"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
28.4.06
Quando os Cravos Murcham
Este é o título de um livrinho de Barradas de Oliveira (não sei se vão encontrar!) que explica à imensa maioria dos bípedes portugueses que o 25 de Abril vale, afinal, bem menos do que parece e do que a historiografia quer fazer passar.
Magno Velosa
Os livros “a martelo” do Professor (outra vez)
Ora é a “História dos Campanários de Idanha-a-Nova”, ora são “Os Subsídios para a Compreensão da Cultura de Alvito e Aljustrel”, ora ainda livrecos de ficção com nomes estranhos como “Uma Vida Triste”.
Assim se compreende porque é que alguns notáveis letrados, de cá e de lá, afirmam ter uma biblioteca de 100 mil livros e mais. Destes não, obrigado.
Magno Velosa
27.4.06
Que vivas tempos interessantes (maldição chinesa)
O excesso de feriados
Leituras de fim de semana
A discussão é académica e manifestamente desinteressante. Porque a Esperança, de Malraux, é sobretudo um livro fascinante. Escrito por quem acreditava que a nobreza de alma dava um sentido ao ser humano. Por quem viveu a guerra enquanto combatente. Por quem escolheu um lado. Por quem viveu engajado em todas aquelas que acreditava serem as lutas pela liberdade.
A Esperança é um relato quase jornalístico das vivências de homens comuns transformados em heróis circunstânciais. E é um manifesto para todas as revoluções: "É preciso organizar o caos", grita Malraux. De facto, todas as revoluções para mudar a condição humana são possíveis. Desde que consigam organizar o caos.
26.4.06
O Lugar da Casa
"Uma casa que nem fosse um areal
deserto; que nem casa fosse;
só um lugar
onde o lume foi acesso, e à sua roda
se sentou a alegria; e aqueceu
as mãos; e partiu porque tinha
um destino; coisa simples
e pouca, mas destino:
crescer como árvore, resistir
ao vento, ao rigor da invernia,
e certa manhã sentir os passos
de abril
ou, quem sabe?, a floração
dos ramos, que pareciam
secos, e de novo estremecem
com o repentino canto da cotovia."
Eugénio de Andrade
A.S. Byatt
"Roth's characters inhabit a truly post-religious world, in which we do not have immortal souls, only sick, lively desire, and the dying of the animal. The title of this new, bleak tale is taken from a mediaeval morality play in which Everyman, the human soul, is called by Death to appear before God's judgement seat. He is deserted by his strength, discretion, beauty, knowledge and five wits, leaving only his Good Works to speak for him at the end."
Roubado aqui.
Ler... devagar
Decadência
Uma história de amor
Está entre nós um filme imperdível.
Inclusive, para os espectadores que gostam de cinema realizado em série pelos americanos, para vender na Europa.
Mesmo esses vão gostar de ver A History of Violence. Não é uma obra prima, nem tão pouco é o melhor filme de David Cronenber. Longe disso. É, no entanto, um esgalhado trabalho cinematográfico para quem gosta ver sétima arte.
O nome do filme diz tudo. Uma história de Violência. Ponto, parágrafo.
Quando assim é, pouco mais fica para acrescentar. A Verdade é que este golpe desperta o olhar de qualquer espectador menos atento. Mesmo os que só vão ao cinema comer pipocas. Até esses vão ser perturbados pelo desenrolar do alucinante argumento. É muito simples, mas extremamente eficaz.
Em apenas uma hora meia de imagens existe ainda tempo para um excelente trabalho de actores. Um simpático pai. Homem de família é inexplicavelmente transformado numa máquina assassina.
Um franzino rapaz num herói…e os heróis em autênticos vilões.
Se a isto juntarmos uma discreta, mas muito eficaz realização, o resultado é um filme acima da média. Um bom filme, não é contudo, um excelente trabalho.
Para quem não conhece o realizador aconselho um outro CRASH(1996). Não tem nada a ver com o que ganhou os Óscares. Este é intenso. Existe um Existanz (1999). Algo entre a ficção científica e a acção. O resto dos filmes do homem ainda não vi, mas é dos meus realizadores favoritos. Por acaso são dois DAVID. Um é Cronenber, o outro é mais célebre. Lynch, David Lynch.
25.4.06
Abril
Uma vez mais a Madeira é notícia nacional pelas piores razões. Será que ainda ninguém percebeu isto?
Depois querem que os continentais digam o que de nós?