta
Minha denúncia do que pensa
Do que sente a gente certa
Em ti respiro, em ti eu provo
Por ti consigo esta força que de novo
Em ti persigo, em ti percorro
Cavalo à solta pela margem do teu corpo
Minha alegria, minha amargura,
Minha coragem de correr contra a ternura
Minha laranja amarga e doce
Minha espada, meu poema feito de dois gumes
Tudo ou nada
Por ti renego, por ti aceito
Este corcel que não sossego
À desfilada no meu peito
Por isso digo canção castigo
Amêndoa, travo, corpo, alma
Amante, amigo
Por isso canto, por isso digo
Alpendre, casa, cama, arca do meu trigo
Minha alegria, minha amargura
Minha coragem de correr contra a ternura
Minha ousadia, minha aventura
Minha coragem de correr contra a ternura
Cantei refrões a plenos pulmões, desafinando como o Zé Cabra. Acabei o concerto feliz da vida e ganhei coragem de confessar o pecado aos amigos mais próximos, correndo o risco de ser apelidado de "ultrapassado!
Tudo isto vem a propósito da forma como Portugal trata alguns dos seus melhores. Na ânsia da "modernidade", na aventura de querer parecer como "os outros", como os ingleses ou como os americanos, varremos para baixo do tapete aquilo que nos parece "ultrapassado". Somos uma espécie de puto idiota de 16 anos, que não quer correr o risco de ficar mal visto pelos amigos e esconde assim aquilo que, na verdade, é a sua mais valia, ou seja, a diferença.
Nas rádios e nas televisões tocam bandas atrás de bandas que repetem até à exaustão fórmulas saidas de um laboratório qualquer no "estrangeiro". Essa programação musical é, claramente, a máxima ilustração do nosso provincianismo e atraso cultural.
Pode argumentar-se que "essas coisas" não vendem. Mas não é verdade. Basta olhar para França, por exemplo, onde os discos do Brel, do Aznavour, da Edith Piaf continuam a vender-se a bom ritmo, sendo reeditados ano após ano. Onde os canais televisivos têm uma programação mais variada, não se limitando aos êxitos do momento. Onde existem milhares de estações de rádio, abrangendo todos os públicos. Onde se inova, sem deixar de olhar para trás, para as raízes da musica popular francesa ou francófona.
Em Portual, felizmente redescobriu-se o fado. Mas a música portuguesa não se limita ao dedilhar da guitarra clamando por Alfama e pela Madragoa. É bem mais do que isso. Tem compositores e cantores de imensa qualidade, que são constantemente desvalorizados pelo nosso medo de parecer mal.
Querem exemplos:
Fernando Tordo, Sérgio Godinho, Pedro Barroso, Fausto, José Mário Branco, etc...
Qual destes viu na televisão recentemente?
Nós somos, repito, uma espécie de "puto de 16 anos", com medo das críticas dos amigos. E é pena
A.
A. É assim que assina muitas vezes, com um “A”e um ponto, uma amiga recente. É uma daquelas pessoas que quando conhecemos somos invadidos por uma certa nostalgia, uma espécie de saudade de tempos não vividos no prazer da sua companhia. Ficamos assim, com pena de não a ter conhecido mais cedo mas felizes de a conhecermos agora. Desde cedo ligada à comunicação é simpática e extrovertida mas isto não chega para a definir. É uma mulher bonita, mas também não é isso que mais chama a atenção. É todo o conjunto, um espírito sagaz, um olhar doce e curioso, um sorriso calmo e inquisidor e aquele ligeiro inclinar da cabeça, em que cada fio de cabelo parece ter personalidade própria, como que a colocar mais um ponto de interrogação no final das suas afirmações. A sua sede de cultura é apenas comparável à vontade que tem de a partilhar e a ilha não a conseguiu conter mais tempo. Fiel a uma espécie de desígnio histórico tão português sabe que o Mar não é barreira, é caminho e decidiu trilhá-lo como as gaivotas, de cima. Senhora do seu nariz, mulher de armas, juntou as ditas às bagagens e mudou-se ontem para Lisboa para nova aventura cavalgando as ondas de uma rádio nacional de referência. Quando começarem a prestar-lhe atenção, o Carlos Vaz Marques e a Paula Moura Pinheiro que se cuidem... Na despedida deixa os amigos com o mesmo tipo de sentimentos mistos de quando a conhecem, felizes pelo seu sucesso e ao mesmo tempo tristes com a sua partida... Escusas de mandar saudades, amiga A. que cá, já deixas muitas... Felicidades e até breve!
Existe mais um excêntrico em Portugal
Vários amigos sabem que não sou rico, mas já lhes disse que faço vida de milionário.
Se não acreditam, vejam!
Tenho um campo de futebol, relvado, só para mim. É óbvio que não é para jogar à bola. O meu interesse é outro. Vou ao estádio correr. Tenho 4 pistas com um metro de largo sem princípio e ainda não descobri o fim. Posso fazer os 100 metros em 10 segundos. Claro que preciso de 20, ou 30. Não consigo fazer tudo ao mesmo tempo. Correr e arrancar o cronómetro, são tarefas demasiado complexas para os objectivos que tracei.
Já disse que sou milionário. Não tenho dinheiro. Apenas o suficiente para fazer face às despesas correntes como, pagar a água e a conta da luz… Creio que caso seja objecto de tratamento estatístico, do “eurostat”, ainda descobrem que faço parte do grupo dos novos pobres. O facto, não me preocupa. Vivo numa ilha onde mais de 20% da população é pobre e num país onde existem 2 milhões de habitantes pobres. É o equivalente à população que vive na região metropolitana de Lisboa.
Tal como eles, também tenho alguns padrões de consumo exagerados para aquilo que produzo. Eles têm casa própria, não dispensam o telemóvel e segundo sei, estão a substituir os aparelhos de televisão por plasmas.
Eu, tenho isso e um estádio só para mim. Eu, que apenas preciso um metro quadrado de espaço, tenho um hectare. Ali, posso acelerar dos zero aos 100 sem receio da polícia. Não preciso de sinto de segurança e não uso capacete, mas ando sobre duas rodas. É tecnologia 100% portuguesa. Os meus pais nasceram neste paraíso e eu sigo-lhes a rota.
Afinal, quem é milionário?
Se não acreditam, vejam!
Tenho um campo de futebol, relvado, só para mim. É óbvio que não é para jogar à bola. O meu interesse é outro. Vou ao estádio correr. Tenho 4 pistas com um metro de largo sem princípio e ainda não descobri o fim. Posso fazer os 100 metros em 10 segundos. Claro que preciso de 20, ou 30. Não consigo fazer tudo ao mesmo tempo. Correr e arrancar o cronómetro, são tarefas demasiado complexas para os objectivos que tracei.
Já disse que sou milionário. Não tenho dinheiro. Apenas o suficiente para fazer face às despesas correntes como, pagar a água e a conta da luz… Creio que caso seja objecto de tratamento estatístico, do “eurostat”, ainda descobrem que faço parte do grupo dos novos pobres. O facto, não me preocupa. Vivo numa ilha onde mais de 20% da população é pobre e num país onde existem 2 milhões de habitantes pobres. É o equivalente à população que vive na região metropolitana de Lisboa.
Tal como eles, também tenho alguns padrões de consumo exagerados para aquilo que produzo. Eles têm casa própria, não dispensam o telemóvel e segundo sei, estão a substituir os aparelhos de televisão por plasmas.
Eu, tenho isso e um estádio só para mim. Eu, que apenas preciso um metro quadrado de espaço, tenho um hectare. Ali, posso acelerar dos zero aos 100 sem receio da polícia. Não preciso de sinto de segurança e não uso capacete, mas ando sobre duas rodas. É tecnologia 100% portuguesa. Os meus pais nasceram neste paraíso e eu sigo-lhes a rota.
Afinal, quem é milionário?
26.4.09
Dia Mau II
Eu sei a tua vida foi marcada pela dor de nao saber aonde dói. Mas vendo bem não houve à luz do dia Quem nao tenha provado o travo amargo da melancolia. E entao rapaz, entao porquê a raiva se a culpa nao é minha? Serao efeitos secundarios da poesia?
Ornatos Violeta
Ornatos Violeta
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