Mais um presente. Antony and the Johsons. Definitivamente, uma das grandes revelações da cena alternativa norte-americana (nova-iorquina) dos últimos anos.
"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
6.2.09
Nick Drake - River Man
Betty came by on her way
Said she had a word to say
About things today
And fallen leaves.
Said she hadn't heard the news
Hadn't had the time to choose
A way to lose
But she believes.
Going to see the river man
Going to tell him all I can
About the plan
For lilac time.
If he tells me all he knows
About the way his river flows
And all night shows
In summertime.
Betty said she prayed today
For the sky to blow away
Or maybe stay
She wasn't sure.
For when she thought of summer rain
Calling for her mind again
She lost the pain
And stayed for more.
Going to see the river man
Going to tell him all I can
About the ban
On feeling free.
If he tells me all he knows
About the way his river flows
I don't suppose
It's meant for me.
Oh, how they come and go
Oh, how they come and go
Nick Drake
Lyrics to Rain. Nem de propósito:
Handwritten lyric sheet
Thoughts of rain at sunset
Clouds of rainbow blue
Thoughts of sun on sand-dunes
Where the seabirds flew
This was our season, and we said it couldn't end
But my love left with the rain.
(se estiver errado azar, tou a escrevinhar de cor e o meu inglês já conheceu dias melhores)
O tipo era mesmo melancólico. Ao pé daquilo que escreveu e compôs, senhores como Nick Cave, Tom Waits ou Cohen são meninos de coro cantando hinos a uma vida gloriosa. Mas era absolutamente genial.
Tinha saudades de ouvi-lo. Soube bem, com a chuva e um copo de vinho tinto. Há noites porreiras, de facto.
Post-Scriptum: Nick Drake é um senhor que viveu entre 1948 e 1974, tendo editado três discos que na altura não tiveram grande aceitação. Foi recuperado para bem da humanidade por senhores como Robert Smith (The Cure) e Brad Pitt, fans incondicionais de Mr. Drake.
Se tiverem paciência, oiçam.
Um dia
Depois da chuva, forma-se sempre um arco-íris sobre o teu quarto. Um dia, hás de explicar-me esse estranho fenómeno!
Vão sem nós que vamos lá ter
(podemos no entanto concordar que a menina Maria Alice do 6º esquerdo é bela vista de perfil, enquanto sobe as escadas em contra-luz! Só para desanuviar!)
Bora lá ser inteligentes e intervir socialmente e ser deputados e candidatos a uma merda qualquer. Bora lá fazer disto uma coisa séria e à séria.
(podemos no entanto desenvolver a teoria de que a menina Maria Alice do 6º esquerdo é bonita apenas de perfil e em contra-luz. Só para contrariar!)
Bora lá, porque agora sim, damos a volta a isto! Agora sim, há pernas para andar! Agora sim, eu sinto o optimismo! Vamos em frente, ninguém nos vai parar! (continua)
Pois bem, têm todo o direito. Mas não nos peçam para que os acompanhemos.
Porque, dois pontos
Este blog não é objectivo, não é políticamente correcto, não é coerente, não é assexuado, gosta de cerveja e de vinho tinto e de música e de livros e de cinema e de filosofia, gosta de falar mal do Sócrates, do Benfica, do Sporting, do Porto, do tempo e da Lei do Tabaco. Não tem, nem alguma vez pensou ter, uma linha editorial ou de pensamento. Não tem pretensões a denunciar, não é uma espécie de muro das lamentações, não quer ser um jornal, uma revista, um magazine ou outra merda qualquer facilmente classificável. Não quer ser citado, não é um passo para algo mais - adoro esta expressão - e sobretudo não se leva a sério. É assim uma espécie de dandy da blogosfera - ao AMSF, nosso mais prolífero comentador, aconselho, nesta fase, o recurso à Wikipédia. Googel it, my friend.
4.2.09
Tom Waits - All the World is Green - Letterman - Maio de 2002
Muitos anos depois, o homem continua em forma.
The Piano Has Been Drinking
A estreia de Tom Waits em televisão. Com um apresentador e um público bestialmente imbecis. Estávamos em 1977 e a canção era The Piano Han Been Drinking.
(nos piores tempos de Jorge Palma, quando o homem caia literalmente sobre o piano, um dos músicos que habitualmente o acompanhava sentava-o e dizia-lhe ao ouvido "foi o piano que bebeu, pá, não foste tu". O Palma ria. Ria sempre. E depois tocava. The Piano Has Been Drinking era a senha secreta para um bom concerto. Sem ela nada feito).
Zé Ninguém para a rua!
*Escuta Zé Ninguém é o título de um livro de Willem Reich.
Farpas cria nova ordem
Quanto à alegada baba derramada por Sócrates, também acho que te enganaste na classificação dos fluídos: não era baba, era espuma de raiva. Babar, babar pelo líder socialista, será lá pelas tuas bandas...
No que toca à "quase" perda de 300.000,00€ pela CMF, tu próprio clarificas que é "quase" e limitas-te a inventar uns potenciais beneficiários. O que não é bem o mesmo que se passa com o teu "amado líder".
Relativamente à imparcialidade, não sei onde foste buscar essa ideia, uma vez que em rigor isso significa "não ter posição" e nós, por cá, até temos. Aliás, ofensa seria se nos acusasses de não ter opinião.
Quanto à verticalidade, passe a modéstia, admito que não te enganaste. Essa vive por cá!
3.2.09
Porque hoje estou para aqui!
She
May be the face I can't forget
The trace of pleasure or regret
May be my treasure or the price I have to pay
She
May be the song that summer sings
May be the chill that autumn brings
May be a hundred different things
Within the measure of a day
She
May be the beauty or the beast
May be the famine or the feast
May turn each day into a heaven or a hell
She may be the mirror of my dreams
The smile reflected in a stream
She may not be what she may seem
Inside her shell
She
Who always seems so happy in a crowd
Whose eyes can be so private and so proud
No one's allowed to see them when they cry
She
May be the love that cannot hope to last
May come to me from shadows of the past
That I'll remember till the day I die
She
May be the reason I survive
The why and wherefore I'm alive
The one I'll care for through the rough in ready years
Me
I'll take her laughter and her tears
And make them all my souvenirs
For where she goes I've got to be
The meaning of my life is
She, oh she
Da tontice...
É que estou mesmo a ver que a qualquer momento vão meter o Vaticano e a Opus Dei pelo meio, devido à "ousadia socialista" do PM em avançar com e legalização do aborto e ter proposto o casamento "gay" (há, também, termo mais imbecil para classificar a homossexualidade?).
E não será igualmente tonto defender que Sócrates está a sofrer um "assassinato político", quando todos sabemos que esta historieta até pode trazer dividendos políticos ao ainda PM? Veja-se o que aconteceu com a Felgueiras, o Valentim ou o Isaltino...
Outra teoria tonta defendida por alguns "troles" socialistas é de que a Justiça está a ser instrumentalizada para denegrir a imagem "sacrossanta" (ou sacropranto?) do seu líder. O que dirão se a investigação chegar à conclusão de que ele nunca cometeu qualquer ilegalidade neste processo? Não teremos nós legitimidade para defender a teoria de que os tais poderes ocultos socialistas intervieram? E caso a investigação o transforme em arguido, o que dirão?
Como é que sairemos deste embaraço imbecil que Sócrates e alguns tontos nos fizeram mergulhar? Como sairá a Justiça desta fogueira?
A única certeza que eu tenho é que para o PS "conhecer" tão bem as "urdiduras" que se fazem por este país é porque deve ter conhecimento de facto. Ou porque já as promoveu, ou delas participou. E tudo isto faz-me estar mais atento a todas as vozes que criticaram o Código Penal, levantando suspeitas sobre o modo e os objectivos subjacentes. Ao modo, porque pela primeira vez não foi trabalhado pelos experts do país. Quanto aos objectivos, estejam atentos e pensem nos casos que envolveram socialistas.
Porque de campanha, para campanha...
But, then again, não será este post senão uma tontice da minha parte?
2.2.09
A essência do prazer
Pensa que existo.
Pensa que sou eu.
Pensa que não sou nada.
Pensa no meu pensamento.
Pensa naquilo que te digo, mas não te disse.
Pensa em mim,
Pensa em nada, porque sou nada.
Sou uma espécie de pó, que existe, mas que já não se vê.
Sou a essência do bem,
O sepulcro do mal,
sou tudo aquilo que sou, porque sou NADA!
Que o beijo da vida, percorra o teu corpo e toque naquilo que é essêncial.
Direccionado (intermezzo)
Tá a começar bem, pensei eu, enquanto fumava um cigarro encostado à porta do carro, como se o mundo fosse um sítio que me desse tempo para ali estar, agarrado ao cigarro, num intermezzo entre dois actos. Como se o mundo se permitisse fazer parar de chover só para que eu acendesse um cigarro e visse que o mar ainda existia no intervalo das duas casas velhas e para que sentisse o cheiro do canteiro molhado entre os anéis de fumo e para que visse o fio de água que burbulhava entre as pedras da calçada e para que o dia fizesse de sentido. Mas só por minutos. Naquele intermezzo entre dois momentos lógicos.
A rádio tocava notícias com o tom de voz factual de quem se leva a sério e que por isso não sabe da existência das duas casas velhas e do mar que as divide num ângulo absolutamente preciso, negando também a evidência da buganvília de flores vermelhas que trepa por um balcão e dizendo que das calçadas não brotam nascentes e que os anéis de fumo não cheiram a terra molhada. Nada disso é real. É só um intermezzo. Como tal, não merece ser comentado nesta estação
(Foi dificil explicar ao taxista porque ráio de carga de água ainda ali estava quando as lâmpadas já tinham sido mudadas e quando as buzinas soavam como sinos de uma catedral.
- É só acabar o cigarro...
- Épa, despache-se lá c'não ainda perco o serviço dos ingleses!
É dificil explicar o sentido da vida a um tipo de conduz um carro amarelo com riscas azuis. Dizia-lhe o quê? Que só existem dois actos lógicos nesta ópera fandanga, nascer e morrer, unidos por um intermezzo que deve ser belo, suavemente intenso?)
- É só acabar um cigarro. Mais uma passa e já tá...
- Despache-se mas é!
Foi o que eu fiz...
Super Nadal
1.2.09
Há coisas fantásticas!
graciano Saga - mulheres peludas
Este homem é um génio. Depois de "Vem Devagae Imigrante", Graciano Saga aparece com mais uma canção absolutamente imbatível... Ah ganda Portugal!