3.12.10

"Cartita" à TMN

Há uns tempos, num dia que agora considero azarado, decidi renovar contrato com a TMN. Fi-lo porque sou um tipo de hábitos, que prefere o conforto daquilo que é conhecido ao desconforto causado pela mudança. É um defeito, mas que querem, todos temos o direito a tê-los. Quando fui à loja da operadora, um belo espaço cheio de néon azul e televisões nas quais continuamente se vê e se ouve a "Casa dos Segredos", inenarrável programa da TVI, a simpática menina que me atendeu convenceu-me a levar para casa um belo Nokia E 71 em lugar do Blackberry que eu queria. Fê-lo dizendo-me que o bendito telefone finlandês fazia exactamente a mesma coisa que o americano, ou seja, permitia telefonar e servia para receber e-mails em tempo real, uma infeliz necessidade minha. Esqueceu-se, no entanto, de um "pormenor": é que para receber as benditas mensagens no belo Nokia eu teria de pagar um serviço adicional identificado como Nokia Messaging, com um custo fixo mensal. Pormenores... Ninguém se pode lembrar de tudo e, que diabo, eu só iria descobrir o "esquema" um mês depois, no fim do período experimental do simpático serviço! Enfim, um mês depois, como era previsível, voltei à loja da TMN onde lá assumi que pagaria o tal Nokia não-sei-quantos. Reclamei da falta de informação, mas só consegui um encolher de ombros do colaborador, do género, que tenho eu a ver com isso?!. Fiz uma reclamação no livro respectivo e, uns dias depois, recebi um inútil telefonema de uma senhora da operadora que levou meia-hora a dizer que não conseguia resolver nada. Uns dias depois deixei de receber e-mails, mesmo pagando tal serviço. Lá fui eu, como se não tivesse mais nada que fazer, à loja da TMN onde um diligente colaborador divertiu-se, durante duas horas, a tentar identificar e resolver o problema. Não conseguindo fazer nenhuma das duas coisas, pediu-me para voltar no dia seguinte "entre as 10:00 e as 12:30 e entre as 14:00 e as 18:00" para ver o que conseguia fazer. Não voltei no dia seguinte, mas uns tempos depois lá fui eu ao meu calvário. Da Loja das Galerias São Lourenço mandaram-me para a Loja do Dolce Vita de onde me recambiaram, adivinhem... para as Galerias São Lourenço. Quatro (!) horas depois e mais uma reclamação no livro, o senhor da primeira loja decidiu que a culpa não era dele nem da TMN mas sim da Nokia, que pelos vistos actualizara o software sem avisar ninguém. Uns dias depois lá fui eu, com vontade de cometer um homicídio, à loja que representa os bons dos finlandeses. Lá chegado era sábado e o estabelecimento "ia fechar" daí a uns minutos e "é melhor voltar segunda-feira" com a prova de compra. Fiz então questão de oferecer um presente de Natal antecipado à menina, deixando-lhe o telemóvel para que ela fizesse bom uso do dito "equipamento". Enfim, lá me pediram para voltar na semana seguinte, "que o técnico dá um jeito mesmo sem a prova de compra". Crente como sou, voltei sem o amado documento e fui recambiado por um senhor que me garantiu que sem a prova de compra eu "ia ter de pagar". Perante o meu desabafo do género "é a última vez na vida que compro um Nokia" o colaborador, revelando um apurado sentido comercial, pediu-me para fazer o que quisesse, acompanhando a frase com o típico encolher de ombros luso. Em resumo, neste país de ficção os consumidores reais é que se lixam. Para a TMN, informar mal não é grave. Para os representantes da Nokia, tentar resolver o problema não é importante. Fundamental é fazer cumprir a burocracia. Para o estado e para as autoridades que deviam regular o mercado o Livro de Reclamações é apenas um simpático adorno que serve para as estatísticas. Aquelas que a ANACOM publica anualmente mas que ninguém, no seu perfeito juízo, lê. É por estas e por outras que se mina a confiança na economia e nas empresas e que se fomenta a ideia de que os "grandes nunca têm problemas - empresas, políticos, etc - e os pequenos é que se lixam - consumidores". Por mim, não volto a fazer contrato nenhum com a TMN e nunca mais na vida compro um Nokia. Mas é só menos um contrato e menos um "equipamento"! Faça como quiser, dizem os senhores da TMN. Faça como quiser, repetem os senhores da Nokia. Eu fa-lo-ei.

28.11.10

Quem é que diz que "Disco" é retro?

Enquanto produtor/músico/DJ, Social Disco Club, alias, Humberto Matias faz coisas destas:


Num certo estilo de música de dança que tem ajudado a criar, as suas actuações como DJ são imparáveis tratados de bom gosto. Se virem anunciada uma actuação sua por perto, não percam.