30.6.07

Michelle faz sucesso em Wimbledon

Parece que, finalmente, o ténis português terá uma figura de referência. Michelle Archer de Brito, uma jovem tenista que neste momento complementa a formação nos Estados Unidos, é elogiada assim no sítio oficial do Torneio de Wimbledon:

"All today’s junior matches have been cancelled, including Michelle Larcher de Brito’s (she’s my tip for the top so remember the name – the Portuguese Prodigy, they’ll be calling her in a few years time)."

Michelle compete no Campeonato Júnior e tem sido uma das revelações.

Para a modalidade (uma das minhas favoritas, de resto), ter uma figura com algum relevo internacional é fundamental para atrair practicantes, sponsors e público.

De qualquer maneira, se Michelle tiver sucesso, a única pessoa que em Portugal pode reclamar para si algum do mérito é o pai (e treinador) da tenista. De resto, nem a federação, nem as entidades públicas ligadas ao desporto poderão apregoar méritos. Porque, de facto, não os têm.

Em Portugal, o ténis é tido como uma modalidade elitista e cara, percepção que nada tem a ver com a realidade (hoje, qualquer raqueta de ténis é mais barata que as botas de futebol utilizadas pelos candidatos a cristianos ronaldos de 11 anos).

Por incúria dos seus responsáveis, tem pouco público. Assim sendo, não tem a visibilidade que tem na esmagadora maioria dos países desenvolvidos e, por isso, atrai poucos parceiros externos.

Os candidatos a jogadores vivem rodeados por um mar de dificuldades. O centro de ténias da federação está adiado há anos. São poucos os campos e ainda menos aqueles que têm condições mínimas. A organização do Estoril Open, evento com forte visibilidade mediatica no exterior, reclama anualmente a construção de uma sede para o torneio (andar, todos os anos, a montar estruturas temporárias é rídiculo).

De facto, se Michelle fizer a carreira a que legitimamente aspira, o mérito será dela. E do pai...

Para seguir a sua carreira em Wimbledon, deixo-vos este link.

29.6.07

Favelas

Para perceber. E para mostrar que "favela não é só bandido não"...

Favela Tem Memória

Das favelas para o mundo

Fazendo do Nosso Jeito

Observando

Reportando

Ajudando

Educando

Criando

Estes são apenas alguns exemplos. Quem sabe se um ou outro não poderiam ser aplicados cá, em barros pquenos como a Nazaré, as Malvinas, ou outros? Quem sabe?

A guerra

"Entre 2002 e 2006, foram assassinados no Médio Oriente 729 menores. No mesmo período, foram assassinados no Rio de Janeiro 1857 jovens. É a guerra"

In Público

O Estado Brasileiro resolveu, através da Polícia Federal, cercar hoje a Rocinha e outras quatro favelas do Rio.

Gostei

Terça-feira, tive o grato prazer de cumprimentar o Prof. Vírgilio Pereira aquando do lançamento do seu livro. E gostei de ver a sala a abarrotar. Porque se há personalidades a quem esta cidade, e esta Região, devem alguma coisa, ele é uma delas. E é bom que tanta gente o entenda e o demonstre. O resto são tretas.

Post-Scriptum: gostei do aviso implícito no discurso do professor: não me dêem como afastado...

E se fosse cá?

Se fosse cá, o que não diriam os paladinos da democracia cá do burgo...

Mas socialistas houve que abriram o queixo em veemente protesto. Os habituais, de resto...

28.6.07

Porto Côvo


Três dias para descansar. Em Porto Côvo, nem mais. Vai saber bem!

A democracia no seu melhor

O governo (dos) socialista(s) não quer um referendo ao eventual Tratado Europeu. O democrata Cavaco Silva, presidente deste país de matraquilhos, também não.
Os senhores deputados madeirenses querem restringir o acesso do comunicação social - que até nem é hostil à maioria - à Assembleia Legislativa Regional. O primeiro-ministro processa um blogue pelo facto deste ter apresentado factos verdadeiros sobre a formação do líder do governo; o ministro dos Assunto Parlamentares quer que o governo regule a actividade jornalística; o gabinete do PM pressiona jornalistas e directores de jornais; a ministra da educação manda uma associação à vida porque ousou(!) criticar tão sublime inteligência, para além de ter reconduzido uma Directora Regional de Educação especialista em perseguir funcionários de cores partidárias diferentes da sua. Alguns empresários não querem que se saiba que financiaram estudos que contradizem dados do governo, por temerem represálias; o PM quer controlar todas as polícias, bem como o poder judicial.
Enfim, vai bonita esta democracia portuguesa. Vai bonita...

O mestre, sempre o mestre a apontar o caminho

"Repito o que lhe disse: quando se perde humanidade não vale a pena ser-se filósofo; se viesse um deus à terra, embora o papel coubesse melhor a um demónio, e lhe trouxesse a verdade, mas com o encargo de levar em troca o amor dos homens, não deveria haver em si outra atitude que não fosse a de recusa. (...)
Entre as palavras e as ideias detesto esta: tolerância. É uma palavra das sociedades morais em face da imoralidade que utilizam. É uma ideia de desdém; parecendo celeste, é diabólica; é um revestimento de desprezo com a agravante de muita gente que o enverga ficar com a convicção de que anda vestida de raios de sol".

Agostinho da Silva, in Sete Cartas a um jovem filósofo.

Passos Perdidos

È lamentável o que foi aprovado na Assembleia Legislativa da Madeira.

O novo regimento é um convite para expulsar os jornalistas do local da notícia.
Infelizmente não é a primeira vez que acontece. Considero que os senhores deputados foram longe de mais. É no mínimo, estranho, que os jornalistas não se possam movimentar com total liberdade na casa da democracia. Se existem dúvidas, por favor, leiam o que diz a Lei de Imprensa. Ainda por cima não faltam deputados juristas.

Artigo 10º 1 – Os jornalistas não podem ser impedidos de entrar ou permanecer (….) quando a sua presença for exigida pelo exercício da respectiva actividade profissional (….).

É um desrespeito pela liberdade de informar e ser informado.

Só aceitaria como, normal, a acreditação de jornalistas. Nunca a liberdade de movimentação nos chamados “passos perdidos” do parlamento.

Há coisas que se percebem, mas não se compreendem. Ainda por cima quando tem o carimbo do primeiro Órgão da Autonomia.

26.6.07

Roubar aos pobres para dar aos ricos (coitados...)

O governo desta (miserável) república onde vivemos encomendou um estudo para analisar a viabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Conclusões? As de sempre: é preciso aumentar as taxas moderadoras e acabar com mais algumas isenções (crianças e grávidas, por exemplo); talvez seja necessário criar mais um imposto ou um seguro obrigatório (como se eu já não descontasse obrigatoriamente para o SNS); cortar nas comparticipações, enfim, o normal...

Claro que, prontamente, a guarda avançada neoliberal (liderada pelos obedientes José Gomes Ferreira e Ricardo Costa) deste governo apareceu gritando: aqui d'el rei que o SNS está falido, que é preciso aumentar a comparticipação dos cidadãos, patati, patata. E são apresentados como especialistas. Sim, leram bem: especialistas! Especialistas de quê?, perguntamos nós. De Saúde; de Serviço Social? Não, especialistas de economia.
Ah, ficámos mais esclarecidos.

Ainda assim, resistimos. Com um esforço estóico, assistemos à verborreia destes senhores sobre a imperiosa necessidade do governo português ter de vir ao nosso bolso. Sim senhor, que estamos a ficar velhos (e a velhada custa dinheiro que não temos), que o estado não tem capacidade para nos sustentar, que cada vez mais tratamentos são comparticipados e assim por diante.
E de repente, uma perguntinha inocente: então, se a coisa está assim tão mal, o governo acabará com os benefícios fiscais para os utentes dos sistemas privados de saúde, (que tem como clientes os portugueses com alguma capacidade financeira, como os ditos especialistas, respectivas famílias e - suspeito - restantes pessoas de suas relações e amizade)? Não, porque não pode ser, porque o SNS vai ficar sobrelotado, patati, patata (de novo...).
E nós, macacos, ficamos confusos.
Então: aumentar-os-custos-com-a-saúde-para-os-desgraçados-que-recebem-miseravelmente, tudo bem. Cortar-nos-benefícios-daqueles-que-podem-aceder-a-sistemas-privados (onde me incluo), já não pode ser!

Está bem. Está certo. E esperam estes ilustres espécimes da chico-espertice lusa que alguém os leve a sério. M.... para eles!

Roubada daqui.

A ver passar navios


Para ver em Belém e aqui- http://www.berardomodern.com/

Parte da colecção de Arte Moderna Berardo poderia ter ficado cá. No meio do Atlântico. O Governo Regional perdeu a oportunidade. Não teve engenho para negociar com o Comendador. Berardo ainda trouxe à região o arquitecto Frank Gehry para fazer o museu. Ficaria à entrada do Porto (pontinha). O Executivo optou pela construção da Casa da Mudas. A casa é uma peça de arte, mas é como uma mulher. Bonita, mas despida de conteúdo.




Homenagem ao Malandro (excerto)

(...)Agora já não é normal
O que dá de malandro regular, profissional
Malandro com aparato de malandro oficial
Malandro candidato a malandro federal
Malandro com retrato na coluna social
Malandro com contrato, com gravata e capital
Que nunca se dá mal (...)
Chico Buarque

Ópera do Malandro?

Tá bonito, isto. Uma autêntica ópera bufa. Ou será a Ópera do Malandro?

(sem desprimor para o Chico Buarque, como é óbvio!)

(aí que vem processo!)

Tiptoe through the tulips...

Tiptoe to the window, by the window that is where I'll be
Come tiptoe through the tulips with me!
Tiptoe from your pillow, to the shadow of a willow tree
And tiptoe through the tulips with me!
Knee deep in flowers will stray, we'll keep the showers away.
And if I kiss you in the garden, in the moonlight, will you pardon me?
Come tiptoe through the tulips with me!

À espera da "OPERAÇÃO ARRASAR"

Às vezes penso que vivo na Madeira.
O Primeiro-Ministro do meu país já anunciou o SIMPLEX como uma espécie de, remédio para todos os males da administração pública portuguesa. Todos os dias faz propaganda da nação tecnológica.

Enfim,…caso nos próximos tempos aterre (só por engano) um marciano neste território, de certeza que ficará estupefacto com o avanço da nação lusitana.
Se for um marciano, desatento, pensará que Portugal ainda não perdeu a vanguarda dos os séculos XV e XVI (época dos descobrimentos).
Caso o Marciano precise de utilizar os serviços do Estado, Sócrates, perderá a credibilidade. Será um líder mentiroso. Algo que por cá já ninguém estranha.

Em causa está uma encomenda com origem no Brasil.
Em três dias percorreu vários Estados (áreas do tamanho de Portugal) das terras de Vera Cruz, atravessou o Oceano Atlântico e chegou a Lisboa. Foi tão rápido como a viagem de Pedro Álvares Cabral em 1500 ao Brasil.

Em Lisboa demorou 3 dias do Cabo Ruivo a Loures (MARL -centro logístico dos correios- cerca de 20km).
De Loures ao Funchal mais 3 dias. Não está mau, se tivermos em conta a tormenta que é apanhar um avião.

O mais grave é cá. Está há 8 dias entre os Correios e a Alfândega. Por acaso, mas é só mesmo por acaso; porque não parece; os Correios e o Posto de Fiscalização da Alfândega até estão instalados no mesmo edifício (2000).

Como o compreendo Senhor Presidente do Governo Regional. Em 2006 anunciou a “OPERAÇÃO ARRASAR”. (espécie de simplex à madeirense).
Espero que não tenha perdido a firmeza. Avance com a operação antes que a burocracia arrase com a economia e com a paciência dos cidadãos.
É uma sugestão para incluir na agenda do seu novo mandato, já que no último, arrsou a oposição.

25.6.07

A ouvir com atenção

A Fnac deu corpo a um projecto que vale bem a pena. Um disco que inclui 17 músicas de 17 bandas ou solistas diferentes, que têm em comum o facto de serem jovens, portugueses com talento (embora muitos cantem em inglês).

O CD custa 3 euros, revertendo as receitas para a AMI. Eis o alinhamento de intérpretes.
1. MazGani
2. Sizo
3. Rita RedShoes
4. Norberto Lobo
5. Cacique'97
6. Dj Ride
7. Freddy Locks
8. Macaco do Chinês
9. Riding Pânico
10. StereoBoy
11. Sean Riley & The Slowriders
12. Ana Free
13. Tettarapadequ
14. Deolinda
15. Rita Braga
16. Marco Franco
17. Lobster

Pessoalmente, não me canso de ouvir o tema "Contado Ninguém Acredita", de Deolinda (é uma banda), Inspiração", dos Macaco do Chinês , "Tip toe through the tulips with me", interpretação giríssima de Rita Braga (gravação sob vinil, parece-me) de uma canção com quase 100 anos (editada pela primeira vez em 1929, autoria da dupla Al Dublin/Joe Burke).

Também gostei de "Bring Your Love", de Mazgani, da guitarra de Norberto Lobo, do "pop" melódico dos Rita RedShoes e de Ana Free e de Sean Riley & The Slowriders.

Sob direcção artística de Henrique Amaro (Antena 3), o projecto merece atenção. Contém alguns dos músicos de que ouviremos falar num futuro próximo.

Depois digam que não avisei!