14.11.09

INDIGNAÇÃO!


Este Estado é indecente e mostra que basta uma pressãozinha do poder político para que a Justiça perca toda a sua independência.
E alguns anormais ainda se arrogam ao direito de questionar a legalidade e ética relativamente à relação entre o PSD-Madeira e o poder económico e a Justiça na Madeira.
Para o raio que os parta!

Este Estado tem de cair, mas à bomba!

13.11.09

PS-Madeira é partido Autónomo?

Revendo um pouco a blogosfera socialista madeirense, apercebemo-nos do real problema que mina o PS-Madeira.
Antes de mais, o pior que pode acontecer ao maior partido da oposição madeirense, é o PS ser governo a nível nacional. Aliás, se vermos bem, há sempre uma diminuição da votação nos socialistas madeirense sempre que o PS é governo Porque o PS-Madeira nunca consegue (ou não quer) descolar-se das medidas dos socialistas do continente. Mesmo quando algum deputado socialista eleito pela Madeira vota contra a orientação da bancada socialista, como aconteceu na última legislatura, nunca o faz por estratégia do PS-Madeira. Ainda que algumas medidas possam ser penalizadoras para a Região, como aconteceu com a LFR. É por isso que não tenho pejo em achar que, genericamente, o PS-Madeira age como lacaio.
Esta é uma das grandes diferenças entre PS e PSD e explica parte das grandes vitórias dos social-democratas madeirenses. Porque o PSD-Madeira ousa enfrentar a estrutura nacional, sem qualquer prurido, aparecendo aos madeirenses que é em prol do seu povo que o faz.
O melhor que pode acontecer aos socialistas madeirenses é, portanto, o PSD ser governo da República. Porque só assim pode tentar encostar a estrutura regional do PSD à nacional.
É, por isso, confrangedor ler a blogosfera socialista madeirense. Criticam cá, o que elogiam lá. Maldizem cá, o que lá acreditam tratar-se de toques de Midas lá (veja-se a questão do investimento público, ou alguns negócios com algumas empresas).
E percebe-se porque é que, enquanto durar esta orientação, nunca vão conseguir sair da cepa torta. Repare-se que até os mais jovens já padecem deste mal. Parece que já não acreditam ser possível a alternância democrática na Madeira e que por isso, mas vale submeterem-se aos ditames do PS nacional. A necessitar, em minha opinião, de uma séria reflexão por parte dos socialistas madeirenses…

PS deixa de fintar a legalidade ou o fim das taxas “moderadoras”

O PS emendou a mão e vai acabar com as taxas “moderadoras” para os internamentos e cirurgia. Parece-me bem e vem repor algum rigor, porque estas nunca foram taxas moderadoras
Repare-se no ridículo: x tem um enfarte do miocárdio. É internado e tem de pagar taxas moderadoras, que têm como finalidade, moderar o acesso ao serviço nacional de saúde. Ou então, na sequência desse enfarte, o seu médico marca uma série de consultas, que se prolongarão “ad eternum”, porque há uma medicação que tem de ser prescrita mensalmente. E o Estado, por cada uma delas, cobra uma taxa “moderadora” que, na boca do ministro Silva Pereira, “visava um efeito pedagógico nas consciências”. Efeito quê? Mas as taxas moderadoras não foram criadas para fazer diminuir o acesso ao SNS por parte daqueles que não o necessitavam? Então, os médicos é que agendam os internamentos, as cirurgias e as consultas, e o utente ainda tem de pagar uma “moderação”? Isto é sério?
Sinceramente, não me choca que quem pode comparticipe o SNS. O que não me parece correcto e choca-me que os socialistas tenham ficado calados durante tanto tempo, é que se minta desta forma aos cidadãos e finte-se, assim, a legalidade.
Por último, se houvesse algum pingo de vergonha no governo, anunciavam apenas esta medida sem mais qualquer outra justificação. Porque são de uma imbecilidade monumental, as “postas de pescada arrotadas” pelo Sr. ministro da Presidência.

Sócrates deve explicações

Ora, o tipo mente com quantos dentes tem na boca, comprova-se isso mesmo, e algumas almas ingénuas continuam a achar que isto tudo são casos e casinhos inventados pelas oposições. Seria hilariante, não fosse o ridículo a que se submetem.

Mas isso é um problema dessas avestruzes que insistem em enterrar a cabecinha (cheia de …cabelo?) na areia
A questão premente, em meu entender, é a atitude que deveria ser tomada pelo primeiro-ministro, perante as informações que têm sido libertadas pela comunicação social, relativamente a este caso da “Face oculta”.
Não comento a questão jurídica, sobre a possibilidade de serem anuladas as escutas ao primeiro-ministro. Não é uma questão de opinião, é uma questão de facto, que deve ser dirimida por quem de direito (ainda que eu ache que isso não contribui nada para a imagem da justiça e da própria política, que cria estas legislações, que parecem feitas à medida para proteger o crime de colarinho branco). Mas, conforme tem defendido o PSD, há aqui matéria política e que é preciso ver esclarecida.
Ora, se Sócrates nada pode dizer acerca daquilo que não é público e sobre o qual (queremos acreditar) nada saberá, alguma explicação deve ao país relativamente às informações publicadas. Ou são mentira, e vem garanti-lo, ou não são e terá de as explicar. O que não pode acontecer é manter esta suspeita de que o primeiro-ministro mente descaradamente ao Parlamento e ao país, não em defesa de um qualquer interesse nacional, mas em benefício próprio. E isto não pode ser escamoteado.

12.11.09

"Gigante" de qualidade no Porto da Cruz"

É com enorme agrado que registo a notícia de hoje, no Jornal da Madeira. Após vários anos de trabalho e dedicação, é reconhecido o trabalho de um jovem, que cresceu nas escolas de formação da Associação Desportiva de Machico. Chama-se Adriano Martins, tem 23 anos e é o guardião da AD do Porto da Cruz. Não é fácil, num mundo globalizado e competitivo, ganhar algum destaque pelas nossas competências. Votos de bom trabalho!

11.11.09

Casamento entre pessoas do mesmo sexo

Obviamente que não faz sentido fazer um referendo ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Obviamente que PS tem legitimidade para apresentar uma proposta legislativa, pois fazia parte do seu programa eleitoral.
Obviamente que é legítimo trazer esta questão ao debate político agora. Há problemas mais graves? Claro que há. Contudo, a política não é feita apenas de economia, justiça e educação. Tem espaço de debate para questões de costumes.
Posto isto, declaro que me oponho cabal e frontalmente a qualquer alteração jurídica que permita o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Por várias razões, mas a começar pelo próprio conceito. O casamento é a união entre duas pessoas de sexo diferente, motivada por diversas razões e com várias finalidades, com características que lhe são intrínsecas. O amor entre as duas pessoas é uma delas; a reprodução é outra.
Não é por não gostarmos do nome "tangerina", que vamos passar a designá-la por "laranja": uma laranja é uma laranja; uma tangerina é uma tangerina. Gosto das duas, mas são diferentes. Faço esta (reles) analogia apenas para deixar claro que não me oponho à equiparação de direitos (alguns, pelo menos). O que não me parece rigoroso é alterarmos conceitos, que têm características muito próprias e definidas, apenas porque nos dá na gana.
Por outro lado, apesar de reconhecer que o Estado deve garantir os direitos das minorias, não me parece justo que a maioria seja completamente esquecida. Estou em crer, até pelas conversas que tenho mantido com pessoas de diferentes horizontes políticos e ideológicos, que a maioria da população portuguesa não concorda com o casamento entre pessoas do mesmo sexo. E, goste-se, ou não, a democracia é a ditadura da maioria.
Para além de que não me parece que seja esta alteração à lei que vai acabar com o preconceito que ainda possa haver, a despeito do que acreditam alguns.
E sobre o preconceito, quer me parecer que está a ser empolado com o objectivo claro que pressionar o poder político. Há energúmenos que continuam a descriminar (e ofender) os homossexuais e a não entender que é possível o amor erótico entre pessoas do mesmo sexo? Claro que sim. Mas não creio que essa seja a posição da maioria, mesmo nos meios mais pequenos. Considero, portanto, idiota que acusem os que se opoêm à alteração da lei de preconceituosos. Porque, tal como do "outro lado", também "deste" existem razões racionais (passe a tautologia).

Mais campanhas negras

Começa outra campanha negra... Negríssima... Negrérrima...
Ou como o estado português está votado à bandalheira!

Crónicas da Bola

Criei um blog novo. Chama-se Crónicas da Bola e não vai discutir tácticas e estratégias. Não vai falar do Marítimo, do Nacional, do Sporting ou do Benfica. Não vai argumentar contra triângulos e losangulos, rectângulos em 4X4X2, 4X4X3 ou 5X5X1. Não vai discutir treinadores ou presidentes, golos anulados ou foras-de-jogo, árbitros e fiscais de linha.

Será um espaço preenchido por um tipo que gosta de futebol, que torce pelo Marítimo e, pecado mortal, pelo Sporting e que não percebe muito do assunto em que agora se mete. Uma página de crónicas sobre a bola, sem qualquer tipo de pretensão, preenchida irregularmente.

Vão passando por lá, se vos apetecer.

Bruno Fernandes

Conheço o Bruno Fernandes desde criança. Jogámos à bola centenas de vezes, ora num campo de alcatrão entre prédios, com tábuas a fazer de balizas e com os vizinhos sempre à espreita de uma bola chutada por um qualquer "Futre" de 14 anos directamente para as suas varandas, ora em torneios de bairro nos quais eu desempenhava o melhor que podia o papel de guarda-redes e o Bruno era a estrela da companhia, numa equipa do "Castanha" que contava ainda com o genial "Fominha", um "gosma" que não falhava a meio metro da linha de golo, com o "Capela", um médio incansável e caceteiro, com o "Sopas", o dono de um pontapé tão forte como desenquadrado e com o dito "Castanha", que ostentava invariavelmente o número 10 e a braçadeira de capitão e pagava a "milhanga" devida em caso de vitória - confesso que o frango assado e a imperial do triunfo, a dita milhanga servida no bar da bomba de gasolina, fazem parte do meu universo das mais queridas memórias juvenis.

Imprevisível, o futebol do Bruno enchia os ringues. Entre "nós cegos" a adversários aturdidos e passes de morte para o "Fominha", a nossa estrela coleccionava arranhões e hematomas, fruto de marcações impedosas de rivais como o "Cavalinho", uma mistura explosiva de Mike Tyson com Paulinho Santos pela forma como batia desalmadamente utilizando os pés, as pernas, os braços, os punhos e o que desse mais jeito, como o "Félix", como o Paulo "o Russo", que entrava em campo com botas de "cowboy" de bico afiado intimidando até o mais valente dos defesas contrários, como o "Papa Bolos", que pela sua notória falta de habilidade acertava, quase sem querer, nos joelhos de quem por azar lhe parava à frente, como o Rui "o Castanha", irmão e arqui-rival do nosso "Castanha", ou como muitas outras vedetas dos cimentados campos daqueles tempos.

Apesar das marcas de guerra, o Bruno não se assustava. Divertia-se tanto a jogar à bola que encarava os pontapés e cotoveladas com que o brindavam como o preço natural do prazer. Apanhava, protestava para não ficar mal, levantava-se, sacudia-se e partia para cima do adversário, dando-lhe uma "revienga" de fazer corar até o mais experimentado dos "amigos do alheio" lá do bairro. O seu futebol era feito de alegria e de prazer, de técnica e de arte pura.

Os anos passaram e perdemos o contacto. O Bruno tornou-se profissional do pontapé na bola e eu, como adepto, tentei seguir o seu trajecto, desde o tirocínio por clubes de menor dimensão até a afirmação natural, mas talvez tardia, no Marítimo. Da experiência falhada no FC Porto ao regresso à Madeira. Em certos momentos, vi o Bruno a jogar sem alegria. Sem a malícia do futebol de rua. Emparedado entre tácticas e exigências da mais variada espécie. Confesso que não gostei. Cheguei a pensar que o futebol do meu amigo tinha sido vítima de um homicídio encomendado pelos "mestres da estratégia" e pelos "doutores da bola".

Foram tempos duros para o Bruno. Entre losângulos e rectângulos a sua arte desapareceu numa espécie de triângulo das Bermudas.

Os anos passaram e a idade, esse impiedoso e traiçoeiro inimigo, foi-se acumulando nas suas pernas.

Ele já acabou,

gritaram alguns,

já não corre

sentenciaram outros

metam o suplente

esganiçou-se parte da plateia.

A verdade é que o Bruno não saíu. Recuperou forças e, se calhar por sentir-se mais liberto, partiu para cima do adversário. Aos 35 anos, o Bruno Alves e o Sapunaru parecem-lhe agora tão fáceis como o "Papa Bolos" e o Paulo o "Russo". Para ele, o jogo voltou a não ter segredos e a ser vivido com a alegria dos 14 anos, quando paus serviam de balizas e o prémio de jogo era a milhanga no bar da bomba. Afinal, não é isso o futebol?