18.3.06

Há três anos

Há três anos, os Estados Unidos e os seus aliados invadiram o Iraque pela segunda vez. Até ver, os resultados da intromissão foram desastrosos. Mas ao contrário daquilo que apregoam a esquerda folclórica (BE), e o PCP, retirar agora seria ainda mais calamitoso. Para o Iraque e para o mundo.

17.3.06

Sugestão













Match Point de Woody Allen, é a minha sugestão para este fim de semana.


É um filme interessante. Além disso, consegue transmitir emoções. É tudo uma questão de gosto pessoal.



Bom fim-de-semana.

A Democracia das hordas





De França vem um bom exemplo, sempre que não concordar com uma posição ou proposta do governo, sairei à rua e, munido de uma barra de ferro ou de um sólido paralelipípedo, rebentarei com o primeiro pára-brisas que encontrar, deitarei fogo a uns quiosques e, "la cerise dans le gateau", partirei a boca ao primeiro agente da autoridade que encontrar.

Ai de quem me criticar. Então já não tenho direito a exprimir a minha indignação contra as ideias de quem tem a maioria (condição indispensável para governar) ? Que é feito do direito à manifestação ?

Estes energúmenos, saudosistas de Daniel Cohn-Bendit, marionetas manipuladas por agitadores profissionais, confundem oposição com brutalidade, vandalismo, por muito nobre que seja a sua causa, com este comportamento selvagem estão a reduzir-se a banais criminosos. Convenhamos que é uma forma radical de faltar às aulas, sempre se queimam umas horas e, no fim do ano, se existir o risco de chumbo, volta-se para a rua e parte-se mais qualquer coisa. Estou até admirado pelo facto dos profissionais da arruaça bloquistas ainda não terem organizado uma excursão de finalistas a Paris, para dar uma ajuda, há muita pedra na capital gaulesa.

Manifestações têm havido, muito mais concorridas, em defesa de assuntos muito mais sérios e as coisas têm decorrido com toda a normalidade. Este não é um problema de liberdade de expressão, é sim uma questão de comportamento selvagem, de frustrações reprimidas. Já se andam a queixar de violência policial, que dirão os proprietários dos veículos queimados, das montras estilhaçadas, dos quiosques arrasados pelas chamas, dos jardins espezinhados ? A esses nunca se pergunta nada, são danos colaterais.

Os ruidosos bácoros do costume chamar-me-ão fascista e outros epítetos do género, é a sua especial forma de respeitar a opinião dos outros.

16.3.06

A próposito

A propósito de uma conversa numa noite de segunda-feira iluminada por uma garrafa de aguardente.

Sobre o poema

"Um poema cresce inseguramente
na confusão da carne,
sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser.


Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz exterior das coisas,
as folhas dormindo o silêncio,
as sementes à beira do vento,
— a hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.

E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade as órbitas, a face amorfa das paredes,
a miséria dos minutos,
a força sustida das coisas,
a redonda e livre harmonia do mundo.

— Embaixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.

— E o poema faz-se contra o tempo e a carne."


Herberto Hélder

(ou o único madeirense que merceria uma estátua. Exactamente por não a querer)

Novo blog

Um novo blog que por cá nasceu. Sou suspeito, porque conheço o autor, mas esperam-se textos interessantes.

Análise

Uma boa análise.

Tensão

Em França, ocorrem algumas das maiores manifestações de que há memória. Estudantes e sindicatos atiram pedras a uma lei que visa facilitar os despedimentos. E que é criticada, até, por parte substancial do patronato.

Em Novembro, os súbúrbios de Paris - cenário facilmente inflamável - tinham ardido. O fogo fora ateado pelas palavras tontas de Sarkozy.

Não, não estamos perante um novo Maio de 68, como alguns saudosistas anunciam. Mas os dois acontecimentos revelam parte das tenções sociais que se escondem atrás das avenidas bonitas das cidades europeias.

14.3.06

Não “Cola Tudo”

Dei o benefício da dúvida durante várias semanas. Observei estóica e epicuristicamente. Tentei encontrar graça aonde ela, definitivamente, não estava. Mas já chega.

O programinha humorístico para pensar com a tripas que a RTP-Madeira exibe várias vezes por semana, um tal de “Cola Tudo”, deveria, por minha sugestão, sair da já de si pobre grelha do canal.

Os rapazes que dão a cara pelo programa não têm grande culpa. Nem todos podem nascer com graça e inteligência, como é notoriamente o seu caso. Seja como for, as mentes que materializaram e autorizaram que se perdesse tempo, dinheiro e recursos com o programa sem nenhum talento é que devem ser culpadas por este ultraje. Com uns açoites públicos, por exemplo.

Agora, imagine-se que trago a casa um amigo de fora, e que este até sabe combinar pelo menos duas frases e uma imagem. Ponho-o a ver a RTP-M e que dirá ele deste programa exibido em horário nobre? E por arrasto, que dirá ele também do povo e da região aonde é exibido?

Eu cá sei o que diria.

Magno Velosa

13.3.06

Opa

As “opas” estão na moda. O que não deixa de ser espantoso num país meio falido… Opa…

Confusões

O Bento continua a sua saga enquanto paladino da actual liderança socialista. E eu não tenho nada a ver com isso. Cada um é livre de apoiar quem quiser. O pior é que, propositadamente, voltou hoje a confundir o essencial com o acessório. Confundiu a referência a Mota Torres com a essência do texto, ou seja, falta projecto, qualidade e capacidade a Serrão e companhia. Como não gosto de ping-pong, e sobretudo porque o assunto não me desperta grande interesse ou entusiasmo, não volto a alimentar esta novela.

Quot capita, tot sensus

O Bento, lá desde a esquina-do-mundo.blogspot.com, teve a amabilidade de me alertar para um erro básico, por mim cometido: naturalmente a espada é Dâmocles. Agradecido e, de resto, já está alterado (se bem que nunca percebi porque é que a espada é de Dâmocles e não de Dionísio)!

Depois fez algumas considerações sobre o que escrevi.
Pois, bem, vamos a elas. Quanto à demissão de Sócrates, claro que não me parece razoável que este governo seja demitido. Foi apenas uma hipérbole, para exemplificar que se as asneiras do Santana justificaram a opção presidencial, as mentiras do Sócrates também o justificariam. Porque efectivamente acho que o grande mérito deste governo é o de perceber muito de cosmética, dado que este ano de governação não tem sido marcado por boas medidas, mas apenas por estarem bem maquilhadas.
O Bento afirma que: “da Direita à Esquerda o balanço agora feito ao 1º ano de Governo é de modo geral muito positivo”. Para um anarquista, parece-me que anda demasiado sintonizado com o poder económico deste país, visto que os elogios apenas vêm da classe empresarial (ou da UGT, mas que não são para levar a sério). Desde a educação à saúde, a maioria das medidas não são minimamente reformistas. E as que o são, não me parecem boas. Portanto, achar que este ano de governação foi globalmente positivo revela mais acerca de quem o afirma, do que sobre o governo.
As minhas afirmações sobre o Governador do Banco de Portugal mantêm-se. Integralmente.
O Bento acusa-me, ainda, de má-fé por ter afirmado que o Dr. Sampaio tratou de forma diversa os governos do PSD e do PS. Se tal não fosse verdade, nunca o Eng. Guterres teria chegado ao ponto de se demitir. O Governo teria sido demitido sumariamente pelo Dr. Sampaio. Se a “figurinha” do Santana justificou a demissão, não terá a “figurinha” do Eng. Guterres justificado? Não percebo que raio de rigor presidencial é este.

Estou certo de que houve o tal magistério de influência, de que fala o Bento, mas ao contrário. O Dr. Sampaio foi mais influenciado do que influenciou. E disso não tenho dúvidas!

12.3.06

Comunidades

Uma portuguesa candidatou-se à presidência da Cãmara de Lausanne, quarta cidade suiça. Outra criou o primeiro sindicato das profissionais do sexo da Grã-Bretenha, já integrado numa central sindical qualquer. As comunidades estão em alta...

Slobo


Morreu "Slobo". Suicidou-se? Foi assasinado? Para bem dos Balcãs era bom que tivesse morrido de "morte natural"...

Suspensão

No PSD-M, a corrida à sucessão ficou suspensa até 2009. O Congresso de Maio será um processo de legitimação do líder. Mas irá deixar gente pelo caminho...