18.5.07

Carta aberta ao Gonçalo


Caro Gonçalo,

perante a tua ameaça de alterar pontualmente as cores da Conspiração, dirijo-me a ti publicamente para dizer o que penso.

Sinceramente, desejo todo o infortúnio do mundo para o teu amado Sporting, no jogo deste fim-de-semana, o que quer dizer que não quero que os lagartos vençam.
Existe, contudo, uma excepção. Caso o Porto não sofra a tal copiosa derrota que todos desejamos do fundo do coração e/ou o meu Benfica não ganhe, espero que os dragões empatem e o Sporting vença, porque prefiro ter de aturar um blog verde - no caso de não poder ser vermelho - a um blog com as sempre mesmíssimas tonalidades azuis.

Cumprimentos desportivos,

o teu amigo.

Do you remember?

YouTube - Marillion - Lavender

Marillion, Lavender

I was walking in the park
Dreaming of a spark
When I heard the sprinklers whisper
Shimmer in the haze of summer lawns.
Then I heard the children singing
They were running through the rainbows.
They were singing a song for you
Well it seemed to be a song for you
The one I wanted to write for you
Lavenders blue, dilly dilly,
lavenders green
When I am king, dilly dilly
You will be queen
A penny for your thoughts my dear
A penny for your thoughts my dear
I.o.u. for your love
I.o.u. for your love
Lavenders green, dilly dilly,
lavenders blue
When you love me, dilly dilly,
I will love you
A penny for your thoughts my dear
A penny for your thoughts my dear
I.o.u. for your love
I.o.u. for your love
Lavender dreams dilly, dilly
lavender true
When you miss me dilly dilly,
I did miss you
A penny for your thoughts my dear
A penny for your thoughts my dear
I.o.u for your love
I.o.u. for your love
For your love

Não é ético, é estético!


Não sou homófobo, mas sinto-me insultado pela imagem da homossexualidade masculina. Não é o meu sentido ético que se queixa, mas o meu sentido estético. Que me perdoem os meus amigos!

Cozer em lume brando

O Dr. Costa, outrora um super-ministro, trocou o posto de número dois do governo pelo de candidato a presidente da maior autarquia do país. Como todos nós nos recordamos, o Dr. Costa era conhecido pelos seus planos de combate aos incêndios que primavam, geralmente, por multiplicar o número de hectares ardidos à medida que o Verão avançava. Desde aqueles tempos imemoriais em que o Dr. Costa garantia que a época dos incêndios já era, prometendo meios infinitos para combater um flagelo cíclico no ano imediatamente a seguir, que o Dr. Costa percebeu que os incêndios queimam e que não há retórica que resista ao exercício.

Ora, o mesmo Dr. Costa, numa lógica de sacrifício exemplar que mais tarde lhe pode trazer dividendos, decidiu, antes mesmo de começar a época da caça ao sobreiro (um cavernoso desporto nacional), aceitar o presente envenenado que o Eng. (?) Sócrates generosamente lhe endossou, saltando directamente para a panela que pode cozê-lo em lume brando. No entanto, julgo que ele percebeu a tramóia: na realidade era urgente uma remodelação cosmética no governo para distrair o povo. Como o Dr. Pinho sempre diverte a malta, razão pela qual estava indisponível, e como é muito complicado despedir ministros invisíveis que não se sabe onde estão nem onde andam, sobrou o Dr. Costa que era, a título de curiosidade, o último dos três ministros de estado iniciais.

Quanto a mim, o Dr. Costa esgarifou-se* do governo a tempo. Prefere por agora arriscar a tal cozedura mínima do que morrer abruptamente na gigantesca fogueira nacional que deve estar prestes a começar. São apenas opções: no fundo, é sempre bom ter dois caminhos, duas escolhas e, vá lá, uma possível escapatória. O Dr. Costa, inteligente como de costume, limita-se a estancar, por agora, as pequenas fagulhas correndo ainda o risco sério de vir a ser um putativo herói socialista se vencer a câmara. E pelo meio sempre se livra dos carros-bomba, dos helicópteros e dos extintores que, neste país, parece que raramente funcionam.

*termo muito comum no Bairro da Nazaré que significa fugir, bazar, pôr-se a milhas.

Desemprego bate Obikwuelo

O Desemprego bate recordes em Portugal. Cresce mais depressa do que o Obikwuelo corre os 100 metros.

Mais de 500.000 trabalhadores, ou seja, 8,4% da população activa, não tem trabalho. Um acréscimo, segundo o Jornal de Negócios, "de 9,4%, face ao trimestre homólogo e de 2,5%, em relação ao trimestre anterior".

"Estes dados são divulgados dias depois (...) do IEFP ter anunciado que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego desceu mais de 10% em Abril.", acrescenta o Jornal de Negócios.

Quantos empregos ia o candidato Sócrates criar?

Do you remember?

17.5.07

Dia da Espiga


Hoje, no Alentejo, é o dia da Espiga.

Seja lá isso o que for!

Noite dos poetas

AS PALAVRAS

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam;
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luze são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade

Hoje, no Café do Teatro, acontece a Noite dos Poetas. Aberta a todos. A partir das 22:00 horas. Incluída no Programa da Festa do Livro.

16.5.07

Foi Vivaldi e foi Beethoven


"(...) Olham-se comovidos, admirados e gratos. Em Raquel não existe lugar para interrogações. Paira num estado de graça desconhecido, apertada entre os braços de Marcos, murmura entre sério e brincalhona: “foi Vivaldi e foi Beethoven, alegria e intensidade, uma sensação incomparável de estar viva e amada, sentiste o mesmo Marcos? (...)”

O último cais
Helena Marques


Sem vontade!

Ando sem qualquer vontade de escrever.

De resto, também a actualidade não é rica em acontecimentos que me suscitem algum interesse. Nem as eleições de Lisboa, nem mesmo a idiotice que foi aquele post do blog do PS (estão loucos, não estão?). Nem sequer as mensagens completamente absurdas que a Direcção do PS - Madeira enviou na noite das eleições aos militantes socialistas - que obtive através de um amigo de longa data e meu ex-professor e que, sendo socialista, não compactuou com o absurdo que foi o reinado de Jacinto Serrão).


Sendo assim, deixo-vos com uma foto do paraíso e uma bonita melodia de Geoffrey Oryema.


Divirtam-se!


PS - É Gonçalo, pode parecer ridículo, mas também eu tenha uma fezada... Só que no Benfica! Ainda assim, acho que na segunda-feira quem se ri é o Dragão.
PS2 - Oiçam toda a melodia. Quem gosta de música não se arrependerá!

Um mundo verde

Se formos campeões, juro-vos que ando uma semana vestido de verde... Nem que vá comprar camisas aos Armazéns do Carmo!

E já agora, durante essa semana este blog fica todo verde. Os outros conspiradores compreenderão...

Faço, aliás, um mundo verde. Juro-vos...

Fé imensa




Eu acredito em milagres. E por isso, acho que o "meu" Sporting vai ser campeão este fim-de-semana... A Fé já me fez pôr o cachecol à mão, preparando-o para a noite de domingo. Força rapaziada...

Preso por ter cão

Mourinho foi preso por... ter cão. Literalmente!

Um ano para esquecer, meu caro...

Post Sriptum: Ao contrário de muitos portugueses, eu sou um fã incondicional do trabalho do José Mourinho. Para mim, o mais brilhante treinadoor de futebol do momento.

15.5.07

Direito à crítica (a altura da relva na área do guarda-redes)

Não me compete, de forma alguma, comentar textos publicados nos jornais. E raramente o faço. Fui jornalista durante tempo suficiente para perceber que muitas vezes as informações recolhidas no terreno levam os profissionais a valorizar factos, por vezes menos importantes, em deterimento de outros, se calhar bastante mais significativos. Aconteceu-me muitas vezes. Em condições normais não vejo, por isso, em cada texto jornalístico uma espécie de elemento de uma cabala contra "A", "B" ou "C".

Este esclarecimento vem a propósito de um texto hoje publicado no Diário, com chamada à primeira página. E que vou comentar, abrindo uma excepção.

O trabalho do meu amigo Ricardo Freitas conduz - inadvertidamente, estou em crer - o publico a encarar a Feira do Livro 2007 como um espaço onde os livros estão fechados em local quase inacessivel, protegidos pela altura dos balcões dos stands. Essa "barreira", conclui um leitor menos atento, marca o evento de forma indelével, contribuindo, quiçá, para afastar os espirítos menos tenazes do universo da leitura!

No texto do Ricardo, que se supõe ser um balanço intermédio ao evento, não há uma única referência a uma série de projectos postos em práctica este ano e que são absolutamente inovadores por cá. E que têm tido excelente aceitação por parte do público.

Basicamente, foi como ir ao Estádio dos Barreiros fazer um relato de um jogo e gritar, ao intervalo, que o elemento mais significativo da primeira parte fora... a altura da relva na área do guarda-redes. Esquecendo quantos ataques cada equipa fizera, quantos remates tinham seguido para a baliza e quantos fora-de-jogo assinalara o fiscal de linha.

Convém por isso esclarecer o equívoco.

Em primeiro lugar, os stands são cerca de 5 cm mais altos em comparação com aqueles que foram utilizados em anos anteriores. Mas permitem mais espaço para arrumação - consequentemente mais livros - e mais gente para informar os leitores.

Não me parece que o sucesso ou insucesso de uma Feira, ou que a qualidade (ou falta dela) de uma organização se possa medir por 5 cm. E muito menos que o apelo e o incentivo à leitura tenham alguma coisa a ver com a altura dos pavilhões. Embora, voltando aos treinadores de futebol, alguns utilizem desculpas como altura da relva na área do guarda-redes!

E então vamos aos factos, ou seja, àquilo que não foi escrito pelo Ricardo.

Este ano fez-se um esforço notável para angariar novos leitores. Que se traduziu na criação de eventos e de actividades como o "Ler a Andar". No primeiro dia do evento, 14 alunos do Conservatório fizeram dezenas de carreiras dos Horários do Funchal, devidamente identificados, a ler pequenas obras de escritores como Helena Marques, José Viale Moutinho, Rui Fino, Tolentino Mendonça e José Agostinho Baptista. Enquanto liam, distribuíam livros pelos passageiros, ou por quem estava nas paragens. E anunciavam a Feira. A Câmara Municipal do Funchal e a organização distribuiram, nos primeiros dias do certame, 10.000 livros. De forma absolutamente gratuita.

Este ano promoveu-se um concurso entre as escolas secundárias da Região. Participam 11 establecimentos de ensino de quase todos os concelhos, que se prepararam durante meses e que constituiram equipas de sete elementos para disputar, no auditório do Jardim Municipal, um concurso que ontem (primeira sessão) levou centenas de pessoas ao Jardim.

Este ano criaram-se, ao fim-de-semana, percursos pedonais pela baixa do Funchal, começando e acabando no recinto da Feira. Ao logo do passeio, os concorrentes (equipas) são obrigados a passar por vários pontos, respondendo a questões relacionadas com o Funchal e com livros. Sábado, primeiro dia do evento, participaram nele mais de 150 pessoas.

Este ano todas as apresentações de livros foram feitas em espaço aberto. Tornando-as mais visiveis e permitindo a participação de mais gente. De pessoas que, muitas vezes, não frequentam círculos culturais redondos e fechados. Rogério Marques, um estreante, apresentou um livro e conseguiu que a ficassem ocupados todos os locais disponíveis na plateia. É um bom exemplo.

Este ano foram criados espaços para os mais novos. Ateliers infantis que funcionam ao fim de semana, e nos quais os miúdos têm livros à disposição (em pequenas mesas, convém esclarecer), ouvem histórias - Irene Lucilia foi a narradora do fim de semana passado - vêem sessões de teatro de fantoches (Companhia de Teatro de Bonifrates, de Maria Aurora), têem workshops sobre o manuseamento de fantoches entre outras actividades. Sábado e domingo passados o atelier infantil recebeu centenas de crianças.

Este ano fez-se uma leitura colectiva de uma obra de um dos escritores madeirenses que mais se recomendam. Sábado passado, dezenas de pessoas de todos os quadrantes sociais leram extratos de "Ilhéus", de Horácio Bento de Gouveia. Gente conhecida e gente anónima partilhou o prazer da ler. E de ouvir.

Este ano a organização incluiu no programa da Festa do Livro uma peça de Teatro da Companhia Com.Tema. "Comichão Europeia", de Nuno Morna.

Este ano a Feira está mais bonita. Há mais gente a circular por entre os stands.

Este ano há mais participação de gente nova.

Este ano, provavelmente, vender-se-ão mais livros que em anos anteriores.

Este ano, até a Livraria Esperança, a maior do país, veio à Feira.

Este ano deram-se oportunidades às bandas regionais, aos musicos do conservatório ou do Gabinete Coordenador de Educação Artística.

Este ano deram-se oportunidade aos escritores madeirenses. A quem quer mostrar aquilo que faz, mesmo que não agrade a uma certa elite instituida.

Este ano procurou-se inovar.

Este ano o Diário faz uma primeira página com uma diferença de 5 cm. Que ainda por cima já tinha sido falada na comunicação social. Que ainda por cima já tinha sido assumida como erro pela organização. Erro a corrigir em edições futuras.

Neste, como em qualquer ano, dia, ou mês, a critica é sempre bem vinda. É absolutamente necessária. No caso em apreço, entendo que se critique o formato ou a dimensão dos stands. E a altura dos respectivos balcões. Mas não entendo que numa análise se sobrevalorize essa variável, subvalorizando, ou mesmo esquecendo, todas as outras.

É como dizer que se ganhou, ou se perdeu, por causa do tamanho da relva na área do guarda-redes!

Só para concluir, que fique bem claro que faço este texto como leitor. E não noutra condição qualquer. E já agora, repito, tenho grande respeito profissional e pessoal pelo Ricardo, a quem prezo como amigo.

E para que não fiquem dúvidas, nada me move contra o Diário, antes pelo contrário. Continuo a considerar aquela como sendo a casa onde passei alguns dos melhores anos da minha vida. E onde aprendi tudo o que sei sobre jornalismo. Uma casa de bons profissionais, onde se faz excelente jornalismo. Mas desta vez o Diário (e o Ricardo) falharam. E da mesma maneira que têm o direito à crítica, têm também de assumir a crítica como algo próprio.

14.5.07

Atraso civilizacional

Sei que corro o risco me acusarem de tomar "a parte pelo todo", mas se isto não demonstra atraso civilizacional, vou ali e já venho...

O video é absolutamente chocante. Principalmente, espero eu, para aqueles defendem até à exaustão o multiculturalismo...

13.5.07

Uma coisa é um blogue anónimo surgido na internet e que se dedica à má-língua, à inveja e à hipocrisia – geralmente vindo de gente pouco recomendável a quem uns bons açoites seriam exemplares. Outra coisa é o blogue oficial de campanha de um partido, que se dá ao luxo de deixar que algumas alminhas (que eles sabem muito bem quem são) insultem atrás do anonimato quem não se pode defender. Assim, a direcção do PS Madeira, que tolera a brincadeira, não deixa de ser cúmplice na coisa, razão mais que suficiente para revelar o género e a qualidade da casta. Isto claro, se dúvidas ainda existissem.

Quanto à publicidade em si, como é óbvio, agradecemos do fundo da alma semelhante perda de tempo e, ao mesmo tempo, a estuporada dedicação. O mundo da psiquiatria sempre nos fascinou e a rapaziada, por cá, promete manter-se atenta.

Algumas imagens








De vez em quando, armo-me em fotógrafo...

Voltem sempre

O blog oficial do PS-Madeira deu-se ao trabalho de escrever sobre a "Conspiração". Pois sentimo-nos honrados com tal distinção. E acrescentamos que quando um partido, anónimamente, dedica tempo e atenção a insultar gente sem qualquer ambição política, como nós, mostra a desgraçada situação a que chegou. Caros amigos, voltem sempre, que nós agradecemos a publicidade. Embora, ao contrário de vós, não necessitemos dela para nada!