Às vezes chego à conclusão que apenas se pode ser feliz num ambiente poluído por um bom cubano, acompanhado por uma caneca de café... Áh, e um Johnnie Walker!
"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
2.5.08
1.5.08
O que terão feito a Miguel de Sousa Tavares?
Terá Miguel Sousa Tavares sido abusado, quando menino (do Rio?), por algum(a) madeirense social-democrata? É que o homem destila um ódio visceral aos madeirenses e ao PSD que só se poderá explicar por um verdadeira trauma infantil...
Allô Allô Maya!
A ausência dos meus fracos escritos fica a dever-se a duas coisas. À manifesta falta de tempo - não é todos os dias que se fazem 500 Anos -, que é sempre uma óptima desculpa. Mas também a algum desencanto com a blogosfera.
Fui dos primeiros, cá no burgo, a entrar neste admirável mundo que já não é novo. E gostava do ar fresco da coisa. Gostava da leveza com que se encaravam textos que apenas exprimiam humores do momento.
Gostava do sítio porque era pouco frequentado e porque a maioria dos habitués não se levava a sério. Era como estar sentado à porta de um bar de estrada, com uma cerveja na mão, a dizer piadas idiotas sobre o mundo que ia passando a uns tipos que mal conhecia. Sem dramas ou tramas, sem comprometimentos ou aborrecimentos.
Mas de facto, o mundo andou depressa. A tasca fechou e no seu lugar instalou-se uma espécie de restaurante com cerveja estupidamente cara, cheio de tipos importantes a falar sobre coisas importantes. Acabaram-se as piadas sobre o mundo porque o mundo deixou de passar e sentou-se à nossa frente. De fato e gravata, como lhe convém.
Aguentei a conversa por uns tempos. Mas depois fartei-me. Hoje, jornais, parlamento, blogs confundem-se. Os textos, os discursos, os tiques, os interesses são os mesmos. Tal como acontecera no "contenênte", a blogosfera de cá foi tomada de assalto. Legitimamente, é preciso que se diga. Foi um assalto... legítimo (e eu continuo com a mania de escrever tudo de uma vez, sem voltar atrás para corrigir disparates de escrita ou pensamentos verdadeiramente mirabolantes). Mas que resultou naquilo que era esperado, ou seja, hoje a maioria dos blogs são apêndices de partidos. São o "Avante" em versão pós-moderna. São como o jornal do Sporting: Eu leio, porque para mim tudo o que se escreve em letras verde-garrafa é verdade... Mas sinceramente, começa a chatear-me.
Porque hoje já não se escrevem asneiras (para além das minhas, obviamente), porque na blogosfera deixou de haver aquela ternura de Verão de todos os começos. Porque a blogosfera envelheceu e desatou a querer casar e ter filhos e a fazer planos para uma casa de férias. Porque deixou de brincar para se transformar numa merda chata, sem graça, cinzenta, sem ponta por onde se pegue nem corno onde se agarre. Porque se começou a levar a sério.
Por isso, se calhar faço como o brasileiro e tiro "o time de campo". Se calhar... Ou então opto pelo plano "b": continuo a escrever as bostas que tenho escrito ultimamente.
Não sei, vou pensar nisso... Vou ver o que me dizem os astros...
(Allô Allô Maya, tá por aí?)
Fui dos primeiros, cá no burgo, a entrar neste admirável mundo que já não é novo. E gostava do ar fresco da coisa. Gostava da leveza com que se encaravam textos que apenas exprimiam humores do momento.
Gostava do sítio porque era pouco frequentado e porque a maioria dos habitués não se levava a sério. Era como estar sentado à porta de um bar de estrada, com uma cerveja na mão, a dizer piadas idiotas sobre o mundo que ia passando a uns tipos que mal conhecia. Sem dramas ou tramas, sem comprometimentos ou aborrecimentos.
Mas de facto, o mundo andou depressa. A tasca fechou e no seu lugar instalou-se uma espécie de restaurante com cerveja estupidamente cara, cheio de tipos importantes a falar sobre coisas importantes. Acabaram-se as piadas sobre o mundo porque o mundo deixou de passar e sentou-se à nossa frente. De fato e gravata, como lhe convém.
Aguentei a conversa por uns tempos. Mas depois fartei-me. Hoje, jornais, parlamento, blogs confundem-se. Os textos, os discursos, os tiques, os interesses são os mesmos. Tal como acontecera no "contenênte", a blogosfera de cá foi tomada de assalto. Legitimamente, é preciso que se diga. Foi um assalto... legítimo (e eu continuo com a mania de escrever tudo de uma vez, sem voltar atrás para corrigir disparates de escrita ou pensamentos verdadeiramente mirabolantes). Mas que resultou naquilo que era esperado, ou seja, hoje a maioria dos blogs são apêndices de partidos. São o "Avante" em versão pós-moderna. São como o jornal do Sporting: Eu leio, porque para mim tudo o que se escreve em letras verde-garrafa é verdade... Mas sinceramente, começa a chatear-me.
Porque hoje já não se escrevem asneiras (para além das minhas, obviamente), porque na blogosfera deixou de haver aquela ternura de Verão de todos os começos. Porque a blogosfera envelheceu e desatou a querer casar e ter filhos e a fazer planos para uma casa de férias. Porque deixou de brincar para se transformar numa merda chata, sem graça, cinzenta, sem ponta por onde se pegue nem corno onde se agarre. Porque se começou a levar a sério.
Por isso, se calhar faço como o brasileiro e tiro "o time de campo". Se calhar... Ou então opto pelo plano "b": continuo a escrever as bostas que tenho escrito ultimamente.
Não sei, vou pensar nisso... Vou ver o que me dizem os astros...
(Allô Allô Maya, tá por aí?)
28.4.08
Contributos para uma discussão fundamentada sobre o acordo ortográfico II
Mais um bom contributo do Miguel Fonseca para uma discussão fundamentada sobre a necessidade de um acordo ortográfico e a natural evolução da(s) língua(s).
Mantenho o que já havia dito: não tenho opinião formada sobre este acordo em concreto.
Se por um lado sou sensível à necessidade de aproximar o português de Portugal ao português falado nos outros países de língua oficial portuguesa, por outro também acho que é fundamental que o português (de Portugal) não se abrasileirize por decreto. A aproximação nunca poderá ser feita apenas pela cedência de um dos lados, a despeito da história, cultura e tradição do(s) outro(s). Teria de ser feito um acordo que aproximasse as duas "línguas" e não a absoluta submissão de uma delas, como parece ser o caso.
A língua evolui naturalmente (ou ainda estaríamos a falar português arcaico, ou uma espécie de castelhano, ou o dialecto latino que se falava na Península Ibérica, ou...), de forma lenta, ou de forma mais abrupta. Atendendo à imperiosa necessidade de aproximação de todas as formas escritas de português, admito que se dê o salto. Não deveria, contudo, ser apenas à custa do português de Portugal, mas sim uma solução de compromisso.
Por outro lado e se o que queremos é criar uma certa uniformização do português escrito em todos os países que adoptaram o português como sua língua oficial, os contributos dos países africanos não deveriam ser olvidados. Aliás, o acordo não deveria ser apenas ortográfico e deveria ter havido uma revisão que enriquecesse verdadeiramente a língua, com a introdução de regionalismos.
Tenho também ouvido argumentos de que o português de Portugal tem perdido a sua "pureza" (na falta de melhor sinónimo) devido aos anglicanismos (ou inglesismos, se preferirem). Mas, curiosamente, os inglesismos têm como porta principal de entrada o Brasil (e, em breve, Moçambique): lóbis, por exemplo (só não me ponham a escrever esnuca!).
Quanto ao argumento evocado pelo Zé da Burra de que os linguistas não precisam de ser ouvidos, tal como os juízes e advogados não produzem legislação, parece-me não ter grande sustentação, uma vez que cabe aos juristas enquadrarem legalmente as propostas legislativas dos políticos. E contraponho, ainda, de outra forma: os políticos decidem a construção de uma ponte, mas quem é que deve analisar as condições que devem ser observadas para a pôr de pé? Serão as negociações políticas?
Mantenho o que já havia dito: não tenho opinião formada sobre este acordo em concreto.
Se por um lado sou sensível à necessidade de aproximar o português de Portugal ao português falado nos outros países de língua oficial portuguesa, por outro também acho que é fundamental que o português (de Portugal) não se abrasileirize por decreto. A aproximação nunca poderá ser feita apenas pela cedência de um dos lados, a despeito da história, cultura e tradição do(s) outro(s). Teria de ser feito um acordo que aproximasse as duas "línguas" e não a absoluta submissão de uma delas, como parece ser o caso.
A língua evolui naturalmente (ou ainda estaríamos a falar português arcaico, ou uma espécie de castelhano, ou o dialecto latino que se falava na Península Ibérica, ou...), de forma lenta, ou de forma mais abrupta. Atendendo à imperiosa necessidade de aproximação de todas as formas escritas de português, admito que se dê o salto. Não deveria, contudo, ser apenas à custa do português de Portugal, mas sim uma solução de compromisso.
Por outro lado e se o que queremos é criar uma certa uniformização do português escrito em todos os países que adoptaram o português como sua língua oficial, os contributos dos países africanos não deveriam ser olvidados. Aliás, o acordo não deveria ser apenas ortográfico e deveria ter havido uma revisão que enriquecesse verdadeiramente a língua, com a introdução de regionalismos.
Tenho também ouvido argumentos de que o português de Portugal tem perdido a sua "pureza" (na falta de melhor sinónimo) devido aos anglicanismos (ou inglesismos, se preferirem). Mas, curiosamente, os inglesismos têm como porta principal de entrada o Brasil (e, em breve, Moçambique): lóbis, por exemplo (só não me ponham a escrever esnuca!).
Quanto ao argumento evocado pelo Zé da Burra de que os linguistas não precisam de ser ouvidos, tal como os juízes e advogados não produzem legislação, parece-me não ter grande sustentação, uma vez que cabe aos juristas enquadrarem legalmente as propostas legislativas dos políticos. E contraponho, ainda, de outra forma: os políticos decidem a construção de uma ponte, mas quem é que deve analisar as condições que devem ser observadas para a pôr de pé? Serão as negociações políticas?
27.4.08
Fartos de beatas
Lá, como cá, defendo sempre o mesmo que, de resto é o mesmo que tu: atire-se às beatas, à Eça de Queiroz!!
Diferença entre ser e parecer democrata
A propósito das eleições para a liderança do PSD, temos ouvido muitas cabeças bem-pensantes (?) e politicamente correctas vaticinarem desastres inomináveis, apenas porque a eleição, em vez de ser feita através de meia dúzia de barões e de negociatas políticas muito pouco claras em congresso, será feita através de eleições directas, em que o líder será eleito por sufrágio universal.
Aliás, isto não é nada de novo. Aconteceu com o PS e já tinha acontecido nas últimas eleições do PSD, as primeiras dos social-democratas em que foi aplicado o sistema das designadas eleições directas.
Ele é o perigo do populismo, da falta de capacidade de análise política das bases, da emotividade, eu sei lá! Tudo serve para atacar o sistema que - pasme-se! - tem como único defeito devolver o poder de eleição a todos os militantes, em igualdade de circunstâncias e com igual peso.
Isto demonstra bem o que pensa a maioria dos políticos, dos jornalistas, dos politólogos, dos comentadores e dos analistas acerca da democracia. O que pensam sobre a igualdade de direitos de todos os membros de um grupo.
Querem e defendem o voto de qualidade, em que meia dúzia define e escolhe o melhor para a maioria, uma vez que o povo é manifestamente incapaz de decidir correctamente por si. Salazar e todos os ditadores do mundo pensam(va) exactamente assim. Para quê votarem todos, se a maior parte não sabe o que é melhor para si?! Para quê, sequer, eleições, pergunto eu, uma vez que poderiam escolher entre eles todos os líderes?!
Esta é a lógica destes senhores que, entretanto, auto-proclamam-se democratas dos quatro costados e é vê-los nas televisões a partilharem os seus doutos pareceres sobre aquilo que é melhor ou pior para todos nós, numa ilegítima e completamente ignóbil tentativa de condicionar as opções de cada um.
É exactamente por isso que de cada vez que oiço todos estes sábios convenço-me que o melhor que tenho a fazer é seguir pelo caminho oposto ao que me sugerem.
Que vão ser paternalistas com as suas santas famílias, porque eu, enquanto membro do povinho, ainda prefiro ir agindo pela minha cabeça. Mas é sintomático do que pensam as ditas elites. E da verdadeira qualidade da nossa democracia, do seu rosto, quando desmaquilhado do politicamente correcto.
Aliás, isto não é nada de novo. Aconteceu com o PS e já tinha acontecido nas últimas eleições do PSD, as primeiras dos social-democratas em que foi aplicado o sistema das designadas eleições directas.
Ele é o perigo do populismo, da falta de capacidade de análise política das bases, da emotividade, eu sei lá! Tudo serve para atacar o sistema que - pasme-se! - tem como único defeito devolver o poder de eleição a todos os militantes, em igualdade de circunstâncias e com igual peso.
Isto demonstra bem o que pensa a maioria dos políticos, dos jornalistas, dos politólogos, dos comentadores e dos analistas acerca da democracia. O que pensam sobre a igualdade de direitos de todos os membros de um grupo.
Querem e defendem o voto de qualidade, em que meia dúzia define e escolhe o melhor para a maioria, uma vez que o povo é manifestamente incapaz de decidir correctamente por si. Salazar e todos os ditadores do mundo pensam(va) exactamente assim. Para quê votarem todos, se a maior parte não sabe o que é melhor para si?! Para quê, sequer, eleições, pergunto eu, uma vez que poderiam escolher entre eles todos os líderes?!
Esta é a lógica destes senhores que, entretanto, auto-proclamam-se democratas dos quatro costados e é vê-los nas televisões a partilharem os seus doutos pareceres sobre aquilo que é melhor ou pior para todos nós, numa ilegítima e completamente ignóbil tentativa de condicionar as opções de cada um.
É exactamente por isso que de cada vez que oiço todos estes sábios convenço-me que o melhor que tenho a fazer é seguir pelo caminho oposto ao que me sugerem.
Que vão ser paternalistas com as suas santas famílias, porque eu, enquanto membro do povinho, ainda prefiro ir agindo pela minha cabeça. Mas é sintomático do que pensam as ditas elites. E da verdadeira qualidade da nossa democracia, do seu rosto, quando desmaquilhado do politicamente correcto.
contributos para uma discussão fundamentada sobre o acordo ortográfico
A Língua portuguesa está a passar por um período de implantação, quer nos países Africanos de Língua Portuguesa, quer em Timor Leste. Na Guiné-Bissau esteve até para ser adoptado o Francês como língua oficial e em Timor-Leste o Inglês. Daí será fácil concluir que a língua portuguesa nas nossas ex-colónias não ficou muito bem cimentada. Esses países já não são colónias portuguesas, são livres e tanto poderão seguir o português falado em Portugal, por 10 milhões de habitantes, como o português falado no Brasil, por 220 milhões.
A teoria de Darwin é mesmo verdadeira e Portugal, se teimar em não se aproximar da versão de português do Brasil sujeita-se a ficar só e, mesmo assim, não vai conseguir manter a pureza da língua porque ela evolui todos os dias, independentemente da questão que agora se nos põe: todos os dias há termos que caem em desuso e outros novos que são adoptados pela nossa língua, em especial termos ingleses que são adoptados sem quaisquer modificações. Se não houver aproximações sucessivas ambas as versões do português continuarão a divergir e daqui a algumas gerações serão línguas completamente distintas. Será então a altura de Portugal confirmar que saiu a perder porque ficou agarrado a um tabu que não conseguiu ultrapassar.
O Brasil tem um impacto muito maior no mundo do que Portugal, dada a sua dimensão, população e poderio económico que em breve irá ter. O nosso português tem hoje algum peso muito em função dos novos países africanos PALOPs ) e de Timor Leste, mas ninguém garante que esses países não venham um dia a aproximar o seu português da versão brasileira e há até já alguns sinais nesse sentido. A população do Brasil permite altas tiragens das publicações que ficarão mais baratas e, se houver maior harmonização, as editoras portuguesas (e amanhã dos PALOPs ) poderão vender mais no Brasil. Se Portugal permanecer imutável um dia poderá ficar só: a língua portuguesa de Portugal será então considerada uma respeitável língua antiga (o Grego é ainda mais), da qual derivou uma outra falada e escrita por centenas de milhões de habitantes neste planeta. O nosso orgulho ficar-se-á por aí e pronto! Ambas as versões de português têm uma raiz comum e divergem há cerca de duzentos anos. Outros duzentos e já não nos entenderemos: terão que ser consideradas duas línguas distintas. O acordo ortográfico é uma decisão apenas política e quanto aos linguistas, apenas terão depois que assimilar as alterações e segui-las. Por exemplo: não se poderá alterar por decreto que uma molécula de água passa a ter dois átomos de oxigénio e outros dois de hidrogénio; ou que que 5 vezes 5 passa a ser 28 em vez de 25. Mas é poderá alterar-se por decreto a grafia de "acção" para "ação" e quem não o aceitar a alteração passa a cometer um erro. Com todo o respeito, mas também não são os Juízes e Advogados que legislam, apenas têm que interpretar e aplicar as leis. Portugal nada ganhará de imediato, mas tem muito a perder no futuro se rejeitar agora o acordo que o Brasil está disposto a aceitar.
Zé da Burra o Alentejano, deixado aqui
A teoria de Darwin é mesmo verdadeira e Portugal, se teimar em não se aproximar da versão de português do Brasil sujeita-se a ficar só e, mesmo assim, não vai conseguir manter a pureza da língua porque ela evolui todos os dias, independentemente da questão que agora se nos põe: todos os dias há termos que caem em desuso e outros novos que são adoptados pela nossa língua, em especial termos ingleses que são adoptados sem quaisquer modificações. Se não houver aproximações sucessivas ambas as versões do português continuarão a divergir e daqui a algumas gerações serão línguas completamente distintas. Será então a altura de Portugal confirmar que saiu a perder porque ficou agarrado a um tabu que não conseguiu ultrapassar.
O Brasil tem um impacto muito maior no mundo do que Portugal, dada a sua dimensão, população e poderio económico que em breve irá ter. O nosso português tem hoje algum peso muito em função dos novos países africanos PALOPs ) e de Timor Leste, mas ninguém garante que esses países não venham um dia a aproximar o seu português da versão brasileira e há até já alguns sinais nesse sentido. A população do Brasil permite altas tiragens das publicações que ficarão mais baratas e, se houver maior harmonização, as editoras portuguesas (e amanhã dos PALOPs ) poderão vender mais no Brasil. Se Portugal permanecer imutável um dia poderá ficar só: a língua portuguesa de Portugal será então considerada uma respeitável língua antiga (o Grego é ainda mais), da qual derivou uma outra falada e escrita por centenas de milhões de habitantes neste planeta. O nosso orgulho ficar-se-á por aí e pronto! Ambas as versões de português têm uma raiz comum e divergem há cerca de duzentos anos. Outros duzentos e já não nos entenderemos: terão que ser consideradas duas línguas distintas. O acordo ortográfico é uma decisão apenas política e quanto aos linguistas, apenas terão depois que assimilar as alterações e segui-las. Por exemplo: não se poderá alterar por decreto que uma molécula de água passa a ter dois átomos de oxigénio e outros dois de hidrogénio; ou que que 5 vezes 5 passa a ser 28 em vez de 25. Mas é poderá alterar-se por decreto a grafia de "acção" para "ação" e quem não o aceitar a alteração passa a cometer um erro. Com todo o respeito, mas também não são os Juízes e Advogados que legislam, apenas têm que interpretar e aplicar as leis. Portugal nada ganhará de imediato, mas tem muito a perder no futuro se rejeitar agora o acordo que o Brasil está disposto a aceitar.
Zé da Burra o Alentejano, deixado aqui
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