3.9.05

Antecipação (ou talvez não)

As "boas relações" entre o PS e o homólogo PSOE facilitaram a entrada da espanhola PRISA no capital da TVI. A acusação não partiu de um nabo qualquer, foi feita por João Van Zeller, empresário que recentemente se demitiu da Administração da televisão que já foi mais católica.

O presidente do CDS-PP, Ribeiro e Castro, (ver em www.publico.pt) já pediu um inquérito. O PSD nacional continua lamentavelmente calado. Quando à esquerda, deve ter ido de fim-de-semana para as Berlengas.

Curiosamente, quando li a notícia do Expresso lembrei-me do discurso de Jardim no Porto Santo. E, das duas uma, ou estamos perante uma coincidência que até vem a calhar, ou então o presidente do PSD-Madeira sabia que algo estava para vir, antecipando-se.

2.9.05

New Orleans























New Orleans. 1 de Setembro de 2005.

Fotos Times Picayune e AP

Fats survived



Fats Domino sobreviveu.

Se calhar, voltará a ouvir-se rhythm and blues em New Orleans.

Post-Scriptum: É dificil perceber uma super-potência que consegue manter uma guerra a milhares de quilómetros de casa e não consegue valer aos 2 milhões de habitantes de New Orleans, uma das suas cidades mais antigas. É difícil perceber. Mesmo quando se tem em conta a força de Katrina.

1.9.05

Ei-lo








Ei-lo. O Super Guido. O Super Super Candidato Socialista. Ei-lo. A postura sóbria disfarça os super-poderes activados por uma espécie de super-amendoim-super-supra-sónico-parasónico.

Ei-lo. O Guido...

31.8.05

Sónia

Acordei um dia destes com um pesadelo.

Um homem tem destas coisas! Acorda a meio da noite sobressaltado, por causa de pormenores insignificantes.

Sonhava que estava, algures em Lisboa, com a minha “velha” amiga Sónia.
Não é a das mamas grandes. Nem muito menos a que vive e é do Porto Santo. Esta Sónia também tem as mamas grandes. Sei porque adormeci algumas vezes no meio delas. Corrijo. Sonhei que estive no meio delas.

Vivemos momentos interessantes os dois. Eu era jovem inexperiente. Ela rapariga adulta. Saímos à noite porque durante o dia não nos suportávamos um ao outro. Ela era demasiado lenta desde o nascer até ao pôr-do-sol. À noite era o contrário. Leva-me pela mão aos sítios mais obscuros da cidade. Alguns dos quais já tentei voltar sozinho, mas nunca dei com a porta. Até era bom que o problema fosse uma questão de portas. Era muito maior. Fizemos junto os mesmos percursos várias vezes e nunca os fixei. Àquela hora, também era difícil. Haviam muitas ruas escuras, muitas pessoas, muitas portas. Depois nunca andávamos sós. Ela gostava de vodka, eu, de sumo de laranja. Pedíamos duas vodkas com sumo de laranja. Ela tomava a vodka, eu, o sumo de laranja. Não sei porquê, ficávamos mais contentes. Quer dizer… (bêbados)! Passados alguns anos, agora sei. Se ela tomava vodka; e se eu lhe dava alguns uns beijos, é normal que ficasse mais alegre. Não eram beijos dos que se dão à chegada ou quando o padre diz: - e agora o casal que se BEIJE. Não! Eram momentos intensos, que puxavam pelos pulmões. Lembro-me, inclusive, de ter problemas de falta de ar, por causa dos beijos dela. Outra vez, foi porque um polícia nos bateu no vidro do carro. Não percebi o que disse, mas julgo ter afirmado qualquer coisa do género: - já são horas para desaparecerem daqui. Também, mais minuto, menos minuto, teríamos que despertar. O sol já estava alto.

Foi assim durante algum tempo. Percorremos a Lisboa subterrânea. Éramos inseparáveis. Ela conhecia os sítios, eu conhecia-a. Ela jogava matrecos, eu acompanhava-a. Raras vezes ganhámos. Havia sempre alguém melhor do que nós, o que não era difícil. As vodkas baralhavam os pés dos avançados e claro. O guarda-redes é quem mais sofria. Era uma tarefa difícil, para principiantes como nós.

Ainda hoje, quando vou jogar matrecos, lembro-me dessa minha transpirada passagem pelo campo. Suava antes das bolas entrarem. Soei por vê-las à minha frente e não lhes poder fazer nada. Fiquei encharcado a primeira vez que as consegui tocar com as pontas dos dedos das mãos. Não sei se perceberam. O jogo mudou.

Poderia relatar as partidas mais importantes mas não vou fazê-lo. Prefiro continuar a contar outras estórias. Existem mais, mas ficam par uma próxima viagem de regresso ao passado.

Angelino Mata Câmara

Nota de rodapé: Hoje continuamos juntos. Ela tem um blog. (http://www.sraso.blogspot.com), eu escrevo num blog. Não lhe digam o que escrevi. Afinal, foi só um sonho.

A SOLUÇÃO

A saída de Luís Calisto da RTP-M deixa um vazio apetecível para as hostes sedentas da oposição traumatizada.

O inefável líder do PS-Madeira, ajudado pela criatividade extraordinária da candidatura "Funchal para Todos", deve ter enviado várias sugestões.Qualquer coisa do género:


Direcção colegial (triunvirato) constituída por Vicente Jorge Silva, Lília Bernardes e Tolentino de Nóbrega.

Uma coisa estaria garantida, palhaçada díaria e a nossa própria série Black Adder.

Aguardemos.

P.S. - Citando um amigo meu, podíamos apimentar a coisa convidando a Diana Adringa. Assim os hiperactivos bloquinhos nada teriam a reclamar.

Parabéns, Dr. Pereira

Parbéns ao Dr. Carlos Pereira. Os leitores da Conspiração atribuíram-lhe o mérito de ter apresentado a ideia mais estapafúrdia da pré-campanha, nada mais nada menos que a criação de uma Polícia Municipal no Funchal.

A minha proposta favorita, portagens nas entradas da cidade para condicionar o fluxo de trânsito no centro ficou em segundo lugar na votação. É pena.

Brevemente, outro inquérito estará on-line.

Cartas

As Cartas de Leitor sobre a Festa da Juventude fazem mais ruído do que aquele que o evento produziu. Não é fácil encontrar tanta estupidez junta...

Conversa de Café (filmada a preto e branco)

- Será que assistiremos a uma troca DN - RTP/M, ou prevalecerá a solução RDP?

- Aposto na dois.

Se prevalecer a segunda, quem será o número dois?

- Jogo tripla. Mas algo me diz que estaremos menos vezes todos juntos.

- Se prevalecer a primeira, como será a convivência na Rua Dr. Fernão de Ornelas? Ou será que há "p´rái" um projecto novo?

- Outra vez na dois

- Quinta Vigia?

- Avenida Zarco?

- As duas ou nenhuma?

- Depois de tanto elogio, se calhar a primeira...

- Secretaria de Estado do Turismo? Rua do Surdo? Será que sou eu que estou a delirar?

- Pois...

(Siga atentamente os próximos capítulos.)

30.8.05

Livros


Para nos conhecermos melhor.

Corrigindo

Afinal foi o Dr. Carlos Pereira quem apresentou queixa contra a Festa da Juventude, e não o Dr. Jacinto Serrão como erradamente mencionei. Mea culpa. Contudo, tudo o que foi afirmado continua a fazer sentido: o Dr. Pereira, himself, também prima pela ausência de agenda própria, mal de que parece padecer todo o PS/Madeira.

Portugal espera

Existem coisas estúpidas neste país que nunca percebi, nem alguma vez vou perceber.

Em Portugal é normal esperar pelo médico, por uma consulta, nas finanças, na câmara para ser atendido, por um vereador que chegue. Também é normal esperar pelo senhor arquitecto, engenheiro, pelo mestre que vai a casa arranjar uma torneira, pelo amigo, pela amiga, etc.,etc.

Os portugueses esperam que o relógio marque a hora certa para saírem do trabalho. Esperam em casa pelas mulheres para lhes fazerem o jantar. Antes já esperaram por elas na igreja.

Em Portugal pura e simplesmente espera-se. Há anos que os portugueses não fazem outra coisa. Esperam por dias melhores, pela recuperação económica, pela modernização do país, por políticos competentes. Até há quem espere pelo euro milhões

Enquanto isso, outros portugueses esperam um emprego, uma cunha para arranjar trabalho, um tacho. Piores são os que esperam pelo fim do mês para poderem fazer compras, ou então, os que esperam cuidados médicos e não os têm. Sim! também acontece. Esperam à porta dos hospitais por um médico. Por alguém que lhes valha quando mais precisam. Só que infelizmente esperam horas, quando não são meses e até anos, por uma consulta ou operação.

Em Portugal espera-se. Espera-se pelos produtos chineses, pelos incêndios, pela chuva, pela seca, tal como já se esperou pela entrada de mais 10 países na União Europeia.

Portugal está sentado à espera. Alguns até devem estar na posição horizontal à espera, como se esperar, fosse uma fatalidade existencial portuguesa.

Só mesmo em Portugal. Nem pela morte espero, apesar de hoje saber, que a morte me espera.

Angelino Mata Câmara

PS: Portugal é um país, à espera do fim.

Adivinha

Oferece-se uma viagem à Lua com pensão completa, mais estadia incluída a quem responder correctamente à seguinte questão:

Qual o nome do engenheiro que trabalha para uma Secretaria do Governo Regional, que tem um jardineiro de borla, para lhe cortar a relva de casa?

Até aqui nada de anormal. Como estamos em período de saldos, até acredito que o jardineiro ofereça, ao Senhor Engenheiro, o serviço.

O menos simpático nesta estória é o Jardineiro receber um ordenado para cuidar da relva, “pública”. No entanto, vai à casa de férias/campo do Senhor Engenheiro, uma vez por semana, tratar do jardim.

Segundo consta o “ serviço especial”, está incluído no serviço

Angelino Mata Câmara

Nota: nada como começar a semana com um enigma.

A revista

Já nas bancas a revista que a esquerda odeia. A Atlântico, pois claro.

A festa II

No domingo houve outra festa. Esta mais modesta e com gente mais educada e cumpridora da lei do ruído (mas não da poluição). O chefe-mor decidiu não vir porque a agenda política não lhe permitia tirar mais um fim-de-semana depois de quinze dias no Quénia a combater incêndios pelo telefone. Isso não intimidou os oradores, gente singela, simpática e ilustre, habituada a rasgos elevados de sabedoria e conhecimento e que aproveita estas oportunidades para discorrer sobre a Madeira do futuro e elevar a qualidade do discurso político. Gosto particularmente do Bernardo Martins e tive pena que o Gil França não tenha também discursado porque gosto muito de ouvi-lo falar. São pessoas com quem se aprende e que, nota-se à distância, gostam muito da política.

No habitual rol de asneiras, perdão, de medidas apresentadas, queria destacar umas poucas. Só que infelizmente deixei de tomar uns comprimidos cinzentos para a minha fraca memória e agora não me estou a lembrar de nada em especial. De qualquer modo, foi agradável saber que o Dr. Serrão ainda está na Madeira e que há senhores que até já dançam com o povo. Faz-lhes bem.

A festa

A festa provocou ódio e delírio. Nada de outro mundo. E nada de anormal. Alguns incomodados manifestaram-se nas cartas, outros nas queixas, outros ainda na polícia. Ninguém se manifestou na porta. Claro que toda a gente tem o direito de se manifestar, de não gostar, de assobiar, de gritar e até de espernear. E o direito inalienável de fazer melhor. Ou de pelo menos tentar.

A festa é um acontecimento único feito por jovens e para jovens e, sejamos sinceros, o barulho não era nada de especial e não era razão que provocasse tanta ira, desgosto e frustração. Mas perante a comédia dramática que foi pintada por tanta gente o que fazer? Talvez colocar a juventude num gueto bem longe das pessoas. Talvez no campo. Talvez no deserto. Quem sabe na lua? Nas desertas? O ideal seria no fundo do mar, mas ainda não há meios para tal. Talvez mandá-la para algum país mais civilizado. Ou incivilizado. Libéria, talvez.

Mas é bonito o protesto. E bem ensaiado. E legítimo (sem qualquer ironia). E temos todos de aprender a lidar com a crítica. Faz-nos crescer. Claro que muita gente se queixa que na aldeia não acontece nada de importante ao mesmo tempo que condena tudo aquilo que é diferente. Nunca ninguém está 100% satisfeito. É um pouco contraditório mas já ninguém nota e por isso nada mais há a dizer ou a acrescentar já que a crítica faz bem e como diz o povo o que não mata, engorda.

PS: o Dr. Jacinto Serrão, ao que me disseram, também foi entregar uma queixa contra a Festa da Juventude. Está no seu direito. Mas ando cá com uma sensação que o Dr. Jacinto Serrão e o PS inteiro não têm uma agenda política própria. Só isso justifica que andem sempre a reboque das notícias, e das cartas, que saem no Diário para logo convocar uma conferência de imprensa sobre o assunto do dia. No mínimo, ridículo. E, claro, sempre patético.

29.8.05

Ficámos mais descansados

A Festa do PS serviu para que ficássemos a saber que, afinal, Serrão só quer... "o dele".

Ficámos muito mais descansados...

Que o verão acabe depressa!

A semana acabou com uma declaração de intenções: Se os vis espanhóis - liderados, ao que se supõe, por descendentes da Duquesa de Mântua - continuarem inconformados com o desfecho do 1 de Dezembro de 1640, insistindo em reconquistar a pátria lusa, a Madeira declara independência.

Monteiro Diniz, apesar do capital de simpatia que detêm por estas bandas, corre assim o risco de encarnar Miguel de Vasconcelos, podendo ser defenestrado no Palácio de São Lourenço, juntamente com os representantes locais da maçonaria (mesmo queles que equipam de "laranja") e, acredita-se, com o consul honorário.

Esperemos que o Rei Juan Carlos aceite bem a traição da Região rebelde... E que o Verão acabe depressa.

Media de uma noite de Verão

Entre ontem e hoje tive a grata e "rara" oportunidade de assistir a algumas preciosidades jornalísticas.
Na edição do telejornal da RTP-M de Domingo à noite, o esforço do jornalista para arrancar uma crítica ao fecho da estrada para o Rabaçal foi qualquer coisa de épico. Eram perguntas indutoras de respostas, comentários off que contrastavam com as imagens, tradução livre de respostas de turistas que mais parecia os diálogos de um qualquer filme de série B. O homem desesperava, só falta sovar os entrevistados.
Na edição do DN de hoje ressaltaram duas situações. Em primeiro lugar, as já costumeiras cartas do leitor enlatadas: a típica do turista (Charlie Park, como se alguém assinasse desta maneira) que nunca cá tinha vindo e que agora será o maior detractor deste destino; e a não menos pitoresca missiva do apoiante do PSD, fiel desde o primeiro momento, grato por tudo o que tem sido feito mas que, em face da desfeita preconizada pelos decibéis excessivos, jamais votará neste partido, arrastando nesta decisão dramática a família inteira. A segunda é muitointeressante, a notícia da acusação do filho de Ariel Sharon (lá a justiça funciona) é muito mais importante do que um atentado suicida em Beerscheba, são critérios (faz jus à sua ideologia e ao politicamente correcto da imprensa europeia pró-palestiniana).

Que bela forma para se começar a semana.