Man Ray, Tears, 1932.
"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
20.7.07
Tribunal de Contas: entre o PREC e o Neoliberalismo
Sinceramente, nunca entendi a necessidade do Tribunal de Contas. Acho que não passa de uma instituição de inspiração PREC que tem como única utilidade a manipulação e a acção política.
Mas hoje fiquei extremamente surpreendido com o resultado da auditoria à Entidade Reguladora do Sector Energético (ERSE) e sobre as conclusões dos auditores. Então os senhores acham que o Governo não deveria interferir nos preços estipulados pela ERSE, mesmo que os aumentos propostos violem as mais básicas regras do bom senso? Então para que raio servirá um governo? Apenas para adjudicar umas empreitadas para meia dúzia de empresas sobreviverem?
Já estava habituado a ver do Banco de Portugal da linha de frente da defesa do liberalismo económico absolutamente selvagem. Não estava nada à espera que o Tribunal de Contas seguisse pelo mesmo trilhos. Mas é bem feito, para ver se aprendo que já nada do que acontece neste teatro de marionetas à beira mar plantado deve ser motivo de espanto!
Mas hoje fiquei extremamente surpreendido com o resultado da auditoria à Entidade Reguladora do Sector Energético (ERSE) e sobre as conclusões dos auditores. Então os senhores acham que o Governo não deveria interferir nos preços estipulados pela ERSE, mesmo que os aumentos propostos violem as mais básicas regras do bom senso? Então para que raio servirá um governo? Apenas para adjudicar umas empreitadas para meia dúzia de empresas sobreviverem?
Já estava habituado a ver do Banco de Portugal da linha de frente da defesa do liberalismo económico absolutamente selvagem. Não estava nada à espera que o Tribunal de Contas seguisse pelo mesmo trilhos. Mas é bem feito, para ver se aprendo que já nada do que acontece neste teatro de marionetas à beira mar plantado deve ser motivo de espanto!
L'État c'est moi
Todos os partidos da oposição acusaram hoje o governo do bacharel Sócrates de tiques de autoritarismo. Tiques? Tiques, não! Autoritarismo puro e duro, à boa moda dos ditadorzecos de pacotilha.
Mas achei piada ao primeiro-ministro hoje no debate da nação, onde garantia não receber lições de democracia de ninguém, qual paladino da liberdade - quase que o vejo cavalgando as serranias seguindo as pegadas de Viriato na defesa da liberdade do povo.
O que o primeiro-ministro ainda não percebeu é que aquela figura de prima dona, de virgem ofendida, já não pega.
E bem podem pregar os socialistas que a situação económica é fantástica, que o governo fez maravilhas, mas já não conseguem disfarçar o mal-estar que se vive a nível nacional. Pode o próprio primeiro-ministro acusar o PCP de manipulação e de organização de manifestações - 'tadinho, ele que o povo ama e que é tão maltratado pelos malvadões da oposição -, que a verdade é que a rua já não está com ele. Sócrates ameça mesmo tornar-se personna non grata em Portugal. Por mim digo-o desde já: esse senhor na minha casa não entraria!
Mas achei piada ao primeiro-ministro hoje no debate da nação, onde garantia não receber lições de democracia de ninguém, qual paladino da liberdade - quase que o vejo cavalgando as serranias seguindo as pegadas de Viriato na defesa da liberdade do povo.
O que o primeiro-ministro ainda não percebeu é que aquela figura de prima dona, de virgem ofendida, já não pega.
E bem podem pregar os socialistas que a situação económica é fantástica, que o governo fez maravilhas, mas já não conseguem disfarçar o mal-estar que se vive a nível nacional. Pode o próprio primeiro-ministro acusar o PCP de manipulação e de organização de manifestações - 'tadinho, ele que o povo ama e que é tão maltratado pelos malvadões da oposição -, que a verdade é que a rua já não está com ele. Sócrates ameça mesmo tornar-se personna non grata em Portugal. Por mim digo-o desde já: esse senhor na minha casa não entraria!
19.7.07
Ignorância
Eis o que se chama persistir no erro. Só quem não percebe nada de História e desconhece por completo os Balcãs defende a independência do Kosovo. A ignorância, de facto, tem um preço elevado!
Eduardo Mourato - Stand Up Comédia
O bom do Moutaro, afinal, é um multifacetado artista açoriano. Se não, oiçam. Este homem é um génio!
Eduardo Mourato -
A melhor canção dos últimos 500 anos.
"Feel the breaze of the sêeeee..."
Ah gandes Açores, terras abençoadas!
18.7.07
Ainda o aborto da Lei n.º 16/2007
"É injustificado e insultuoso pretender que os médicos tenham de confirmar, por escrito, o seu respeito pela ética.
Após o referendo nacional sobre o "aborto", antecedido por frequentes e claras afirmações de muitos dos mais representativos dos votantes pelo "sim", de que o consideravam um mal (embora por vezes, e segundo eles, necessário), surgiu a Lei n.º 16/2007, seguida da Portaria n.º 741-A/2007.
Para além do conteúdo-base (que repudiamos), verifica-se que a lei, no seu artigo 6.º, assegura aos profissionais de saúde, e nomeadamente aos médicos, a "objecção de consciência". A objecção de consciência, direito fundamental constitucionalmente protegido, permite que os médicos recusem a prática de actos da sua profissão quando tal prática entre em conflito com a sua consciência moral, religiosa ou humanitária ou contradiga o disposto no seu código deontológico.
Obviamente esses profissionais não poderão ser prejudicados, de nenhum modo e sob nenhum pretexto, por exercerem tal direito. Se, por outro lado, o regime aprovado proíbe os médicos de participar na consulta prévia, e no acompanhamento durante o período de reflexão, por outro pretende, de forma contraditória, injustificada e ilegal, obrigá-los a indicar quem pratique o aborto.
Se, com uma mão, a lei assina um atestado de incompetência e falta de isenção aos médicos, impedindo-os de acompanhar a grávida na fase pré-aborto, com a outra empurra, sem corda, para a falésia, este direito de agir segundo os seus princípios morais, religiosos ou humanitários, ao obrigar esses mesmos profissionais, "incompetentes e parciais", a que encaminhem a grávida até ao... aborto. Afinal, deve ou não o objector de consciência pronunciar-se? A partir de que fase tem competência, dignidade moral e isenção para intervir? Porque só é obrigado a intervir para que a prática do aborto, de que discorda, se concretize? Como será possível conciliar as duas imposições?A portaria indica que a objecção de consciência deve ser manifestada em documento (burocrático e mesmo insultuoso, porque parece desconhecer a ética médica), assinado pelo objector, o qual deve ser apresentado ao seu director clínico. Mas, certamente, apenas deverá competir a quem aprovou a lei, o Estado, divulgar onde o aborto poderá, infelizmente, vir a materializar-se. (...)
Assim sendo, e mesmo quando objector de consciência, nunca deixará o médico de tratar uma doente que, por causa de um aborto, sofra consequências. É, por isso mesmo, injustificado e insultuoso pretender que os médicos tenham de confirmar, por escrito, o seu respeito pela ética. (...)
No artigo 30.º do código, referente à objecção de consciência, diz-se claramente que o médico tem o direito de recusar a prática de actos da sua profissão quando tal entre em conflito com a sua consciência moral, religiosa ou humanitária ou contradiga o disposto no código deontológico.
Pontos essenciais, incluídos no juramento hipocrático, estão consagrados no artigo 47.º, onde se estabelece que o médico deve guardar respeito pela vida humana desde o seu início; que constitui falta deontológica grave a prática do aborto e da eutanásia; que esclarece, no entanto, que não é considerado aborto uma terapêutica imposta pela situação clínica do doente como único meio capaz de salvaguardar a sua vida.
É o caso-limite, do confronto entre duas vidas, das quais só uma poderá ser salva.
Sabendo-se, segundo a leges artis, que a ecografia é o meio mais fiável para datar uma gravidez, era bom que a lei dissesse se, neste momento, se conhece outro meio alternativo igualmente fiável para que seja possível dispensar a ecografia, que na lei deixou de ser obrigatória.
Assim sendo, esperamos que o Governo proceda à alteração da portaria referida, por considerar necessária e suficiente uma simples declaração, sob compromisso de honra profissional, dos médicos objectores de consciência."
Prof. Gentil Martins, Ex-bastonário da Ordem dos Médicos e ex-presidente da Associação Médica Mundial e da sua comissão de ética, in Público, de 17 de Julho de 2007
Após o referendo nacional sobre o "aborto", antecedido por frequentes e claras afirmações de muitos dos mais representativos dos votantes pelo "sim", de que o consideravam um mal (embora por vezes, e segundo eles, necessário), surgiu a Lei n.º 16/2007, seguida da Portaria n.º 741-A/2007.
Para além do conteúdo-base (que repudiamos), verifica-se que a lei, no seu artigo 6.º, assegura aos profissionais de saúde, e nomeadamente aos médicos, a "objecção de consciência". A objecção de consciência, direito fundamental constitucionalmente protegido, permite que os médicos recusem a prática de actos da sua profissão quando tal prática entre em conflito com a sua consciência moral, religiosa ou humanitária ou contradiga o disposto no seu código deontológico.
Obviamente esses profissionais não poderão ser prejudicados, de nenhum modo e sob nenhum pretexto, por exercerem tal direito. Se, por outro lado, o regime aprovado proíbe os médicos de participar na consulta prévia, e no acompanhamento durante o período de reflexão, por outro pretende, de forma contraditória, injustificada e ilegal, obrigá-los a indicar quem pratique o aborto.
Se, com uma mão, a lei assina um atestado de incompetência e falta de isenção aos médicos, impedindo-os de acompanhar a grávida na fase pré-aborto, com a outra empurra, sem corda, para a falésia, este direito de agir segundo os seus princípios morais, religiosos ou humanitários, ao obrigar esses mesmos profissionais, "incompetentes e parciais", a que encaminhem a grávida até ao... aborto. Afinal, deve ou não o objector de consciência pronunciar-se? A partir de que fase tem competência, dignidade moral e isenção para intervir? Porque só é obrigado a intervir para que a prática do aborto, de que discorda, se concretize? Como será possível conciliar as duas imposições?A portaria indica que a objecção de consciência deve ser manifestada em documento (burocrático e mesmo insultuoso, porque parece desconhecer a ética médica), assinado pelo objector, o qual deve ser apresentado ao seu director clínico. Mas, certamente, apenas deverá competir a quem aprovou a lei, o Estado, divulgar onde o aborto poderá, infelizmente, vir a materializar-se. (...)
Assim sendo, e mesmo quando objector de consciência, nunca deixará o médico de tratar uma doente que, por causa de um aborto, sofra consequências. É, por isso mesmo, injustificado e insultuoso pretender que os médicos tenham de confirmar, por escrito, o seu respeito pela ética. (...)
No artigo 30.º do código, referente à objecção de consciência, diz-se claramente que o médico tem o direito de recusar a prática de actos da sua profissão quando tal entre em conflito com a sua consciência moral, religiosa ou humanitária ou contradiga o disposto no código deontológico.
Pontos essenciais, incluídos no juramento hipocrático, estão consagrados no artigo 47.º, onde se estabelece que o médico deve guardar respeito pela vida humana desde o seu início; que constitui falta deontológica grave a prática do aborto e da eutanásia; que esclarece, no entanto, que não é considerado aborto uma terapêutica imposta pela situação clínica do doente como único meio capaz de salvaguardar a sua vida.
É o caso-limite, do confronto entre duas vidas, das quais só uma poderá ser salva.
Sabendo-se, segundo a leges artis, que a ecografia é o meio mais fiável para datar uma gravidez, era bom que a lei dissesse se, neste momento, se conhece outro meio alternativo igualmente fiável para que seja possível dispensar a ecografia, que na lei deixou de ser obrigatória.
Assim sendo, esperamos que o Governo proceda à alteração da portaria referida, por considerar necessária e suficiente uma simples declaração, sob compromisso de honra profissional, dos médicos objectores de consciência."
Prof. Gentil Martins, Ex-bastonário da Ordem dos Médicos e ex-presidente da Associação Médica Mundial e da sua comissão de ética, in Público, de 17 de Julho de 2007
Por uma pequena falha
"No entanto... tinha vergonha, sim, mesmo da Sónia, por isso a fazia sofrer, tratando-a com modos desdenhosos e grosseiros. Não era vergonha pelos grilhões e pela cabeça rapada, estava ferido no seu orgulho. Adoeceu de orgulho ferido. Oh, como seria feliz se conseguisse acusar-se a si mesmo! Então aguentaria tudo, até a vergonha e o opróbrio. Mas, por mais severamente que se julgasse, a consciência não via no seu passado uma culpa especialmente terrível, a não ser talvez uma simples falta, uma falha que qualquer um podia ter. O que o envergonhava era precisamente o ter-se perdido (desta maneira tão cega, desesperada, torpe e estúpida) só por uma sentença qualquer do destino cego; e o ter de resignar-se perante o absurdo de tal sentença, se quisesse sossegar-se ao menos um pouco.
Uma inquietude indefinida e sem objecto no presente e no futuro, um mero e infinito sacrifício sem finalidade e pelo qual nada se podia alcançar - era isso que tinha pela frente o resto da vida.
Que importava, passados estes oito anos, ter apenas trinta e dois e poder recomeçar a vida? Viver para quê? Com que objectivos? Com que aspirações? Viver para existir? Mas, se já antes ele estava mil vezes pronto a trocar a existência por uma ideia, por uma esperança, por uma fantasia! Existir, apenas, nunca tinha sido bastante para ele, sempre quisera mais. Talvez tivesse sido só por força dos seus desejos que se considerara a si mesmo como um homem a quem era permitido mais do que aos outros."
Fiódor Dostoiévski, in Crime e Castigo
Da realidade à loucura
1- Dia d18 de Julho de 2007. 1 Hora e 36 minutos da madrugada.
A casa está em chamas! O quarto do meio parece um tição negro. Escorre água e lavas de cinzas pelo chão.
O quarto ao lado está em idêntico estado. Na parede da rua, mesmo por cima da lumieira, ainda é visível o rasto do fumo negro que trepou a casa. Imagino a intensidade das chamas. Entro em pânico. É necessário salvar o que resta. Oiço gritos…. Vou buscar a mangueira de regar o jardim, ou peço socorro?? A dúvida paralisa-me, tal é a dimensão da tragédia. Neste momento é maior do que o desespero. Incontornável!
Decido marcar o 118……É óbvio que não é o número correcto….Mesmo assim, os nervos impedem-me de acertar nas teclas certas do telemóvel. E são apenas três.
Entretanto, decido entrar no quarto do meio. Os gritos parecem que vêem dali. Deparei com um cenário, mais deplorável do que imaginei….
2-Num outro dia, na mesma casa, era um homem feliz. Radiante da vida e com a vida. Tinha dinheiro, muito dinheiro. Confesso que não sabia o que fazer a tanta massa. Era como se tivesse ganho o euromilhões. Era uma espécie de “eurohomem”. Ainda imaginei que estava a sonhar, mas não! Eu próprio fiz questão de conferir esse pequeno e insignificante pormenor, para não me estragar a felicidade. O que estava a acontecer era mesmo verdade. Já tinha planos para o futuro. Não vou revelar para não cair no mesmo que afirma o comum dos mortais, sempre que é confrontado com questão.
São duas estórias, diferentes, com traços comuns. Ambas foram vividas à noite ainda que em casas diferentes. Na primeira estória estava fora de casa. Na segunda estava na primeira casa. O outro traço, comum, é que as duas foram sonhos. Se na segunda lamentei não ser verdade, na primeira agradeci estar a sonhar. Como é tão bom a realidade.
A casa está em chamas! O quarto do meio parece um tição negro. Escorre água e lavas de cinzas pelo chão.
O quarto ao lado está em idêntico estado. Na parede da rua, mesmo por cima da lumieira, ainda é visível o rasto do fumo negro que trepou a casa. Imagino a intensidade das chamas. Entro em pânico. É necessário salvar o que resta. Oiço gritos…. Vou buscar a mangueira de regar o jardim, ou peço socorro?? A dúvida paralisa-me, tal é a dimensão da tragédia. Neste momento é maior do que o desespero. Incontornável!
Decido marcar o 118……É óbvio que não é o número correcto….Mesmo assim, os nervos impedem-me de acertar nas teclas certas do telemóvel. E são apenas três.
Entretanto, decido entrar no quarto do meio. Os gritos parecem que vêem dali. Deparei com um cenário, mais deplorável do que imaginei….
2-Num outro dia, na mesma casa, era um homem feliz. Radiante da vida e com a vida. Tinha dinheiro, muito dinheiro. Confesso que não sabia o que fazer a tanta massa. Era como se tivesse ganho o euromilhões. Era uma espécie de “eurohomem”. Ainda imaginei que estava a sonhar, mas não! Eu próprio fiz questão de conferir esse pequeno e insignificante pormenor, para não me estragar a felicidade. O que estava a acontecer era mesmo verdade. Já tinha planos para o futuro. Não vou revelar para não cair no mesmo que afirma o comum dos mortais, sempre que é confrontado com questão.
São duas estórias, diferentes, com traços comuns. Ambas foram vividas à noite ainda que em casas diferentes. Na primeira estória estava fora de casa. Na segunda estava na primeira casa. O outro traço, comum, é que as duas foram sonhos. Se na segunda lamentei não ser verdade, na primeira agradeci estar a sonhar. Como é tão bom a realidade.
17.7.07
Doidos
Igualdade de oportunidades, ou pura "mariquice"?
"A celebração do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos tem sido aproveitada para insinuar a necessidade de redefinir o casamento, de modo a abranger a união entre pessoas do mesmo sexo, supostamente em homenagem ao princípio da igualdade.
Contou-se, para esse efeito, com a oportuna propaganda: misturando imagens de pessoas portadoras de deficiência ou de diversas raças com gestos de intimidade entre indivíduos do mesmo sexo, sugerindo subliminarmente que a recusa do "casamento" homossexual seria o alinhamento com uma espécie de apartheid. (...)
Ora, a união homossexual é algo radicalmente diferente do casamento (heterossexual monogâmico). É de outra natureza, de outra espécie. Antropologicamente diverso. Diferente quanto ao seu valor social. Em particular, o casamento é uma instituição singularmente valiosa - e como tal regulado e protegido pelo Estado - como lugar natural da renovação das gerações e da formação do carácter e primeira socialização dos futuros membros da sociedade; e como sinalizador da bondade e riqueza da dualidade sexual sobre que se estrutura a sociedade.
O casamento é, portanto, um bem público (em sentido lato), ao contrário de outras formas de união sexual. Por um lado, gera benefícios para a sociedade como um todo, para além daqueles que proporciona aos próprios cônjuges. (...)
É certo que a alternativa de se casar (a sério) poderia manter-se no menu de opções disponíveis de uma sociedade que a incluísse, em posição paritária, entre outras formas sociais - como a união homossexual, a união de facto, a poligamia, etc. Mas a inteligibilidade e o significado social de se casar e ser casado - ter uma mulher ou um marido - nessas circunstâncias não seria semelhante ao significado social e simbólico do casamento vigente numa sociedade que se compromete com essa instituição: a dignidade única da opção do casamento e a percepção do seu valor seriam obscurecidas aos olhos dos indivíduos se a sociedade deixasse de reconhecê-la e distingui-la.
Aliás, se o estatuto jurídico de casamento fosse violentado de forma a albergar as uniões entre pessoas do mesmo sexo, isso significaria a imposição desse conceito bizarro - e profundamente hostil - de "casamento" a todas as outras a quem repugna essa assimilação. Implicaria uma injustiça ou discriminação contra aqueles que reivindicam poder verdadeiramente casar.
A recusa do "casamento" homossexual não é, portanto, uma discriminação ilegítima (que, por exemplo, infrinja o tão invocado art. 13.º da Constituição). Qualquer pessoa tem (igual) direito a casar. Simplesmente, o casamento é, por definição e natureza, uma aliança entre um homem e uma mulher.
Mesmo nas sociedades em que foi tolerada ou aceite, nunca se concebeu ou pretendeu fazer da homossexualidade uma instituição social dotada de estatuto público equiparável ao casamento. E ninguém é obrigado a casar...
A campanha do lobby gay para a reconceptualização do casamento, de modo a incluir a união homossexual, não tem nada a ver com a igualdade de oportunidades. Visa antes a promoção da conduta homossexual e a desconstrução - não apenas semântica - do casamento e da família, tal como a esmagadora maioria das pessoas (com boas razões) os entende e preza.
Todavia, há em Portugal verdadeiros e graves casos de desigualdade, discriminação de facto e exclusão: pessoas com deficiências, jovens em situação de reinserção social, minorias étnicas, desempregados de longa duração, os sem-abrigo (para não falar da discriminação fiscal dos casados relativamente aos solteiros, ou da discriminação laboral das mulheres grávidas).
Não seria melhor aplicar os dinheiros públicos na sensibilização e correcção destas formas de desigualdade de oportunidades, em vez de os investir no marketing da ideologia gay?
Alexandra Teté, Associação Mulheres em Acção, in Público de 16 de Julho de 2007
Contou-se, para esse efeito, com a oportuna propaganda: misturando imagens de pessoas portadoras de deficiência ou de diversas raças com gestos de intimidade entre indivíduos do mesmo sexo, sugerindo subliminarmente que a recusa do "casamento" homossexual seria o alinhamento com uma espécie de apartheid. (...)
Ora, a união homossexual é algo radicalmente diferente do casamento (heterossexual monogâmico). É de outra natureza, de outra espécie. Antropologicamente diverso. Diferente quanto ao seu valor social. Em particular, o casamento é uma instituição singularmente valiosa - e como tal regulado e protegido pelo Estado - como lugar natural da renovação das gerações e da formação do carácter e primeira socialização dos futuros membros da sociedade; e como sinalizador da bondade e riqueza da dualidade sexual sobre que se estrutura a sociedade.
O casamento é, portanto, um bem público (em sentido lato), ao contrário de outras formas de união sexual. Por um lado, gera benefícios para a sociedade como um todo, para além daqueles que proporciona aos próprios cônjuges. (...)
É certo que a alternativa de se casar (a sério) poderia manter-se no menu de opções disponíveis de uma sociedade que a incluísse, em posição paritária, entre outras formas sociais - como a união homossexual, a união de facto, a poligamia, etc. Mas a inteligibilidade e o significado social de se casar e ser casado - ter uma mulher ou um marido - nessas circunstâncias não seria semelhante ao significado social e simbólico do casamento vigente numa sociedade que se compromete com essa instituição: a dignidade única da opção do casamento e a percepção do seu valor seriam obscurecidas aos olhos dos indivíduos se a sociedade deixasse de reconhecê-la e distingui-la.
Aliás, se o estatuto jurídico de casamento fosse violentado de forma a albergar as uniões entre pessoas do mesmo sexo, isso significaria a imposição desse conceito bizarro - e profundamente hostil - de "casamento" a todas as outras a quem repugna essa assimilação. Implicaria uma injustiça ou discriminação contra aqueles que reivindicam poder verdadeiramente casar.
A recusa do "casamento" homossexual não é, portanto, uma discriminação ilegítima (que, por exemplo, infrinja o tão invocado art. 13.º da Constituição). Qualquer pessoa tem (igual) direito a casar. Simplesmente, o casamento é, por definição e natureza, uma aliança entre um homem e uma mulher.
Mesmo nas sociedades em que foi tolerada ou aceite, nunca se concebeu ou pretendeu fazer da homossexualidade uma instituição social dotada de estatuto público equiparável ao casamento. E ninguém é obrigado a casar...
A campanha do lobby gay para a reconceptualização do casamento, de modo a incluir a união homossexual, não tem nada a ver com a igualdade de oportunidades. Visa antes a promoção da conduta homossexual e a desconstrução - não apenas semântica - do casamento e da família, tal como a esmagadora maioria das pessoas (com boas razões) os entende e preza.
Todavia, há em Portugal verdadeiros e graves casos de desigualdade, discriminação de facto e exclusão: pessoas com deficiências, jovens em situação de reinserção social, minorias étnicas, desempregados de longa duração, os sem-abrigo (para não falar da discriminação fiscal dos casados relativamente aos solteiros, ou da discriminação laboral das mulheres grávidas).
Não seria melhor aplicar os dinheiros públicos na sensibilização e correcção destas formas de desigualdade de oportunidades, em vez de os investir no marketing da ideologia gay?
Alexandra Teté, Associação Mulheres em Acção, in Público de 16 de Julho de 2007
À espera da lei
Ao quinto dia já não consigo ouvir falar de aborto.
Para ser mais preciso a estória teve o epílogo no dia 11 de Fevereiro (data do referendo). Sexta-feira, 13 deste mês, o assunto voltou à agenda dos média com a antevisão da entrada em vigor da lei (dia 15).
Entretanto, os defensores do NÃO e do SIM desapareceram.
O governo da república regulamentou a lei e a Madeira fez birra.
Agora o argumento é que a região não tem dinheiro para suportar o custo da Interrupção Voluntária da Gravidez.
É óbvio que nesta situação as prejudicadas são as mulheres. Caso tenham dinheiro das duas uma: - deslocam-se aos hospitais públicos no continente, ou dirigem-se às clínicas privadas (existem duas oficialmente reconhecidas pelo MS) para fazer o que lhes é negado no Serviço Regional de Saúde. Quem paga a deslocação é que não se sabe. Jardim diz que é “Sócrates”. Sócrates envia factura para Jardim. A regulamentação da lei é na minha opinião,clara sobre esta matéria. “ Portaria 741-1/2007, Artigo 12, 4 – Os estabelecimentos de saúde (…) devem assegurar o encaminhamento das mulheres grávidas (…) assumindo os encargos daí resultantes”.
A outra questão é bem diferente da primeira.
No meio desta trapalhada os médicos ganham tempo e podem usufruir algum dinheiro. Existem pelo menos 20 obstretas/ginecologistas a trabalhar para Serviço Regional de Saúde. Até à data nenhum declarou se é objector de consciência. Será que podem realizar abortos nas clínicas particulares??? E as clínicas também são obrigadas a aguardar pela decisão do Tribunal Constitucional???
A questão é discutível.
Estranho para alguns, não para mim, seria que um destes dias fosse notícia: -
Clínica realiza abortos na Madeira.
Neste caso de quem é a competência para reconhecer a capacidade técnica para a IVG. Do Estado ou da Região?
Para ser mais preciso a estória teve o epílogo no dia 11 de Fevereiro (data do referendo). Sexta-feira, 13 deste mês, o assunto voltou à agenda dos média com a antevisão da entrada em vigor da lei (dia 15).
Entretanto, os defensores do NÃO e do SIM desapareceram.
O governo da república regulamentou a lei e a Madeira fez birra.
Agora o argumento é que a região não tem dinheiro para suportar o custo da Interrupção Voluntária da Gravidez.
É óbvio que nesta situação as prejudicadas são as mulheres. Caso tenham dinheiro das duas uma: - deslocam-se aos hospitais públicos no continente, ou dirigem-se às clínicas privadas (existem duas oficialmente reconhecidas pelo MS) para fazer o que lhes é negado no Serviço Regional de Saúde. Quem paga a deslocação é que não se sabe. Jardim diz que é “Sócrates”. Sócrates envia factura para Jardim. A regulamentação da lei é na minha opinião,clara sobre esta matéria. “ Portaria 741-1/2007, Artigo 12, 4 – Os estabelecimentos de saúde (…) devem assegurar o encaminhamento das mulheres grávidas (…) assumindo os encargos daí resultantes”.
A outra questão é bem diferente da primeira.
No meio desta trapalhada os médicos ganham tempo e podem usufruir algum dinheiro. Existem pelo menos 20 obstretas/ginecologistas a trabalhar para Serviço Regional de Saúde. Até à data nenhum declarou se é objector de consciência. Será que podem realizar abortos nas clínicas particulares??? E as clínicas também são obrigadas a aguardar pela decisão do Tribunal Constitucional???
A questão é discutível.
Estranho para alguns, não para mim, seria que um destes dias fosse notícia: -
Clínica realiza abortos na Madeira.
Neste caso de quem é a competência para reconhecer a capacidade técnica para a IVG. Do Estado ou da Região?
16.7.07
Jorge Palma ao vivo na Queima das Fitas Coimbra
Lembras-te de ter visto qualquer coisa semelhante, creio. Era tarde, muito tarde mesmo. A banda de circunstância já tinha esgotado os covers. O Palma salvou-os quando subiu ao palco, décadas depois do previsto.
O Palma, às vezes, salva-nos a todos da demência.
"É pá, é bom sorrir um pouco, descontrair um pouco. Eu sei que tu compreendes bem".
Há Dias
Há Dias
Há dias em que julgamos
que todo o lixo do mundo
nos cai em cima
depois
ao chegarmos à varanda avistamos
as crianças correndo no molhe
enquanto cantam
não lhes sei o nome
uma ou outra parece-me comigo
quero eu dizer:
com o que fui
quando cheguei a ser luminosa
presença da graça
ou da alegria
um sorriso abre-se então
num verão antigo
e dura
dura ainda.
Eugénio de Andrade
Dedicado a alguém de quem gosto muito e que está a passar por dias de merda.
Por favor, tenta aguentar a tormenta.
Há dias em que julgamos
que todo o lixo do mundo
nos cai em cima
depois
ao chegarmos à varanda avistamos
as crianças correndo no molhe
enquanto cantam
não lhes sei o nome
uma ou outra parece-me comigo
quero eu dizer:
com o que fui
quando cheguei a ser luminosa
presença da graça
ou da alegria
um sorriso abre-se então
num verão antigo
e dura
dura ainda.
Eugénio de Andrade
Dedicado a alguém de quem gosto muito e que está a passar por dias de merda.
Por favor, tenta aguentar a tormenta.
Afinal, de onde eram os socialistas?
Grande festa a de ontem, feita pelos socialistas lisboetas... Perdão: socialistas do Alandroal... De Cabeceiras de Basto... De famalicão...Porra, desisto. A verdade é que aqueles senhores que por ali andavam eram de todo o lado, menos de Lisboa.
Mas o PS foi simpático, trouxe uns velhinhos à capital, para verem o sr. Costa (quem?) a discursar. Lindo, lindo, foi a senhora que dizia: "não sei o que estou a aqui a fazer. O sr. motorista resolveu passar por aqui..."
Mas foi divertido.
Também gostei do jornalista da RTP: "É de Cabeceiras de Basto... E agora, vamos ouvir o Dr. António Vitorino".
Agora a sério. O PSD levou uma abada. Mas não percebo porque se riem os socialistas. Provavelmente nunca receberam tão poucos votos em Lisboa. Como diz o Joe Berardo: hellooooo! Os portugueses estão a acordaaar!
Pena é que o Sr. primeiro-ministro não seja tão célere a aparecer perante a populaça quando esta não se resume a uns simpáticos velhinhos que fazem excursões a Lisboa. E que mande impedir o acesso dessa perigosa tribo de tugas, nas inaugurações - que, pasme-se, é sempre um momento de perfeita simbiose entre o líder e os liderados.
Apesar de achar que os portugueses gostam mesmo é de criminosos e abutres, fiquei sinceramente satisfeito por ver duas candidaturas independentes do sistema partidário terem terminado tão bem colocadas. Ainda não é a democracia participativa, mas os sinais começam a ser claros: estamos a ficar fartos das escolas de oportunistas e de carreiristas, que dão pelo nome de partidos - ainda que as candidaturas independentes dos últimos tempos sejam tudo menos movimentos de cidadãos desinteressados..
Para finalizar, o Manuel Maria Carrilho deve sair em breve com um novo livro. O título já está escolhido: "Eleições de Lisboa, o PSD leva uma abada e eu é que as mamo!" Foi hilariante ver o cerco feito ao político-filósofo à pala do n.º 2 do Sr. Costa - o tal dos interesses imobiliários, que vai agora mediar... E gostei de ver o quão entalado o ex-vereador do PS estava.
É pá, isto assim não vale: um convida um gajo com interesses obscuros para seu n.º 2, o outro é humilhado, um outro leva nas ventas que não é brincadeira, e eu é que tenho que as mamar?! Barbaraaaa...
Enfim, coisas do país dos matraquilhos...
Mas o PS foi simpático, trouxe uns velhinhos à capital, para verem o sr. Costa (quem?) a discursar. Lindo, lindo, foi a senhora que dizia: "não sei o que estou a aqui a fazer. O sr. motorista resolveu passar por aqui..."
Mas foi divertido.
Também gostei do jornalista da RTP: "É de Cabeceiras de Basto... E agora, vamos ouvir o Dr. António Vitorino".
Agora a sério. O PSD levou uma abada. Mas não percebo porque se riem os socialistas. Provavelmente nunca receberam tão poucos votos em Lisboa. Como diz o Joe Berardo: hellooooo! Os portugueses estão a acordaaar!
Pena é que o Sr. primeiro-ministro não seja tão célere a aparecer perante a populaça quando esta não se resume a uns simpáticos velhinhos que fazem excursões a Lisboa. E que mande impedir o acesso dessa perigosa tribo de tugas, nas inaugurações - que, pasme-se, é sempre um momento de perfeita simbiose entre o líder e os liderados.
Apesar de achar que os portugueses gostam mesmo é de criminosos e abutres, fiquei sinceramente satisfeito por ver duas candidaturas independentes do sistema partidário terem terminado tão bem colocadas. Ainda não é a democracia participativa, mas os sinais começam a ser claros: estamos a ficar fartos das escolas de oportunistas e de carreiristas, que dão pelo nome de partidos - ainda que as candidaturas independentes dos últimos tempos sejam tudo menos movimentos de cidadãos desinteressados..
Para finalizar, o Manuel Maria Carrilho deve sair em breve com um novo livro. O título já está escolhido: "Eleições de Lisboa, o PSD leva uma abada e eu é que as mamo!" Foi hilariante ver o cerco feito ao político-filósofo à pala do n.º 2 do Sr. Costa - o tal dos interesses imobiliários, que vai agora mediar... E gostei de ver o quão entalado o ex-vereador do PS estava.
É pá, isto assim não vale: um convida um gajo com interesses obscuros para seu n.º 2, o outro é humilhado, um outro leva nas ventas que não é brincadeira, e eu é que tenho que as mamar?! Barbaraaaa...
Enfim, coisas do país dos matraquilhos...
Eterno
"Quero que gostes de Pina Baush, ou até já nem gostes,
queiras mais, queiras diferente;
que gostes da cor e do risco forte de Miró
e do canto desiludido e fundo de Ferré;
quero que aprecies os cheiros sensíveis da eternidadedo
grande, bruto, grande, e do pequeno, sensível e pequeno;
quero que mores nas páginas da Photo e que, sendo um modelo de virtudes
representes a cortesã mais lassa para mim;
quero-te com mãos de pedra e de veludo;
quero que ames o chique e a Serra d'Aire-mais o safari que a recepção,
quero que mores e sofras nas páginas de Guido Crepaxe
que te irrites com a perfeição absoluta de um retrato de Medina
quero que, se possível vivas dentro do anúncio do Martini
felina e ondulante, numa ilha tropical
quero que sejas capaz de divertir-te, de soltar uma ampla gargalhada, ante o espectáculo ridículo e obsceno de um homem de Quinhentos
a quem atribuíssem um número de contribuinte
quero que ames o longe e a miragem, como o Régio
e que sejas louca e sábia
que tenhas lábios e mordas, língua e sorvas, sexo e sexes, salto e salto, riso e rias, sorvedouro inteiro de vida, arrepio de garça, sacudir de cisne,
passos de corsa, graça de arlequim,
pose de Diva, corpo de areia e luz.
E quero que me dês, me dês muito, que me dês tudo,
e que abras as janelas de par em par ao Tejo
e fecundes um poema em cada gesto
e voes como a gaivota em cada espreguiçar
e partas para a Índia em cada cacilheiro
e que sejas, mores, vivas e creias
longe,
muito longe daqui...
quero que sejas profundamente minha e ritual
obsessiva e lúcida, doente, febril, tremendo de desejo
disposta a tudo e a mais e a muito mais,
boca de Mundo, seios de Mármore, corpo de Alfazema
e sobretudo Mulher e sobretudo amante.
Se existires assim, nua, inteira, absoluta e pessoal
responde-me
que eu fico aqui, eterno, à tua espera."
Pedro Barroso, Eterno
The Second Life
Duas notícias publicadas hoje na "Meios e Publicidade" que me despertaram atenção. Ainda a propósito do Second Life
Casting de avatares para anúncio da Taco Bell
A Taco Bell está a realizar um casting online para avatares (personagens virtuais que participam em comunidades como o Second Life) para entrarem num anúncio de 30 segundos que será emitido durante os MTV Music Awards. "Os avatares são algo gigante neste momento, não só no Second Life como em muitos outros lugares", comentou à Adweek, Scott Johnson, director criativo da área digital da DraftFCB Chicago, agência que está a coordenar a campanha. O filme da cadeia de fast food tem estreia marcada para 9 de Setembro.
Rui Oliveira Marques
Portugal está em 12º Lugar no Second Life
Portugal ocupa a 12ª posição na lista de países mais representados no Second Life. De acordo com os dados divulgados pela Linden Lab, empresa que detém esta comunidade virtual, existem 7208 avatares (personagens virtuais), criadas por utilizadores virtuais portugueses. Este número corresponde a quase 1,5% do total da população existente no Second Life. OS EUA lideram com 26,5% do total de avatares, seguidos da Alemanha (9,1%) e Brasil (7,4%). Reino Unido, França, Japão, Itália, Espanha, Holanda, Austrália e Canadá ocupam as restantes posições acima da portuguesa. A título de exemplo, países como Bélgica, México, Suíça, Suécia, China, Polónia, Dinamarca e Argentina têm uma representação inferior à portuguesa.
Rui Oliveira Marques
Casting de avatares para anúncio da Taco Bell
A Taco Bell está a realizar um casting online para avatares (personagens virtuais que participam em comunidades como o Second Life) para entrarem num anúncio de 30 segundos que será emitido durante os MTV Music Awards. "Os avatares são algo gigante neste momento, não só no Second Life como em muitos outros lugares", comentou à Adweek, Scott Johnson, director criativo da área digital da DraftFCB Chicago, agência que está a coordenar a campanha. O filme da cadeia de fast food tem estreia marcada para 9 de Setembro.
Rui Oliveira Marques
Portugal está em 12º Lugar no Second Life
Portugal ocupa a 12ª posição na lista de países mais representados no Second Life. De acordo com os dados divulgados pela Linden Lab, empresa que detém esta comunidade virtual, existem 7208 avatares (personagens virtuais), criadas por utilizadores virtuais portugueses. Este número corresponde a quase 1,5% do total da população existente no Second Life. OS EUA lideram com 26,5% do total de avatares, seguidos da Alemanha (9,1%) e Brasil (7,4%). Reino Unido, França, Japão, Itália, Espanha, Holanda, Austrália e Canadá ocupam as restantes posições acima da portuguesa. A título de exemplo, países como Bélgica, México, Suíça, Suécia, China, Polónia, Dinamarca e Argentina têm uma representação inferior à portuguesa.
Rui Oliveira Marques
Dispenso a conversa
O Sr. Gouveia, de São Vicente, diz que vai "falar madeirense a madeirense" para, supostamente, convencer a rapaziada a participar políticamente. Por mim, dispenso a conversa...
(A entrevista do Sr. Gouveia foi, de resto, um dos momentos mais surrealistas dos últimos anos em televisão!)
(A entrevista do Sr. Gouveia foi, de resto, um dos momentos mais surrealistas dos últimos anos em televisão!)
O Sr. Mendes
Se ainda houver alguém com três neurónios em pleno funcionamento no PSD, o Sr. Mendes terá acabado a sua carreira política.
Cortejo alegórico
O Sr. Costa ganhou as eleições, como se esperava, de resto. Ganhou com menos votos do que pensava, ficou a léguas da maioria absoluta e terá de coligar-se com Roseta (grande sapo engolirá o Sr. Costa) ou mesmo com Carmona, se quiser mandar alguma coisa. O Sr. Sócrates, saudoso de uma vitória, apareceu eufórico na televisão. Com a falta de educação habitual, interrompeu a declaração de Roseta e gritou até ficar sem voz.
Os lisboetas é que faltaram à festa. Quase 70% borrifaram-se literalmente para as eleições, para o Sr. Costa, para o Sr. Sóccrates e para as restantes personagens a concurso, incluindo o inacreditável Zé e o bom do Bexiga (a propósito, os tipos do PNR até tiveram mais votos que o Monteiro e a sua trupe).
Enfim, mais um domingo de Carnaval proporcionado pela democracia portuguesa.
Os lisboetas é que faltaram à festa. Quase 70% borrifaram-se literalmente para as eleições, para o Sr. Costa, para o Sr. Sóccrates e para as restantes personagens a concurso, incluindo o inacreditável Zé e o bom do Bexiga (a propósito, os tipos do PNR até tiveram mais votos que o Monteiro e a sua trupe).
Enfim, mais um domingo de Carnaval proporcionado pela democracia portuguesa.
15.7.07
Suicídio colectivo
A larga maioria dos madeirenses confunde a Madeira com o mundo e o mundo com a Madeira.
Vivem demasiado a ilha. Há vários exemplos: Há excesso de política e de socidade.
Vivem demasiado a ilha. Há vários exemplos: Há excesso de política e de socidade.
Aqui a política é o PSD. O resto do espectro partidário é considerado fraco. Se revela que existe e tem iniciativa é imediatamente ignorado.
Muda o cenário, mantém-se a pressão social. Toda a gente conhece toda a gente, e toda a gente tem uma opinião sobre cada um dos 245 mil habitantes da ilha (censos de 2001). Quando já não existe assunto, inventam, e quando não inventam, o diálogo dá lugar à bilhardice. É esta a sina desta terra.
Até o Governo foi obrigado na discussão do programa da Região para 2007-2011, a dizer BASTA! É um dos novos 7 mandamentos do PSD para os próximos anos.
Não sei de quem é a culpa desta espécie de “peste social”. O que sei, é que já aniquilou a iniciativa da sociedade civil e adormeceu o associativismo.
Para o bem e para o mal restam os partidos, com as respectivas virtudes e defeitos. Acredito que neste momento, e por causa deste excesso de sociedade, há homens e mulheres a morrer de pé nesta terra. Se noutros locais do mundo é uma virtude resistir, aqui tenho a impressão que é uma fatalidade
Até as noivas fazem figuras ridículas. Despendem-se da vida de solteiras com adereços pirosos. O mais grave é que os usam convencidas de que o casamento é eterno. Devem ter como exemplo o matrimónio dos pais. Por mais volta que dê, não encontro outra explicação. Dizem as estatísticas, revelam a maioria dos actuais casamentos. Acabam em menos de um ano (11 meses).
Os que viajam regressam com ideias frescas, mas são engolidos pela sociedade madeirense. (Peter Berger e Thomas Luckamannn, in “Construção Social da Realidade”.
Muda o cenário, mantém-se a pressão social. Toda a gente conhece toda a gente, e toda a gente tem uma opinião sobre cada um dos 245 mil habitantes da ilha (censos de 2001). Quando já não existe assunto, inventam, e quando não inventam, o diálogo dá lugar à bilhardice. É esta a sina desta terra.
Até o Governo foi obrigado na discussão do programa da Região para 2007-2011, a dizer BASTA! É um dos novos 7 mandamentos do PSD para os próximos anos.
Não sei de quem é a culpa desta espécie de “peste social”. O que sei, é que já aniquilou a iniciativa da sociedade civil e adormeceu o associativismo.
Para o bem e para o mal restam os partidos, com as respectivas virtudes e defeitos. Acredito que neste momento, e por causa deste excesso de sociedade, há homens e mulheres a morrer de pé nesta terra. Se noutros locais do mundo é uma virtude resistir, aqui tenho a impressão que é uma fatalidade
Até as noivas fazem figuras ridículas. Despendem-se da vida de solteiras com adereços pirosos. O mais grave é que os usam convencidas de que o casamento é eterno. Devem ter como exemplo o matrimónio dos pais. Por mais volta que dê, não encontro outra explicação. Dizem as estatísticas, revelam a maioria dos actuais casamentos. Acabam em menos de um ano (11 meses).
Os que viajam regressam com ideias frescas, mas são engolidos pela sociedade madeirense. (Peter Berger e Thomas Luckamannn, in “Construção Social da Realidade”.
Subscrever:
Mensagens (Atom)