7.4.06

Carta da Noruega

Estou na Noruega ha alguns dias e vim para aqui com algumas certezas. Por exemplo, a de que estamos 30 anos atrasados em relacäo a esta gente. Mas näo, o quanto nos separa dos noruegueses é, na minha opiniäo, meio século. E com boa vontade, talvez 40 anos.

Devo ser o ünico «turista» neste momento em Bergen. Quando, e só por extrema necessidade, tenho que dizer que sou portugues, perguntam logo se vim trabalhar para cá.

Quanto as norueguesas, depois digo o que valem. Ainda assim, confirmo o que me disseram: sö um indivuduo com paralasia cerebral (e mesmo assim!) é que nao se safa.

PS: desculpem la os acentos e outras gralhas, mas este teclado esta feito para noruegues e n'ao para essa lingua barbara atraves da qual, infelizmente, tenho de comunicar.

Magno Velosa

O choque tecnológico e o uso das TIC on-line

No país do choque tecnológico, quase dois terços da população entre os 16 e os 74 anos nunca utilizaram a Internet em casa, no emprego ou noutro local, de acordo com o Eurostat. Com uma realidade destas, parece algo demagógico pretender que TODOS os portugueses adquiram o vulgarmente denominado “selo do carro” pela Internet. Ao Estado cabe a responsabilidade de avançar com medidas de e-government: mas como possibilidade e não obrigatoriedade. É preciso reforçar o acesso às Tecnologias de Informação, é preciso incentivar o seu uso, mas com algum bom-senso. Ainda por cima, porque o acesso às TIC não é completamente democrático.

PS – Não deixa de ser curioso que no mesmo dia seja divulgada a notícia da milionária poupança do Estado em 2005, devido ao recurso, por parte dos cidadãos, aos serviços prestados pelo portal da DGCI. O que só vem comprovar o que estou farto de dizer: Este governo faz uma utilização exímia da propaganda política.

A Evidência ou a alucinação originária.

Morreu no dia 19 de Março uma das mais brilhantes mentes portuguesas do Séc. XX. Fernando Gil - esse mesmo, o irmão do filósofo “best-seller” português José Gil - deixa um obra não muito extensa, mas extremamente profunda e actual. Filósofo da Evidência (Tratado da Evidência e Modos da Evidência) e da “sua” Mimésis (Mimésis e Negação), Fernando Gil foi um dos mais eminentes epistemólogos portugueses.

Com as leituras de Merleau-Ponty “descobriu a impossibilidade” do comunismo. Foi um Social-Democrata convicto, ainda que por vezes desviado. Foi, acima de tudo, uma mente ofuscante, um pensador metódico e coerente. Não podia deixar passar a oportunidade de lembrá-lo e aconselhar a sua leitura. Vale bem a pena, por mais que não seja porque descobrimos que Portugal também é pátria de Homens geniais.

E, por milagre, transformou as águas em gelo

Vêm agora uns cientistas afirmar que Jesus Cristo não andou sobre as águas, mas sobre gelo que, por um qualquer fenómeno atmosférico, de vez em quando aparece no mar da Galileia. Permitam-me algumas questões:
1 Depois dos discípulos verem este passeio “náutico”, não tiveram curiosidade de experimentar?;
2 Seriam os homens tão “troles” ao ponto de não reconhecerem gelo? Se sim, não observaram que as “águas” estariam um bocadito para o parado?

É incrível a magnitude que qualquer descobertazinha ganha, se conseguirmos meter Jesus ao barulho.

6.4.06

Educação e intelligentsia

Não gosto da subserviência. Acho que por vezes devemos quebrar as amarras. E já que denominada e auto-proclamada intelligentsia portuguesa parece ter descoberto os benefícios da avaliação das pessoas e serviços – como se o simples facto de haver uma avaliação fosse condição per se para sua melhoria –, uma vez mais coloco-me na posição de advogado do Diabo e deixo algumas questões relativas à avaliação dos docentes.

Estamos de acordo que o desempenho dos professores, como de qualquer outra classe, deve ser avaliado, pois do processo poderá emergir alguma da promiscuidade que mina a educação em Portugal. Mas sejamos rigorosos. Antes de mais, afirmar que não existe avaliação dos docentes é demonstrativo de uma ignorância grosseira. Provavelmente a classe docente é a mais avaliada de todo o serviço público: antes de mais pelos alunos, que quotidianamente avaliam o desempenho dos seus professores. Depois, são avaliados pelos seus colegas de escola, de Grupo, de Disciplina. Posteriormente, são ainda avaliados pelas famílias.

Mas reconheço: não faz mal nenhum um outro sistema de avaliação de desempenho. Todavia, a intervenção deveria ter início na formação. Porque sejamos claros: a formação que se dá hoje nas universidades é uma treta e grande parte dos professores recém-licenciados vem muito mal-preparada (como acontece com a maioria dos cursos superiores). O que se deverá então fazer? Punir a falta de preparação - que tem a sua origem nos programas curriculares, nos professores do ensino superior, no Ministério que define as regras – ou mudar os planos de formação, ser mais exigente, promover, efectivamente o trabalho intelectual?
Pois, o plano de intervenção do Governo é avaliar os docentes, esquecendo tudo o resto.

O problema da má formação científica e pedagógica dos professores é antigo, mas ganhou especial relevância com a inefável Ana Benavente (a tal Secretária de Estado do Eng. Guterres) que, com o desejo desmesurado de catapultar Portugal para índices de alfabetização mais europeus, deu orientações claras para se diminuir o grau de exigência. Exemplos: hoje é muito mais difícil justificar um 7 do que um 17. Chumbar um aluno, então, é um tormento. E, passados 8 anos, esta política começou a dar frutos. Quem forma hoje, são os mesmos que foram formados neste nível de facilitismo. E o mais engraçado disto tudo, é que os avaliadores serão os formadores. Ou seja, os tais que formam “péssimos” profissionais, serão os mesmos que avaliarão os seus desempenhos.
E de ridículo em ridículo vai caminhando este governo.

PS – A Sra. Ministra anunciou que as Cartas Educativas têm que estar prontas até ao final de Abril, já com os dados referentes a 2005/2006. Mas esqueceu-se de dar ordens às Direcções Regionais para disponibilizarem esses dados às Autarquias, que têm a missão de elaborar as respectivas Cartas.

PS1 – Não podia deixar passar o absurdo de ver tantas televisões a acompanharem o jogging matinal do nosso Primeiro-Ministro em Angola. Depois venham cá gozar com o provinciano jornalista madeirense que acompanha as férias do Presidente do Governo Regional.

5.4.06

Nervos

Isidoro (personagem por quem não morro de amores) anunciou que vai pedir para que as contas do PS-M sejam fiscalizadas. E parece ter lançado o nervosismo em Serrão e apoiantes. É curioso. Porque quem não deve não teme. Nem fica nervoso...

O Blog dos Leitores

Um caso de polícia

O Diário de Noticias de Lisboa na sua edição de hoje, avançou com uma noticia sobre o fecho de alguns departamentos da Policia Judiciária espalhados pelo País, tendo em conta um critério de racionalização de custos.

Se o que está escrito no referido Diário se materializar, a segurança de todos os cidadãos residentes em Portugal será menor devido a esta visão economicista e transviada da realidade em que todos nós vivemos.

E acima de tudo, revela um mau perder do nosso primeiro-ministro em relação ao “braço de ferro” travado com a direcção nacional deste órgão policial.
Se o Eng. Socrates percebesse alguma coisa de investigação criminal, saberia que a mediatização destas medidas e a humilhação na praça pública daqueles que investigam o alto crime favorecia os infractores que estão extremamente bem informados.

E não vale a pena quebrar os protocolos com a INTERPOL e a EUROPOL para criar mais Jobs aglutinados de informação porque quem sofre é sempre aquele que não tem a quem recorrer.

Deixem-se de medidas e protejam os cidadãos.

Luís Filipe Santos

Porta-voz

Parece-me que a direcção do PS arranjou um "porta-voz" com a missão de comentar em blogs. Agora, o dito cujo poderia assinar os textos. Não lhe ficava mal, de facto...