13.5.05

Eu cá leio o Courrier Internacional

Com excepção da Time e, por poucas vezes, da New York Times Review of Books, não leio nem compro imprensa estrangeira. Mas também não a cito de cor, nem a plagio, como é prática bem mais frequente do que se pensa na imprensa nacional.

Por isto, dou graças à entrada no nosso mercado da edição portuguesa do Courrier Internacional. Ainda que a selecção de artigos seja duvidosa, e em muitos casos até pouco interessante, fica a consolação de se poder ler alguns dos melhores textos da imprensa mundial num só jornal e em português.

Mas o melhor vai ser ver aonde é que os nossos intelectuais de pacotilha vão agora buscar uma revista estrangeira credível para as suas citações e perífrases. Com o sério risco das suas fontes de conhecimento e sabedoria servirem, mesmo na esquina ao lado, para embrulhar castanhas e para selar vitrinas.

A frase do mês

Como não digo melhor, cito.

«Do século XVII para cá, pode escrever-se, e escreve-se, a história da Europa sem falar em Portugal. Vivemos à margem da Europa e a Europa em geral não interferiu connosco, excepto os franceses, com as invasões.»

(Vasco Pulido Valente, revista Visão, 5/05/2005)

9.5.05

Puzzle

Na edição de sábado, o DN publicou nada mais nada menos que três fotografias do candidato independente do PS à Câmara do Funchal. Na edição se sexta-feira do mesmo jornal, às reacções ao anúncio da candidatura foram recolhidas, e trabalhadas, por um jornalista da área de... Economia. Que se deu ao luxo de publicar uma legenda que dizia mais ou menos isto: "Carlos João Pereira" deixou uma imagem de competência em todas as organizações por onde passou". Um frase própria para um artigo de opinião, não para um texto informativo. Pior, o jornalista referido será, ao que tudo indica, e segundo "fontes" da "Conspiração", uma espécie de reporter oficioso da candidatura de Pereira. Significativo... O puzzle começa a ficar completo...