11.3.05

Já somos grandinhos e quase responsáveis !!

O órgão oficial do Bloco de Esquerda, traz uma notícia assaz surpreendente. Com efeito, na próxima reunião magna dos bloquistas será proposto um regulamento disciplinar.

Que é feito dos ideais anarco-revolucionários da extrema-esquerda radical ?

Onde estão os princípios da quimera libertária e libertadora ?

Ai, ai, ai. Os meninos reguilas e malcriados aburguesam-se ou, se calhar, o problema é mais complicado: estamos a assistir a uma deriva ideológica. Estão a sair do comunismo progressista (Trotsky) para enveradar pela linha, com provas dadas, mais purista e ortodoxa, a linha do tovaritch José Estaline. A esquerdalha não consegue libertar-se do grande orientador do proletariado, aquele que "despachou" todos quantos o enfrentavam.

Quer pessoalmente, quer publicamente, Francisco Louçã e seus apaniguados, têm demonstrado a sua arrogante omnisciência e suposta superioridade moral. Talvez resolverá o problema do desemprego por trás da cortina de fumo exalado pelo seu charuto cubano ou, então, resolverá o problema do aborto excluindo da participação no referendo os milhões de portugueses que, por vontade própria ou por impossibilidade, não geraram vida. Com este tipo de atitudes, o Dr. Louçã e o seu séquito (okupas, diletantes, pseudo-intelectuais) mostram o quão hipócritas e intolerantes podem ser (o líquido viscoso vem sempre à superfície).

Esta notícia bombástica encontra a sua razão de ser na necessidade de controlar e delimitar a acção das hostes. O proponente (Fernando Rosas) esquiva-se e tenta uma explicação, no mínimo, grotesca. O fulgor esvai-se e o novo-riquismo controleiro toma conta da agremiação. Para quem se julga diferente e melhor que os demais mortais, deixam muito a desejar. Aguarda-se o surgimento dos primeiros caciques locais.

Um paradoxo da democracia

As qualidades exigidas para se ganhar eleições podem não coincidir com as qualidades necessárias para se ser um bom governante. Sócrates provará o teorema.

A rede

Na propalada sociedade em rede uma nova forma de desigualdade social parece saltar à vista: por um lado, temos os que estão na rede e por isso ligados ao mundo (e o mundo ligados a eles); e, por um outro lado, temos os que estão fora da rede, ou desligados do mundo (e por isso inacessíveis ao mesmo). Ou seja, temos uma dicotomia clara entre os que estão on-line e os que estão off-line. Não é difícil perceber quem são uns e quem são outros. E de como isto é importante para se perceber a sociedade actual e parte do modo como ela se estrutura e funciona. A questão é pertinente. E complexa como é óbvio.

Marx, no século XIX, falava-nos na diferenciação de classe baseada na posse ou não dos meios de produção. No século XXI alguns defendem que parte da população se divide em on-line e off-line (estar dentro ou fora da rede). Não deixa de ser motivante perceber como certas discussões se mantêm actuais.

10.3.05

Curtas VII

Sócrates resolveu assumir os dossiers das Regiões. Com que objectivo? Provocar um conflito institucional alicerçando-se na maioria absoluta?

Jardim (que dera alvíssaras por, supostamente, não ter de aturar o mau feitio de Sócrates) não reagiu ainda. Os tempos são incertos…

Evitar a goleada

A notícia de que Bernardo Trindade ia para a Secretaria do Turismo foi a pior que Jacinto Serrão poderia ter recebido.

O objectivo da maioria daqueles que rodeiam o líder do PS passava por “queimar” Bernardo, obrigando-o a um confronto com Albuquerque para a Câmara do Funchal.

Pois bem, trocadas as voltas, o pior para Jacinto ainda vem aí. É que, das duas uma, ou o PS encontra o tal independente com aura de competente e de candeias às avessas com o PSD – adoro esta definição – ou o presidente dos socialistas madeirenses arrisca-se mesmo a ir a votos no Funchal.

Repare-se que Serrão e Victor Freitas, quais eucaliptos verdejantes nas serras de São Vicente, secaram tudo o que estava à sua volta. Os melhores do PS-M ou estão em Lisboa (Bernardo Trindade, Maximiano Martins e o próprio Luís Amado) ou estão em Bruxelas (Emanuel Jardim Fernandes) ou estão pura e simplesmente afastados.

Actualmente, as tropas da Rua do Suro têm na liderança, e na frente de combate, personagens com a “craveira” intelectual de um Jacinto Serrão, de um Victor, de uma Célia Pessegueiro, de um Gil França, de um João Isidoro ou de um Filipe Sousa.

Se, por um lado, a trupe não pode ser acusada de “dormir com o inimigo” – se calhar porque o próprio inimigo não quer – por outro não tem credibilidade para atrair bons quadros independentes. As autárquicas serão uma prova de fogo. E Serrão tudo fará para evitar a goleada. E o confronto directo com Albuquerque. O pior é se Victor Freitas se quiser livrar dele...

Avizinham-se dias duros...
De vez em quando, vou colocar no blog algumas fotografias da minha autoria.

Nova vida

Os começos trazem, sempre, algo de misterioso e aliciante. A adrenalina que o desconhecido nos suscita, supera os medos que acompanham os primeiros passos.
A minha participação neste espaço é feita com grande satisfação e liberdade. Não existirão tabus nem prudência exacerbada. Direi o que penso, quando e como quiser.
A qualidade desta conspiração está na diferença de pensamentos, na diversidade de experiências e nas variadas formas de ver o Mundo.
Penso que o objectivo não é gerar consensos, mal seria se assim fosse. Este será um espaço mais rico quanto mais caminhos forem percorridos. Ganharemos nós e, com certeza, ganharão os incautos que desperdiçarem tempo a nos ler.

9.3.05

Mais três

Amanhã, três mulheres serão julgadas em Setúbal pela práctica de aborto.

Nunca é demais repetir que a actual Lei deve ser revista. E que a descriminalização da práctica de aborto deve ser discutida.

A direita não pode, e não deve, fechar-se ao debate, enclausurando-se numa redoma e deixando que a esquerda chame a si bandeiras que são quase universais. É uma questão de... inteligência.

Saint-Germain des-Prés Café

Saint-Germain des-Prés Café é um excelente trabalho. Para quem gosta de jazz e de chillout.

O disco fala de redescobertas. Da redescoberta de originais de Arthur Milles, Astor Piazola, Chet Baker ou Miles Davis, trabalhados pelos Gotan Project, por Marco Di Marco, por Koop, e por outros mais.

Fabuloso o trabalho de Koop sobre o original de Vuelvo al Sur, de Piazola.

(pronto, sou suspeito, o tango em questão é uma das minhas canções favoritas)

Foi, até agora, a melhor aquisição que fiz este ano. Aconselho-vos.

8.3.05

Telemóvel

Tenho um telemóvel novo. Da denominada terceira geração e com múltiplas funções: agenda, calendário, jogos, acesso à internet, mensagens, registo de chamadas, aplicações, fotografias, filmes, relógio, despertador, auricular. Perante a parafernália tecnológica em que me vejo mergulhado saio da loja sem fazer a pergunta crucial à menina que abnegadamente me explicou as mil e uma coisas que um telemóvel hoje me pode oferecer. Mas num assomo de ansiedade descubro que o meu novo telemóvel também faz chamadas. Vá lá.

O Governo

Cem dias de tolerância. Nem mais nem menos. Exactamente os mesmos que mediaram entre a fuga de Napoleão da Ilha de Elba e a sua fulgurante derrota em Waterloo. Santana não teve a mesma benesse. Aproveitem-na.

O retrato

O CDS enviou o retrato de um dos seus fundadores para a sede do PS. Muita gente se insurgiu, esquecendo-se confortavelmente que em política também há lugar para o humor. Mas a coisa vale o que vale: vale pelo gesto, vale pelo humor (como já foi referido) e vale pelo simbolismo. O Prof. Freitas, nesta sua deriva incompreensível que já o levou a apoiar o PSD, a assistir a comícios do Bloco de Esquerda e a pedir uma maioria do PS, é um apóstata que merece ser tratado como tal. Longe de apagar a história, o passado, é mais uma questão de olhar para o presente como modo de preparar e encarar o futuro. O Prof. Freitas não passa de um interesseiro que conseguiu plenamente os seus intentos. Exemplos destes não devem ter lugar em política.

A Mensagem (e a sacola azul)

Não foi a primeira vez que o tipo me entregou um papel escrito. Não foi a primeira vez que parou , tirou uma folha A4 da sacola azul, me desejou boa sorte e seguiu em frente.
Não foi a primeira vez que ele me quis mostrar a Mensagem. Uma Mensagem de suposta de inspiração divina.
Ei-la. Para quem a conseguir compreender:



Está certo, assim?


Há duas espécies de homens, ou 3:
1 - Os justos que se julgam pecadores
1 - Os pecadores que se crêem justos


Se o nariz de Cleópatra tivesse sido mais pequeno. Toda a face da Terra teria mudado.
Viva a Páscoa da auto-regeneração e da regeneração cívica (justiça) em tribunal.
A liberdade e a cadeia é uma conquista


A Existência Pensante

A) Princípio, Valores, Objectivos e Renascer/Ressurreição



Os Objectivos:
1 - Éticos
2 - Anti-éticos (pecado ou morte)


Renascer/Ressurreição: Jesus Cristo (Vítima Redentora)


1 - Deus Tal como o Homem, Deus é uma
2 - Abel (mulher/homem) Realidade Indiscutível
3 - Caim (mulher/homem)
4 - Tudo o que é diabólico

O Homem no que realiza e no desempenho das suas tarefas, relacionamentos e aspirações.



- está sempre atrelado a duas atitudes:
1 - Atitude de responsabilidade (o bem)
2 -Atitude de desrespeito (o mal)



Nesta equação de fé: Abel sobre Deus assim como Caim está sobre tudo o que é diabólico

A Equação de Fé prova a existência de (A). Da Minha catequese

Observação:
Nós somos a preto e branco
Se fossemos a só a cores seriamos Abel, o bom samaritano abatido (morto) por Caim



Um dia, meu caro, a Misericórdia Divina fará com que alguém compreenda a Mensagem contida na sacola azul.

7.3.05

Curtas VI

A ideia de enviar o retrato de Freitas para a sede do PS, por correio, é anedótica. Não se pode apagar ou reescrever a História, meus caros. Ela é o que foi, dizia um tipo que conheci. Pois é, Ela é o que foi...

Já agora, pior que a deriva à esquerda foi a justificação de Freitas para a mesma. Momentos há em que é melhor estar calado. Siga Freitas, o auto-proclamado "homem-providência"!

Post-Scriptum:

O Financial Times de hoje destaca a escolha de Freitas para ministro. Salientando o lado anti-americano do ex-líder do CDS. Mais uma vez, parece que vamos inflectir a política externa. É dificil ter credibilidade enquanto país quando mudamos de posição à velocidade dos ciclos políticos internos. Venha quem vier para ocupar a pasta.

6.3.05

O outro ganhou!

É definitivo. O outro ganhou. Pelos leitores da "Conspiração", o outro já era presidente do PSD, com 41% das preferencias. À frente de Alberto João Jardim, que ainda assim teve 31% dos votos.

Já o futuro líder do PSD, Marques Mendes, ficou-se por 12% no inquérito que lançámos. Uma votação à sua...altura.

Filipe Meneses não esteve mal. E na "Conspiração" teve uma percentagem superior àquela que, possivelmente, terá no Congresso do PSD, 18%.

Em resumo, pelos leitores da "Conspiração", as coisas têm de mudar no partido da Lapa.

Teremos outro inquérito on-line a partir de amanhã.