"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
22.10.10
Uma idiotia
Na Liga Europa as coisas correm bem melhor aos clubes portugueses. Três jogos, outras tantas vitórias e o primeiro lugar nos grupos, condição essencial para uma passagem tranquila. Contudo, os exageros dos comentadores de serviço não têm desculpa. Alguém me sabe dizer porque é que é impossível assistir a um jogo europeu de uma equipa portuguesa sem aqueles laivos de chauvinismo patético? Já não há paciência.
Sair de fininho
De acordo com o Correio da Manhã de ontem, numa recente deslocação à China, o Ministro Teixeira dos Santos andou, com uns quadros elaborados e rebuscados, a vender um país que não existia. Diz o jornalista, citando uma fonte, que alguns empresários portugueses e chineses até se riram, tal o embaraço da situação. Mas rir não era com certeza a melhor reacção. Com atitudes destas bom mesmo era pedir desculpa e sair.
20.10.10
Não há que enganar
O PS pode gritar, espernear e fazer toda a chantagem que quiser. Mas no essencial não há que enganar: o PSD aceitou a sua obrigação e predispôs-se viabilizar o orçamento mediante a negociação de propostas concretas. Uma negociação é isto mesmo: propor, ceder, arranjar compromissos que possam minimizar danos. O PSD está assim disposto a cumprir a sua parte. Falta saber se o PS estará disposto a cumprir com a sua.
O problema estrutural
As propostas do PSD são mais do que razoáveis e abrem uma porta importante para minimizar as consequências do descalabro socialista. Mas o problema português continuará a ser um problema de natureza estrutural e não de natureza conjuntural. Por mais que cortemos agora nos salários e aumentemos os impostos, o nosso estilo de vida continuará irremediavelmente condicionado por muitos anos, provavelmente por várias gerações, uma vez que a tendência óbvia pende para um empobrecimento generalizado, fruto da nossa incapacidade de vencer num mundo em transformação absoluta.
A geração do pós-25 de Abril, ainda não interiorizou que vai viver pior do que a geração que a antecedeu. Será assim urgente que o país, para além do equilíbrio orçamental e do restabelecimento da credibilidade no exterior, se transforme radicalmente e se adapte a um mundo complexo onde as regras rígidas do século XXI são letra morta em muitas partes do mundo.
O país precisa nestas condições, e para além destas medidas draconianas impostas por um governo autista e que mentiu deliberadamente aos portugueses durante demasiado tempo (o que se devia configurar como um caso de polícia, uma vez que agravou consideravelmente o preço da factura), de políticos corajosos e destemidos. De políticos que coloquem o país nos eixos ao mesmo tempo que as contas públicas se equilibram. Nunca como hoje foi urgente mexer na lei fundamental do país (que não deve ser em circunstância nenhuma um documento ideológico igual a um programa de governo, hermeticamente fechado e inacessível à maioria dos cidadãos) e repensar o que queremos para a educação, saúde e justiça nacionais.
O país só será viável se tiver uma educação que eduque e prepare (sem estas maleitas progressistas e idiotas que apenas criam analfabetos e uma nova estirpe de coitadinhos e incapazes), uma saúde justa (onde quem pode, paga) e uma justiça que funcione dentro de prazos mínimos razoáveis e que seja de confiança (independentemente de se meter na ordem juízes, advogados e restantes agentes judiciais). É apenas um começo depois de tanto tempo passado a assobiar para o lado e a fazer de conta que se mexia em alguma coisa.
A geração do pós-25 de Abril, ainda não interiorizou que vai viver pior do que a geração que a antecedeu. Será assim urgente que o país, para além do equilíbrio orçamental e do restabelecimento da credibilidade no exterior, se transforme radicalmente e se adapte a um mundo complexo onde as regras rígidas do século XXI são letra morta em muitas partes do mundo.
O país precisa nestas condições, e para além destas medidas draconianas impostas por um governo autista e que mentiu deliberadamente aos portugueses durante demasiado tempo (o que se devia configurar como um caso de polícia, uma vez que agravou consideravelmente o preço da factura), de políticos corajosos e destemidos. De políticos que coloquem o país nos eixos ao mesmo tempo que as contas públicas se equilibram. Nunca como hoje foi urgente mexer na lei fundamental do país (que não deve ser em circunstância nenhuma um documento ideológico igual a um programa de governo, hermeticamente fechado e inacessível à maioria dos cidadãos) e repensar o que queremos para a educação, saúde e justiça nacionais.
O país só será viável se tiver uma educação que eduque e prepare (sem estas maleitas progressistas e idiotas que apenas criam analfabetos e uma nova estirpe de coitadinhos e incapazes), uma saúde justa (onde quem pode, paga) e uma justiça que funcione dentro de prazos mínimos razoáveis e que seja de confiança (independentemente de se meter na ordem juízes, advogados e restantes agentes judiciais). É apenas um começo depois de tanto tempo passado a assobiar para o lado e a fazer de conta que se mexia em alguma coisa.
O PSD mais cedo ou mais tarde terá esta enorme responsabilidade nas mãos. São mais medidas duras, mas são mais medidas necessárias. Porque ou safamos o doente com um plano de longo prazo que inclua uma vacinação que o imunize, ou damos-lhe um simples antibiótico que lhe combate a infecção, mas que não lhe evita a mais que provável recaída.
Ao cuidado do SIS
Ouvi, no Opinião Pública da SIC, um senhor que afirmava pertencer a um Comité Contra o PEC Inconformados. Gosto do Comité. Mas fiquei ligeiramente preocupado pelo facto do senhor garantir que o Comité tinha na sua posse dinamite e gasolina e que iria pegar fogo nalguns locais, no dia 24. Nã é que me incomode, por aí além, um fogacho na sede do PS. Mas irrita-me que tirem protagonismo à greve geral.
18.10.10
As eleições no Brasil
Apesar do passeio que por aí vendiam, a eleição presidencial no Brasil está quase num impasse. Relembre-se que a D. Dilma é produto do Sr. Lula, que por sua vez é resultado das políticas do Sr. Fernando Henrique Cardoso, um homem do PSDB e não do PT. Naturalmente, o Sr. Lula soube aproveitar as deixas e levar o Brasil longe. Muito longe. Agora, impedido de se recandidatar, o Sr. Lula escolheu a D. Dilma como sucessora que por sua vez julgou bastar aproveitar a boleia para ter uma eleição com pouca história. Entretanto o Sr. Serra, um político muito experiente e, dizem, de direita, tem andado a subir nas sondagens, graças em parte ao silêncio da D. Marina candidata verde que arrebatou 20% dos votos na primeira volta e que negou o apoio expresso a qualquer um dos candidatos na segunda volta.
Numa parte final que se quer digna de um filme de suspense, as tricas eleitorais pendem agora para a questão do aborto e as convicções religiosas dos candidatos, aspectos em que ou a D. Dilma mergulha num oceano de incongruências ou não tem lá grande opinião. Ou seja: quando a D. Dilma precisa de pensar pela própria cabeça, independentemente do que pense, mete os pés pelas mãos ou a cabeça na areia, factos que também beneficiam aparentemente o Sr. Serra. Pelo meio as denúncias de corrupção que de um e outro lado, deviam envergonhar e não ser motivo de arremesso.
Nesta confusão generalizada não se julgue que no Brasil estes assuntos são menores. Pelo contrário. Mas a lição importante a tirar desta história tem a ver com outra coisa. O jornalismo que antes nos vendia uma eleição sem história anda agora preso por arames. A D. Dilma até pode ganhar e até pode vir a ser presidente. Mas na política democrática não há vencedores antecipados. Nem dinastias sucessórias. O jornalismo militante pode fazer campanha disfarçada, mas no final o povo soberano é quem decide. Mesmo que a comunicação social pense o contrário e se julgue, curiosamente, no direito de puxar por quem mais, nos últimos anos, lhe tentou coarctar a liberdade de expressão. O que, convenhamos, não deixa de ser uma suave ironia. Ou, se preferirem, um agradável mistério.
Numa parte final que se quer digna de um filme de suspense, as tricas eleitorais pendem agora para a questão do aborto e as convicções religiosas dos candidatos, aspectos em que ou a D. Dilma mergulha num oceano de incongruências ou não tem lá grande opinião. Ou seja: quando a D. Dilma precisa de pensar pela própria cabeça, independentemente do que pense, mete os pés pelas mãos ou a cabeça na areia, factos que também beneficiam aparentemente o Sr. Serra. Pelo meio as denúncias de corrupção que de um e outro lado, deviam envergonhar e não ser motivo de arremesso.
Nesta confusão generalizada não se julgue que no Brasil estes assuntos são menores. Pelo contrário. Mas a lição importante a tirar desta história tem a ver com outra coisa. O jornalismo que antes nos vendia uma eleição sem história anda agora preso por arames. A D. Dilma até pode ganhar e até pode vir a ser presidente. Mas na política democrática não há vencedores antecipados. Nem dinastias sucessórias. O jornalismo militante pode fazer campanha disfarçada, mas no final o povo soberano é quem decide. Mesmo que a comunicação social pense o contrário e se julgue, curiosamente, no direito de puxar por quem mais, nos últimos anos, lhe tentou coarctar a liberdade de expressão. O que, convenhamos, não deixa de ser uma suave ironia. Ou, se preferirem, um agradável mistério.
Haja decoro
O senhor que trata dos refugiados na ONU, o nosso ex-primeiro António Guterres, revelou-se confiante de que os portugueses, como sempre, conseguirão ultrapassar a crise instalada. Mas não fez grandes comentários sobre a política doméstica uma vez que, segundo ele, o cargo que desempenha não lhe permite fazer declarações sobre estas matérias.
Estranha-se que haja interesse em ouvir a opinião de um senhor que um belo dia metido no pântano nos abandonou de fininho para parte incerta. Depois dele, da fuga igual do Dr. Barroso e do golpe de estado promovido pelo Dr. Sampaio, o país foi entregue a este conjunto degradante de políticos que fez do engodo, da publicidade enganosa e do delírio contagiante um estilo de governação cuja principal consequência está à vista de todos.
Como bem sabemos, falar de fora é fácil. Apelar à confiança quando se está longe e não nos chega ao bolso, é igualmente facílimo. Mas estar cá dentro, enterrado e amarrado no manicómio, é algo completamente diferente, e roça o mais puro absurdo. No caos que aí vem, seria de bom-tom que esta gente, que se destacou por fugir das responsabilidades, se limitasse ao silêncio anónimo do mais comum dos mortais. É que estas falinhas mansas para enganar simplórios são grotescas e patéticas, ainda para mais quando as mesmas até parecem uma paga de favores. Haja decoro.
Estranha-se que haja interesse em ouvir a opinião de um senhor que um belo dia metido no pântano nos abandonou de fininho para parte incerta. Depois dele, da fuga igual do Dr. Barroso e do golpe de estado promovido pelo Dr. Sampaio, o país foi entregue a este conjunto degradante de políticos que fez do engodo, da publicidade enganosa e do delírio contagiante um estilo de governação cuja principal consequência está à vista de todos.
Como bem sabemos, falar de fora é fácil. Apelar à confiança quando se está longe e não nos chega ao bolso, é igualmente facílimo. Mas estar cá dentro, enterrado e amarrado no manicómio, é algo completamente diferente, e roça o mais puro absurdo. No caos que aí vem, seria de bom-tom que esta gente, que se destacou por fugir das responsabilidades, se limitasse ao silêncio anónimo do mais comum dos mortais. É que estas falinhas mansas para enganar simplórios são grotescas e patéticas, ainda para mais quando as mesmas até parecem uma paga de favores. Haja decoro.
Venha o FMI
Andam os defensores do PS a ameaçar com o fantasma do FMI, caso o OE não seja aprovado. Ora, por mim, que venha o FMI. Porque as medidas não são piores e pelo menos é gente merecedora de maior confiança do que esta gentalha socretina!
Quo Vadis, PS?
Com a crise, que na boca de Sócrates "é a maior de há 80 ianos", vai o PS e apresenta uma proposta de revisão constitucional que é um arrozoado de tontices, imbecilidades e inutilidades. Um fait-diver, criado pela máquina comunicacional do PS. O que nos faz questionar os caminhos que este partido trilha.
Ideias políticas, estratégia de governação: nada! Mas uma poderosa máquina de comunicação...
Ideias políticas, estratégia de governação: nada! Mas uma poderosa máquina de comunicação...
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